28 fevereiro, 2023

Moonwalks

Quem inventou o passo de dança moonwalk não sei. Em 1978, em São Francisco, eu vi um grupo de negros dançando na rua. Todos usavam esse passo que para mim era novidade. Filmei com uma câmera Super 8. Pouco tempo depois estorava nos palcos o fenômeno Michael Jackson ("Billy Jean", 1983). O Chatbot diz que o passo é de 1970, mas não é. Bill Bailey já dançava assim em 1955. Se alguém conhece a Inteligência Artificial diga a ela que precisa estudar mais (kkkkkkkkk).
A diferença da IA para os humanos é que ela nos vence quase sempre, mas em presunção ainda somos invencíveis.
~ Nelson José Cunha


The First Moonwalk - Bill Bailey - The Apollo Theatre - 1955

N. do E.
Este é um dos primeiros moonwalks filmados. Aqui Bill Bailey, que é irmão da cantora Pearl Bailey, dança uma versão instrumental bastante tranquila do hit dos Larks "The World is Waiting for Sunrise" tocado pelo Paul Williams Quartet. Bill é frequentemente creditado por "inventar" o "moonwalk" por causa de um movimento de sapateado chamado "backslide", que ele faz nesta performance filmada.
Slideshow MARTWALKER

A madre desbocada



E as putinhas


"O mundo existe para virar trocadilho em português."

27 fevereiro, 2023

A Vênus Hotentote

por Justin Parkinson, da BBC
(texto condensado)
Há dois séculos, Sarah Baartman morreu após passar anos sendo exibida em feiras europeias de "fenômenos bizarros humanos". Ela morreu em 29 de dezembro de 1815, mas o show, sob uma perspectiva ainda mais macabra, continuou.
Seu cérebro, esqueleto e órgãos sexuais continuaram sendo exibidos em um museu de Paris até 1974. Seus restos mortais só retornaram à África em 2002, após a França concordar com um pedido feito por Nelson Mandela.
Ela foi levada para a Europa, aparentemente, sob promessas falsas por um médico britânico. Recebeu o nome artístico de "A Vênus Hotentote" e foi transformada em uma atração de circo em Londres e Paris, onde multidões observavam seu traseiro.
Hoje em dia, ela é considerada por muitos como símbolo da exploração e do racismo colonial, bem como da ridicularização das pessoas negras muitas vezes representadas como objetos.
História
A vida de Baartman foi marcada por penúrias.
Acredita-se que ela tenha nascido na Província Oriental do Cabo da África do Sul, em 1789.
Sua mãe morreu quando ela tinha dois anos e seu pai, um criador de gado, morreu quando ela era adolescente.
Ela começou a trabalhar como empregada doméstica na Cidade do Cabo, quando um colono holandês assassinou seu companheiro, com quem havia tido um bebê que também morreu.
Em outubro de 1810, apesar de ser analfabeta, ela supostamente assinou um contrato com o cirurgião inglês William Dunlop e o empresário Hendrik Cesars, dono da casa em que ela trabalhava, que disse que ela viajaria para a Inglaterra para aparecer em espetáculos.
Atração
Quando ela foi exibida em um estabelecimento em Piccadilly Circus, em Londres, causou fascinação.
"É preciso lembrar que, nesta época, nádegas grandes estavam na moda, e por isso muitas pessoas invejavam o que ela tinha naturalmente", diz Rachel Holmes, autora de "A Vênus Hotentote: vida e morte de Saartjle Baartman".
Clientes mais abastados podiam pagar por demonstrações privadas em suas casas, em que era permitido que os convidados a tocassem.
O motivo para isso é que Baartman, também conhecida como Sarah ou Saartjle, tinha esteatopigia, uma condição genética que faz com que a pessoa tenha nádegas protuberantes devido à acumulação de gordura. Essa condição é mais frequente em mulheres e principalmente entre aquelas de origem africana.
Mas a própria palavra é motivo de debate, porque, para muitos, seria racista o fato de ela sugerir que se uma mulher tem nádegas grandes e é negra, sofre de uma doença.

Pensamento do dia
Uma bunda incomoda muita gente. Duas bandas incomodam muito mais.

26 fevereiro, 2023

Rádio Cabeça

Na canção "O último blues" de Chico Buarque, lançada em 1985, o personagem da letra vê uma mulher dançando blues em seu quarto. Por ser imaginação, Buarque diz na faixa que a cena acontece em sua "Rádio cabeça". Na época, o vocalista David Byrne, da banda Talking Heads, ouviu a canção e adorou a expressão. No ano seguinte, escreveu a música "Radio Head" do disco True Story (1986).
Anos mais tarde, em 1991 na Inglaterra, uma banda chamada On a Friday começava a fazer sucesso. Após os integrantes se encontrarem com o representante da gravadora e assinarem um contrato de seis discos, foi pedido para que o nome do grupo fosse mudado. A banda passou a se chamar Radiohead, inspirado no título da canção dos Talking Heads. E assim surge uma influência indireta do cantor/compositor brasileiro com relação à banda britânica.



[...] Na vida real / Você é quem enlouquece / Apaga a última luz / E nos cantos do seu quarto / A figura dela fosforesce / Ao som do último blues / Na Rádio Cabeça / Se puder esqueça / A menina que você seduz. Chico Buarque

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Contado por Eliezer Franco:
Em uma partida beneficente de futebol entre os amigos de Ronaldo e os amigos de Zidane, estavam presentes Chico Buarque e o baterista da banda RadioHead. O técnico era Parreira, e Chico foi escalado como titular, ficando com a posição do baterista. Mas este não gostou da troca e foi reclamar ao técnico. Foi quando Chico disse-lhe, em perfeito inglês, ter sido o que "bolou" (LOL) a expressão que deu nome à banda do reclamante.

