30 setembro, 2021

Porcos no cercado

Este jogo consiste de uma placa de madeira com quatro sulcos concêntricos que se comunicam por pequenas passagens. Os sulcos e as passagens são percorridos por três pequenas esferas de aço.
Inclinando a placa, o jogador tentava conduzir todas as esferas para o sulco mais interno.
Foi patenteado para William U. Moody, em 1897, e recebeu o nome de "Pigs in Clover" nos EUA. No Brasil, não sei o nome pelo qual ficou conhecido.

P.S. Surgiram depois inúmeras versões deste jogo. Desde tabuleiros com labirintos mais complexos e com maior número de bolas até pequenos modelos de bolso feitos de plástico.

Instrumentos musicais - masculinos ou femininos?

Se você está se perguntando se os instrumentos musicais, de acordo como são percebidos, podem ser classificados como masculinos ou femininos, a resposta é...
Sim (essas percepções podem ser classificadas).
Para consultar o estudo, basta ver o Journal of Research in Music Education, Volume: 29 edição: 1, página (s): 57-62, edição publicada: 1 de abril de 1981, onde você encontrará: Sex-role Associations of Music Instruments and Occupations by Gender and Major, de Philip A. Griswold e Denise A. Chroback.
A equipe de pesquisa descobriu que o continuum (*) da associação dos instrumentos musicais com os gêneros tende a soar assim (do mais feminino ao mais masculino): harpa, flauta, flautim, glockenspiel, violoncelo, violino, clarinete, piano, trompa francesa, oboé, guitarra, prato, saxofone, bumbo, trompete, baixo de cordas, tuba.
Via


(*) Continuum, conjunto de elementos que passam de um para outro continuamente, sem intervalos nem interrupções.

29 setembro, 2021

A conversão de Clóvis


Um monge escreveu que Clovis, estando num grande perigo na batalha de Tolbiac, fez voto de se tornar cristão se conseguisse escapar; é porém natural que uma pessoa se dirija a um deus estrangeiro em tal ocasião? Não é precisamente num momento desses que a religião na qual se nasceu age mais fortemente? Qual é o cristão que, numa batalha contra os turcos, não se dirigirá antes à Santa Virgem que a Mafoma? Acrescenta-se que um pássaro levou a santa ampola em seu bico a fim de ungir Clovis e que um anjo trouxe a auriflâmula para o conduzir. O preconceito crê em todas as historietas desse gênero. Os que conhecem a natureza humana sabem que o usurpador Clóvis e o usurpador Rolão ou Rol se tornaram cristãos para governar mais seguramente a cristãos, como os usurpadores turcos se tornaram muçulmanos para governar mais seguramente os muçulmanos.

Voltaire, Preconceitos históricos. "Dicionário Filosófico"

Clóvis I é importante na historiografia da França como "o primeiro rei do que se tornaria a França". Ele uniu todas as tribos francas sob um único governante, assegurando-se de que o reinado seria passado a seus herdeiros, e foi o primeiro bárbaro a se tornar rei católico após a queda do Império Romano do Ocidente. Sua conversão ao catolicismo, sob o estímulo de sua esposa Clotilde, foi um ato de imensa importância na história subsequente da Europa.

Arte em banana machucada

Para a execução utiliza-se de um alfinete e um pente, além de algumas frutas curvas, 🍌 🍌claro. Nenhuma tinta é usada.
À medida que a casca escurece mais detalhes são adicionados.


Créditos
Phil "Embrace the Shake" Hansen (no TED em fevereiro de 2013)
Na escola de arte, Phil Hansen desenvolveu um tremor incontrolável em sua mão que o impediu de criar os desenhos pontilhistas que ele amava. Hansen estava arrasado, flutuando sem um propósito. Até que um neurologista fez uma sugestão simples: abrace essa limitação ... e transcenda-a. ted.com/talks/phil_hansen
Anna Chojnicka (no Twitter a partir de julho de 2015)
@Anna_Choj

Que é o pontilhismo

28 setembro, 2021

A estocagem de energia eólica

Maior produtor de energia eólica do país, o Rio Grande do Norte deverá estocar energia produzida pelo vento. O governo do Estado assinou protocolo para isso com a empresa EV Brasil Consultoria na terça-feira passada (21). Um documento que prevê a instalação de um projeto de armazenamento de energia verde em larga escala - o primeiro do tipo no país e na América Latina. 
A estrutura deverá ter 120 metros de altura e, quando concluída, terá capacidade de armazenar aproximadamente 400 megawatts de energia, o que representa quase 10% da atual capacidade de produção de energia eólica do Estado.
Veja o passo a passo de como funcionará:
  • A energia elétrica - que a estrutura quer armazenar - é injetada em um motor;
  • Com uso de cabos de aço, esse motor levanta blocos de concreto que pesam de 30 a 35 toneladas;
  • Esses blocos são empilhados em uma torre de até 120 metros de altura, onde podem ficar por tempo indeterminado;
  • Para usar a energia armazenada (gravitacional) e jogá-la no sistema, os blocos começam a ser baixados da torre;
  • O cabo de aço, por sua vez, está ligado a um gerador de energia elétrica, no topo da torre. Conforme ele se movimenta, com o peso do bloco, o gerador volta a criar energia elétrica, que é jogada de volta à rede nacional de energia.
A tecnologia substitui baterias químicas, que não duram tanto tempo (35 anos) e podem gerar resíduos tóxicos para o meio ambiente.

Fonte: G1

Relacionadas: [1] [2]

Charada

Se ontem fosse amanhã, hoje seria sexta-feira. Que dia é hoje?

Resposta
Se hoje fosse sexta-feira, ontem seria quinta. Logo, se "ontem fosse amanhã" (daí já sei que amanhã é quinta), hoje é QUARTA-FEIRA.
http://www.somatematica.com.br/desafios/charada4.php

Cartum

27 setembro, 2021

Meritocracia para ricos - 2

O presidente de uma grande empresa está fazendo uma reunião com outros diretores e acionistas e manda a secretária chamar um dos funcionários, que mal entra na sala e o presidente já começa a falar: 
— Eu quero dizer que você tem demonstrado grande capacidade e competência no desempenho de suas funções. Você entrou aqui como estagiário e não faz nem um ano... 
O funcionário acenava afirmativamente com a cabeça, enquanto o todo poderoso continuava: 
— E tudo isso, apesar de sua pouca idade, pois sequer completou 18 anos e teve uma rápida ascensão. Apenas dois meses depois de chegar, você já foi promovido a supervisor! 
Meio encabulado, o funcionário sorria de sua história de sucesso, mas o patrão não parava: 
— Mais três meses e foi designado chefe de sua seção. Não demorou nem três meses e logo recebeu outra promoção: foi designado chefe do departamento. E hoje, depois de apenas dois meses, já é um de nossos diretores. O mais influente deles! 
Os outros diretores já estavam impacientes de ouvir tanta rasgação de seda, quando o presidente da empresa mandou o golpe final: 
— Como eu gosto de saber a opinião de nossos colaboradores, eu lhe pergunto: você está satisfeito conosco, com suas atividades, com suas promoções por merecimento e com o seu salário? 
— Estou sim, papai. 


Copos e xícaras feitos com resíduos de café

Estima-se que mais de 8 milhões de toneladas de resíduos plásticos cheguem aos mares do mundo a cada ano. Isso equivale a jogar um caminhão cheio de plástico no oceano a cada minuto, de acordo com o World Wide Fund for Nature.
O plástico é um dos principais poluidores dos ecossistemas. Esforços devem ser concentrados para reduzir o uso, substituindo-o por outras opções - - e que já existem. Uma delas foi criada por Julian Lechner, um jovem alemão.
Depois de anos de testes, Lechner conseguiu criar a Kaffeeform, uma xícara sustentável e resistente feita com resíduos de café. E o jovem também produz copos de outros tamanhos, até mesmo com tampas (que facilitam o transporte de líquidos).
Em tons escuros e com um leve aroma de café torrado, as xícaras e os copos são resistentes à temperatura, biodegradáveis ​​e acessíveis ao público, pois custam cerca de 12 euros (aproximadamente R$ 75).
Diga olá aos copos e xícaras feitos com resíduos de café e dê adeus ao plástico!
(compartilhado por José Tarcízio Diniz no Face)

Pensamento:
A vida é muito curta para tomar cafés ruins.

26 setembro, 2021

Na ordem certa

Velozes e Furiosos
1, 2, 4, 5, 6, 3, 7, 8 e 9

Guerra nas Estrelas
Ordem de lançamento: Episódios IV, V, VI, I, II, III, VII, Rogue One, VIII, Han Solo e IX.

