31 janeiro, 2019

O Jardim das Delícias Terrenas (2)

Certamente você viu O Jardim das Delícias Terrenas, de Hieronymus Bosch, a famosa pintura a óleo do tríptico do final do século XV.
Eu vi!
Mas você conhece o significado por trás de todas as figuras fantásticas e horríveis de Bosch na pintura?
Vá até este documentário interativo online. Junte-se a esta excursão audiovisual de O Jardim das Delícias Terrenas, narrada por Redmond O'Hanlon, ou explore livremente e clique nos vários ícones para ler e ouvir a história por trás de uma parte específica da pintura.
Como ouvinte do documentário / participante da excursão terá uma melhor compreensão de como era viver na Baixa Idade Média e da importância que a religião tinha na vida cotidiana.

A descoberta da estrutura molecular do DNA

Rosalind Elsie Franklin (25 de julho de 1920 - 16 de abril de 1958, com 37 anos)
Rosalind  foi uma pesquisadora nascida em uma família judia britânica que contribuiu para a descoberta da estrutura molecular do ácido desoxirribonucleico (DNA), o constituinte dos cromossomos que codifica a informação genética.
Foto 51: mostrando o padrão
de difração de raios X do DNA
A partir de 1951, fazendo fotografias de DNA por difração de raios X, ela suspeitou da forma helicoidal da molécula (pelo menos nas condições que ela havia usado em seu trabalho). Rosalind também realizou estudos em cristalografia sobre a estrutura do RNA, dos vírus e do grafite.
Em 1962, pela confirmação da estrutura de dupla hélice do DNA, James Watson, Francis Crick e Maurice Wilkins compartilharam o Prêmio Nobel de Fisiologia ou Medicina.
Ela havia morrido de câncer, quatro anos antes de o Prêmio Nobel ser concedido a eles. Watson, que conhecia os trabalhos de Rosalind (inclusive a famosa Foto 51), sugeriu que ela deveria ter recebido o Prêmio Nobel de Química, juntamente com Wilkins. Mas, como é do conhecimento até do reino mineral, o Comitê Nobel não faz nomeações póstumas.

Ler também: A dupla hélice do ADN podia ter dado um Nobel da Química.

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Um sonho escrito com uma data se torna uma meta.
Uma meta dividida em etapas se torna um plano.
Um plano apoiado pela ação se torna realidade.

30 janeiro, 2019

O "humildificador"

Dona Jersycleyds reclama:
— A humildade tá muito alta, a gente suamos muito...
Sem nenhuma humildade nem educação, falo sarcástico:
— A humildade, sei não, mas a umidade está quase igual na praia, a gente sua muito (frisando o "sua", como perfeito idiota).
— Ah, adisculpe, o certo é "umidade", né?, ela responde envergonhada.
— É sim.
- E humildade como é?
Ao invés de explicar com afeto, humildemente, começo a filosofar como perfeito idiota quando quer mostrar conhecimento sem necessidade:
— É quando somos humilhados até a última geração e, não tendo mais forças para lutar contra a correnteza que nos empurra para a sarjeta, simplesmente baixamos a cabeça e deixamos todos se sentirem superiores, inclusive aqueles que têm apenas dinheiro para pagar uma faxina, comprar um carrinho, mas são de uma pobreza que beira a miséria humana.
Exemplo de humildade sem ser servil, Dona Jersycleyds me olha com cara de enfezada, assim meio divertida:
— ...???
— Dotô, o sinhô tá insuportável! Tá qui nem o calor!
E sai à procura de um lugar mais fresco para sua cútis e menos árido para sua vida.

Fernando Gurgel Filho

O galo que ri

Um estudo realizado por pesquisadores japoneses chegou à conclusão de que o canto do galo é acionado pelo ciclo circadiano das aves, e não pelas condições ambientais de iluminação como se acreditava anteriormente.
Em suma, os galos são geneticamente agendados para cantar de madrugada.

Tema a pesquisar: a risada do galo.



The Laughing Cock Contest
Um total de 187 galos participaram de um concurso de risadas em Jacarta, na Indonésia, em 16 de julho de 2011.

Línguas faladas na Rússia (além de russo)

por Natalya Nosova, RUSSIA BEYOND
Você acha que o russo é difícil de aprender? Por um lado, você está certo. Letras de outro mundo, seis declinações, tempos verbais diversos... Tudo isto parece realmente desafiador e confuso.
Por outro lado, porém, o russo é "sopa no mel" em comparação com algumas das outras línguas faladas na Rússia. Se você acha que seis declinações é algo difícil, como você se empenharia a aprender uma língua que tem entre 44 e 46 (os linguistas ainda não chegaram a um consenso) casos nominais?
Em primeiro lugar, vamos deixar claro que sim, a tal língua existe de verdade e é falada por pessoas comuns – e nem todas elas são gênios. O tabasaran é considerado uma das línguas mais difíceis do mundo. Há cerca de 150.000 pessoas de etnia tabasaran vivendo na república russa do Daguestão (no Cáucaso do norte russo) e que cresceram falando esta língua.
Outra república do sul da Rússia, a Karatchai-Tcherkessia, é lar dos abazins. O alfabeto deste povo do Cáucaso contém 71 letras (para efeito de comparação, o russo tem 33 e o português, 26). Apenas seis destas 71 letras são vogais. Aprender o abaza por conta própria é praticamente impossível.
Oficialmente, existem mais de 30 idiomas com status oficial na Rússia. De acordo com o artigo 68 da Constituição da Federação da Rússia, "as repúblicas [dentro da Rússia] têm o direito de estabelecer suas próprias línguas estatais".
E isto realmente acontece. No Tartaristão, por exemplo, o tártaro é ensinado nas escolas, na República da Tchuváchia, é o tchuvach e assim por diante.
Isto não significa, porém, que estes idiomas sejam amplamente difundidos. No censo de 2010, perguntou-se: "que línguas você fala?". O inglês foi a resposta mais frequente após o russo: 7,5 milhões disseram falar a língua, ou seja, 5,48% dos entrevistados.
Afinal de contas, o inglês é ensinado nas escolas em quase todo o país, enquanto as línguas de minorias mais difundidas no país, como o tatar, mal chegam a 3%.
Mas não pense que o Cáucaso é a única parte da Rússia onde se falam línguas exóticas. No Extremo Oriente do país, o povo esquimó de Tchukotka fala uma língua bonita, mas dificílima (com "apenas" 63 formas verbais).
Línguas como o tabasaran ou o esquimó são tão exóticas para os russos étnicos quanto o são para os estrangeiros.
"Internet" em esquimó, por exemplo, diz-se "ikiaqqivik" – que, literalmente, significa "jornada por múltiplas camadas". Não é poético?

29 janeiro, 2019

O Nobel da Paz, 80 anos depois

1939 - Por incrível que pareça, o ditador nazista Adolf Hitler chegou a ser indicado ao Prêmio Nobel da Paz. A indicação foi feita por E.G.C. Brandt, um membro do parlamento sueco.
No entanto, ele não pretendia que a designação fosse levada a sério. Brandt era conhecido pelo pensamento antifascista, e indicou Hitler ao prêmio como uma crítica satírica ao debate político na Suécia. Na época, boa parte dos parlamentaristas suecos havia indicado o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain ao Nobel da Paz, atitude que Brandt desaprovava. Foi aí que ele resolveu superar – e provocar – os colegas, indicando Hitler ao prêmio. O protesto de Brandt não foi muito bem recebido pela organização do Nobel, que cancelou essa indicação em 1.º de fevereiro de 1939.
N. do E.
De 1939 a 1943 nenhum Nobel da Paz foi concedido.

2019 - O jornal francês "L'Humanité" abraça esta causa: Le Nobel de la paix pour Lula!
O prestigiado jornal francês L’Humanité dedicou a capa deste domingo (27) para a campanha pelo Prêmio Nobel da Paz ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"Mais de meio milhão de pessoas já assinaram uma petição lançada pelo ativista argentino Adolfo Pérez Esquivel para fazer do ex-chefe de Estado um Prêmio Nobel da Paz. Aquele que hoje é prisioneiro político tem sido iniciativa de um programa para erradicar a fome", diz o texto do jornal francês.
A campanha mundial pelo Nobel da Paz a Lula tem como mote o combate à fome e à miséria.
Fonte: L'Humanité

Casa ao mar!

