30 novembro, 2018

Inglês na Lua





- Ponham um inglês na Lua. E, na árida paisagem lunar, ele continuará mais inglês do que nunca. Sua primeira providência será anexar a própria Lua ao Império Britânico.

Nelson Rodrigues



O Conde Lucanor - 3

O Conde é uma obra narrativa da literatura espanhola medieval, escrita entre 1330 e 1335 por Don Juan Manuel, príncipe de Villena e neto do rei Fernando III de Castela. O seu título castelhano completo é "Libro de los ejemplos del conde Lucanor y de Patronio".
O livro consiste de cinco partes, a mais conhecido das quais é uma série de 51 exempla (plural de exemplum) ou histórias moralizantes tiradas de várias fontes, como Esopo e outros contos clássicos e tradicionais.
A finalidade didático-moral é a marca do livro. O conde, começa a conversa dando ciência a seu conselheiro Patrônio de um problema ("Um homem me fez uma proposta ...") e solicitando um parecer para resolvê-lo. Patrônio sempre responde com grande humildade, garantindo não ser necessário dar conselhos a uma pessoa tão ilustre como o conde, mas oferecendo-se para contar uma história da qual se pode tirar uma lição para resolver o problema.
Cada capítulo termina mais ou menos da mesma maneira, com pequenas variações, com um dístico que condensa a moral da história.
Conto VI - O que aconteceu com a andorinha e os outros pássaros depois da semeadura do linho
Don Juan Manuel
Trad.: PGCS
Novamente, quando o conde Lucanor estava conversando com Patrônio, seu conselheiro, ele disse:
— Patrônio, me asseguram que alguns nobres, que são meus vizinhos e muito mais fortes do que eu, estão se reunindo contra mim e que, com artes más, procuram uma maneira de me prejudicar. Eu não creio nem temo, mas, como confio em você, eu quero lhe pedir que me aconselhe se devo estar preparado contra eles.
— Senhor Conde Lucanor, disse Patrônio, para que você possa fazer o que neste caso parece mais conveniente, eu gostaria muito de que você soubesse o que aconteceu com a andorinha e os outros pássaros.
O conde perguntou-lhe o que havia acontecido.
"Sr. Conde, disse Patrônio, a andorinha viu que um homem semeava linho e, guiado pelo bom senso, pensou que, quando o o linho crescesse, os homens poderiam fazer com ele redes e outras armadilhas para caçar pássaros. Imediatamente, ela foi até estes, reuniu-os e disse-lhes que os homens tinham plantado linho e que, se este crescesse, deveriam ter ciência dos perigos e danos que isso lhes traria. Por isso, aconselhava-os a ir aos campos de linho e arrancar as sementes antes de que nascessem. No entanto, as aves não deram importância ao aviso e não foram recolher as sementes. A andorinha insistiu muito para que seguissem o tal conselho, até concluir que os pássaros não percebiam o perigo nem tinham qualquer preocupação a respeito. Enquanto isso, o linho continuava a crescer, e os pássaros não conseguiam mais retirá-lo com seus bicos e patas. Arrependeram-se, finalmente, por não ter sanado o problema no devido tempo, apesar de suas lamentações serem já inúteis para evitar o mal.
"Vendo a andorinha, que as outras aves não queriam se prevenir do perigo que as ameaçava, acrescentou Patrônio, ela falou com os homens, pôs-se sob a proteção deles e ganhou a paz e a segurança para si e para a sua espécie. E, desde então, vivem as andorinhas com segurança entre os homens, que não as perseguem. Enquanto as outras aves, que não souberam prevenir-se do perigo, são perseguidas e caçadas todos os dias com redes e armadilhas.
"E você, Sr. Conde, se quiser evitar o dano que o ameaça, tome precauções e cuide-se antes que seja tarde demais.Não é prudente aquele que vê as coisas quando já aconteceram ou estão acontecendo; mas o é aquele que, a um simples indício, descobre o perigo que corre e adota as soluções para evitá-lo.
O conde ficou muito satisfeito, agiu de acordo com o conselho e tudo correu muito bem.
Como Don Juan viu que era uma boa história, mandou colocá-la neste livro e fez uns versos que dizem assim:
O mal ao começar se deve extirpar
Porque, uma vez crescido, quem o conseguirá?

www.cervantesvirtual.com

29 novembro, 2018

Yahoo: Mãe da Má Sorte

[imagem não disponível}

1998: Yahoo recusa comprar Google por US$ 1 milhão.