25 fevereiro, 2023

Sr. Barriga

Édgar Ángel Vivar Villanueva (nascido em 28 de dezembro de 1944), ator mexicano. Começou sua carreira em 1964 como ator de teatro, viajando pelos Estados Unidos com algumas de suas peças.
Em 1970, Chespirito precisava de uma pessoa robusta para interpretar "Señor Barriga" ("Sr. Beliarge", em espanhol), bem como "Ñoño", em sua próxima produção para a Televisa, e Vivar foi contratado para o trabalho.
O Sr. Barriga é o rico dono da vila que, para economizar o salário de um cobrador, vai pessoalmente à vila para cobrar o aluguel dos inquilinos.
O peso do intérprete desses personagens causou-lhe em vários períodos sérios problemas com a saúde. Em 2008, Vivar foi submetido a uma cirurgia de redução do estômago, após a qual ele perdeu aproximadamente 75 quilos. Desde então, Vivar se tornou um defensor da vida saudável, especialmente para superar o desafio da obesidade.


Nos últimos anos, Vivar aposentou seus personagens do Chespirito, afirmando que por causa de sua perda de peso, eles não eram mais apropriados. Ele iria, no entanto, reprisar as vozes do Sr. Barriga e seu filho Nhonho para um episódio animado de Chaves, sendo o único do elenco da série original a fazê-lo.

24 fevereiro, 2023

Bar Zeppelin

Em 1972 fui frequentador do Zeppelin, no Rio de Janeiro.
Inaugurado em 1937, o bar e restaurante Zeppelin ficava na Rua Visconde de Pirajá, 499, em Ipanema. Seu dono era o austríaco Oskar Geidel, um trapezista de circo que se encantou com a Cidade Maravilhosa. E o nome do point era uma homenagem ao dirigível alemão Graf Zeppelin que fazia a rota Frankfurt-Rio.
No livro "Ela é Carioca", diz Ruy Castro, que o Zeppelin, em algum momento da II Guerra Mundial, chegou a ser depredado por estudantes da esquerda. Ainda assim, Oskar reconstruiu o bar e manteve o mesmo nome.
Nos anos 1950, era frequentado por nomes como Albino Pinheiro, Rubem Braga, Paulo Mendes Campos, Fernando Sabino, Sérgio Porto, Ary Barroso e Dorival Caymmi.
Na década seguinte, ganhou a frequência de Vinicius de Moraes, Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Cecil Thiré, Betty Faria, Claudio Marzo, Ferdy Carneiro (fundador da Banda de Ipanema), Nelson Motta e toda a nata do Cinema Novo.
Também no Zeppelin, em 1968, surgiu a ideia de criar um dos jornais mais críticos da ditadura militar: "O Pasquim" (fundado no ano seguinte por Ziraldo, Jaguar, Millôr e Paulo Francis).
Em setembro de 1968, Oskar decidiu pendurar as chuteiras e vendeu o bar para Ricardo Amaral. Antes de passar o restaurante adiante, deu uma festa de despedida que ficou famosa como um dos maiores porres da história de Ipanema.
Por cortesia da casa, os chopes no Zeppelin davam direito a doses da Steinhäger, uma bebida destilada alemã que o garçom trazia em minúsculos copos. A dose era para ser acrescentada ao chope, de modo a fazer uma mistura conhecida por "submarino" que, dizia-se, realçava o sabor do chope.
Quadros com "Os Chopnics" do Jaguar eram vistos em suas paredes. Um deles, com o personagem BD (Hugo Bidet, na vida real), divulgava uma célebre frase do Paulo Francis: "Intelectual não vai à praia, intelectual bebe".


Em 1972, o Zeppelin cerrou as portas definitivamente e "ficou como uma lenda na noite etílica de Ipanema".
Fontes:
http://bafafa.com.br/turismo/historias-do-rio/bar-zeppelin-aberto-em-1937-encantou-varias-geracoes-em-ipanema
http://almanaquedomalu.blogspot.com/2012/07/chopnics.html
http://blogdopg.blogspot.com/2020/07/feijoada-no-bide.html
http://historietologo.blogspot.com/2013/06/jaguar.html

23 fevereiro, 2023

A invenção do Carnaval e do Brasil

Você está correto, o Brasil não inventou o carnaval. O carnaval é uma tradição que tem raízes bem antigas e é comemorado em várias partes do mundo, incluindo a Europa, América Latina e Caribe. No entanto, o carnaval brasileiro é conhecido por sua grande escala e animação, tornando-se um dos mais famosos do mundo. A celebração do carnaval no Brasil remonta ao século XVII e é influenciada por várias culturas, incluindo a europeia, africana e indígena. (ChatGPT)

Quem foi que inventou o Brasil? / Foi seu Cabral! / Foi seu Cabral! / No dia vinte e um de abril / Dois meses depois do carnaval. (Lamartine Babo)

"O Brasil não inventou o Carnaval, mas o povo do Brasil se aconchegou de tal forma à folia, dando sentidos encruzilhados ao Carnaval, que ocorreu o inverso: foi o Carnaval que inventou um país possível e original, às margens e nas frestas desse projeto de horror que nos constituiu." (Luiz Antonio Simas)

O carnaval é invenção do Diabo / Que Deus abençoou / Deus e o Diabo no Rio de Janeiro / Cidade de São Salvador. (Caetano Veloso)