Pescadores da cidade de Matinhos flagraram uma casa à deriva no mar. A hipótese é que ela tenha se soltado com as fortes chuvas que atingiram a região nos últimos dias. Pelo que é possível notar, o local era usado como base para o cultivo de ostras e não como residência — mas isso não impediu o pessoal de sonhar com a vida em alto mar.
Confira:

Comentários:
Agora a família Schurmann foi longe demais.
Mais um dia normal no meu Paraná.
Vistas pro mar pra quê? Se você pode morar nele,,,
Mas, gente, a casa resolveu dar um rolê.
Não ter visitas de parentes e vista pro mar. Quero muito.
Mandei botar uma placa: MAR SALSO MAR.

https://twitter.com/i/moments/1086283416327372805

28 janeiro, 2019

Nós saberemos

Na idade de 68 anos, o matemático David Hilbert, de acordo com os regulamentos da Universidade de Göttingen, aposentou-se. Foi quando proferiu o segundo grande discurso de sua carreira. Ele contém a famosa frase "Wir mussen wissen. Wir werden wissen" (Nós devemos saber, nós saberemos). Estas palavras otimistas estão inscritas sobre o túmulo de Hilbert, em Gottingen.
Emil du Bois-Reymond sustentava que a natureza da matéria e da consciência humana permaneceriam sempre incognoscíveis. Hilbert refutou essa visão pessimista com um espírito de otimismo científico.
"Não devemos acreditar naqueles que hoje, com um ar filosófico e um tom de superioridade, profetizam o declínio da cultura e estão presunçosos em sua aceitação do princípio do ignorabimus. No lugar desse insensato ignorabimus, deixemos que, ao contrário, nossa resolução seja: Nós devemos saber, nós saberemos."
Hilbert viveu para ver os nazistas expulsarem muitos dos proeminentes membros do corpo docente da Universidade de Göttingen, em 1933. Um ano depois, Hilbert participava de um banquete e estava sentado ao lado do novo ministro da Educação, Bernhard Rust. Rust então perguntou se "o Instituto de Matemática" realmente sofreu muito por causa da partida dos judeus". E Hilbert respondeu: "Sofreu? Não existe mais, não é?"

Gandavo viu a banana

Pero de Magalhães Gandavo, natural de Braga, descendia de flamengos, como seu nome indica: Gandavo corresponde a Gantois, morador ou filho de Gand. Residiu algum tempo no Brasil. Foi insigne humanista e excelente latinista, de cuja língua abriu escola pública entre Douro e Minho, onde foi casado. E se acrescentarmos que Luís de Camões o teve por amigo, teremos esgotado a sua breve biografia. ~ Capistrano de Abreu
Diz Gandavo, o amigo de Camões, que lhe reconheceu "claro estilo, engenho curioso, e a quem o Brasil devia um Tratado e uma História", em Tratado da Terra do Brasil:
"Também há uma fruta que lhe chamam bananas, e pela língua dos índios pacovas: há na terra muita abundância delas: parecem-se na feição com pepinos, nascem numas árvores muito tenras e que não são muito altas, nem têm ramos senão folhas muito compridas e largas. Estas bananas criam-se em cachos, algum se acha que tem de cento e cinqüenta para cima, e muitas vezes é tão grande o peso delas que faz quebrar a árvore pelo meio; como são de vez colhem estes cachos, e depois de colhidos amadurecem, e tanto que estas árvores dão uma fruta, logo as cortam porque não frutificam mais que a primeira vez, e tornam a rebentar pelos pés outras novas. Esta é uma fruta muito saborosa e das boas que há na terra, tem uma pele como de figo, a qual lhes lançam fora quando as querem comer e se come muitas delas fazem dano à saúde e causam febre a quem se desmanda nelas. E assadas maduras são muito sadias e mandam-se dar aos enfermos. Com esta fruta se mantém a maior parte dos escravos desta terra, porque assadas verdes passam por mantimento, e quase têm sustância de pão. Há duas qualidades desta fruta, umas são pequenas como figos berjaçotes, as outras são maiores e mais compridas. Estas pequenas têm dentro em si uma cousa estranha, a qual é que quando as cortam pelo meio com uma faca ou por qualquer parte que seja acha-se nelas um sinal à maneira de crucifixo, e assim totalmente o parecem."
Gandavo, Pero de Magalhães. Tratado da Terra do Brasil : História da Província Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil. Brasília : Senado Federal, Conselho Editorial, 2008. 158 p. (Edições do Senado Federal; v. 100; p. 63-64)


Pesquisa Google:
Gandavo (160.000 resultados), Gândavo (152.000 resultados). Data: 09/09/18 às 10h50.

27 janeiro, 2019

Chame os advogados

Em janeiro de 2012, a Vale S.A. foi eleita como a pior empresa do mundo, no que se refere a direitos humanos e meio ambiente, pelo Public Eye on Davos, premiação realizada desde o ano 2000 pelas ONGs Greenpeace e Declaração de Berna. Dessa forma, a Vale tornou-se a primeira empresa brasileira a "vencer" tal eleição, também conhecida como "Oscar da Vergonha". A escolha foi realizada por meio de votação pública, tendo a Vale recebido 25 mil votos. Em segundo lugar na eleição ficou a japonesa Tepco, responsável pela operação das usinas nucleares de Fukushima, atingidas por um tsunami em março de 2011.
O Public Eye é uma plataforma para críticas substanciais à "globalização puramente orientada para o lucro". No que diz respeito à Vale, criada por Getúlio Vargas em 1942, com o nome de Companhia Vale do Rio Doce, e doada (privatizada é eufemismo) durante o governo de Fernando Henrique, prossegue sendo marcada negativamente pelos desastres ambientais de Mariana (2015) e Brumadinho (2019), ambas no estado de Minas Gerais. Nos dois casos, houve o rompimento de barragens pertencentes à mineradora, deixando muitas vítimas e desaparecidos em meio aos rejeitos de mineração.
Super Latuff:

O FIM

. . . NÃO É MAIS O QUE COSTUMAVA SER.
(http://bitsandpieces.us/2018/09/the-end/)

Por que o espaguete não quebra pela metade?

por Matt Soniak
Se esta não é uma pergunta que você já fez a si próprio em uma noite da massa, faça um pequeno experimento comigo. Vá para a cozinha, pegue um fio de espaguete seco e, com uma mão em cada extremidade, dobre até que ele quebre. Se você pensou que ia resultar em dois pedaços limpos, e você está no meio da caixa e isso não aconteceu ainda, você não está sozinho.
Um fio de espaguete cru raramente quebra ao meio, e geralmente quebra em três ou mais pedaços, com vários pequenos pedaços voando do meio (meu recorde é sete). Além de confundir a pessoa comum na cozinha, a questão de por que e como isso acontece manteve (pelo menos duas) grandes mentes científicas acordadas à noite.
Felizmente para nós, os médicos Basile Audoly e Sébastien Neukirch, ambos da Universidade Pierre e Marie Curie em Paris, tiveram muito trabalho (e desperdiçaram muito macarrão) para encontrar uma resposta. Sua pesquisa foi publicada como "Fragmentação de hastes por rachaduras em cascata: por que espaguete não quebra ao meio", em Physical Review Letters (Volume 95, n º 9, 26 de agosto de 2005).
Depois de quebrar o fio de espaguete (eles usaram Barilla, caso você esteja se perguntando), captando imagens de alta velocidade do processo e aplicando a equação de Kirchhoff (que se relaciona com a forma como as ondas viajam através de um objeto sob tensão), eles concluíram que a fragmentação do espaguete é causada pelas ondas flexurais que atravessam a massa após o intervalo inicial. Uma vez que o espaguete é dobrado até um ponto crítico, ele quebra. Isso faz com que uma onda de flexão percorra cada uma das peças resultantes antes que elas tenham tempo de relaxar da tensão e endireitar-se. A onda faz com que essas peças se curvem mais, o que leva a mais quebras.



Audoly e Neukirch referem-se a toda essa provação como um "mecanismo de fratura em cascata", o que faz uma noite de espaguete soar bem excitante.
Why Doesn't Spaghetti Break in Half?, MENTAL FLOSS
PS - Um rumor anedótico diz que o físico Richard Feynman (guarde este nome) ponderou se tratar de uma questão sem solução.

+ ESTUDOS
Uma demonstração de como fazer um gato flutuar com a utilização de duas leis que se contrariam.

26 janeiro, 2019

O diabo em Segóvia, reza a lenda

Ao colaborador Fernando Gurgel Filho, que se deixou fotografar com o Diabo de Lübeck.

A designação Ponte do Diabo refere-se a várias dezenas de antigas pontes, que, segundo a tradição popular, teriam sido construídas pelo diabo, com a sua ajuda, ou mesmo contra a sua vontade. A maioria são pontes medievais em arco, encontradas na Europa e caracterizadas quase sempre pela superação de obstáculos técnicos durante a construção.
A Wikipédia traz uma lista (incompleta) dessas pontes. Não consta da relação o "Aqueduto do Diabo" de Segóvia.
Em Segóvia, na Espanha, há um aqueduto construído no século I (e que ficou em uso até o Século XIX). São 167 arcos de blocos de granito, tudo encaixado e equilibrado sem nenhum cimento ou liga. Obra dos antigos romanos.
Mas reza a lenda segoviana que o aqueduto foi construído por um rapaz bonito (ainda que manco), de gibão de couro e pena de galo no chapéu. Ele fez esta obra, de um dia para o outro, para atender uma criada que tinha de buscar água em local de difícil acesso para a casa em que trabalhava. Na verdade, o rapaz era o próprio diabo. E a moça só não perdeu a alma para ele porque o galo cantou antes que ele colocasse a última pedra no aqueduto.
Como tributo a essa lenda local, e para atrair mais turistas para a cidade, autoridades segovianas decidiram fazer uma estátua do diabo da lenda para colocar no aqueduto.
Ela foi esculpida por José Antonio Abella, que fez um diabinho já tirando selfie.