2202: Yahoo percebe erro e tenta comprar Google por US$ 3 bilhões. Google diz "Deem-nos US$ 5 bilhões", Yahoo diz "Não".

2008: Yahoo recusa ser vendida a Microsoft por US$ 44.6 bilhões.

2016: Yahoo é vendida por US$4.8 bilhões para Verizon.

Analisando as oportunidades de fusões e aquisições do Yahoo, o preço atual dos ativos do Yahoo poderia ter chegado a centenas de bilhões de dólares.

YAHOO! FINANCE

Cada um vê o que precisa

Nossos dois olhos estão virados para o mesmo lado. Isso faz com que tenhamos um campo de visão pequeno, mas um grande senso de perspectiva (visão estereoscópica). Somamos, no cérebro, as duas imagens do objeto.

Comparem a visão dos seres humanos com a visão das aves.

1. A maioria dos pássaros tem olhos muito separados, com vasto campo de visão. Eles percebem os movimentos em quase toda a sua volta. Até conseguem ver com perspectiva quando olham bem de frente, pois há uma pequena zona onde os dois olhos captam simultaneamente as imagens dos objetos.

2. O pombo é um caso especial. Como passa boa parte do tempo ciscando, com o bico no chão, sua visão traseira é melhor do que a dianteira. Assim, ele evita que algum predador o surpreenda durante a refeição.

3. Já as corujas são uma exceção. Seus dois olhos ficam à frente, como os olhos dos homens. É que elas não se preocupam com surpresas pelas costas. Querem mais é calcular a distância das presas lá embaixo.

Le foto del giorno, aprile 2013
Fonte da imagem: https://buff.ly/2FI7wNT

As corujas ajudam a controlar as populações de roedores. Uma família de corujas famintas pode consumir mais de 3.000 roedores em uma época de nidificação, mantendo a cadeia alimentar naturalmente equilibrada.

28 novembro, 2018

Viagem em volta do meu quarto

Em 1790, Xavier de Maistre escreveu sua "Voyage autour de ma chambre" ("Viagem em volta do meu quarto" ou "Viagem em torno do meu quarto", conforme a edição no Brasil), quando ele estava preso em Turim como conseqüência de um duelo.
Publicada na França em 1794, esta obra é uma paródia na tradição da narrativa das grandes viagens. É um relato autobiográfico de como um jovem funcionário, aprisionado em seu quarto por seis semanas, observa os móveis, gravuras, etc. como se fossem cenas de uma viagem em um terra estranha.
Ele elogia esta viagem porque não custa nada e, por isso, é fortemente recomendada aos pobres, aos enfermos e aos preguiçosos.
"Quando viajo por meu quarto", escreve ele, "raramente sigo uma linha reta: saio da mesa em direção a uma foto pendurada em um canto; de lá, me dirijo obliquamente para a porta; mas mesmo assim, quando ao começar é realmente minha intenção ir até lá, se por acaso eu encontrar minha poltrona a caminho, não penso duas vezes sobre isso e me sento nela sem mais delongas".
Continua:
"Ao lado da poltrona, ao ir para o norte minha cama aparece. Ela está colocado no final do meu quarto e fornece a perspectiva mais agradável. É muito agradavelmente situada, e os primeiros raios do sol brincam em minhas cortinas. Nos bons dias de verão eu os vejo rastejando, enquanto o sol nasce ao longo de toda a parede embranquecida.
Este trabalho é notável porque ele joga com a imaginação do leitor, ao longo de suas linhas  à la Laurence Sterne, a quem Xavier admirava. Xavier não acreditou muito em "Voyage...", mas seu irmão Joseph o publicou, e aqui estamos falando sobre isso 224 anos depois.