Sim, os filmes de “Guerra nas Estrelas” foram lançados todos fora de ordem – no sentido cronológico. Afinal, George Lucas pretendia fazer apenas uma trilogia, mas o sucesso da franquia foi grande demais e o resto, bem, é história. Na ordem de lançamento original de "Star Wars", seguimos a história começando pelo Episódio IV e terminando com o Episódio IX. Assistir aos filmes nesta ordem possibilita ver a evolução dos efeitos visuais utilizados, mesmo que George Lucas tenha mexido, reeditado, remasterizado e acrescentado vários detalhes nos três primeiros filmes ao longo dos anos.
Fãs da série desenvolveram outras ordens que consideram "a melhor para ver os filmes" (sem spoilers), tais como a Ordem Ernst Rister, a Ordem Machete e a Nova Ordem Star Wars.

Windows
1, 2, 3, 95, 98, NT, 2000, XP, VISTA, 7, 8 e 10

Pequena serenata noturna

A peça "Eine Kleine Nachtmusik" de Mozart, de 1787, fica ainda mais encantadora quando executada em um banjo. Isso é o que o mestre guitarrista e banjista Luca Stricagnoli faz aqui. Ele está perfeitamente vestido para a ocasião inclusive com um palito na boca.



Chego a ouvir Wolfgang batendo palmas e dando risadas compulsivamente.

25 setembro, 2021

Cérebro de pombo

Se n pessoas estiverem em um elevador e n + 1 botões forem pressionados, haverá pelo menos um cérebro de pombo no elevador.
(Esta assertiva não vale quando o elevador é do tipo que requer senhas.)

O pombo espião:

Nem todo pombo é correio. Há o fotógrafo, o enxadrista, o surfista ...

Ímã de pombo:

Quem nasceu (o Google completa)

primeiro o ovo ou a galinha?
no Maranhão
para tostão nunca chega a vintém
para tatu vai morrer cavando
para ser otário
em setembro recebe o auxílio emergencial
periga morrer
em 1999 quantos anos tem?

É possível usar o mecanismo de preenchimento automático do Google com finalidade científica. Pesquisando com "Tenho X anos" (sendo X = 5, = 10, = 15.... até X = 100), fizemos o mais completo trabalho resumido sobre as preocupações do brasileiro segundo a idade. AQUI

24 setembro, 2021

Como controlar o vício do telefone celular - 3

Pinterest (salvo)
1 e 2 desta série

Melhores amigos

Daí é que o caráter moral de um homem eminente nas letras ou nas belas-artes é tratado, muitas vezes por contemporâneos, quase sempre pela posteridade, com extraordinária ternura. (…) Essas amizades não estão expostas a nenhum perigo com as ocorrências pelas quais outros vínculos são enfraquecidos ou dissolvidos. … Platão nunca fica mal-humorado. Cervantes nunca é petulante. Demóstenes nunca acontece fora da estação. Dante nunca fica muito tempo. Nenhuma diferença de opinião política pode alienar Cícero. Nenhuma heresia pode excitar o horror de Bossuet. Nada, então, pode ser mais natural do que uma pessoa dotada de sensibilidade e imaginação nutrir um sentimento respeitoso e afetuoso para com aqueles grandes homens com cujas mentes ele mantém a comunhão diária.
 Thomas Macaulay, Um Ensaio sobre Francis Bacon, 1837. Via Futility Closet

tsundoku 
n. a prática de adquirir materiais de leitura, mas deixá-los acumulando-se em casa sem lê-los.

23 setembro, 2021

Equinócios

Eduardo Bueno, em seu canal no YouTube, é de opinião que comemorar o Ano-novo em 1.º de janeiro é uma tremenda falcatrua. Deveria ser comemorado como era originalmente entre os egípcios, babilônios, maias, romanos etc. Em março, (que é) quando ocorre o equinócio da primavera.
Se o Ano-novo era comemorado no equinócio de março, significando a entrada da primavera no hemisfério norte, ou seja, a melhor época para os europeus e talvez vem daí (?) esta comemoração, vida nova, e tudo mais. Assim sendo, o nosso Ano-novo aqui no hemisfério sul não deveria ser em setembro (23/09), já que é a nossa primavera?
A refletir.

Equinócio é o momento em que o sol, em seu movimento anual aparente, corta o equador celeste, fazendo com que o dia e noite tenham a mesma duração. 21 de março: temos primavera no hemisfério norte e outono no hemisferio sul. 23 de setembro: temos outono no hemisfério norte e primavera ho hemisfério sul.

A eletrocussão de Topsy

Topsy (c. 1875 – 4 de janeiro de 1903) foi uma elefanta asiática de circo que foi morta eletrocutada, em um parque de diversões, em Coney Island, New York, em janeiro de 1903.
Nascida no sudoeste asiático por volta de 1875, Topsy foi secretamente levada aos Estados Unidos logo após, e adicionada à manada de elefantes que atuavam no circo Forepaugh, que fraudulentamente a anunciava como a primeira aliá nascida na América. Durante seus 25 anos no Forepaugh, Topsy ganhou a reputação de má elefanta e, após matar um espectador em 1902, foi vendida ao parque Sea Lion de Coney Island.
Quando o Sea Lion foi alugado no final da temporada de 1902 e reconstruído como parque Luna, Topsy foi envolvida em diversos incidentes bem divulgados, atribuídos às ações tanto de seu tratador bêbado como aos novos donos do parque ávidos por publicidade, Frederick Thopmson e Elmer Dundy.
Seus planos de final de ano de enforcar Topsy no parque em um espetáculo público cobrando entrada foram temporariamente impedidos pela American Society for the Prevention of Cruelty to Animals.
Em 4 de janeiro de 1903, em frente a uma pequena multidão de repórteres e convidados, Topsy foi alimentada com cenouras recheadas com cianureto de potássio, estrangulada e eletrocutada, sendo a eletrocussão de 6600 volts que a matou. Entre a imprensa naquele dia, estava a equipe de filmagem da Edison Manufacturing que registrou o evento. Parte do seu filme da eletrocussão foi lançado em cinescópios operados por moeda, sob o título "Electrocuting an Elephant".


A história de Topsy caiu na obscuridade pelos próximos 70 anos, mas se celebrizou na cultura popular, em parte devido ao fato de que o filme do evento ainda existe. Na cultura popular a morte de Topsy por Thompson e Dundy trocou de atribuição, que reivindica ter sido uma demonstração anticorrente alternada organizada por Thomas A. Edison durante a Guerra das Correntes.
Historiadores apontam que Edison nunca esteve no parque Luna e a eletrocussão de Topsy aconteceu dez anos após a Guerra das Correntes.

O enforcamento de Maria

22 setembro, 2021

Klimt, o artista ourives

Gustav Klimt (1862 - 1918) é um dos artistas mais renomados do século XX.
Para dar uma perspectiva de sua proeminência na cena artística atual, três das vinte pinturas mais caras já vendidas - Wasserschlangen II e os Retratos de Adele Bloch-Bauer I e II - foram pintadas pela mão deste grande artista austríaco.
Duas de suas obras mais famosas e que lhe renderam aclamação da crítica - o Retrato de Adele Bloch-Bauer I e O Beijo (abaixo) - pertencem à fase áurea (literalmente) do artista. Na verdade, o uso liberal de folha de ouro se tornou a assinatura de Klimt.


O Beijo. O uso do precioso metal nesta e em outras obras pelo artista não é coincidência, já que o jovem Gustav cresceu em uma família de ourives.

Gustav Klimt nasceu em 14 de julho de 1862, na vila de Baumgarten, hoje parte de Viena. Ele era o segundo dos sete filhos de Anna e Ernst Klimt. Seguindo os passos de seu pai, todos os três filhos Klimt eram talentosos artisticamente. Apesar das dificuldades financeiras da família, Gustav matriculou-se na Universidade de Artes Aplicadas de Viena em 1876.
Em 1898, ele pintou a primeira peça que definiria seu estilo, chamada Pallas Athena. Esta é uma representação impressionante de Atenas, a deusa grega da guerra e da sabedoria como uma figura poderosa e estoica embelezada em uma armadura de ouro.
A mudança do séculos 19 para o 20 foi uma época fascinante em Viena. Escritores, artistas, músicos, arquitetos, filósofos e cientistas como Sigmund Freund e Otto Wagner viveram todos juntos ao mesmo tempo, muitas vezes trabalhando nos mesmos espaços e visitando os mesmos cafés.
Quando a epidemia de gripe espanhola atingiu Viena em 1918, o gênial artista, então com apenas 55 anos, faleceu devido às complicações da doença e um derrame cerebral inesperado.
Gustav Klimt não deixou uma biografia ou diário para lembrá-lo, mas seu legado vive em suas pinturas. Como ele mesmo disse:
"Nunca pintei um autorretrato. Estou menos interessado em mim mesmo como tema de uma pintura do que em outras pessoas, acima de tudo, as mulheres ... Não há nada de especial sobre mim. Eu sou um pintor que pinta dia após dia, da manhã à noite ... Quem quiser saber algo sobre mim ... deve olhar atentamente os meus quadros."
Extraído de: TudoPorEmail