No entanto, a estátua vem sendo hostilizada por católicos conservadores. Alegam que é ofensiva à religião por ser uma glorificação do mal. Além disso, o diabo do diabo parece "jovial" demais, porque está sorrindo, ao invés de ser representado de forma repulsiva e monstruosa como na arte sacra clássica.

Fonte: Thread de @KarlFelippe no Twitter

O humor é uma pérola rara

1
"Você é tão irritante que eu quase posso sentir meu corpo instintivamente formando uma pérola em seu redor."
Dave Pacheco
Isto, meus amigos, é uma queimadura sólida.
2
Super Nani:

Em redor / ao redor
Pode-se empregar ambas as formas: tanto se diz ao redor como em redor.

25 janeiro, 2019

A síndrome de "Estocônibus"

A maioria das pessoas sabe o que é a síndrome de Estocolmo. O nome dado ao estado psicológico em que uma pessoa, submetida a uma forte intimidação, passa a simpatizar, estimar e até mesmo amar o agressor. Os exemplos mais conhecidos desta síndrome aconteceram em pessoas sequestradas.
E a síndrome de "Estocônibus"?
Bem, se você começa a ter um apego exagerado com o ônibus que você pega diariamente, pode ser o caso. Descrita pela primeira vez por @laurawtff, a síndrome de "Estocônibus" talvez apareça na próxima versão do DMS.
Confira no BuzzFeed se você sofre deste mal, marcando o que corresponde a você.

Ao ver seu ônibus passando, você verbaliza "meu ônibus" (como se estivesse vendo um grande amigo na rua).
Você sente o ímpeto de subir nele, mesmo que não seja necessário.
Quando ele passa vazio no domingo, quase lhe cai uma lágrima.
Você pode falar mal dele, mas os outros não podem.
Às vezes, você xinga seu ônibus, mas não o odeia de verdade.
Depois de xingá-lo, você já achou que ele estava demorando de propósito porque ficou bravo.
Quando você muda a rotina e vê seu antigo ônibus passando, parece que viu uma ex.
Você passa tanto tempo em seu ônibus que quando chega no ponto você tem até preguiça de descer.
E já quase perdeu o ponto por causa disso.
Você tem um assento favorito que lhe dá conforto e aconchego.
E quando consegue sentar nele o dia já começa melhor.
Você tem todo um ritual para conseguir ter uma viagem mais confortável (como pegar os fones, onde apoiar a mochila etc).
Aliás dois: um para a opção de viajar sentado e outra em pé.
Às vezes, a relação está tão mal que você pensa "chega, vou a pé até o outro ponto pegar outro busão".
E depois se arrepende porque sente que traiu seu ônibus de sempre.
Mas se rolar a possibilidade de carona não é traição (seu ônibus vai entender).
Você gostaria de poder ter uma DR com seu ônibus para melhorar a relação.

Curta o curta


"Quanto mais espero, menos esperarei."

Tu e eu

Luís Fernando Veríssimo
Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
Eu não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.

Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobo
eu sou mais albônico.
Tu, fão.
Eu, fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu, piniquim.
Eu, ropeu.
Gostas daquelas festas
que começam mal
e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss,
eu, um místico.
Tu, multo.
Eu, carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu, cano.
Eu, clidiano.

Dizes na cara
o que te vem à cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu, tano.
Eu, femismo.

24 janeiro, 2019

A evolução dos dispositivos de armazenamento de dados

"Erros usando dados inadequados são muito menores do que aqueles não usando dados."
~ Charles Babbage


VÍDEO

Os cartões McBee no Hospital de Messejana
Antes, muito antes da computação em nuvem, os dados referentes aos pacientes tuberculosos internados no Hospital de Messejana (no Ceará) eram armazenados em fichas McBee.

Tipos de azeite de oliva

Você já deve ter reparado que há diversos tipos de azeites de oliva disponíveis para venda, dentre eles podemos citar: virgem, extravirgem e refinado (puro de oliva).
Cada um deles possui suas especificidades, seja na forma de produção, seja em sua funcionalidade na cozinha, e se você gosta de se aventurar neste território, é importante saber como funciona cada um deles e como identificá-los para garantir uma melhor harmonização de seus pratos.
O azeite virgem - Assim que o sumo de fruta é extraído, a partir de azeitonas maceradas, ele é chamado de azeite virgem. Posteriormente, este azeite será classificado de acordo com parâmetros físico-químicos, tais como acidez, índice de peróxido e absorção de ultravioleta, e fatores sensoriais.
O azeite extravirgem - Como foi dito acima, a classificação de um azeite de oliva depende de parâmetros físico-químicos, um dos quais é a acidez. Uma acidez abaixo de 0,8% o classifica como extravirgem.
O azeite de oliva refinado - O azeite puro de oliva é o que passa por um processamento industrial - como o que produz os óleos de sementes - sendo assim um azeite refinado.
Os óleos de oliva apresentam a maior porcentagem de gorduras monoinsaturadas entre os óleos de cozinha. Eles são ricos em antioxidantes chamados de polifenóis, compostos oriundos das plantas que são benéficos para o coração.
Feito a partir da primeira prensagem das azeitonas, do que resulta ser um óleo com mais sabor e aroma natural, o extravirgem é geralmente o mais caro dos azeites de oliva. É uma boa opção para acompanhar vegetais e preparar molhos de saladas.
Quando se trata de cozinhar a altas temperaturas, há opções melhores, pois o azeite extravirgem não suporta bem um calor muito alto. O azeite refinado, ou puro, é o mais adequado para cozinhar a altas temperaturas.
Fontes
http://blog.verdelouroazeites.com.br
http://www.tudoporemail.com.br
Azeitona e oliva são sinônimos?
São. Azeitona é o termo mais corrente em português e tem origem árabe (az-zaytūna). Contudo, existe o termo de origem latina oliva, que, pela sua configuração, indicia influência culta (da Igreja, na Idade Média ou de círculos eruditos, mais tarde, no Renascimento).
Curiosidade
Todo estetoscópio tem um par de olivas (figura). São elas que, de um modo confortável, permitem o encaixe dos tubos do estetoscópio nos canais auditivos dos profissionais que usam este tipo de equipamento.
Nova Acta, 153 - Ouçam esta!

23 janeiro, 2019

Carne, limões e queijo!

Uma história ridícula é contada sobre um grande desfile naval que ocorreu no reinado do último Napoleão da França (Napoleão III) e da imperatriz Eugénie (Eugénia de Montijo).
Vários navios americanos estavam presentes, e eles foram alinhados para saudar o iate da Imperatriz quando passasse. Os marinheiros franceses, claro, sabiam como fazê-lo e de seus navios gritavam "Vive l'Impératrice!". Enquanto o almirante americano sabia que era impossível ensinar essas palavras a seus homens no tempo que lhe restava, então ordenou que sua tripulação gritasse "beef, lemons and cheese!". O iate imperial se aproximou e, quando passou pela frota, ouviu-se um poderoso rugido de "carne (de vaca), limões e queijo".
E a imperatriz disse que nunca havia recebido antes tal ovação.
Current Literature, agosto de 1893
(https://www.futilitycloset.com/2018/03/22/in-a-word-581/)

O AMOR

Vladimir Maiakovski, também chamado de "o poeta da Revolução", foi um poeta e dramaturgo russo, frequentemente apontado como um dos grandes poetas do século XX, ao lado de Ezra Pound e T.S. Eliot.

Para que doravante
a família seja
o pai,
pelo menos o Universo,
a mãe,
pelo menos a Terra.

Um de seus poemas, "O Amor", foi adaptado e musicado por Caetano Veloso e Ney Costa Santos, tendo recebido uma primorosa interpretação de Gal Costa.