22 fevereiro, 2023

O DESAFIO DO CAFÉ

https://www.facebook.com/hashtag/amocafe/

O castor, por ocasião da Quaresma

Para grandes males, grandes remédios. Houve um tempo em que, durante a Quaresma, não se podia comer carne de castor na América. Era um problema. Mas a Igreja Católica não hesitou em fornecer uma solução rápida.
- Nada e vive na água?
- Sim.
- Bem, então não é carne, é peixe. Vá com Deus.
Na verdade, essa não é uma reprodução fiel das palavras que foram ditas. É mais uma dramatização, porém deve ter sido algo assim. Aconteceu no século XVII, em Quebec, Canadá, embora a resolução tenha se espalhado por toda a América e até acabou se tornando uma tradição nesta parte do mundo.
Sim, mais do que com o castor, também com o maior roedor do mundo: a capivara.
Estima-se que, do México ao Canadá, entre 40 e 600 milhões de castores viveram sua idade de ouro. No entanto, a chegada de colonos europeus desencadeou uma intensa motivação para caçá-los, com o objetivo de obter sua carne, suas peles e as secreções de suas glândulas anais. Esta substância , conhecida como castóreo, tem sido historicamente muito útil, inicialmente para fins curativos e depois como aditivo em perfumes e alimentos (notadamente para dar o sabor de baunilha na indústria alimentícia).
Infelizmente, essa matança reduziu marcadamente as populações de castores, levando-os à quase extinção. Atualmente, as estratégias de conservação aumentaram um pouco o número, mas apenas até 12 milhões.
A chegada de colonos europeus não só trouxe a caça de castores para a América. Também trouxe a religião católica. E muitos indígenas de diferentes partes do continente acabaram se convertendo, adotando novos costumes.
O problema é que alguns deles eram mais difíceis. Por exemplo, no período da Quaresma, quando comer carne era proibido, os paroquianos canadenses tiveram muita dificuldade ao não poder recorrer à carne requintada do castor. Tal foi a decepção, que o bispo de Quebec acabou consultando seus superiores se algo poderia ser feito a respeito.
E estes não hesitaram. Tendo uma cauda escamosa e passando parte de sua vida na água, decidiram então classificá-lo como um peixe.
Como resultado, os paroquianos católicos puderam continuar desfrutando dessa iguaria durante a Quaresma. E também da carne da capivara. Este é um animal conhecido por ser o maior roedor do mundo, típico da América do Sul.
Nesta parte do continente americano, portanto, foi a esse falso peixe que os fiéis passaram a recorrer para aplacar suas consciências.

Extraído de: https://hipertextual.com/2021/05/castor-cuaresma
Relacionada com: https://blogdopg.blogspot.com/2017/03/o-roedor-gigante-que-tem-gosto-de-peixe.html

21 fevereiro, 2023

Titulatura régia portuguesa

O título oficial dos monarcas portugueses desde D. Maria II (1842) com D. Fernando II, passando por D. Pedro V, D. Luís I, D. Carlos I até D. Manuel II, ao fim da monarquia (1910), era:

«Pela Graça de Deus, Rei (ou Rainha) de Portugal e dos Algarves, d'Aquém e d'Além-Mar em África, Senhor(a) da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia, etc.»

Fonte: Titulatura régia portuguesa

Sim, o «etc.» fazia parte do auto-engrandecimento de Sua Majestade Fidelíssima (SMF). Por que, segundo o quorista Fernando Gouveia, nada como um «etc.» para vincar bem: «Ui, nem queiram saber o que mais poderia eu listar, se não estivesse com pressa!…»

(Outros: sultão Solimão, egomaníaco Idi Amin, generalíssimo Franco)

20 fevereiro, 2023

Mussum, sua "históris"

Nascido como Antônio Carlos Bernardes Gomes, em 7 de abril de 1941, foi como Mussum que ele se eternizou para o público brasileiro.
Ele cresceu no Morro da Cachoeirinha, no Rio de Janeiro. Filho de uma empregada doméstica, teve uma infância pobre, mas aprendeu com a mãe o valor do estudo. Analfabeta, sua mãe lhe dizia o quanto era importante aprender a ler. E ele, ainda menino, passou a ensinar a mãe a ler.
Trabalhou como ajustador mecânico, faxineiro, cozinheiro e serviu a Força Aérea Brasileira, porém foi na música que seu talento se destacou. Formou com amigos o grupo musical "Originais do Samba", que gravou 13 discos e fez muito sucesso nos anos 1970.
Em 1965, deu os seus primeiros passos no humor, participando do programa humorístico da Rede Globo, "Bairro Feliz". Nesse programa, ele recebeu o apelido com que ficou conhecido. Grande Otelo passou a chamá-lo de Mussum, em referência ao muçum ou mussum, (*) um peixe escorregadio e liso. Para o ator, Antônio Carlos parecia-se com esse peixe por ser capaz de se livrar das situações mais constrangedoras.
Em suas apresentações humorísticas, conheceu Dedé Santana. Logo depois, chamou a atenção de Renato Aragão por causa de seu talento para o improviso. Em 1972, formou um trio com Dedé e Didi. Dois anos depois, a entrada de Zacarias fez com que eles formassem um quarteto e, através do programa "Os Trapalhões", conquistaram um imenso público na TV brasileira.
Além de seu carisma e facilidade para contar causos, Mussum se destacou pelo jeito de falar, criando um dialeto próprio que até hoje é lembrado e repetido por muita gente. Enchendo a sua fala com palavras terminadas em "is": "Cacildis", "forévis", "biritis", "turmis", "todo mundo vê os porris que eu tomo, mas ninguém vê os tombis que eu levo!"
Em 1977, ele deixou o grupo "Os Originais do Samba" para se dedicar apenas ao humorístico "Os Trapalhões". A música, porém, nunca o abandonou. Fez diversas apresentações musicais no programa de humor e chegou a gravar três discos solos.
O problema cardíaco pôs fim à vida desse homem de coração imenso e sorriso largo. Sua alegria, seu talento em representar, o samba no pé, a habilidade no reco-reco, o dialeto pessoal, a irreverência e tantas outras qualidades o tornaram admirado e querido por muita gente.
Fonte: Iconografia da História

(*) Mussum pode ser peixe ou o ator. Muçum pode ser peixe ou um município gaúcho. E as duas opções dão palíndromos!

19 fevereiro, 2023

A história da morena nua que abalou as estruturas do esplendor do carnaval

Composição de Max Castro e Erasmo Carlos. 

Álbum: Quem foi que disse que eu não faço samba...

A história da morena nua que, ao "funkiar" na avenida em desfile de carnaval, ensandeceu a multidão e a bateria, fazendo com que a escola de samba perdesse pontos no quesito harmonia. E nem pensou que foi por causa dela que a escola não ganhou.