Os ritos da primavera

por Millôr Fernandes, in: "Fábulas Fabulosas"

Pois é, vou aproveitar que as folhas das árvores estão voltando e que o meu telhado voou com a última ventania, pra Ihes contar que Prosérpina(1) foi sequestrada por Plutão.
Sequestrada, ela, que não estava acostumada a isso, berrou: "Você vai me pagar, seu bruto!", ao que Plutão pensou lá com seus tridentes que quem ia pagar era ela, e em espécie.
Chegando às Regiões Infernais, underground onde habitava, Plutão ofereceu a Prosérpina ouro, incenso e mirra e muito sexo, mas ela só aceitou mesmo este último com papel passado, primeiro porque toda mulher é chegada a um bom casamento, e segundo porque assim ela podia xingar o canalha com mais autoridade.
Enquanto isso, a mãe – dela - largava de mão a agricultura olímpica(2) e ia se queixar a Júpiter que, na época, sozinho, resolvia, como um delfim, todos os problemas nas altas paragens.
Júpiter, que estava com pressa porque tinha um entrevero libidinoso com Danae e ainda ia se transformar em chuva de ouro, disse que aquilo era um caso entre homem e mulher(3) e devia ser resolvido como tal.(4) Mas Ceres retrucou que, sendo assim, abandonava definitivamente a cornucópia de abacaxi, soja, milho, trigo, frutas em geral.(5) Diante da ameaça desse boicote, Júpiter chamou Mercúrio, seu filho com Maia, e disse:
"Meu filho, resolve essa parada aí enquanto eu vou botar minha pele de touro, pois tenho um compromisso sexual com Europa daqui a meia hora."(6) No entrementes, Plutão, já por aqui com sua mulher, Prosérpina, resolveu devolvê-la à superfície, mas a lei jupiteriana não permitia que ninguém mais subisse depois de ter ingerido qualquer coisa lá embaixo, e Prosérpina tinha tomado umas e outras.
Só depois de muitas e muitas conversações as forças de baixo e do alto chegaram a um denominador comum: Prosérpina ficava seis meses no submundo e seis cá em cima, período em que Ceres concordava em abrir sua horta à floração e frutificação incentivadas. Essa combinação entre os Altos Poderes trazia anualmente seis meses de frio horrível e conseqüente falta de produtos hortigranjeiros, ocasião em que o povo morria como mosca subalimentada.(7)
Foi sempre assim que se criou o frio, a fome e a beleza da primavera. Sempre que Prosérpina volta à superfície, está tudo esgalhado e seco, mas a mãe, Ceres, fica tão contente que sai pulando pelos prados, dando ordens a torto e a direito: "Brota, violeta!" "Abre, girassol!", "Flora, margarida!", "Arroxeia, quaresmeira!" É por isso que a primavera é linda e todo mundo adora a primavera. Exceto, é claro, as flores!

MORAL: NEM TUDO É MEL NO REINO DAS ABELHAS.

1. Também chamada Perefata -a que dá frutos -, filha de Júpiter com Ceres, que Júpiter seduziu disfarçado de chama. Prosérpina era tão bonita que o próprio pai tentou faturá-Ia fingindo-se de serpente.
2. Deixando cair a produção agrícola e desequilibrando o PNB da Hélade.
3. Já raro, então.
4. Por exemplo?
5. Mas não abandonou. Nunca abandonam.
6. Júpiter também seduziu Antíope, disfarçado de sátiro; Leda, fazendo-se de cisne, e até- epa! -disfarçou-se como Diana para fornicar com Calisto. Um senhor travesti!
7. Mas também nenhum governo pode resolver tudo ao mesmo tempo, não é mesmo?

Millôr Online, UOL (http://www2.uol.com.br/millor/fabulas/056.htm)

21 setembro, 2021

Voos em formação "V"

Já notou que, quando os gansos voam em formação "V", um lado é sempre mais longo do que o outro?

Explicação: é porque há mais gansos naquele lado.

A mesma coisa acontece com os ticks.

O que são os ticks, onde vivem e o que eles comem?

A porra da árvore

William Blake:
"Como um homem é, então ele vê a porra da árvore."
Perdão, leitores.
Parece que um ser malévolo (JMB) se interpôs neste tweet.
@EntreMentes

A porra da árvore, por Ruy Castro
(publicado na Folha de SP em 04/10/2019)
Nesta terça-feira (1º), numa tentativa de elevar sua estatura como estadista, o presidente Bolsonaro subiu numa cadeira e discursou para um grupo de garimpeiros na entrada do Palácio do Planalto. Segundo ele, a campanha estrangeira em defesa da floresta amazônica não quer saber da preservação ambiental ou da proteção aos índios. E, de acordo com sua ideia do nível de sofisticação de sua plateia, declarou: “O interesse na Amazônia não é no índio, nem na porra da árvore. É no minério!”.
A maneira de Bolsonaro se referir à árvore é injusta. A árvore não é uma porra. É verdade que contém uma seiva que, à visão desarmada, pode ser confundida com o esperma –ambos são espessos, aderentes e viscosos. Mas a semelhança acaba aí, e Bolsonaro, matuto de origem, sabe disso. Seu uso de “porra”, portanto, só pode ter se dado na forma chula, significando, segundo o Aurélio, “enfado, impaciência, desagrado”. É o que as árvores lhe provocam, donde estar dedicando seu mandato a transformar o Brasil num pasto ou numa Serra Pelada sem volta. Deve isso aos patronos da sua candidatura.
O jovem Bolsonaro certamente se aplicava em chutar árvores, desfolhar galhos ou urinar em canteiros. Mas, se cursou a escola fundamental, talvez tenha aprendido que o Brasil nasceu de uma árvore: o pau-brasil, cujo ciclo econômico durou pouco, pela exploração irresponsável que o levou à quase extinção. Bolsonaro não gosta dos índios, mas sua mentalidade tem algo em comum com a deles –também é extrativista.
Quanto à porra, expressão que usou para desmerecer a árvore, é bom lembrar que, na origem, Bolsonaro também já foi uma. Pelo menos, foi chapinhando nela que se cruzaram os genes que o formaram. Em respeito ao leitor, vou me abster de entrar em detalhes.
Basta dizer que, embora talvez Bolsonaro não acredite, o processo de sua fecundação foi o mesmo que gerou o cacique Raoni.
Via

20 setembro, 2021

Os dias da semana em português

Na maioria dos idiomas, os nomes dos dias da semana se originam dos nomes de astros (Sol, Lua) ou de deuses pagãos (Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus, Saturno).
No português esse fenômeno não aconteceu. 
É que, no século VI, São Martinho (520 - 579), bispo de Braga, Portugal, entendeu que seria uma blasfêmia chamar os dias da semana por nomes pagãos. Ele propôs que, durante a Semana Santa – que era então totalmente consagrada aos cultos e às orações –, fossem os dias chamados "ferias" (dias livres) e ordenados numericamente, conforme a liturgia católica (de segunda a sexta).
O nome domingo veio do latim Dies Domini (Dia do Senhor) e o sábado, do hebraico Shabbat, o dia de descanso do povo judeu.
Como o domingo é o primeiro dia da semana, o dia seguinte passou a ser chamado "segunda feria", ou seja, "segundo dia de folga da semana", e assim por diante. Aí está a primeira referência escrita que se conhece de "segunda feria".

(Igreja de São Vicente, Braga. Ano: 618)

Com o passar do tempo, essa denominação passou a ser usada o ano todo, não apenas durante a Semana Santa, e a palavra "feria" acabou sendo transformada em "feira".
Fonte: http://pt.quora.com/Por-que-no-Brasil-a-maioria-dos-dias-da-semana-terminam-com-feira

Em suas instruções, Martinho se opôs ao costume astrológico de nomear os dias da semana. Devido a sua influência, apenas o português e o galego (que, à época, eram uma única língua), entre as línguas românicas, assumiram para os dias da semana os nomes dos números e da liturgia católica, e não das divindades pagãs. O galego em grande parte retornou à nomenclatura anterior. WIKI

Dom Quixote no século 20

Coloridos com cromolitografia, os cartões postais do cartunista espanhol Pedro de Rojas reinventam as aventuras de Dom Quixote e Sancho Pança no século XX. Neste aqui, vemos o Cavaleiro da Triste Figura lutando com o que parece ser um guarda-florestal (a legenda o identifica como o El Caballero del Bosque).


A série de cartões postais segue de perto as aventuras do Quixote de Cervantes, começando com o cavaleiro lendo muitos livros de cavalaria em seu escritório e prosseguindo em suas muitas aventuras até a morte. Na verdade, a série faz parte de uma longa tradição de ilustrar as façanhas do infeliz cavaleiro - veja o ensaio "Retratando Dom Quixote", de Rachel Schmidt, para mais informações sobre a iconografia do livro ao longo dos séculos.
Não sabemos muito sobre Rojas (e estaríamos curiosos para saber mais, se alguém por aí souber). Nasceu em Sevilha em 1873, aos 20 anos começou a trabalhar para vários jornais madrilenos antes de se mudar para Cuba em 1903 e, posteriormente, para Buenos Aires, onde faleceu em 4 de setembro de 1947.