Quando astrônomos acompanham um eclipse a bordo de um Concorde

Na década de 1970, um pequeno grupo de astrônomos usou o primeiro protótipo do Concorde para acompanhar um eclipse total através do Saara.
Um eclipse solar, em 1973, deu às pessoas em uma faixa da Indonésia e do Pacífico Sul a chance de ver um generoso eclipse total de 4 minutos e 9 segundos: a visão imponente da lua cobrindo completamente o sol, transformando o dia em noite e oferecendo um raro vislumbre da coroa solar.
Mas, naquele ano, um pequeno grupo de astrônomos tinha uma arma secreta para ver o eclipse por um tempo ainda mais longo: um protótipo do Concorde capaz de seguir o eclipse com o dobro da velocidade do som.
O futuro avião de passageiros - desenvolvido em parceria entre os governos francês e britânico - voou pela primeira vez em 1969 e estava chegando ao fim de seu bem-sucedido programa de testes. Ele havia mostrado que o transporte supersônico de passageiros era possível e também provado ser mais fácil de manusear no ar e no solo do que havia sido teorizado.
Enquanto os engenheiros de aviação franceses e britânicos preparavam o Concorde para voos de passageiros, o mundo da astronomia se preparava para seu próprio marco: assistir ao mais longo eclipse solar total de sua vida, em 30 de junho de 1973. O eclipse prometia uma visão luxuosa em certo lugar do planeta, durando um máximo de 7 minutos e 4 segundos, quando a lua passasse sobre o deserto do Saara. Seria apenas 28 segundos a menos do maior eclipse possível na Terra. Nos séculos anteriores, houve apenas um eclipse maior que este, e não haveria mais um eclipse solar total até junho de 2150.
O plano parecia enganosamente simples. Em sua velocidade máxima, o Concorde desceria do norte e interceptaria a sombra da lua sobre o noroeste da África. Viajando quase na mesma velocidade, o Concorde essencialmente competiria com o eclipse solar através da superfície do planeta, dando aos astrônomos uma oportunidade sem precedentes para estudar os vários fenômenos possibilitados por um eclipse.
Ao todo, os pesquisadores observaram a totalidade do eclipse pelo tempo recorde de 74 minutos.
Em um único voo, o Concorde deu aos astrônomos mais tempo de observação do que todas as expedições anteriores do século passado - gerando três artigos na Nature e uma riqueza de novos dados.
"Todos os cinco experimentos foram bem-sucedidos, mas nenhum deles revolucionou nossa compreensão da coroa solar", diz de uma maneira honesta Pierre Léna, o idealizador da missão, sobre o impacto imediato do voo. "Todos eles desempenharam seu papel na progressão normal do conhecimento científico, mas não houve resultados extraordinários, tem que ser dito."


https://motherboard.vice.com/en_us/article/8q8qwk/the-concorde-and-the-longest-solar-eclipse

O Concorde azul

27 novembro, 2018

Physiques du rôle

Há besouros que contrariam as leis da aerodinâmica. São pesadinhos, possuem asas curtas e formas pouco favoráveis ao ato de voar, mas... voam.
Vendo a cena abaixo no Twitter, não pude deixar de exclamar:
— Credo!!! E esse duplo twist carpado foi só para concluir.
Trata-se de um homem cujos fundamentos para a ginástica olímpica, tais como capacidade aeróbica, força muscular e elasticidade, estão em seus melhores momentos. Mesmo não tendo o physique du rôle para as piruetas aéreas que ele faz.
Mutatis mutandis, como dizia Mussum, mesmo não tendo o physique du rôle que eu tenho, quando o desafio é quebrar uma pilha de tijolos na sala de estresse do blog EM. O que, aliás e diga-se de passagem, eu nem sempre consigo.

Monumentos à melancia

Image result for Abakan melancia monumento

RUSSIA BEYOND - Esta "melancia gigante" pode ser vista perto do vilarejo siberiano de Abakan (a 3.380 km de Moscou), onde as temperaturas podem cair a -50 °C no inverno. Por incrível que pareça, a melancia – bem como cerejas – realmente nascem na depressão de Minusinsk, apelidada de "Itália siberiana" devido a seu peculiar microclima.



Em sua página Acontecimentos do Dia, Paul Sampaio noticiou, em 9 de maio de 2017, a ocorrência deste monumento em homenagem a uma fatia de melancia, em Teixeira de Freitas (BA).