18 fevereiro, 2023

Tableau vivant

Aqui está uma arte perdida: o tableau vivant, ou "quadro vivo", era uma forma de entretenimento popular em que os atores faziam poses, mas não falavam nem se moviam.
Este apresenta o elenco original do balé de Tchaikovsky, "A Bela Adormecida":

http://www.futilitycloset.com/2021/11/03/freeze/

O tableau vivant formava uma espécie de ponte viva entre a pintura e o palco, representando momentos dramáticos em três dimensões que poderiam ser estudados e admirados como parte do mundo real. Às vezes, as histórias eram contadas por meio de uma série de quadros conectados, uma técnica que acabaria por levar aos storyboards e histórias em quadrinhos modernos.
A forma também inspirou uma prática curiosa: as leis de censura na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos proibiam as atrizes de subir no palco sem roupas, então os expositores passaram a apresentar mulheres nuas em tableaux vivants, imitando obras de arte clássica. Os apresentadores podiam alegar que isso era edificante, o público tinha seu entretenimento erótico e a arte triunfava - desde que as mulheres não se mexessem.

Voluptas mors - com sete mulheres nuas

17 fevereiro, 2023

Mais imitações reais de "A Volta ao Mundo..."

George Francis Train (24 de março de 1829 - 18 de janeiro de 1904) foi um empresário americano que organizou a linha de veleiros que navegava ao redor do Cabo Horn para São Francisco; ele também organizou a Union Pacific Railroad e o Credit Mobilier nos Estados Unidos em 1864 para construir a parte leste da Transcontinental Railroad e uma empresa de bondes na Inglaterra durante a Guerra Civil Americana.
Em 1870, no meio de sua campanha presidencial, George Francis Train (imagem) fez a primeira de suas três viagens amplamente divulgadas ao redor do mundo. A viagem propriamente dita durou 80 dias, mas ele ficou dois meses na França, apoiando a Comuna de Paris, pelo que passou duas semanas na prisão (o governo dos Estados Unidos e Alexandre Dumas intervieram para libertá-lo).
Suas façanhas possivelmente inspiraram o romance de Júlio Verne "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias", e acredita-se que o protagonista Phileas Fogg tenha sido parcialmente modelado em Train.
Em 1890 (o ano das viagens de Nellie Bill e Elizabeth Bisland), Train quebrou o recorde de circunavegação, completando a segunda jornada com 57 dias.
Em 1892, a cidade de Whatcom, no Estado de Washington, ofereceu-se para financiar mais uma volta ao mundo, e Train terminou sua terceira viagem com 60 dias.
Após a publicação do livro de Julio Verne, "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias", várias pessoas (além de Train, Nellie e Elizabeth) conseguiram realizar a circunavegação fictícia de Fogg, muitas vezes dentro de restrições auto-impostas.
Em 1903, James Willis Sayre estabeleceu um recorde mundial para dar a volta à Terra : 54 dias, usando transporte público.
Em 1928, o dinamarquês Palle Huld, de 15 anos, viajou ao redor do mundo de trem e navio na direção oposta à do livro. Sua viagem, que demorou 44 dias, foi descrita no livro "A Boy Scout Around the World". Ele pegou a Ferrovia Transiberiana e não passou pela Índia.
Em 2017, Mark Beaumont, um ciclista britânico inspirado em Verne, partiu para percorrer o mundo de bicicleta em 80 dias. Ele completou a viagem em 78 dias.

16 fevereiro, 2023

A epidemia dos joanetes

Um estudo pioneiro publicado no International Journal of Paleopathology demonstrou que uma grande parte da população inglesa sofreu de uma praga de joanetes, provavelmente causada por uma tendência ridícula da moda medieval.
O joanete, conhecido pela medicina como "hálux valgo", é uma deformidade da articulação que conecta o dedão do pé ao resto do pé. É doloroso e pode causar outros problemas, incluindo o equilíbrio deficiente. A condição está associada ao uso de calçados constritivos por um longo período de tempo, bem como a fatores genéticos. Hoje, muitas vezes é causada pelo uso de sapatos de salto alto.

imagem: veio daqui 

Na Idade Média, os ingleses não ligavam tanto para sapatos de salto alto, mas havia entre eles uma certa tendência da moda em direção aos sapatos com bico longo e pontiagudo, chamados de "poulaines" ou "crakows" por seu suposto local de origem, Cracóvia, Polônia. Links internos  [1] [2]
Mas, apenas saber que as pessoas naquela época faziam escolhas erradas na moda não prova que elas sofreram por isso. É aí que entrou em ação desenterrar velhos esqueletos (n = 177) para olhar seus pés.
Para saber o quão ruim era a epidemia de joanetes, os pesquisadores analisaram quatro cemitérios dentro e ao redor de Cambridge. Os enterrados no cemitério do mosteiro foram os mais afetados. Quase metade, 43 por cento, dos restos encontrados lá tinham joanetes.
O cemitério rural teve uma taxa de ocorrências muito menor, apenas três por cento, sugerindo que esses camponeses conseguiram evitar pelo menos uma praga. No geral, dezoito por cento dos indivíduos examinados tinham joanetes.

15 fevereiro, 2023

Um cubo de Rubik que levita enquanto se autorresolve

No Tom's Guide eles contam alguns dos pequenos segredos da invenção: que começam com a mecanização extremamente complicada de todas as faces do cubo, que incluem um controlador Arduino e servomotores que fazem girar cada uma das faces. Há também os algoritmos de resolução de cubos, é claro.
A segunda complicação é supina: ímãs poderosos no núcleo do cubo que interagem com outros que estão instalados na mesa abaixo. Isso permite que o cubo levite cerca de uma polegada acima, espaço suficiente para as faces girarem.