Public Domain Review

19 setembro, 2021

Pesquisa do Oprimido

(19/09/2021, no gov/br/mec)
O que você procura?
Paulo Freire
O que você encontra: Três(3) notícias citando pessoas com o sobrenome Freire.
Hoje é o centenário de nascimento do Patrono da Educação no Brasil.
E o Google o homenageia para o mundo.

Pedagogia
Em ato liminar, a Justiça proibiu o Governo Federal de atentar contra a dignidade de Paulo Freire.
Sabem como é, o PR já o chamou de "energúmeno", um dos filhos o acusou de produzir "uma educação de péssima qualidade", e o guru dos dois, em seu solilóquio sobre o que Paulo Freire fez, fechou a questão para a zumbilândia: "Porra nenhuma. Não alfabetizou nem o Lula".
A multa foi fixada em 50 mil.

A lenda de Laika

Laika foi, notoriamente, a cadela espacial soviética que, em 1957, se tornou o 1.º terráqueo a ir ao espaço. Este curta de animação de Avgousta Zourelidi é uma imagem de sua jornada.
Depois de ser lançada no espaço, Laika relembra seus últimos três anos, desde o momento em que foi arrancada das ruas de Moscou até seu treinamento na Cidade do Espaço, onde foi escolhida entre dois outros cães para a missão.
Se você conhece a história real, sabe que Laika não teve um final feliz. No entanto, Zourelidi consegue um para ela. Para as milhares de pessoas que olham para as estrelas por todo o futuro (eu inclusive), Laika tem um lugar especial em nossos corações. Isso acrescenta ternura à sua lenda.



Devido à questão ofuscante da corrida espacial soviética vs. norte-americana, as questões éticas levantadas por esse experimento permaneceram sem solução por algum tempo. Como mostram os recortes de jornais de 1957, a imprensa se concentrou inicialmente em relatar a perspectiva política, enquanto a saúde e a recuperação - ou a falta dela - de Laika só se tornaram um problema mais tarde.
O Sputnik 2 não foi projetado para ser recuperado e sempre foi aceito que Laika morreria. A missão gerou um debate em todo o mundo sobre os maus - tratos a animais em animais em geral para o avanço da ciência. No Reino Unido, a National Canine Defense League pediu a todos os donos de cães que observassem um minuto de silêncio, enquanto a Royal Society for the Prevention of Cruelty to Animals  recebeu protestos antes mesmo de a Rádio Moscou terminar de anunciar o lançamento. Na época, grupos de direitos dos animais convocaram o público a protestar nas embaixadas soviéticas. Outros manifestaram-se do lado de fora das Nações Unidas em NY. Esses protestos foram amplamente estimulados e instrumentalizados como uma luta ideológica por vários grupos de interesse. WIKI

18 setembro, 2021

Cebola cortada - 3

Tradução: PGCS

(snif) A cebola não é intrinsecamente má.

1 e 2 da série

O piloto Bernert

Fritz Otto Bernert foi um piloto alemão que combateu e se tornou conhecido durante a I Guerra Mundial.
Nascido em Ratibor, na Alta Silésia, em 6 de março de 1893, ele estava servindo no 173º Regimento de Infantaria, quando a guerra eclodiu em agosto de 1914. Tendo recebido lesões em combate, em novembro e dezembro de 1914 – esta última uma ferida de baioneta que cortou um nervo do braço esquerdo, tornando-o funcionalmente inútil – Bernert foi dispensado do serviço na infantaria, após um período de hospitalização.
Destemido, ele pediu remoção para a Força Aérea, onde graduou-se seis meses após como observador aéreo – para realizar missões de reconhecimento. No verão de 1915, disfarçando a extensão do comprometimento funcional do braço esquerdo, ele recebeu treinamento para se tornar um piloto de combate.
No ano seguinte, Bernert iniciava uma carreira de às da aviação militar com 27 vitórias aéreas. Sua maior façanha se deu em 24 de abril de 1917, quando, no exíguo tempo de 30 minutos, ele abateu cinco aeronaves britânicas.
Em agosto de 1917, como resultado de outra lesão adquirida em combate, que o manteve internado por três meses, sua carreira aérea foi dada como terminada.
Ele morreu em sua cidade natal, a 18 de outubro de 1918, vitimado pela pandemia de gripe espanhola que varreu o mundo.

Fontes
http://www.firstworldwar.com/bio/bernert.htm
http://www.theaerodrome.com/aces/germany/bernert.php
http://www.frontflieger.de/3berot0t.html

17 setembro, 2021

O criador do romance geográfico

Júlio Verne (1828-1905), um dos romancistas mais imaginativos e populares. Espírito extraordinariamente curioso, foi um grande leitor. Nutria sua cultura nas enciclopédias e nos periódicos que lia sistematicamente todos os dias. Soube como ninguém revelar os sonhos da sua época, expondo as visões de um novo mundo.
Suas especulações baseavam-se numa documentação científica impressionante que acumulava antes de iniciar os seus romances. A essas pesquisas se associava uma imaginação literária e poética de grande sensibilidade político-social que valorizava a importância da ciência e da tecnologia.
Como disse o filósofo e escritor Michel Serres: "Desde a morte de Verne falta um escritor que dê à ciência o valor que ela merece". Até hoje, o próprio nome Júlio Verne evoca as imagens de um mundo onde o cientista era uma mente preocupada em preservar um futuro feliz e justo para a humanidade.
(...) Essa profunda admiração pela extraordinária megabiodiversidade é talvez um dos pontos mais objetivos da obra de Verne.
A própria obra de Júlio Verne, em virtude da sua preocupação com a geografia (não se deve esquecer que Verne foi membro da Société de Géographie de Paris), a razão pela qual Júlio Verne é considerado o criador do romance geográfico.
RRF Mourão
Arquivo
http://blogdopg.blogspot.com/2018/10/os-primeiros-teoricos-do-voo-espacial.html
http://blogdopg.blogspot.com/2008/06/o-farol.html
http://blogdopg.blogspot.com/2019/02/viagem-lua.html
http://blogdopg.blogspot.com/2014/01/unioes-perfeitas-2.html
http://2.º post 29/04/2021

Inspiration4

A SpaceX, empresa criada pelo bilionário Elon Musk, iniciou ontem à noite (15) seu primeiro voo comercial ao espaço. Intitulada Inspiration4, a missão representa um marco histórico das empreitadas do tipo, já que será a primeira a orbitar a Terra com tripulantes não astronautas. O projeto de Musk também deixa mais acirrada a corrida por oportunidades ligadas ao turismo além Terra, área que conta com outros concorrentes de peso, como os também empresários Richard Branson e Jeff Bezos, que fizeram rápidas "visitas" ao espaço em julho, nas naves Virgin Galactic e Blue Origin.

A Inspiration4 (estilizada como INSPIRATI④N) é a primeira missão totalmente privada a alcançar a órbita da Terra. Outros civis a realizarem este feito, como os bilionários Richard Gariott, Dennis Tito e Mark Shuttleworth, entre outros, fizeram isso como parte de missões de agências espaciais governamentais como a russa Roscosmos.

Outras missões espaciais recentes, como as dos bilionários Richard Branson e Jeff Bezos, foram suborbitais: sem velocidade suficiente para entrar em órbita, as espaçonaves adotaram uma trajetória balística, subindo até uma altitude máxima entre 82 km (Branson) e 107 km (Bezos), retornando à Terra logo em seguida. Por isso ambos os voos tiveram curta duração, cerca de 10 minutos.

Já a Inspiration4 irá muito mais longe: 575 km, além da altitude da Estação Espacial Internacional (420 km) e do Telescópio Espacial Hubble (540 km). Também terá duração muito maior, três dias, embora a espaçonave seja capaz de operar por até cinco dias. Durante este tempo, os tripulantes irão circular o planeta a mais de 28 mil quilômetros por hora, e verão o Sol nascer e se pôr 15 vezes ao longo de cada dia.

Se tudo correr como programado, a Inspiration4 terminará com o pouso da espaçonave Crew Dragon Resilience no Oceano Atlântico no próximo domingo (19), onde será recolhida pelo navio GO Navigator.