22 janeiro, 2019

Direitos humanos e humanos direitos

(tirinha de André Dahmer)

Um slogan tem feito sucesso na parcela mais conservadora da sociedade brasileira, e ele se baseia num jogo de palavras: “direitos humanos para humanos direitos”.
Tanto “direito” quanto “humano” são palavras com dois sentidos. O dicionário Houaiss apresenta mais de 30 acepções para a palavra “direito”, sendo 12 como adjetivo (justo, correto, de acordo com os costumes, de conduta impecável, que segue a lei e os bons costumes, honesto) e as outras como substantivo, dentre as quais sobressai a designação da área (do campo) que estuda as leis (formado em direito, p. ex.). Outros sentidos são “regalia, privilégio, o que é facultado a indivíduos ou grupos por força de leis ou costumes, prerrogativa”.
O sintagma “direitos humanos” não aparece entre os exemplos, o que não deixa de ser estranho, porque há 70 anos esta é certamente uma das expressões de maior circulação, pelo menos no ocidente dito civilizado, cujo objeto é alvo de muitas discussões, de embates e de políticas concretas (ou de sua ausência).
Considerados esses registros, a interpretação do slogan deveria ser objeto de uma hermenêutica cuidadosa. As perguntas são “o que são humanos?” e “o que são “direitos?”.
No sintagma “direitos humanos”, “direitos” é um substantivo (e plural, indicando que há mais de um). Seu sentido está próximo de “prerrogativa”, indicando que se trata de algo característico ou exclusivo da espécie (quem é humano deve ter X prerrogativas): o que quer dizer que não lhes pode ser negado o acesso à igualdade, à liberdade, à saúde. “Regalia” e “privilégio” conotam certo exagero, ou o fato de que certo “direito” é de fato uma excrescência.
O sentido de “direito”, neste uso, é restringido por “humanos”: trata-se de prerrogativas da espécie, que não necessariamente se devem às outras (animais, vegetais) – questão mais aberta, hoje, dadas as teses da preservação.
Em “humanos direitos”, “humanos” funciona como substantivo (como em verdes / vermelhos) e seu sentido é restringido por “direitos”. Vale dizer: as tais prerrogativas não devem ser estendidas a todos os indivíduos da espécie humana, mas apenas àqueles que são “direitos”. “Direito” se define, seguindo os registros do Houaiss, como “de acordo com os costumes, de conduta impecável, que segue a lei e os bons costumes, justo, correto, honesto”.
As acepções dão margem a alguma indeterminação: ser direito é seguir os costumes? Mesmo em regimes escravocratas? Mesmo em sociedades com legislação machista, homofóbica ou racista? Outra acepção talvez explique um pouco melhor a questão: “que segue ... os bons costumes” (porque a lei pode não ser justa). “Bons costumes” parece melhorar um pouco a definição. Mas o que é um “bom” costume? Sabe-se que a sociedade se divide em questões como essa, mesmo se aplicada ao campo da política, mas especialmente ao da moral.
De fato, se nos valermos da memória (como é o caso de veste azul e veste rosa), veremos que “direito” (em “humano direito”) se associa a heterossexual, que não tem dívidas com a justiça, independentemente de como isso é conseguido; e se associa também ao “homem macho”, excluindo o homossexual. Eventualmente, até a mulher, sempre suspeita – claramente como a que não tem os mesmos direitos que os homens. Exclui o pobre, a não ser o submisso (um grevista não é muito direito...) e, claro, no lugar mais “baixo” da escala, exclui o negro, de qualquer gênero. Afinal, quem não desconfia do mal vestido que passa perto de sua casa? Ou do negro que pede ajuda no portão? Eles têm “uma cara” da qual desconfiamos...
A partir desta semana, talvez um humano direito seja o sujeito que comprou ou pensa em comprar uma arma de fogo. Ou quatro, se for um cidadão de bem.

Extraído de: Quando a ordem, ou a desordem, das palavras altera o seu sentido, por Sirio Possenti. In: Rede Brasil Atual
Sirio Possenti é professor do Departamento de Linguística da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp)

O "sincericídio" infantil

Verifica-se quando a criança está sendo sincera demais. Você capricha, faz uma surpresa, um mimo, um lanche legal. Mas aí o "baixinho" joga em sua cara que tudo é uma bela porcaria.

Outros exemplos:

 O rei está nu.
No Preblog

 Não é a mamãe.
Na figura ao lado

 É assim: eu acho mil reais. Aí eu devolvo ao dono quinhentos reais e fico com os outros quinhentos para pagar minha honestidade.
No Dicionário de Humor Infantil, de Pedro Bloch
http://blogdopg.blogspot.com/2011/08/honestidade.html

Há duas coisas que uma criança compartilha voluntariamente: doenças transmissíveis e qual é a idade da mãe.

21 janeiro, 2019

Pikachu do Sul

A @is_meguca estava apenas fazendo uma piada sobre como ela é ruim de flerte. A moça ia colocar no Twitter a famosa imagem do Pikachu chocado, dando a entender que é assim que ela fica quando alguém a paquera – em estado de choque.
Mas aí ela selecionou o arquivo errado, tuitando a mensagem com o mapa da América do Sul. Felizmente apareceu uma alma prestimosa para fazer as devidas correções.

"La Vita Amara"

Esta foi outra das ocasiões em que o turismo de massa me fez perder a fé na humanidade:
EL PAÍS — Aconteceu na Fontana di Trevi, um dos monumentos mais visitados de Roma(*). Duas turistas, uma holandesa e uma ítalo-americana, tentavam tirar a "selfie perfeita" em frente à fonte. Por disputar o mesmo espaço, acabaram brigando diante de uma multidão atônita — outras pessoas das famílias das duas mulheres também participaram do "barraco" —, até que a polícia interveio.
Um turista espanhol gravou um vídeo em que você pode acompanhar a confusão.
N. do E.
(*) Foi cenário de "La Dolce Vita" (filme franco-italiano de 1964), do cineasta Federico Fellini, em que Anita Ekberg entra na água e convida Marcello Mastroianni a fazer o mesmo.
Ver: Moedas na Fonte

20 janeiro, 2019

ENEM 2019

Do Globo:
Após a divulgação do resultado do Enem, muitos estudantes comemoram as notas obtidas, enquanto outros lamentam e ficam na apreensão pela chegada do Sisu, sistema para se candidatar às vagas no ensino superior. Uma minoria, no entanto, tem algo a mais para exaltar. Segundo o Inep, autarquia responsável pelo Enem, dos 4,1 milhões de candidatos, somente 55 tiraram mil pontos na redação.

🎯Não é a televisão que ensina a escrever, claro.
Vá à Itália da RAI, à Inglaterra da BBC ou a qualquer país minimamente civilizado e veja quantos canais existem.
(A televisão) não impediu a Itália da magnífica RAI eleger a extrema-direita separatista, nem a Alemanha da ZDF estar às portas de entregar o poder à AfD neo-nazista...
Mas a televisão ajuda a estupidificar.
Comentário de Paulo Henrique Amorim




Pela "enemésima" vez: toda TV tem seu botão de pânico, a tecla de desligar. Além da tomada, claro.

Unplugging

"A Voz Orgulho do Brasil"