(https://www.microsiervos.com/archivo/puzzles-y-rubik/cubo-rubik-levita-resuelve.html)

14 fevereiro, 2023

Diante do pelotão de fuzilamento

Erskine Childers (1870 – 1922), foi um proeminente nacionalista irlandês e autor do romance "Riddle of the Sands" (O Enigma das Areias).
Ele foi executado no Beggar's Bush Barracks em Dublin pelas autoridades do Estado Livre Irlandês durante a Guerra Civil Irlandesa. Suas últimas palavras, para o pelotão de fuzilamento prestes a matá-lo, foram:
"Deem um passo ou dois à frente, rapazes. Será mais fácil assim."
Antecedentes
Robert Erskine Childers, universalmente conhecido como Erskine Childers, nasceu na classe média-alta inglesa e serviu como soldado do exército inglês na Guerra dos Bôeres e na Primeira Guerra Mundial. Sua mãe era irlandesa e desde a infância ele se interessou pela causa do Irish Home Rule, que ele levou a sério depois que a Primeira Guerra Mundial terminou em 1918.
A aparente ambiguidade de um inglês estar preparado para lutar contra o estado inglês a fim de removê-lo do poder na Irlanda provou ser demais para ser tolerada pelos que então dirigiam o Império Britânico.
Winston Churchill disse a respeito dele:
"Nenhum homem se esforçou tanto para trazer uma maldição maior sobre o povo da Irlanda do que esse ser estranho, movido por um ódio mortal e maligno pela terra do seu nascimento."

13 fevereiro, 2023

A planta que evolui para se esconder dos predadores humanos

No sudoeste da China, no alto das montanhas Hengduan, está ficando mais difícil encontrar uma pequena planta.
Denominada Fritillaria delavayi, ela desenvolve de três a cinco folhas verdes brilhantes e um pequeno caule, e, uma vez por ano, produz uma flor brilhante em forma de tulipa, com tons amarelados. Mas aquela flor amarela atraente e aquelas folhas verdes vibrantes começaram a se tornar cinza e marrom nessa espécie do gênero Fritillaria. Cientistas suspeitam que a planta esteja desenvolvendo geneticamente partes descoloridas para se esconder de seu principal predador — nós, os seres humanos.
Em um estudo publicado na revista científica Current Biology, cientistas da China e do Reino Unido descobriram que em regiões onde a Fritillaria delavayi estava sendo colhida em grande número, a erva tinha mais probabilidade de se camuflar.
Enquanto algumas espécies de plantas não crescem tanto quando são colhidas em excesso — porque suas contrapartes maiores são colhidas antes de se reproduzirem — essa erva, utilizada na medicina tradicional chinesa para tratar doenças pulmonares como bronquite ou tosse, pode ser o primeiro exemplo de uma planta ameaçada de extinção evoluindo para se camuflar no ambiente em que vive.
Para testar essa teoria, os pesquisadores primeiro consultaram herboristas locais que mantinham seis anos de registros mostrando onde as plantas cresceram e quantas delas foram colhidas. Eles determinaram quais áreas já haviam sofrido colheitas excessivas e as áreas de mais fácil acesso — em comparação com aquelas localizadas em terrenos rochosos e montanhosos. Por meio de uma ferramenta denominada espectrômetro, que mede os comprimentos de onda de luz para determinar a coloração, eles avaliaram a cor das plantas em diferentes locais e encontraram uma correlação entre o número de colheitas de uma população em um determinado local e a sua cor.
Em áreas menos acessíveis, de baixa transitação humana, as plantas ainda eram de um verde e amarelo brilhantes, mas em locais onde os bulbos eram colhidos em grande número, as cores estavam ficando mais opacas.
"É um artigo muito legal e inovador”, comenta Matthew Rubin, biólogo evolucionista do Danforth Plant Science Center, instituto de pesquisa de plantas em St. Louis, Missouri, que não participou da pesquisa.
"Sabemos que milhares de anos atrás os humanos moldaram a aparência das plantas com a domesticação, a forma como criamos as plantas para consumi-las", acrescenta Rubin. "Esse é um ótimo exemplo de seleção causada por nós na natureza, documentando uma alteração e relacionando de forma bastante convincente essa mudança a uma pressão humana, nesse caso, a colheita."
Sarah Gibbens, National Geographic (11/02/2021)

12 fevereiro, 2023

Micropoemas do infortúnio - 18

Neste mar revolto
em que navego - a internet
sigo/singro
em minha casca de noz
enfrentando as procelas.




Burt Bacharach (1928 - 2023)

O lendário pianista e compositor americano Burt Bacharach, que produziu canções de sucesso por várias décadas, morreu nessa quinta-feira (9) em Los Angeles. De causas naturais.
Ele ficou conhecido por suas baladas românticas que cruzavam a fronteira entre o jazz e o pop com sofisticados arranjos orquestrais. Bacharach conquistou seis prêmios Grammy e três Oscars, e sua canção de maior sucesso foi "Raindrops keep fallin' on my head".


11 fevereiro, 2023

A competição dos morcegos


O morcego estava presidindo uma competição entre seus três filhos para ver quem obtinha sangue mais rápido. O filho mais velho sai voando e volta em 60 segundos com a boca suja de sangue. O pai pergunta:
— Onde você obteve esse sangue?
— Está vendo aquele boi ali?
— Estou.
— Foi dele.
O segundo filho sai voando e volta em 30 segundos com a boca suja de sangue. O pai pergunta:
— Onde você obteve esse sangue?
— Está vendo aquela mulher ali?
— Estou.
— Foi dela.
O filho mais novo sai voando e volta em 15 segundos com a boca suja de sangue. Novamente, o pai pergunta:
— Onde você obteve esse sangue?
— Está vendo aquela parede ali?
— Estou.
— Eu não vi...

10 fevereiro, 2023

Imitações reais de "A Volta ao Mundo..."