26 novembro, 2018

A projeção cartográfica de Mollweide

Karl Brandan Mollweide (3 de fevereiro de 1774 em Wolfenbüttel, Brunswick, agora Alemanha - 10 de março de 1825 em Leipzig, Alemanha)
Ele é lembrado pela projeção de Mollweide da esfera, uma projeção cartográfica que ele inventou para corrigir as distorções na projeção de Mercator, usada pela primeira vez por Gerardus Mercator em 1569. Mollweide anunciou sua projeção em 1805. Enquanto a projeção de Mercator está bem adaptada para as cartas marítimas, seu grande exagero de áreas terrestres em altas latitudes a torna imprópria para a maioria de outros propósitos. Na projeção de Mercator, os ângulos de interseção entre paralelos e meridianos e a configuração geral da terra são preservados, mas, como consequência, as áreas e distâncias são cada vez mais exageradas à medida que se afastam do equador. Para corrigir esses defeitos, Mollweide desenhou sua projeção elíptica:


August Ferdinand Möbius foi seu aluno notável.

O mapa-múndi de Narukawa

A roleta russa

As regras deste jogo são simples – e mortais! Um revólver é carregado com uma ou algumas balas, com partes do tambor vazias. Gira-se o cilindro de maneira a não se saber onde estão as balas. Os "jogadores", então, tomam sua vez para apontar a arma contra a própria cabeça e puxar o gatilho.
A origem do nome ainda é desconhecida, mas é interessante notar que na vasta amplitude da literatura russa do século 19, que retrata uma porção de fanáticos militares, a expressão "roleta russa" não é mencionada nenhuma vez.
Um jogo parecido é descrito pelo escritor russo Mikhail Lermontov, em "Herói do nosso tempo" (1840). A última história do livro ("O fatalista") mostra um jogo que envolve uma pistola com uma única bala, a qual os jogadores não fazem ideia de onde está (a bala, bem entendido).
Já em "Atirador de Zurbagan" (tradução livre, 1913), de Aleksandr Grin, uma versão do jogo é feita com um revolver com seis balas (aqui, presume-se que os jogadores realmente têm uma tendência suicida).
Todavia, a expressão "roleta russa" (Russian Roulette) foi usada pela primeira vez apenas em 1937, pelo escritor suíço George Arthur Surdez. Em um artigo sob este título, ele cita as palavras de um sargento francês que serviu em uma legião estrangeira do exército russo e observou os oficiais russos tirando uma partida do jogo mortal em 1917.
"Cuco" (em russo, "kukuchka") também é outro jogo militar insano: diversos oficiais com pistolas são trancados em uma sala escura, um deles começa a gritar "cuco", enquanto os outros tentam atirar nele. O jogo continua até alguém se ferir – ou o pior acontecer. O jogo tinha o intuito de imbuir os soldados do tsar de destemor, muito necessário então, e de indiferença quanto à morte.
Hoje, a roleta russa é jogada de maneira mais segura, com armas que apenas dão um choque no jogador.
Gueórgui Manáev, RUSSIA BEYOND

Um projeto insano: Eutanásia-russa

25 novembro, 2018

A aerodinâmica das naves espaciais de Star Wars

Quando você está voando por aí no espaço, onde não há ar ou resistência do vento, a aerodinâmica não é tão importante. É por isso que a nave Borg, de Star Trek, é apenas um cubo gigante e funciona bem mesmo assim. Porém, quando as naves também estão visitando planetas com atmosferas, a aerodinâmica entra, sim, na jogada — e, aparentemente, nem os Rebeldes ou o Império em Star Wars sabe coisa alguma sobre como projetar devidamente veículos voadores.
O youtuber EC Henry colocou modelos de naves populares de Star Wars em um aplicativo (*) que consegue simular e ilustrar como um veículo se move por vários meios, como pelo ar respirável que parece existir na maioria dos planetas em uma galáxia muito, muito distante. Basicamente, ele consegue calcular o coeficiente de resistência aerodinâmica e entender qual espaçonave tem melhor aerodinâmica.
Mynock-SWK19A icônica X-Wing, que consegue viajar pelo espaço na velocidade da luz, é, na verdade, muito menos aerodinâmica do que os jatos de combate comparativamente primitivos que usamos aqui na Terra. Pior ainda é o TIE Fighter, do Império, que é um desastre aerodinâmico e seria ultrapassado até por um Mynock (na imagem) sempre que tentasse batalhar na superfície de um planeta — apesar do que filmes como O Despertar da Força querem que você acredite.