Antônio Vicente Felipe Celestino (1894, Rio de Janeiro, RJ - 1968, São Paulo, SP), cantor, compositor e ator. Nasceu no dia 12 de setembro de 1894, na Rua Paraíso, bairro de Santa Teresa, no Rio de Janeiro. Filho de imigrantes da região da Calábria, Itália, chegados ao Brasil dois anos antes de seu nascimento. Teve cinco irmãos e cinco irmãs. Cinco dedicaram-se ao canto e um ao teatro.
Desde os 8 anos, por sua origem humilde, Celestino teve de trabalhar como sapateiro, vendedor de peixe, jornaleiro e, já rapaz, chefe de seção numa indústria de calçados.
Começou cantando para conhecidos em festas e serenatas e era fã de Enrico Caruso. Estreou profissionalmente cantando no teatro São José a valsa "Flor do Mal", de Santos Coelho e Domingos Corrêa. Ao gravá-la em 1915, em um histórico 76 rpm da Casa Edison (número 121052), esta canção vendeu milhares de discos. [https://youtu.be/CCiTQsQEuLk]
Casou-se, em 1933, com a cantora e atriz Gilda de Abreu.
Em 1946, foi lançado o filme "O Ébrio", baseado em canção de sua autoria , com a direção de Gilda de Abreu, e com ele no papel principal obtendo recordes de bilheteria. [https://youtu.be/BFOO-HFoMSg]
Além de "O Ébrio"(1936), outras músicas autorais de Vicente Celestino obtiveram grande sucesso, dentre elas:
Coração Materno (1937) [https://youtu.be/I_03HjYehYE]
Patativa (1937) [https://youtu.be/NvmnrG0VlLw]
Mia Gioconda (1946) [https://youtu.be/56m-JkqMFXM]
Porta Aberta (1946) [https://youtu.be/y7cQ98sziP8]
Cantor que lançou um estilo caracterizado pelo romantismo exacerbado, comovendo e arrebatando um grande público durante a primeira metade do século 20, através do teatro, dos discos e do cinema nacional, Celestino passaria incólume por todas as fases e modismos. Mesmo quando, no final dos anos 50, fiel ao seu estilo, gravou "Ontem ao luar", "Conceição", "Nono Mandamento" e "Se Todos Fossem Iguais a Você".
Seu eterno arrebatamento, paixão e inigualável voz de tenor, fizeram com que o povo o elegesse como "A Voz Orgulho do Brasil".
No dia 23 de agosto de 1968, quando se preparava para gravar um programa de televisão, onde seria homenageado pelo Movimento Tropicalista, Vicente Celestino passou mal no quarto do Hotel Normandie, em São Paulo, falecendo logo em seguida.
Eis alguns trechos copidescados de uma reportagem do "Jornal da Tarde":
Na porta da gafieira "Som de Cristal", na rua Rego Freitas (São Paulo-SP), o movimento era grande. Lá dentro, o salão estava cheio - mais de 2.000 pessoas. Ramos de coqueiros enfeitavam o salão. Por todas as paredes muitas faixas com frases, algumas incompletas.
Era a gravação do primeiro programa "Tropicália ou Panis et Circenses", de Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Quando correu a notícia de que Vicente Celestino, que também ia se apresentar no programa (ele tinha ensaiado uma música para cantar na festa.), tinha morrido. "Isso é boato para tornar mais animada a festa. Aposto como ele na hora aparece aí", comentou uma mulher.
Passava de meia-noite, quando anunciaram que Vicente Celestino tinha mesmo morrido. Os apresentadores ficaram na dúvida se fariam o show, mas sabendo que, se o cantor estivesse vivo, a opinião dele seria a de que fizessem, decidiram fazer.
Gil e Caetano sobem ao palco.
Outros cantores continuam: Nara, Os Mutantes, de novo Caetano, Dalva de Oliveira, Linda e
Dircinha Batista. Araci de Almeida canta músicas de Noel.
Em um momento de pausa, Chacrinha começa a cantar uma música de Caetano e conversa com o cantor. Depois, é a vez de Maria Bethânia.
Todos os cantores agora estão juntos, de frente para as câmaras de televisão. Abraçados, cantam e dançam "Bat Macumba", de Gil. O público também canta e aplaude. A festa está chegando ao fim.
http://dicionariompb.com.br/vicente-celestino
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vicente_Celestino
http://tropicalia.com.br/v1/site/internas/report_depois.php
Vídeo
Áudio 1: "Rasguei o teu Retrato", 1935, composição Cândido das Neves "Índio", interpretação de Vicente Celestino, com Orquestra Victor Brasileira, gravadora Victor, lado B, 78 rpm. Com cenas do Cinema.
Áudio 2: Fragmento da mesma canção tango, interpretação do cantor/compositor cearense Ednardo, 1978, gravadora WEA BR.
Acervo e produção criativa: Rádio Educativa Mensagem - radiosantos (REM).


19 janeiro, 2019

O tio louco

Toda família tem quatro tipos de membros:
O primeiro é aquele em que todos confiam, o segundo é o irmão mais novo ligeiramente flexível e com direito ao voto, o terceiro é aquele primo excêntrico que é evitado nas reuniões importantes, e o quarto é o velho tio louco que ninguém deixa sair do sótão.


AQUI COMEÇA O ARTIGO. Às vezes, o tio maluco não mora em um sótão usando um chapéu de papel alumínio.
Mas eles estão lá ouvindo Rush, assistindo a Fox News, e acreditando que Obama está em armas e vai destruir a Constituição para conseguir um terceiro mandato. Eles se consideram patriotas e apoiam nossas tropas e, ao mesmo tempo, querem que os membros da milícia atirem neles se cruzarem a fronteira do estado do Texas. Eles apoiam a polícia, a menos que a polícia tente prender um racista por deixar seu gado pastar em terras federais. Eles acreditam que deveria haver testes de drogas para aqueles que estão no bem-estar social, enquanto provavelmente eles estão no bem-estar social. Eles ainda acreditam que existiam armas de destruição em massa no Iraque e nós as encontramos, mas a mídia está mantendo isso em segredo. Eles sabem, profundamente em seus corações, que o presidente é um muçulmano comunista nascido no exterior e que ele apoia terroristas e tem uma agenda secreta para destruir os Estados Unidos. Eles vão lhe contar tudo sobre a "turnê de desculpas" de Obama, onde o presidente se desculpou pelos Estados Unidos. Eles falam sobre os custos de trilhões de dólares de Michelle Obama para os contribuintes norte-americanos. Eles juram que o casamento gay destruirá a santidade do casamento e eles sabem disso porque Rush Limbaugh, três vezes casado, disse isso a eles. AQUI NÃO TERMINA O ARTIGO.

Crazy Uncle, por Clay (01/11/2015)

Essa mulher

Elis Regina Carvalho Costa (Porto Alegre, 17 de março de 1945 — São Paulo, 19 de janeiro de 1982)


"Essa menina, essa mulher, essa senhora
Em que esbarro toda hora
Num espelho casual
É feita de sombra e tanta luz
De tanta lama e tanta cruz
Que acha tudo natural."
(de Joyce e Ana Terra)

Henfil — Carta a Elis


13/06/2019 - Atualizando ...
Em janeiro, com 852.051 acessos, Elis Regina foi o artigo mais visitado da Wikipédia em português.

18 janeiro, 2019

Ficando OK, OK?

[http://bitsandpieces.us/2018/08/youll-be-ok/]

Ser escritor

Estava aqui pensando sobre ser escritor e como, às vezes, a gente espera que os resultados caiam no nosso colo. Ou como a gente olha para a trajetória do coleguinha e pensa que tudo para ele veio mais fácil do que para a gente. LÁ VOU EU EM MAIS UMA THREAD.
Iris Figueiredo

Publiquei meu primeiro livro em 2011, daí um cara veio me perguntar durante a Bienal como eu tinha feito para chegar até a seguinte e "fazer sucesso" (entre aspas porque estou MUITO longe disso, só citando o que ele me disse mesmo).

Daí eu fui lá e contei mais ou menos o que fiz nesses anos todos: escrevi muito, li mais ainda, tentei aprender mais sobre escrita, conheci o trabalho de outros escritores, frequentei feiras, aumentei minha presença on-line, tentei conhecer editores e autores.




Não conheço um escritor que tenha estourado "do nada". Até mesmo booktubers, por exemplo, que as pessoas costumam dizer que foi mais "fácil": essas pessoas cultivaram por anos o público delas no YouTube, por anos, criaram uma base, contatos etc. Isso é trabalho.

Todos os autores que conheço e que vendem relativamente bem fizeram uma longa jornada até ali. Seja conquistando leitores em feiras de livros (tipo eu curto fazer), publicando de forma independente na Amazon ou Wattpad, falando de livros na internet etc.

Vou dar exemplos de pessoas que conquistaram seus leitores de diferentes formas:
- @apamgoncalves, @belrodrigues e @pah_aleksandra: elas construíram uma base de seguidores através de anos de trabalho no booktube;
- @lucasdlrocha e @robertaspindler: eles entraram para o ranking dos mais vendidos das respectivas editoras porque foram à Bienal todos os dias e apresentaram seus livros;
- @Rayctjay: passou anos escrevendo em plataformas on-line antes de conseguir publicar um livro.

O caminho de cada um deles é diferente. E tudo bem, porque são PESSOAS DIFERENTES, com formas diferentes de trabalho. Mas no final, está todo mundo levando suas histórias por aí da melhor forma que conseguiu encontrar.

Nada caiu no colo para nenhum deles. Eles aproveitaram as oportunidades que tiveram e trabalharam em cima delas. É um momento ótimo para ser autor no Brasil. As editoras estão de olho na gente! Não precisa ser "famoso" antes. Mas o que você precisa é TRABALHAR.

Porque você pode ser publicado pela melhor editora de todas, mas muitas vezes isso não quer dizer nada. Porque se você abandonar seu livro lá e esperar que as pessoas comprem porque é seu, e você merece isso, provavelmente não vai funcionar.

Por isso, escreva! Escreva MUITO! Mas também apoie outros autores, converse com seus leitores, use as redes sociais para divulgar seu trabalho… e não desanime! Pode ser que as coisas só comecem a funcionar na milésima tentativa.

Mas você aprendeu muito com as outras, tudo que você descobre com seus “erros” como escritor também é de grande ajuda pro futuro. Continuem a escrever, mas saibam que há bastante a se fazer depois de publicar.

17 janeiro, 2019

A Anta de Tênis e o Cidadão de Bem

A Anta de Tênis foi uma criação do Jaguar, um dos fundadores de "O Pasquim".
No início, ela apenas falava a língua geral dos porcos: oinc, oinc, oinc. Foi Ivan Lessa que lhe ampliou as fronteiras linguísticas.
"Eu sou uma anta.Tenho DOIS pares de tênis."
Dizem os "pasquinófilos" que a frase era uma alusão aos basbaques da época. Quando possuir UM par de tênis era coisa de rico, e eles estufavam o peito para proclamar:
– EU tenho DOIS pares de tênis!
Apesar da representante monocórdica, o melhor do Brasil era a anta-brasileira.