16 setembro, 2021

O efeito Mona Lisa

Na ciência, o efeito Mona Lisa se refere à impressão de que o olhar de uma pessoa retratada parece seguir o observador, conforme ele se desloque na frente da imagem. Dois pesquisadores do Cluster of Excellence Cognitive Interaction Technology (CITEC), da Universidade de Bielefeld, demonstraram que, embora o efeito Mona Lisa exista, ele não ocorre com a mundialmente famosa pintura de Leonardo da Vinci.
Esta conclusão resultou de um estudo realizado por Gernot Horstmann e Sebastian Loth (foto) sobre o  propalado olhar direcional de La Gioconda. Os testes observacionais foram aplicados em 24 participantes, que compareceram a três repetições de cada combinação de zoom e deslocamento lateral (randomizados) para cada distância tela-régua, sendo os resultados publicados no i-Perception. Com base nisso, a Mona Lisa não se qualificou para o seu próprio efeito.


"Não há dúvida sobre a existência do efeito Mona Lisa, mas ele simplesmente não ocorre com a própria Mona Lisa."

Num comunicado à imprensa, Horstmann disse que o termo efeito Mona Lisa é "nada mais que um nome equivocado". Em sua avaliação, as pessoas devem ficar atentas para suas próprias tendências narcisistas, caso sintam que os olhos da Mona Lisa as seguem. "Isso ilustra o forte desejo de ser percebido e de ser o centro da atenção de outra pessoa, mesmo que você não conheça essa pessoa", concluiu Hortmann.

Um filósofo vê os danos da predação

No céu, há estrelas vulgas
-----e há estrelas seletas. Só:::
-----o noitibó é um pássaro só
---------------é um pio só.
---------------(enquanto)
O coelho, hó, hó
-----encontra festiva acolhida
------------------------------na toca da raposa.
Existe a vida? Ou existe apenas o frêmito da vida?

(Micropoemas do infortúnio - 10, Paulo Gurgel)

Este artigo parece ter o objetivo de levantar questões. Provavelmente sim:
"Painlessly Killing Predators" (Predadores matando sem dor), Ben Bramble. Journal of Applied Philosophy, epub 2020
O autor explica:
"Os animais sofrem danos não apenas em cativeiro humano, mas também na natureza. Alguns destes últimos danos são causados por humanos, mas muitos deles não o são. Considere, por exemplo, os danos da predação, isto é, ser caçado, morto e comido por outros animais. Devemos intervir na natureza para prevenir esses danos? Neste artigo, considero duas maneiras possíveis de fazermos isso: (1) herbivorizando predadores (ou seja, modificando-os geneticamente para que seus descendentes gradualmente evoluam para herbívoros) e (2) matando predadores sem dor. Eu argumento que, entre essas opções, matar predadores sem dor seria preferível a herbivorizá-los. Em seguida, argumento que matar predadores sem dor, apesar de seus custos para os predadores, pode, em certas circunstâncias, ser justificável."
Talvez a frase mais bem escrita em todo o artigo seja:
"Suponha que o que eu disse até agora esteja certo."
Improbable Research

15 setembro, 2021

Nada que fazer

Uma águia estava no alto de uma árvore.
Um coelho viu a águia e perguntou: "Posso sentar aqui embaixo? Assim feito você que não está fazendo nada?"
A águia respondeu: "Claro, por que não?"
Então, o coelho sentou no chão abaixo da águia e ficou descansando. De repente, uma raposa apareceu, pulou no coelho e comeu.
Moral da história:
Para estar sentado e sem nada que fazer, você deve estar sentado alto, muito alto.

Nada a fazer
Nada para fazer

Vídeo: 🦅 agarra 🦊 que pegou 🐇


"A águia só queria um negócio 2 em 1."

O quarto personagem (atualização)

O pessimista vê o copo meio vazio.

O otimista vê o copo meio cheio.

O realista diz que é vodca.

O oportunista bebe.

--------------------------------------------------

O pessimista queixa-se do vento.

O otimista espera que o vento mude.

O realista ajusta as velas.

O superrealista rema.

---------------------------------------------------

O pessimista vê o túnel (escuro).

O otimista vê a luz no fim do túnel.

O realista vê o trem vindo em alta velocidade.

O maquinista vê três palermas no meio dos trilhos.

14 setembro, 2021

Terraformação

É a denominação dada ao processo, até agora hipotético, de modificação de um corpo celeste sólido (como um planeta ou um satélite natural) até deixá-lo em condições adequadas para suportar um ecossistema com seres vivos da Terra.

Asteroide B642: onde a transformação avançou mais.


Ou vai ou racha
Defende o bilionário Elon Musk que é preciso desde já iniciarmos o aquecimento global (controlado) de Marte, por meio da detonação de umas tantas ogivas nucleares nos polos do planeta vermelho. Só assim teremos um local ameno para habitar quando o aquecimento global da Terra estiver de rachar a moleira.

As abelhas são mais espertas

Não perdem tempo explicando às moscas


que o primeiro é melhor do que o segundo.

13 setembro, 2021

Fobia e impulso contrafóbico

David Dorenbaum
Quando nos deparamos com temores lógicos e razoáveis, mas desmesurados, nossos medos, graças à ansiedade, correm o risco de se transformarem em fobias. Conscientemente, queremos evitá-los, entretanto, como observou Sigmund Freud, junto com a fobia frequentemente existe um impulso contrafóbico, que abriga um desejo inconsciente de confrontar e dominar o que se teme, em lugar de fugir daquilo. Ou seja, estamos em conflito sobre o que tememos.
Um caso pertinente é o do engenheiro Gustave Eiffel, que sofria de acrofobia. Ele imaginou e desenhou estruturas de considerável altura, como a Estátua da Liberdade.


Lá do alto, a Torre Eiffel, seu mais conhecido projeto, oferece uma das vistas mais prodigiosas de Paris. Eiffel desafiou a gravidade — e seus medos — ao modificar o projeto original para que pudesse suportar fortes ventos. Seriam então suas obras uma espécie de mecanismo compensatório mediante o qual ele tratou de lutar contra sua própria fobia de altura?
O escritor Fernando Savater, em um ensaio intitulado "Qué significa temblar" ("O que significa tremer", incluído no volume "La infancia recuperada") — no qual descreve sua predileção pelos contos de terror —, detalha que "de tanto conviver com esse espectro cheguei a me afeiçoar a ele".

Trajetos desejáveis

"Andar é tanto um modo de estar no mundo como de fazê-lo."
[uma passagem do livro "Wanderlust", de Rebecca Solnit, sobre a história do caminhar]

Você precisa de um caminho mais curto — para o ponto de ônibus, o escritório ou a lojinha da esquina — mas não existe uma trajetória planejada. Antes de você, outros desconhecidos já amaciaram a grama ou cortaram uma linha que atravessa a sebe. "Por que não?", você pensa.
Essa é a lógica dos "desire paths" [trajetos desejáveis], descritos por Robert Macfarlane como "trajetos e trilhas feitos ao logo do tempo pelos pés e desejos dos pedestres, especialmente aqueles que vão ao contrário do projeto ou planejamento". 
Macfarlane gosta de chamá-los de "vias do livre-arbítrio", mas a New Yorker oferece vários outros nomes: "cow paths" [trajetos da vaca], "pirate paths" [caminhos piratas], "social trails" [trilhas sociais], "chemins de l’âne" [caminhos dos asnos, em francês] e "Olifantenpad" [rastros de elefantes, em alemão]. J.M. Barrie os descreve como os “caminhos que se fazem por si mesmos".
O Reddit abriga threads sobre eles, com dezenas de milhares de seguidores, que se deliciam com os mais misteriosos ou ilógicos atalhos. Eles podem se formar em qualquer lugar: de cantos aparentemente esquecidos da cidade às sedes de governos nacionais, como aconteceu ao redor do Congresso Nacional do Brasil [foto]. Alguns são tão bem-estabelecidos que são visíveis no Google Maps.


Usar esse tipo de evidência para fazer o planejamento urbano não é inédito. Muitos campi universitários esperam para ver por onde seus professores e alunos andam antes de começar a aplicar o pavimento. Um deles é a Michigan State University, cujo campus parece uma agradável Tela Mágica quando visto de cima. Nos anos 1990, o arquiteto holandês Rem Koolhas criou um dos exemplos mais conhecidos quando deixou que as pegadas dos estudantes influenciasse seus planos para o Illinois Institute of Technology.