Elizabeth Cochran (1864 - 1922), mais conhecida por seu pseudônimo Nellie Bly, foi uma jornalista americana que se tornou amplamente conhecida por seu recorde de viagem ao redor do mundo em 72 dias, emulando o personagem fictício de Júlio Verne, Phileas Fogg.
Em 1888, Bly sugeriu ao seu editor no New York World que ela fizesse uma viagem ao redor do mundo, tentando transformar o fictício "A Volta ao Mundo em Oitenta Dias" (1873) em fato pela primeira vez. Um ano depois, às 9h40 do dia 14 de novembro de 1889, e com dois dias de antecedência, ela embarcou no Augusta Victoria, um navio a vapor da Hamburg America Line, e iniciou sua jornada de 40.070 quilômetros. Ela levou consigo o vestido que estava usando, um sobretudo resistente, várias mudas de roupa íntima e uma pequena bolsa de viagem com seus itens de higiene pessoal. Ela carregava a maior parte de seu dinheiro (£ 200 em notas de banco inglesas e ouro, bem como algumas moedas americanas) em uma bolsa amarrada ao pescoço.
O jornal Cosmopolitan, de Nova Iorque, por sua vez, patrocinou sua própria repórter, Elizabeth Bisland, (1861 - 1929) para bater os tempos de Phileas Fogg e Bly. Bisland viajaria na direção oposta ao redor do mundo, começando no mesmo dia em que Bly partiu. Bly, no entanto, não sabia da jornada de Bisland até chegar a Hong Kong. Ela descartou a competição. "Eu não participaria", disse ela. "Se outra pessoa quiser fazer a viagem em menos tempo, isso é problema dela." Para manter o interesse pela história, o World organizou um "Nellie Bly Guessing Match" em que os leitores foram solicitados a estimar o tempo de chegada de Bly, com o Grande Prêmio consistindo de uma viagem à Europa.
Durante suas viagens ao redor do mundo, Bly passou pela Inglaterra, França (onde conheceu Júlio Verne em Amiens), Brindisi, Canal de Suez, Colombo (Ceilão), os Estreitos de Penang e Cingapura, Hong Kong e Japão. O desenvolvimento de redes de cabos submarinos eficientes e o telégrafo elétrico permitiram que Bly enviasse relatórios curtos do progresso, embora despachos mais longos tivessem que viajar por correio regular e, portanto, muitas vezes sofressem atrasos de várias semanas.

"Júlio Verne: Da Terra à Lua", um espetáculo no Brooklin em 1915 
(sobre o encontro real de Nellie Bly com Júlio Verne).

Bly viajou usando navios a vapor e os sistemas ferroviários existentes, o que causou contratempos ocasionais, particularmente na parte asiática de sua corrida. Durante essas paradas, ela visitou uma colônia de leprosos na China e, em Cingapura, comprou um macaco.
Como resultado do mau tempo em sua travessia do Pacífico, ela chegou a São Francisco no navio RMS Oceanic da White Star Line em 21 de janeiro, com dois dias de atraso. No entanto, depois que o dono da World, Pulitzer, fretou um trem particular para trazê-la para casa, ela voltou para Nova Jersey em 25 de janeiro de 1890, às 15h51.
Pouco mais de 72 dias após sua partida de Hoboken, Bly estava de volta a Nova York. Ela havia circunavegado o globo, viajando sozinha por quase toda a viagem. Bisland estava, na época, ainda cruzando o Atlântico, apenas para chegar a Nova York quatro dias e meio depois. Ela também havia perdido uma conexão e teve que embarcar em um navio lento e antigo (o Bothnia), no lugar de um navio rápido (Etruria). O navio de Bisland não chegou a Manhattan até 30 de janeiro. Ela completou sua viagem em 76 dias e meio, também à frente do recorde ficcional de Fogg.
A jornada de Bly foi um recorde mundial, embora tenha sido superado alguns meses depois por George Francis Train, cuja primeira circunavegação em 1870 possivelmente foi a inspiração para o romance de Verne. Train completou a viagem em 67 dias, e em sua terceira viagem em 1892, em 60 dias.

https://en.wikipedia.org/wiki/Nellie_Bly
https://en.wikipedia.org/wiki/Elizabeth_Bisland

09 fevereiro, 2023

A segunda mandíbula da enguia

Pelo menos uma espécie das grandes enguias da família Muraedidae, a Muraena retifera, possui uma "mandíbula faríngea raptorial" adicional na faringe, que é móvel e que pode rapidamente ser empurrada para a frente para ajudar a agarrar uma presa.
Este tipo de enguia (ou moreia) pode chegar a três metros de comprimento e vive escondida em cavernas de corais.
A segunda mandíbula, de acordo com os pesquisadores da Universidade da Califórnia (2007), em Davis, nos Estados Unidos, possui dentes afiadíssimos em forma de ganchos. Lançada rapidamente até a boca da moreia, ela tira qualquer esperança de a pobre presa escapar.

No mundo dos xenomorfos:
Os exames dentários são bastante estressantes para os dentistas.

08 fevereiro, 2023

The black hole

"Greed is good."

Um funcionário de escritório acidentalmente descobre um buraco negro - então, é possuído pela ganância. Este curta-metragem de produção britânica ganhou quatro prêmios internacionais.


07 fevereiro, 2023

O epitáfio do planeta

Deveria ser esculpido nas paredes de um grande canyon para adiante ser lido por cilizações alienígenas:

PODERÍAMOS TÊ-LO SALVO, MAS ÉRAMOS TOLOS DEMAIS.

06 fevereiro, 2023

Banana Azul

(em inglês: Blue Banana, também referida na mesma língua como Bluemerang)
É um corredor descontínuo de urbanização na Europa Ocidental com uma população de cerca de 111 milhões de pessoas. Percorre desde o centro da Inglaterra ao norte da Itália.
Esse corredor possui uma curvatura em formato de uma banana, daí o nome. E abrange cidades como Liverpool, Manchester, Londres, Amsterdã, Haia, Roterdã, Bruxelas, Antuérpia, Düsseldorf, Colônia, Bonn, Frankfurt, Luxemburgo, Estrasburgo, Sturttgart, Nuremberg, Munique, Basileia, Zurique, Turim, Milão, Veneza e Gênova, entre outras. Apresenta uma das maiores concentrações de indústrias e de  moradores do mundo.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Banana_Azul

05 fevereiro, 2023

Emoriô

"Ê-Emoriô / Ê-Emoriô / Emoripaô / Emoriô deve ser / Uma palavra nagô / Uma palavra de amor / Um paladar / Emoriô deve ser / Alguma coisa de lá / O Sol, a Lua, o Céu / Para Oxalá." 
(João Donato - Gilberto Gil)