O Cidadão de Bem eclodiu de um armário em tempos mais recentes.
Empoderado, ele agora se prepara para assaltar (como se fosse uma Black Friday) as lojas de armas e munições. Em seguida, planeja entrar pela porta (blindada) da frente do seu clube de tiro favorito. Seu líder e guru acaba de assinar a bula que facilita a posse das armas de fogo.
Ao assiná-la, o guru pontificou: "O Cidadão de Bem, com toda certeza, poderá fazer uso dessas armas".
A tal bula estabelece QUATRO armas por pessoa, mas o limite pode ser excedido.
Não importa quantas sejam, em casa deverá manter todas as armas fora do alcance das crianças. Já não basta o perigo que os liquidificadores representam para elas?

Segredos de liquidificador

Luz, mais luz

"Licht, mehr Licht." ~ atribuída a Goethe.
Em 1993, uma manchete no National Enquior zombou da National Science Foundation (Fundação Nacional da Ciência) por financiar o professor Jonathon Copeland, da Geórgia do Sul, em seus estudos com os vagalumes (*) em Bornéu.
 - Não é uma ideia brilhante.
O tabloide atribuía a frase acima a um representante republicano de Wisconsin.
Ironicamente, na mesma semana em que este artigo foi publicado, apareceu outro artigo na revista Time relatando que os médicos estavam usando a luciferase, a enzima responsável pela bioluminescência dos insetos lampirídeos, em testes de resistência a drogas por cepas do bacilo da tuberculose.
Vagalume ou vaga-lume?
Ler: https://dicionarioegramatica.com.br/tag/vagalume-ou-vaga-lume/
Os vagalumes, pela beleza e pelos fachos de luz que carregam proporcionando deslumbramento em locais mais escuros onde a natureza ainda impera, não deveriam ter hífen. Os vagalumes vagam acima da nova ortografia luso-brasileira. Comentário de um leitor do blog Nova Ortografia, de Gabriel Perissé.
(*) Numa edição revista e ampliada desta nota talvez eu escolha a opção "pirilampos". N. do E.

16 janeiro, 2019

As brincadeiras de Feynman

Devido à natureza secreta do trabalho, o Laboratório Nacional de Los Alamos, nos Estados Unidos, foi instalado em local remoto e controlado pelas autoridades. Richard Feynman, o físico que coordenava o grupo responsável pelo trabalho teórico e pelos cálculos sobre a bomba de hidreto de urânio, uma proposta que acabou por se revelar inviável, arranjou um modo próprio de se divertir: investigar os segredos dos armários de seus colegas de trabalho. Com isso, ele descobriu que os colegas tendiam a deixar seus armários desbloqueados, ou deixá-los com as configurações de fábrica, ou escrever as combinações onde podiam ser lidas, ou criá-las facilmente adivinháveis como datas. Em casos difíceis, Feynman tentava os números que ele achava que um físico usaria (27–18–28, que se relaciona com o valor da constante de Euler, e= 2,71828 ...). Em três armários com essa combinação nas fechaduras um colega mantinha um conjunto de anotações das pesquisas da bomba atômica. Como brincadeira, Feynman deixou uma série de anotações nos armários, o que inicialmente assustou seu colega Frederic de Hoffmann, que pensou que um espião ou sabotador tivera acesso a segredos da bomba atômica.

(https://en.wikipedia.org/wiki/Richard_Feynman)

Contagem de dedos


O Cebolinha usa sapatos. Mônica, Magali e Cascão, que andam descalços, não têm dedos nos pés. Por que só o Chico Bento tem esse privilégio? A explicação é simples: praticidade.
O Mauricio de Sousa queria economizar nos traços para publicar suas tiras. Então, a Monica, o Cascão e a Magali foram dispensados dos dedos nos pés.
Notem que o Cebolinha (personagem mais antigo) usa sapatos. Enquanto o Chico Bento, que é caipira (e tão antigo quanto), tem os seus pés no chão com todos os dedos.
Sobre isso:
Já houve até uma historinha com plot twist (reviravolta no enredo).


A se pensar: 
Maurício faz seus personagens com 5 dedos na mão.
Outros desenhistas fazem seus personagens com 4 dedos, como Matt Groening (dos Simpsons). Para Groening só Deus tem o quinto dedo.
http://blogdopg.blogspot.com/2013/02/o-quinto-dedo.html

15 janeiro, 2019

Ilha dos Faisões

Em 1659, quando Luís XIV da França e Filipe IV da Espanha se reuniram para assinar o Tratado dos Pirineus, após a Guerra dos Trinta Anos, eles o fizeram na Ile des Faisans / Isla de los Faisanes, uma ilha desabitada no rio Bidasoa entre as duas nações.
Desde então, a ilha permaneceu sob soberania conjunta - é governada alternadamente pela Espanha e pela França, trocando de mãos a cada seis meses.
A ilha está sendo corroída e já perdeu quase a metade de seu tamanho ao longo dos séculos. Mede atualmente pouco mais de 200 m de comprimento por 40 m de largura.


(https://www.futilitycloset.com/2018/08/25/cosmopolitan-2/)
(https://www.bbc.com/news/stories-42817859)

Ilha Hans (entre o Canadá e a Dinamarca)

Cérebro e computador: tudo a "bugar"

A gíria "bugar" e palavras derivadas têm sua origem em "bug", uma gíria americana que significa "defeito", "falha" etc.
"Bug", segundo alguns historiadores, foi usado pela primeira vez por Thomas Edison, quando alguns insetos causaram problemas de leitura em seu fonógrafo, no ano de 1878. Outra hipótese é que o termo tenha surgido em 1945, em face da atuação de uma mariposa que impediu o funcionamento do então supercomputador Harvard Mark II.
Mesmo sendo o mais esperto dos órgãos, o cérebro (já parou para pensar que ele foi o único órgão a escolher o próprio nome?) é o grande "bugado".
"Buga-se" o cérebro através de todos os sentidos, o da visão em primeiro lugar. Estão aí as ilusões ópticas e as pareidolias que não me deixam mentir.
O consolo é que não estamos sós no reino animal. Outras espécies também compartilham conosco esses momentos de desarranjo cerebral.
[PGCS]

Ver também: Um erro no cérebro

14 janeiro, 2019

Fingido Diário

Nem mesmo os diários mais pessoais têm por que atingir o ideal, provavelmente quimérico, da verdadeira exatidão. Ao defender-se durante uma investigação do senado em 1993, um assessor político da cidade de Washington prestou depoimento dizendo que havia conscientemente mentido para seu próprio diário!
Stephen Jay Gould