Extraído de: Atalhos: as trilhas ilícitas que desafiam os planejadores urbanos, por Ellie Bramley, no Guardian (outubro/2018). Tradução de Renato Pincelli, no Medium

12 setembro, 2021

O Livro do Terror

Existiu no Brasil uma Lei em que a regra principal como punição a um condenado era a morte. O Legislador finalizava a descrição da maioria dos comportamentos incriminados com a expressão "Morra por Ello", ou morra por isso. Trata-se aqui da cruel, perversa e arbitrária Libris Terribilis.
A Libris Terribilis fora uma Lei prevista no Livro V das Ordenações Filipinas. Estas por sua vez foram um conjunto de Leis sancionado pelo Rei português Filipe I em 1595 e posto em prática em 1603.
O Livro V das Ordenações Filipinas (Libris Terribilis), que previa a Parte Penal, teve uma grande longevidade em nossas terras, quebrando recordes, eis que vigorou por mais de 200 anos, chegando a se estender até 1830, quando da promulgação do Código Criminal do Império.
As condenações históricas ocorridas durante a vigência da Libris Terribilis foram verdadeiras séries de terror. As atrocidades, torturas e o modo como eram realizadas as execuções do condenado ultrapassavam o conceito real do que seja barbárie. [...]
Dentre as penas previstas no "Livro do Terror" estava:
k) capela de chifres na cabeça - essa pena era aplicada aos maridos condescendentes (traídos por suas mulheres), na qual eram submetidos a andarem com uma grinalda com chifres em suas cabeças até segunda ordem do magistrado. As mulheres adúlteras também eram punidas, mas com a morte;
Fonte:http://beatricee.jusbrasil.com.br/artigos/111691326

Canção da Partida

Se os livros de Jorge Amado abriram um novo mundo para os leitores soviéticos, uma obscura adaptação de "Capitães da Areia" se encarregou de fixar o encanto da Bahia no imaginário de muitos soviéticos. O filme americano "The Sandpit Generals" (nome que, traduzido ao pé da letra, seria "Generais do Areal"), dirigido por Hal Bartlett e finalizado em 1971, levou pela primeira vez ao país, imagem, movimento, cores e som a uma história do autor baiano.
Segundo Joselia Aguiar, quando autorizou a adaptação de seu livro, Jorge Amado indicou seu grande amigo Dorival Caymmi para compor a trilha sonora. A música (aparecem também trechos de "Dora" e "É Doce Morrer no Mar", composta por Caymmi e Jorge Amado) é um elemento crucial no encanto do filme, em particular a canção-tema, "Canção da Partida".
"Minha jangada vai sair pro mar
Vou trabalhar, meu bem-querer
Se Deus quiser, quando eu voltar do mar
Um peixe bom eu vou trazer
Meus companheiros também vão voltar
E a Deus do céu vamos agradecer."

"Canção da Partida" ficou ainda mais conhecida quando ganhou uma letra em russo — feita ainda nos anos 1970 pelo poeta e músico Iúri Tseitlin —, a qual mais parece um manifesto dos garotos de rua de "Capitães da Areia". Ou seja, a letra da música embora sem traduzir os versos originais, transformou-se numa espécie de hino de uma geração de jovens na URSS.
"Minha vida se iniciou nos cortiços da cidade
E não escutei palavras amáveis
Quando vocês faziam carinho em seus filhos
Eu pedia comida e passava frio
Ao me ver, não escondam o olhar
Já que não tenho culpa de nada, nada."
Quanto ao longa-metragem, foi inteiramente filmado em Salvador e arredores em 1969 e estrelado por jovens atores americanos e brasileiros (Guilherme Lamounier, Eliana Pittman). Caymmi, inclusive, fez uma participação menor no filme, interpretando o pescador João Adão, amigo de Pedro Bala, o líder dos meninos.
O longa chegou aos cinemas soviéticos em 1973, antes do livro ser lançado no país. Ou seja, o público estava conhecendo pelo filme, e não pelo livro, a história de Pedro Bala e sua turma de crianças e adolescentes vivendo nas ruas de Salvador dos anos 1930.
Há estimativas de que esse filme, um fracasso nos EUA e proibido no Brasil pelo regime militar, foi assistido por cerca de 43 milhões de pessoas na União Soviética.
As ruas deles, que são as áreas comuns dos prédios, não são como as nossas, cercadas. O prédio é só um bloco com uma porta. O resto é rua. Essas áreas comuns, que não tem carros passando, eles chamam de pátios. E uma pessoa que falou do fenômeno de Capitães da Areia nos pátios russos, num de seus livros biográfico,foi ninguém menos que o presidente, Vladimir Putin:
"Nos primeiros anos de escola, não me aceitaram entre os 'pioneiros' (um movimento semelhante aos escoteiros, mas que seguia a ideologia soviética). Afinal, criei-me no pátio, onde a autoafirmação de uma criança se manifesta de maneira totalmente diversa. Viver no pátio e criar-se nele é equivalente a viver numa selva. É muito parecido. No pátio, a vida é livre. A vida na rua é, em si mesma, muito livre. Exatamente como no filme 'Capitães da Areia'. Para a gente era o mesmo. A diferença estava talvez apenas nas condições climáticas. Em 'Capitães...' era mais quente. E lá a garotada se reunia na praia. Mas de resto, o que acontecia com eles e a gente era absolutamente a mesma coisa."
No YouTube há inúmeros clipes de cantores/as ou instrumentistas russos tocando ou cantando a música.



Como Jorge Amado e Dorival Caymmi marcaram uma geração na URSS, BBC
Dorival Caymmi - Cancioneiro da Bahia. Círculo do Livro SA
http://youtu.be/OyuiHfQNu-I (vídeo 1)
http://youtu.be/TIWifeXZI-s (vídeo 2)

11 setembro, 2021

A vantagem da solidão

De acordo com o cronista e compositor Antonio Maria:
"A única vantagem da solidão é... poder entrar no banheiro e deixar a porta aberta."
O autor de "Benditas sejam as moças" legou-nos também a matriz destes versos:
"Ninguém me ama
Ninguém me quer
Ninguém me chama
De Baudelaire."
Foto: Maria e seu quarto de hotel, 1959

Arboescultura


Na década de 1940, o arboescultor Axel Erlandson plantou seis sicômoros (*) em círculo e fez enxertias entre eles, de modo a crescerem formando uma unidade "tecida", digamos assim.
Agora é a peça central dos Jardins Gilroy da Califórnia.

(*) sicômoro ou figueira brava (Ficus sycomorus), uma espécie de figueira de raízes profundas e ramos fortes, que produz figos de qualidade inferior, cultivada há milênios no Oriente Médio e em partes da África


Lucas 19
… 3buscava ver quem era Jesus; todavia, sendo ele de pequena estatura, não o conseguia, devido à afluência do povo. 4Por esse motivo, correu adiante da multidão e subiu em uma figueira brava para observá-lo, pois Jesus ia passar por ali. 5Quando Jesus chegou àquele local, olhou para cima e o chamou: “Zaqueu! Desce depressa, pois preciso ficar hoje em tua casa”. …

10 setembro, 2021

Marco histórico

Esta casa em estilo chalé fica na rua Mercer 112, em Princeton, New Jersey. 
Embora não apresente nenhum marcador externo de sua importância, é um National Historic Landmark (Marco Histórico Nacional) dos Estados Unidos.
Foi o lar de três ganhadores do Nobel: Albert Einstein, que viveu lá de 1935 a 1955; o físico Frank Wilczek, entre 1989 e 2001; e o economista Eric Maskin, até 2012.
Via FC

Antropometria. O sistema Bertillon

Alphonse Bertillon (23 de abril de 1853 -13 de fevereiro de 1914, aos 60 anos), criminologista francês.
A partir de 1880, Bertillon foi chefe de identificação criminal da polícia de Paris. Ele desenvolveu um sistema antropométrico de identificação, conhecido como sistema Bertillon, que passou a ser amplamente utilizado na França e em outros países. O sistema registrava características físicas (cor dos olhos, cicatrizes, deformidades etc.) e medidas especificadas (altura, alcance da ponta dos dedos, comprimento e largura da cabeça, orelha, pé, braço e comprimento dos dedos etc.). Estas eram registradas em cartões e classificadas de acordo com o comprimento da cabeça.
Após duas décadas de utilização pela polícia francesa, o sistema de Bertillon foi substituído pelo uso das impressões digitais, porque suas medições eram difíceis de fazer com exatidão e uniformidade, além disso podiam mudar posteriormente devido ao crescimento ou intervenções cirúrgicas.
Na cultura popular
Bertillon é referenciado em uma história de Sherlock Holmes, "O cão dos Baskervilles", na qual um dos clientes de Holmes se refere a Holmes como o "segundo maior especialista na Europa" depois de Bertillon. Além disso, em "Tratado Naval", falando do sistema de medidas de Bertillon,"[Holmes] ... expressou sua admiração entusiástica pelo sábio francês". Na história de Arsène Lupin, "A fuga de Arsène Lupin", de Maurice Leblanc , Lupin escapa explorando as mesmas falhas na antropometria que levaram a seu desuso.
O caso Dreyfus
Bertillon foi testemunha de acusação no caso Dreyfus em 1894 e novamente em 1899. Ele testemunhou como especialista em caligrafia e afirmou que Alfred Dreyfus havia escrito o documento incriminador (conhecido como "bordereau"). No entanto, ele não era um especialista em caligrafia, e sua evidência complicada e falha foi um fator significativo que contribuiu para um dos erros mais infames da justiça - a condenação do inocente Dreyfus à prisão perpétua na Ilha do Diabo.