Mas afinal, o que é Emoriô? É interessante pensar que a letra de Emoriô, de certo modo, questiona o seu próprio significado: é uma palavra nagô? uma palavra de amor? um paladar?
Vídeo com Jorge Ben, Carol Rodgers, Gilberto Gil e Sérgio Mendes



Emoriô, na realidade, não seria nem mesmo uma palavra, mas uma frase em iorubá "E mo ri O", o que significa mesmo Eu Te Vejo, em referência a Oxalá, uma reverência a este Orixá que guarda plena relação com “o sol, a lua e o céu” e está associado à criação do mundo e da própria espécie humana. Na criatividade de Donato e Gil, Emoriô tornou-se então um Ijexá e fez um enorme sucesso na década de 70 como uma das músicas mais ouvidas na Europa com o estouro em 1975 a partir do compacto duplo de Fafá de Belém, lançado em Portugal, tendo em um dos lados "Emoriô" e do outro "Naturalmente" (também do álbum “Lugar Comum”) do próprio João Donato em parceria com Caetano Veloso. Desde então, Emoriô foi executada e gravada por dezenas de outros intérpretes e que são imprescindíveis de serem conferidos, tais como o próprio Gilberto Gil, Sandra de Sá, Sandra Portella, Duofel e Sérgio Mendes.

IMMuB - Instituto Memória Musical Brasileira

04 fevereiro, 2023

Uma surpresa no jantar

A garota de um jovem casal de namorados decidiu apresentá-lo à família em um jantar na sexta-feira à noite. Como seria um grande evento, ela disse ao namorado: "Depois do jantar teremos nossa primeira noite juntos! E não se preocupe, meu pai não sabe de nada."
O jovem ficou radiante, mas ao mesmo tempo muito preocupado, pois, como seria sua primeira vez, ele não sabia como agir e nem o que levar. Então decidiu ir a uma farmácia perto da casa da namorada e contou o fato ao farmacêutico. Este por sua vez foi muito solícito e explicou tudo, desde como agir até usar os preservativos. No fim, ele perguntou ao jovem qual levaria: o pacote com 3, 10 ou o extra, com 15. O rapaz, muito empolgado, optou pelo extra, pois ele e a namorada passariam a noite toda juntos!
Mais tarde, eis que chega o rapaz na casa da namorada. Ele toca a campainha, ela atende e diz: "Estou tão feliz que você vai conhecer meus pais, entre!" Ela o leva até a sala de jantar, onde os pais já estão sentados.
Então o jovem senta-se e propõe a todos fazer uma oração antes do jantar. Passa um minuto, e ele ainda de cabeça baixa. Passam 10 minutos, e ele continua sem se mexer. Passam então 20 minutos, e o rapaz ainda com as mãos em prece e a cabeça baixa. Até que a namorada, surpresa, sussurra no ouvido dele: "Não sabia que você era tão religioso". E eis que ele responde: "E eu não sabia que seu pai era farmacêutico..."

Estrada musical

A rodovia 37 que está localizada no nordeste da Hungria, indo de Felsőzsolca a Sátoraljaújhely, na fronteira húngaro-eslovaca. Ela passa pela região vinícola de Tokaj. 
A canção folclórica húngara Érik a szőlő (As uvas estão amadurecendo) pode ser ouvida em um trecho especial dessa rodovia (vídeo), onde o atrito entre o asfalto e os pneus toca a melodia enquanto você dirige a 80 km/h.



Se você for mais rápido ou mais lento, a melodia será imperfeita ou distorcida.

03 fevereiro, 2023

A Volta ao Mundo em Oitenta Dias

É um romance de aventuras do escritor francês Júlio Verne, publicado pela primeira vez em francês ("Le Tour du Monde en Quatre-Vingts Jours"), em 1872. Na história, Phileas Fogg de Londres e seu recém-empregado Passepartout tentam circunavegar o mundo em 80 dias com uma aposta de £ 20.000 feita por seus amigos do Reform Club. É uma das obras mais aclamadas de Verne.
Trama
Phileas Fogg é um rico cavalheiro inglês que vive uma vida solitária em Londres. Apesar de sua riqueza, Fogg vive modestamente e exerce seus hábitos com precisão matemática. Muito pouco pode ser dito sobre sua vida social além de que ele é membro do Reform Club, onde passa a maior parte de seus dias. Tendo dispensado seu valete por lhe trazer água de barbear a uma temperatura ligeiramente inferior à esperada, Fogg contrata o francês Jean Passepartout como substituto.
Na noite de 2 de outubro de 1872, Fogg se envolve em uma discussão no Reform Club sobre um artigo no The Daily Telegraph afirmando que, com a abertura de um novo trecho ferroviário na Índia, agora é possível viajar ao redor do mundo em 80 dias. Ele aceita uma aposta de £ 20.000, metade de sua fortuna, com seus companheiros de clube, para completar a tal jornada dentro deste período. Com Passepartout acompanhando-o, Fogg parte de Londres de trem às 20h45 daquela noite. Para ganhar a aposta, ele deve retornar ao clube por essa mesma hora em 21 de dezembro, 80 dias depois. Eles levam as £ 20.000 restantes da fortuna de Fogg com eles para cobrir as despesas durante a viagem.

mapa da viagem

Desfecho
Em solo inglês, Fogg é preso devido um mal-entendido e perde o trem que o levaria a Londres. Ao chegar com cinco minutos de atraso, ele está certo de que perdeu a aposta. No entanto, Passepartout descobre que se enganaram na data – não é 22 de dezembro, mas 21 de dezembro. Como eles haviam viajado para o leste, seus dias foram encurtados em quatro minutos para cada um dos 360 graus de longitude que cruzaram. Assim, embora tivessem passado a mesma quantidade de tempo no exterior que as pessoas haviam experimentado em Londres, eles viram 80 amanheceres e entardeceres, enquanto Londres tinha visto apenas 79. Informado de seu erro, Fogg corre para o Reform Club bem a tempo de cumprir o prazo estabelecido e ganhar a aposta.
Imitações
Após a publicação do livro, várias pessoas tentaram seguir a circunavegação fictícia de Fogg, muitas vezes dentro de restrições auto-impostas. Em 1889, Nellie Bly se comprometeu a dar a volta ao mundo em 80 dias para seu jornal, o New York World. Ela conseguiu fazer a viagem em 72 dias, tendo encontrado Verne em Amiens. Seu livro "A Volta ao Mundo em Setenta e Dois Dias" se tornou um best-seller. No mesmo ano, Elizabeth Bisland, trabalhando para o Cosmopolitan, tornou-se rival de Bly, disputando com ela para vencer o desafio.
Around the World in Eighty Days