Ninguém pode ter "opinião" sobre a existência da gravidade

Salvador Nogueira

FELIZ ANO VELHO. O obscurantismo voltou com tudo, e se trata de um fenômeno global. Para alguns arautos da irracionalidade, aliás, a palavra "global" nem faz sentido. É o caso dos terraplanistas, que seguem colecionando adeptos. Em outubro de 2018, um grupo de "pesquisadores" terraplanistas foi recebido por deputados estaduais na Assembleia Legislativa do Mato Grosso do Sul, onde ganharam uma homenagem por seus "estudos" sobre a forma do nosso planeta.
O terraplanismo é folclórico. Rende risadas. (1) Mas o fato de sandices como essa ganharem popularidade não tem a menor graça. Por duas razões. Primeiro, porque trata-se de um sintoma de que parte significativa da população viva hoje desconhece fatos objetivos sobre o mundo - como a Lei da Gravitação, que os terraplanistas dizem ser uma farsa. Segundo, porque estamos descobrindo que quase ninguém sabe distinguir fatos de opiniões - você simplesmente não pode ter uma "opinião" sobre o formato da Terra ou sobre a existência da gravidade. Isso pertence ao reino dos fatos. O pior, de qualquer forma, é que isso definitivamente não se aplica só a conceitos como o formato da Terra.
Uma pesquisa do Pew Research Center, feita em 2018, entrevistou 5.035 americanos adultos selecionados aleatoriamente pela internet. Tudo que eles tinham de fazer era ler dez frases simples e apontar se eram afirmações factuais ou opiniões. Apenas 26% foram capazes de apontar corretamente as cinco factuais e só 35%conseguiram identificar corretamente as cinco que eram opinativas. Resumindo a ópera, três em cada quatro americanos não sabem separar fato de opinião. Poucos acreditariam que no Brasil a situação seja muito melhor. E isso explica muita coisa. Ou você nunca ouviu alguém dizer por aí, pelas redes sociais, quando encurralado pelos fatos, que "essa é a minha opinião", como forma de encerrar um debate?
A partir do momento em que as pessoas se sentem à vontade para desconectar suas opiniões dos fatos objetivos, temos um problema grave. A Terra plana é entretenimento, mas e o movimento antivacinas? A Europa viu um aumento de 400% no número de casos de sarampo em um ano - de 5.273 em 2016 para 21.315 em 2017.
E mesmo quando defensores do movimento antivacinas são confrontados com esses números, e com a explicação clara de como vacinas funcionam e de como simplesmente não há evidência de que elas possam causar os males que se atribuem a elas, ainda assim eles podem se esconder por trás de teorias conspiratórias sobre a "malévola indústria farmacêutica". E, claro, quando não houver outro recurso, parte-se para um "mas essa é a minha opinião". Eita.
Ao longo do progresso fantástico realizado pela humanidade durante o século 20, fomos nos esquecendo do que era a vida antes que a ciência entrasse para valer no nosso cotidiano. Sem vacinas e antibióticos, a mortalidade infantil era altíssima. Durante o século 19, ela era de 30%; a cada três crianças nascidas, uma morria antes de completar cinco anos. Na Alemanha chegava a 50%.
Então a ciência entrou em cena, com três contribuições essenciais: a percepção de que saneamento básico era essencial para evitar infecções, o desenvolvimento dos antibióticos e a criação das vacinas. O ser humano passou milhares de anos tentando proteger sua prole com rezas, chás e superstições de todo tipo, mas o que deu certo foi entender como as doenças funcionam e combatê-Ias com armas eficazes.
Ao longo do século 20, pela primeira vez na história, vimos um declínio acentuado na mortalidade infantil. Em 2015, ela era, em termos globais, de 4.3%. Ou seja, a cada cem crianças, apenas quatro morriam antes de completar 5 anos. E isso numa média tirada do mundo inteiro. No Brasil, no mesmo ano, era só de 1,7%. Na Suécia, dado de 2014, 0,3%.
Outro tema adorado pela turma do "mas essa é a minha opinião" é a mudança climática. Pouco importa que a Nasa e quem mais for apresente fartas evidências do aquecimento global. Pouco importa que os registros de temperaturas, feitos com termômetros (pouco afeitos a ideologias), apontem que a temperatura média do planeta já subiu 0,9°C entre 1880 e 2017. Pouco importa que 17 dos 18 anos mais quentes nos 138 anos de registros tenham acontecido depois de 2001, ou que 2016 tenha sido o ano mais quente de todos os registros. O sujeito espera a primeira brisa gelada soprar para dizer "cadê o aquecimento global?". É dramático, e se trata de um problema que está ganhando proporções cada vez maiores. Não é mais o seu primo doido no WhatsApp. É o Ministro das Relações Exteriores que atribui às medições feitas pela Agência Espacial dos Estados Unidos o status de "complô ambientalista globalista esquerdista sei-lá-mais-o-que-ista".
Da mesma forma, vemos o descalabro nas políticas de saúde. Basta lembrar a quantidade de dinheiro que o SUS (Sistema Único de Saúde) gasta em "práticas alternativas", também conhecidas como "tratamentos sem qualquer evidência de eficácia". É homeopatia, acupuntura, (2) aromaterapia, bioenergética, cromoterapia, florais; tudo pago com dinheiro público. Em 2017, foram R$ 17,2 bilhões nisso.
É o tal negócio: o sujeito pode acreditar no que quiser. É direito dele. Mas ninguém pode aplicar crenças pessoais no âmbito da gestão pública. E estamos chegando num ponto em que agentes públicos se sentem à vontade para ditar políticas de acordo com premissas completamente desconectadas da realidade objetiva. Tudo não passaria de um escândalo embaraçoso, não fosse um detalhe: essas atitudes nunca tiveram tanto apoio popular.
Como é possível? Hoje, qualquer um de nós tem mais informação disponível nas mãos, com um celular e uma conexão 4G, do que tinha o presidente dos Estados Unidos na Casa Branca nos anos 1960. (3) É um disparate imaginar que, diante do tamanho poderio tecnológico de que dispomos, estejamos ficando, na média, cada vez mais desinformados e ignorantes. No entanto, é verdade.
E só vamos desarmar essa arapuca se encontrarmos uma base comum de fatos objetivos com os quais todo mundo possa concordar. Essa base só pode ser uma: a ciência. E não porque ela seja moralmente ou ideologicamente superior. Mas porque ela se aceita como falível. Porque está fundamentada na dúvida, não na certeza. E a certeza inabalável, imune aos fatos, é o caminho mais curto para o retrocesso.
(matéria enviada por Jaime Nogueira)
Notas do blog EM
(1) A Conferência Internacional da Terra Plana (FEIC, na sigla em inglês) decidiu fretar um navio de cruzeiro no ano que vem com o absurdo propósito de chegar aos limites da Terra. Segundo uma parte dos seguidores desta corrente, que defende que a Terra não é esférica, o planeta acaba num muro de gelo que nos separa do espaço exterior, aonde pretendem chegar nesse cruzeiro. O ex-capitão naval Henk Keijer lembra que todas as cartas náuticas e os sistemas de navegação foram desenvolvidos sob a premissa de que a Terra é esférica, a que navegação desse cruzeiro deverá ser "muito complicada" se a tripulação discordar disso. "Os navios navegam baseando-se no princípio de que a Terra é redonda. As cartas náuticas são desenhadas com isso em mente: que a Terra é redonda", recorda o ex-capitão, acrescentando que os navios usam "um moderno sistema de navegação que se chama ECDIS, que proporciona uma grande melhora na segurança da navegação". A própria existência do GPS é outra prova de que a Terra é esférica, indica Keijer, já que o sistema se baseia em 24 satélites que orbitam a Terra. "Se a Terra fosse plana, três satélites já seriam suficientes para proporcionar os dados" argumenta,
(2) A acupuntura é uma espetada bem feita. Esse é o ponto.
(3) Ler: Comunicação e informação.

13 janeiro, 2019

A pareidolia com pipocas

⚡️Você já olhou para uma pipoca e achou parecida com alguma coisa? Pois a @umimixx0, sim. Reconhecendo rostos nas palomitas (pipocas, em espanhol), ela reproduziu-os em desenhos que viralizaram.
me he puesto a dibujar las caras que me transmitian las palomitas y es que me parto el culo de verdad.
@umimixx0 · 18 de ago 2018


Pareidolia é o fenômeno pelo qual reconhecemos algo familiar, como um rosto, em um objeto inanimado. Essa distorção perceptual comum pode ocorrer em todos os tipos de elementos, como nuvens (e como pipocas), e é o resultado da tendência de nosso cérebro de associar formas não estruturadas a outras formas reconhecíveis armazenadas em nossa memória. [1] [2] [3] [4] [5]

A pipoca do dia (= a foto do dia da Nasa)

Comercial - Uma das redes de cinemas no Canadá veiculou algum tempo atrás este teaser de animação com pipocas. O teaser é uma técnica usada em marketing para chamar a atenção para uma campanha publicitária, aumentando o interesse de um público-alvo a respeito da mensagem pelo uso de informações enigmáticas no início da campanha.


R2-D2 foi pego fumando

Com todos os negócios da Força, do Lado Negro e da Estrela da Morte acontecendo, os fãs mais novos de Star Wars confiam em R2-D2 e C-3PO para lhes mostrarem as luzes. Eles são os rostos amigáveis ​​da franquia, do tipo que você esperaria ter uma influência positiva sobre as crianças. Então, imagine o choque de todos quando o C-3PO pegou R2-D2 puxando um cigarro maneiro perto de umas máquinas pesadas.



Foi, de fato, um anúncio do serviço público (public service announcement, USA), em 1983, alertando os jovens fãs de Star Wars sobre os perigos do tabagismo.  Visto a fumar, Artoo é advertido por Threepio sobre o danos que o cigarro causa ao coração e aos pulmões. Obviamente, eles não possuem estes órgãos, (*) o que Artoo destaca para seu companheiro de ouro, mas eles concordam que devem ser um bom exemplo para os humanos.
Como exatamente o pequeno droide astromecânico consegue fumar não fica claro. Talvez ele tenha algum tipo de dispositivo de sucção embutido em sua garra retrátil.


(*) Mesmo assim não deve ser bom para para seus componentes e circuitos.