09 setembro, 2021

O livro mais não lido

Em uma postagem de blog de 2014 para o Wall Street Journal, o matemático Jordan Ellenberg examinou a distribuição de passagens destacadas nos livros da Amazon Kindle como uma medida não científica de quão longe o leitor médio avança em cada título antes de desistir. Se os "destaques populares" estivessem densamente agrupados perto do início de um livro, isso seria (indiscutivelmente) um sinal de que muitos leitores abandonaram o livro antes de ler muito mais.
Ellenberg chamou a medida de Índice Hawking, em homenagem ao físico Stephen Hawking, de "A Brief History of Time" (Uma Breve História do Tempo), que é frequentemente chamado de "o livro mais não lido de todos os tempos", o qual, em sua pequena lista, alcançou apenas o quarto lugar. (*)
"Portanto, acalme-se, leitor, se não terminou de ler aquele livro incrível que você escolheu para as férias", escreveu ele. "Você está longe de estar sozinho."

(*) A lista foi constituída por 11 livros. Os resultados variaram de 1,9 por cento, para "Hard Choices", de Hillary Clinton, a 98,5 por cento, para "The Goldfinch", de Donna Tartt. O Índice Hawking de Hawking foi 6,6 por cento.

Luzes do terremoto

Um terremoto de magnitude 7,1 sacudiu a Cidade do México e regiões vizinhas, deixando pelo menos uma pessoa morta além de produzir danos materiais. O terremoto ocorreu à 1h47 GMT da quarta-feira, 8, e teve seu epicentro 11 km a sudeste de Acapulco, em Guerrero, a sudeste do México, segundo a Pesquisa Sismológica Nacional.
O tremor causou clarões no céu conhecidos como "luzes do terremoto", um fenômeno natural que ocorre devido à liberação de energia antes, durante e depois do terremoto. As luzes aparecem em áreas onde há estresse tectônico, atividade sísmica ou erupções vulcânicas, relataram especialistas consultados pelo jornal El País da Espanha.
Uma onda sísmica percorre o solo e o atrito das rochas pode causar correntes elétricas que chegam à superfície.
Víctor Manuel Cruz, sismólogo do Instituto de Geofísica da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) explicou à mídia espanhola que "a interação do movimento do solo com a atmosfera é real. Há registros que mostram que um terremoto pode produzir distúrbios dinâmicos e sinais eletromagnéticos".
Esse fenômeno pode ser confundido com relâmpagos ou falhas no sistema elétrico local.

07 setembro, 2021

A moda e as pessoas que conseguem mudá-la

Durante a 2.ª Guerra Mundial, bonecos com a imagem de Hitler (portando agulhas e alfinetes) eram usados nos ateliês das costureiras aliadas. 
Roosevelt também tinha um deles em seu escritório.


"A moda muda as pessoas, mas há pessoas que mudam a moda." Outro, com a imagem de Trump:


A retaliação em um boneco de vodu a um supervisor abusivo restaura a justiça [estudo de 2018].

Tirando a poeira dos porões

Samba-enredo da Mangueira, 2019
c/ Tereza Cristina



Patriotismo segundo Greg News

06 setembro, 2021

Direitos de Miranda

A cena é familiar em muitos filmes policiais americanos. Enquanto o suspeito abordado pela polícia é algemado, um dos agentes de segurança fala a ele: "Você tem o direito de permanecer em silêncio. Qualquer coisa que você diga pode e será utilizado contra você em uma corte legal. Você tem o direito de falar com um advogado. Se você não puder pagar um advogado, um será designado para você. Você entende esses direitos como eles foram lidos para você?".

O caso Miranda v. Arizona
A linha do tempo abaixo destaca os momentos mais marcantes no caso Miranda v. Arizona, incluindo os resultados de seu segundo julgamento. 
1963 - Em 13 de março, Ernesto Miranda (foto) é preso.
1963 - Em 27 de março,é negado a Miranda representação legal em uma audiência preliminar. O advogado se opõe à admissão como prova da confissão assinada por Miranda. A objeção foi rejeitada.
1963 - Em 12 de junho, Miranda foi condenado por estupro e sequestro.
1965 - Em 12 de junho, o caso Miranda vai sob apelação para a Suprema Corte do Arizona, alegando-se que a polícia obteve sua confissão ilegalmente. O tribunal discordou e manteve a condenação. Miranda apelou para a Suprema Corte dos Estados Unidos.
1965 - Em 15 de novembro, a Suprema Corte dos Estados Unidos decide ouvir o caso de Miranda.
1966 - Em 23 de janeiro, John J. Flynn e John P. Frank, defensores de Miranda, afirmam que o direito de Miranda a um advogado havia sido violado. Duas semanas depois, Arizona respondeu declarando que seus direitos não haviam sido violados.
1966 - Em 28 de fevereiro, Miranda v. Arizona compareceu à Suprema Corte dos Estados Unidos.
1966 - Em 12 de junho, após vencer Miranda v. Arizona, Ernesto Miranda teve um novo julgamento com um júri que não tinha ouvido falar do julgamento anterior. Foi novamente declarado culpado.
1967 - Em 15 de fevereiro, começa o segundo julgamento de Miranda. Isto dura nove dias.
1967 - Em 1.º de março, um veredito de culpado foi emitido com base no testemunho da esposa de Miranda.
A partir de então, os policiais são obrigados a informar a uma pessoa presa sobre seus direitos.

No Brasil, os acusados contam com garantias semelhantes tais como as expressas no inciso LXIII do artigo 5º da Constituição Federal: "O preso será informado de seus direitos, entre os quais o de permanecer calado, sendo-lhe assegurada a assistência da família e de advogado".

O descobrimento do abacaxi

O amor é como
um abacaxi,
doce e
indefinível.

(grook do dinamarquês Piet Hein)

Como um inglês que cresceu entre contos, mitos e lendas de Francis Drake, Walter Raleigh, Almirante Lord Nelson, a invencível Marinha Real Britânica, tendo a não pensar no fato de que a Grã-Bretanha nem sempre foi uma grande nação marítima. Como uma ilha, sempre aqui existiram barcos de pesca fazendo seus negócios nas águas costeiras e a arqueologia nos mostrou que as pessoas têm cruzado a faixa de água entre a Grã-Bretanha e o continente, desde que a ilha foi povoada. No entanto, os marinheiros britânicos só começaram realmente a partir para os oceanos em busca de terras distantes para competir com seus irmãos ibéricos durante a Época Moderna. Antes do início desses empreendimentos marítimos, havia um movimento político na Inglaterra para fazer com que os detentores do poder assumissem o desafio e competissem com os espanhóis e portugueses na aquisição de colônias estrangeiras, ouro, prata e especiarias exóticas. Um homem, hoje virtualmente desconhecido, cujos escritos desempenharam um papel não insignificante neste movimento político foi o alquimista (que se tornou cosmógrafo) Richard Eden (c. 1520–1576).


Outro foi Gonzalo Fernández de Oviedo y Valdés (1478–1557), um colono espanhol que chegou às Índias Ocidentais alguns anos depois de Colombo. Seu "Hystoria Natural de las Indias" (1526) foi o primeiro texto a apresentar aos europeus a rede, o abacaxi (página reproduzida acima) e o fumo.
(Thony Christie, The Renaissance Mathematicus)

Relacionado: O rei dos frutos

05 setembro, 2021

Os matemáticos e o diabo


Em 1954, a Argélia emitiu este selo recordando Santo Agostinho de Hipona (354–430).
Ele é também lembrado por sua citação sobre os matemátios, a de que estes estariam mancomunados com o diabo.
A citação: "Quapropter bono christiano, sive mathematici, sive quilibet impie divinantium, maxime dicentes vera, cavendi sunt, ne consortio daemoniorum animam deceptam, pacto quodam societatis irretiant." A qual foi traduzida como: "O bom cristão deve ter cuidado com o matemático e todos aqueles que fazem profecias vazias. Já existe o perigo de os matemáticos terem feito um pacto com o diabo para escurecer o espírito e confinar o homem nas cadeias do inferno."
Alguns sugerem que esta é uma tradução incorreta. A palavra latina "mathematici" deriva do significado grego de "algo aprendido" e se referia principalmente aos astrólogos. A astrologia era o principal ramo da matemática na época, o que não é mais nos tempos modernos.
De acordo com o Shorter Oxford English Dictionary, 3ª edição.

Trio Júlio

Formado pelos irmãos Magno Júlio (percussão) e os gêmeos Marlon Júlio (violão de sete cordas) e Maycon Júlio (bandolim), que são naturais da cidade de Cordeiro, interior do Rio de Janeiro.
Aqui o trio presta uma homenagem ao mestre Cartola e a Elton Medeiros, autores desta canção.



"Peito vazio" (c/ letra)
Uma dose de reforço com  Roberta Sá, Ney Matogrosso e o Trio Madeira Brasil.