02 fevereiro, 2023

A Batalha de Stalingrado

Não faltaram horrores durante a Segunda Guerra Mundial. O evento que deu ao mundo campos de concentração também nos deu o Estupro de Nanquim, o Bombardeio de Dresden e a destruição de Hiroshima e Nagasaki. Esses cenários de pesadelo geralmente ocorriam quando um grupo tinha poder sobre outro e usava esse poder para matar indiscriminadamente.
No entanto, as linhas de frente em si não eram exatamente um piquenique. Como as fotos da guerra nos mostram, os soldados rasos de todos os lados enfrentaram condições que a maioria de nós nem consegue imaginar. As marchas forçadas eram comuns, e a vida na linha de frente era um pesadelo constante que deixava muitos homens alquebrados mais do que apenas no sentido físico. E então houve a luta.
As batalhas da Segunda Guerra Mundial foram apocalipticamente brutais, devido a avanços na artilharia, tanques e outras armas de guerra. Houve muitas escaramuças sangrentas durante o conflito, mas talvez nenhuma tão terrível quanto a Batalha de Stalingrado . Essa batalha infame poderia ser chamada mais precisamente de cerco. Ele teve lugar de 23 de agosto de 1942 a 2 de fevereiro de 1943 - um total de cinco meses, uma semana e três dias. Em termos de número de soldados envolvidos, foi o maior encontro isolado na Segunda Guerra Mundial e provou ser um ponto de viragem na Frente Oriental. Os militares alemães se superestimaram em uma tentativa infrutífera de capturar Stalingrado. Se tivesse dado certo, o mundo seria muito diferente hoje.
Os historiadores tentaram compreender a insanidade de Stalingrado por meio de fatos e números, mas talvez as únicas vozes que realmente podem captar a experiência sejam aquelas que a viveram.

Quinn Armstrong, Ranker

01 fevereiro, 2023

Tocando o intangível

Então hoje eu quero falar sobre o passado, sobre o homem que projetou aquele aparelho de escuta inteligente, Lev Sergeyevich Termen.
Termen foi um visionário cujas invenções estavam décadas à frente de seu tempo, mas em sua vida pessoal lutou contra o inesperado. O pobre rapaz sempre parecia estar pisando no ancinho do Destino.
Termen nasceu em Petersburgo em 1896, em uma família aristocrática. Ele era uma criança musical e se tornou um violoncelista talentoso, mas seu maior amor sempre foi a física e a engenharia.
Em 1917, Termen participou da revolução bolchevique e foi designado para trabalhar em um novo laboratório de pesquisa soviético.
Uma de suas primeiras tarefas foi construir um sensor capacitivo para medir as propriedades elétricas dos gases. Consistia em duas placas de metal; introduzindo uma amostra de gás entre as placas, você pode fazer uma leitura.
Em vez de dar a este instrumento um mostrador regular para fazer leituras, Termen teve a ideia inspirada de conectar seus fones de ouvido.
O tom do sinal nos fones de ouvido correspondia ao valor da leitura. Termen notou que quando ele movia as mãos perto das placas de metal, isso afetava o tom.
Ele aprendeu sozinho a tocar algumas melodias, e seus colegas ficaram empolgados. "Termen está tocando o voltímetro!"
E essa foi a última vez que o mundo ouviu falar do analisador de gás. Termen começou a trabalhar e logo construiu o primeiro instrumento musical eletrônico do mundo. Seus colegas o chamavam de 'Termenvox', em sua homenagem. Nós, é claro, o chamamos de theremin (O teremim).
Aqui está um vídeo de um gato tocando o theremin.
Você vê que o instrumento tem uma antena vertical que controla o tom. À medida que o gato aproxima as patas da antena, ou a morde, o som fica mais alto.
Há também uma bobina horizontal, que o gato optou por não usar, que controla o volume.
Você não toca o theremin ao tocá-lo – basta apenas mover suas mãos (ou patas) para perto.
Aqui está um ser humano tocando o theremin, com um pouco mais de habilidade.



Por favor, perdoem a qualidade do vídeo, mas este é o próprio Termen, demonstrando sua invenção.
Você notará como o theremin é sensível a pequenas mudanças na posição da mão.
Bem, isto foi um grande sucesso com os rapazes do laboratório. E logo Termen foi convidado ao Kremlin para dar uma demonstração a Lenin, um grande nerd da tecnologia. Ele atingiu o grande momento!
Há dois temas recorrentes na obra de Termen. A primeira é essa ideia de tocar o intangível, palpar o impalpável, efetuar o inefável. Termen adorava conectar o mundo invisível do elétron aos nossos sentidos físicos, de maneiras surpreendentes. Você vê isso no theremin e também em The Thing ("A Coisa"); ambos os dispositivos acoplam o som a um campo eletromagnético de alta frequência.
E esse é o outro tema, que tudo em que Termen trabalhou parecia ter um lado sombrio.
Parte disso não era culpa dele, apenas devido à natureza amoral da física. Você não pode ter um mundo com um theremin sem também poder construir "A Coisa". Os elétrons não se importam.

OUR COMRADE THE ELECTRON (NOSSO CAMARADA, O ELÉTRON) - 2.ª parte desta palestra, que Maciej Ceglowski proferiu em 14/02/2014, na Webstock, em Wellington, Nova Zelândia.
[http://idlewords.com/]