12 janeiro, 2019

Cavalaria também é cultura

Aqui está o mais puro exemplo de como temos, muitas vezes, de nos adaptar às atitudes tomadas no passado:
A bitola das ferrovias (distância entre os dois trilhos) nos Estados Unidos é de 4 pés e 8,5 polegadas.
Por que esse número foi utilizado?
Porque era esta a bitola das ferrovias inglesas e, como as americanas foram construídas pelos ingleses, esta foi a medida adotada.
Por que os ingleses usavam essa medida?
Porque as empresas inglesas que construíam os vagões eram as mesmas que, antes das ferrovias, construíam as carroças e utilizavam as mesmas ferramentas.
Por que utilizar essas medidas (4 pés e 8,5 polegadas) para as carroças?
Porque a distância entre as rodas das carroças deveria servir para as estradas antigas da Europa, que tinham essas medidas.
E por que tinham essas medidas?
Porque as estradas foram abertas pelo antigo Império Romano, quando de suas conquistas, e tinham as medidas baseadas nas antigas bigas romanas.
E por que as medidas das bigas foram definidas assim?
Porque foram feitas para acomodar dois traseiros de cavalos!
Finalmente...
O ônibus espacial americano utiliza dois tanques de combustível sólido SRB (Solid Rocket Booster) que são fabricados pela AtK Thiokol, no Estado americano de Minnesota.
Os engenheiros que os projetaram queriam fazê-lo mais largo, porém tinham a limitação dos túneis das ferrovias por onde eles seriam transportados, os quais tinham suas medidas baseadas na bitola da linha.
Conclusão: O exemplo mais avançado da engenharia mundial em design e tecnologia acaba sendo afetado pelo tamanho da bunda dos cavalos da Roma antiga.





Washington at Dorchester Heights, 1806
Esta pintura de George Washington não é tão amplamente conhecida e celebrada como outros quadros do herói norte-americano que foram pintados por Gilbert Stuart (1755-1828).
Algo a ver com a presença da bunda de um cavalo? Ou, de um modo subliminar, com o que a presença dela pode significar?

horse's ass: uma pessoa estúpida ou incompetente

Estádios de futebol no mundo

Na Eslováquia
Em Cierny Balog, o estádio do time local tem uma característica bem peculiar: o trem passa no campo de futebol entre a lateral e a arquibancada.
Corre, trem

Na Groenlândia
2018 - O time B-67 venceu a final do campeonato nacional contra o N-48. A arquibancada do estádio em que os times finalistas jogaram essa partida chamou a atenção dos telespectadores brasileiros.
Confere só: era uma arquibancada in natura.

11 janeiro, 2019

Hélio-3: o combustível do futuro no satélite natural da Terra

por Nayan Seth, Li Jingy

Nenhum ser humano colocou os pés na superfície lunar desde que as missões Apollo da América terminaram em 1972. Quase cinco décadas depois, a Lua não é vista apenas como o satélite natural da Terra.

Além das missões tecnológicas, cientistas ao longo dos anos pesquisaram a presença de minerais preciosos e energia inexplorada na Lua que poderiam ser usados ​​na Terra.

Mas por que as pessoas continuaram trabalhando na exploração da Lua? Aqui pode estar a resposta.

Além de ajudar os seres humanos a estudar o mistério do sistema solar, a Lua atraiu a atenção global devido à presença de ricos recursos naturais em sua superfície e no núcleo.

Assim, é por vezes referida como o Golfo Pérsico do sistema solar. Os cientistas acreditam que a Lua está cheia de recursos como elementos de terras raras, titânio e urânio.

Mas o elemento mais importante é o hélio-3. (*)

O isótopo hélio-3 é extremamente raro na Terra, mas existe em abundância na Lua.

É emitido do Sol e transportado por todo o Sistema Solar por ventos solares, mas é repelido pelo campo magnético da Terra, com apenas uma pequena quantidade penetrando na atmosfera.

Mas para a Lua, onde o campo magnético é fraco e a atmosfera é extremamente fina, o Hélio-3 é depositado em quantidades significativas.

Acredita-se que o elemento seja um componente crítico no desenvolvimento de energia de fusão termonuclear controlada, um processo difícil, mas ainda possível.

Olhando para o potencial do hélio-3, os especialistas acreditam que 5 mil toneladas de carvão poderiam ser substituídas por apenas 40 gramas de hélio-3.

E apenas oito toneladas de hélio-3 em reatores de fusão forneceriam a energia equivalente a um bilhão de toneladas de carvão, reduzindo drasticamente os custos de transporte e protegendo o meio ambiente.

Em uma entrevista à BBC em 2013, o principal cientista chinês, Ouyang Ziyuan, estimou que os recursos de hélio-3 da Lua poderiam resolver a demanda de energia dos seres humanos por pelo menos 10 mil anos.

Mas ainda estamos a décadas de realmente fazer a mineração na Lua, retornando com suas riquezas e, finalmente, usá-las.

(*) O hélio-3, abreviado como He-3, é uma forma isotópica não-radioativa do hélio. Os núcleos de hélio-3 consistem em dois prótons, mas apenas um nêutron, em contraste com o átomo original de hélio, que possui dois prótons e dois nêutrons. Proposto como combustível de segunda geração para a fusão nuclear, o He-3 é dez mil vezes mais raro que o He-4 na Terra.

Na Medicina: Ressonância Magnética com Hélio Hiperpolarizado no acompanhamento dos resultados do tratamento da fibrose cística (a traduzir para publicação em Nova Acta)
https://askzephyr.com/helium-imaging-measures-cystic-fibrosis-treatment/

De Thomas Edison à Geração Mimeógrafo

Em 8 de agosto de 1876, o estadunidense Thomas Alva Edison, de Menlo Park, Nova Jersey, recebia a patente de uma de suas invenções mais impactantes, o mimeógrafo, uma máquina de copiar em série. A patente, de número 180.857, abarcava duas invenções de Edison: a caneta elétrica (que deu origem à agulha de tatuagem) e a máquina de cópias (método de preparação de estênceis autográficos para impressão).


Antes da fotocopiadora se popularizar, o sistema de cópia mais comum nas escolas era o mimeógrafo, cujo processo de impressão funcionava da seguinte maneira: o texto era escrito sobre uma folha chamada estêncil (stencil), que continha carbono, e aparecia na outra face do papel. A folha então era colocada sobre um rolo com a parte escrita para cima, e uma manivela era girada para exercer pressão e liberar a tinta que ia na folha em branco.
Os mais novos podem não se lembrar ou nem sequer ter tido contato com o mimeógrafo, mas as gerações passadas certamente se lembram da máquina e do tradicional cheiro de álcool que ela deixava nas folhas, (*) permeando salas de aula em dias de provas, trabalhos e outras atividades.
O mimeógrafo, popularizando o processo de impressão, foi uma verdadeira salvação para inúmeros escritores (Allen Ginsberg, Jack Kerouac e William Burroughs, entre outros) cujos trabalhos desviavam do conteúdo do mainstream. Em seu artigo na revista Galileu, diz Letícia Negresiolo:
"Uma pequena tiragem de 500 exemplares era o suficiente para alcançar milhares de leitores em poucas semanas. Rapidamente, tornou-se instrumento presente nas cenas literárias independentes de Nova York e São Francisco na década de 1950".
No Brasil, tivemos a "Geração mimeógrafo", um fenômeno ocorrido durante a década de 1970, em função da censura imposta pela ditadura militar que levou intelectuais, professores universitários, poetas e artistas em geral a buscarem meios alternativos para a difusão cultural. Reunindo jovens poetas (Capinam, Chacal, Leila Miccolis, Nicolas Behr, Paulo Leminski, Torquato Neto e Waly Salomão, entre outros) que produziam à margem do sistema editorial brasileiro, eles deixaram como legado uma maneira mais livre, leve e solta de escrever, agir artisticamente e viver
Da mesma maneira que, hoje em dia, a internet e as redes sociais possibilitam a difusão de ideias que desafiam o status quo e promovem debates e o engajamento no espaço público, o mimeógrafo, em sua época, foi um instrumento que abriu caminhos, conectou mentes e causou impactos reais na sociedade.
(*)  A conferir: consta que o solvente da tinta mimeográfica era óleo de rícino. (Fonte: Charles Wells)

10 janeiro, 2019

Geraldinos e Arquibaldos

Nelson Rodrigues criou estas expressões, "geraldinos" e "arquibaldos", para designar os frequentadores da geral e das arquibancadas do Maracanã. Retratando-os com suas agruras, num paralelismo com a vida, nos setores em que eles ficavam no maior estádio do mundo.
Enquanto a elite da época aboletava-se em suas cadeiras azuis.
Nos tempos do cronista (Google: você quis dizer: rodrigues anos), o ingresso da geral era ¼ do preço das arquibancadas. O ingresso das arquibancadas, por sua vez, era ¼ do preço das cadeiras.
Foi inspirado no comportamento do povão no Maracanã que Luiz Gonzaga Júnior, o Gonzaguinha, compôs a canção "Geraldinos e Arquibaldos". Ela aparece no terceiro disco do cantor e compositor, datado de 1975:
"Melhor se cuidar
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar."



Com a transformação dos estádios em arenas, o Maracanã expandiu o setor das cadeiras e o preço dos ingressos. E geraldinos e arquibaldos desapareceram, notadamente no futebol.

Saiba mais em QUE FIM LEVOU?