04 setembro, 2021

Fechamentos de historinhas

Os começos têm o poder de abrir a porta do universo da história; os finais fazem a passagem de volta para "o mundo aqui de baixo". (Machado)


Chegamos ao final da história. E agora? Existem aquelas frases para finalizar a contação, inventadas ou decoradas de outros contadores e referências literárias, tais como:
  • Entrou pelo pé do pinto, saiu pelo pé do pato, quem quiser conte mais quatro.
  • Colorim, colorado, esse conto está terminado.
  • E entrou por uma porta, e saiu pela outra, e quem quiser que conte outra.
  • Era uma vez a vaca Vitória, que caiu no buraco e acabou-se a história.
  • E acabou a história, quando vier me encontrar, eu volto a recontar.
  • Entrou pela porta e saiu pela janela, quem quiser que conte outra mais bela.
  • E acabou-se o que era doce.
  • Tiririm, tiririm… e a historinha chegou ao fim!
São frases que as crianças reconhecem como o fim da história. Podem ser inventadas pelo contador ou que ele ouviu em outros lugares. A vantagem em terminar dessa forma, principalmente para os pequeninos, é que eles identificam prontamente que a historinha chegou ao final.
Fontes
http://contadoresdehistorias.com.br/blog/fechamento-da-historia/
http://www.educacao.df.gov.br/wp-conteudo/uploads/2018/02/guia_vii_plenarinha_9abr19.pdf

SPEED

Trata-se de um filme de ação de 1994, estrelado por Keanu Reeves e Sandra Bullock, que foi traduzido para o português como "Velocidade Máxima". Desde seu lançamento, o filme foi um sucesso e adquiriu fãs ao redor do mundo todo – porém, nenhum deles é tão fã como o americano Ryan Beitz. Ele diz que isso começou como uma piada, quando ele comprou várias cópias idênticas de "Speed" para dar a seus familiares e amigos. Depois de comprá-los, ele percebeu que gostou da estranha ideia de possuir várias cópias do mesmo filme.
Então, ele continuou comprando...
Em 2014, sua contagem era de cerca de 500 cópias VHS.
Em 2017, ele relatou no facebook já possuir mais de 3.000 tapes. 
E, no Instagram, onde posta conteúdos até hoje, ele informa que sua coleção chegou a 3.500.


Via André Oliveira, QUORA

03 setembro, 2021

Volkspod


Um exemplo de upcycling (capacidade de criar coisas novas a partir de descartes), a gente encontra na  criatividade do alemão Brent Walter, que transforma paralamas de um velho Fusca em motos de 79 cilindradas - volkspods, como ele chama.
Equipados com um farol de grandes dimensões (que os faz parecer cíclopes sobre rodas), um guidão amplo e assento Schwinn, além de um logotipo da VW estampado em cada scooter para garantir que você nunca esqueça as origens deles.
Devido a seu status icônico, isso não surpreende mais. Desde o momento em que começaram a ser produzidos em grande quantidade, no final da Segunda Guerra Mundial, até que saíram de produção em 2003, as linhas curvas do amado Fusca sempre foram uma grande fonte de inspiração.

O upcycling ou a reutilização "para cima", também conhecida como reutilização criativa, consiste em usar produtos/peças aparentemente inúteis na criação de novos produtos, sem desintegrar a peça, numa função diferente da qual o produto ou partes dele foram inicialmente projetados. O upcycling é o oposto do downcycling, que é a outra metade do processo da reciclagem. O segundo envolve a conversão de materiais e produtos em novos materiais e produtos de menor qualidade.

A era de ouro da ficção científica

Os adeptos do gênero debatem se, em termos de criatividade e produção, ocorreu durante os anos 1930, 1940, 1950 ou 1960.
Convidado a nomear os anos da magnífica era, um fã respondeu com inteligência e franqueza:
"A Idade de Ouro da ficção científica é doze anos."
A primeira evidência publicada desta resposta (com a pergunta sendo reinterpretada para a idade em que uma criança se empolga pela ficção científica) apareceu na introdução do editor Terry Carr à antologia "Universe 3".
"Anos atrás, um amigo meu, Pete Graham, respondeu concisamente à pergunta "Quando foi a era de ouro da ficção científica?" dizendo "Doze". Ele não teve que explicar mais; nós sabíamos o que ele queria dizer."
Há variantes da resposta que usam a idade de treze ou quatorze anos. O ponto é o mesmo, qualquer que seja o número escolhido. O ouro vem da idade do juiz, não da safra da ficção julgada.

1973, Universo 3, Editado por Terry Carr, Seção: Introdução por Terry Carr, Data de Introdução: 9 de junho de 1972, Página inicial vii, Página de citações viii, Random House, Nova York.

02 setembro, 2021

A venda de relógios nas estações ferroviárias

Se você estivesse procurando um relógio em 1880, saberia onde conseguir um? Você iria a uma loja, certo? Bem, claro, você poderia fazer isso, mas se você quisesse um que fosse mais barato e um pouco melhor do que a maioria dos relógios de loja, você iria para a estação de trem!
Parece um pouco engraçado?
Bem, em cerca de 500 cidades no norte dos Estados Unidos, era onde os melhores relógios podiam ser encontrados. Por quê? A ferrovia não estava vendendo os relógios, de forma alguma. O operador de telégrafo, sim.
Na maioria das vezes, o telégrafo estava localizado na estação ferroviária porque as linhas telegráficas seguiam os trilhos de uma cidade a outra. Normalmente era a distância mais curta e a faixa de domínio já havia sido garantida para a linha férrea.
A maioria dos agentes da estação também eram operadores de telégrafo qualificados e eram a principal forma de comunicação da ferrovia. Eles sabiam quando os trens saíam da estação anterior e quando chegariam na próxima estação. E era o operador de telégrafo que tinha os relógios.
Na verdade, eles venderam mais deles do que quase todas as lojas juntas por um período de cerca de 9 anos. Tudo isso foi arranjado por "Richard", que também era telegrafista.
Certo dia, ele estava de serviço na estação ferroviária de North Redwood, Minnesota, quando um carregamento de relógios chegou do leste. Era uma caixa enorme de relógios de bolso. Ninguém jamais veio reivindicá-los. Então, Richard enviou um telegrama ao fabricante e perguntou o que eles queriam fazer com os relógios. O fabricante não queria devolver o frete, então telegrafaram a Richard para ver se ele poderia vendê-los. Foi o que Richard fez.
Ele enviou uma mensagem para todos os agentes do sistema perguntando se eles queriam um relógio de bolso barato, mas bom. Ele vendeu a caixa inteira em menos de dois dias e com um lucro considerável.
Isso foi o começo de tudo. Ele encomendou mais relógios da relojoaria e encorajou os telegrafistas a montar uma vitrine na estação oferecendo relógios de alta qualidade por um preço barato para todos os viajantes. Funcionou!
Não demorou muito para a notícia se espalhar e, em pouco tempo, outras pessoas, além dos viajantes, foram à estação de trem para comprar relógios. Richard ficou tão ocupado que teve de contratar um relojoeiro profissional para ajudá-lo com os pedidos. Esse foi Alvah. E o resto é história, como dizem.
O negócio decolou e logo se expandiu para muitas outras linhas de produtos. Richard e Alvah deixaram a estação ferroviária e montaram em Chicago sua empresa, a Sears and Roebuck, que ainda está lá.

https://www.bitsandpieces.us/2021/04/11/buying-a-watch-in-1880/

Todos os sambas do mundo

[...] Sonho: todos os sambas do mundo reunidos num só álbum! Meu Deus! Na verdade um pendrive colossal que reuniria para sempre todos os bons sambas que existem no planeta.
Hoje em dia, cada vez que ouço um bom samba, lembro-me da fábula do menino doente. Agora mesmo tenho comigo um CD que tem o samba como protagonista. Refiro-me a Gênesis (independente), álbum do violonista sete cordas, cavaquinista e compositor Gustavo Monteiro, a voz certa para cantar seus sambas em tom menor, dignos do tal "pendrive colossal".
Os arranjos contaram com instrumentistas prontos para tocá-los com o coração. As cordas, formidáveis. Muito bem gravadas e mixadas, harmonia e voz arrasam. O naipe de tamborins, somado aos pandeiros e ao coro, resulta fascinante. Enfim, Gustavo Monteiro se vale dessa competência para dar ao mundo a sua música, com seus parceiros.
Gênesis é de arrepiar, de chorar com suas belezas e nos fazer crer que a fábula do menino pode ser papo reto. O cuidado carinhoso com que gravou seu disco é enternecedor... definitivamente, os sambas de Gênesis fazem jus a estar em "Todos os sambas do mundo".

~ Aquiles Rique Reis, vocalista do MPB4. Publicado 28/08/2021, no Jornal do Brasil  



Satisfeito
Notando tudo tão perfeito
Deitou-se sobre uma esteira
E descansou
Nas cinzas de uma quarta-feira.