(*) Usando modelos 3D no aplicativo Autodesk Flow Design, EC Henry calculou o coeficiente de arrasto em voo atmosférico para naves clássicas da série, incluindo a X-Wing e o TIE Fighter. Os resultados obtidos foram comparados com o de um jato de combate da vida real, o qual serviu de referência. YOUTUBE

Salvem as crianças dos vegetais. Ou não



Brincadeira, não é? As crianças fazem cenas, mas os vegetais in natura e processados devem constar de uma alimentação infantil saudável. Ou não.

24 novembro, 2018

A fala privada

Pensar em voz alta nem sempre é sinal de loucura. É um exercício de saudável juízo que melhora nosso raciocínio mental. A fala privada otimiza nossos recursos cognitivos, nos permitindo estar mais centrados, focalizados no "aqui e agora". Estamos diante de um tipo de comportamento que vale a pena exercitar diariamente como mecanismo de autorregulação.

Em nosso cotidiano é comum ter que fazer escolhas quase de forma constante. Uma forma de facilitar a reflexão, a análise e o contraste de informação é pensando em voz alta. Isso nos ajudará a clarear as ideias, a analisar nossas emoções, a esclarecer os objetivos.

Pensar em voz alta organiza as ideias e orienta o pensamento para uma direção clara: Vou ao McDonald's ou ao Burger King? Com este mecanismo de autorregulação, acalmamos muitos dos focos problemáticos de nosso interior para colocá-los para fora e nos sentirmos mais centrados, e também resolutos.

Extraído de: A mente é maravilhosa, com uma modificação no texto por influência da imagem abaixo.


Slideshow HAMBÚRGUERES

Notas de resgate

"Sempre que me perguntam que tipo de escrita é a mais lucrativa, eu respondo: uma nota de resgate." ~ HN Swanson.

O efeito da nota de resgate:
Em tipografia, o efeito da nota de resgate é o resultado do uso de um número excessivo de tipos de letra justapostos. Toma o nome da aparência de uma nota de resgate estereotipada, com a mensagem formada por palavras ou letras cortadas aleatoriamente de uma revista ou jornal para evitar o uso de caligrafia reconhecível. O termo também é usado para descrever a composição ou layout pobre criado por um desenvolvedor web ou usuário de editoração eletrônica não treinado.

Para fazer um bilhete de resgate decente, sem passar por aquele tormento de recortar letras de revistas e jornais, é que já existem na web os geradores de notas de resgate.
Um deles é o www.ransomizer.com.

The Ransomizer

23 novembro, 2018

Encontro virtual


A vaidade é o pecado preferido do diabo.

Confissões de uma bêbada no Face

Antes as mulheres cozinhavam como as mães, hoje elas bebem como os pais. E estamos muito bem assim.
Cuide do nosso planeta. Ele é o único que tem cerveja.
Fevereiro. Este mês vou ficar três dias sem beber: 29, 30 e 31.
Em 2020 eu paro de beber. 2019 tá muito em cima.
A bebida é a pior inimiga do homem. Mas o homem que foge da bebida é um covarde.
A vida não é um conto de fadas. Se você perdeu seu sapato numa festa é porque estava bêbada.
Troque seu coração por outro fígado. Assim você bebe mais e ama menos.
Claustrofobia: medo de lugares fechados. Por exemplo, ir para o bar e ter medo de estar fechado.
Amor é como gasolina. Custa caro, acaba rápido e pode ser substituído pelo álcool.
Pobre só dá a volta por cima quando está devendo no boteco da rua de baixo.
Quem não bebe não tem história para contar. Quem bebe tem, mas não se lembra dela.
Ressaca é a revolta do seu corpo por você ter sido incapaz de continuar bebendo. (Charlie Harper)
O que foi dito bêbado foi pensado sóbrio.
-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Se você vê um copo de cerveja nesta foto ...
... Você pode ter um problema.
-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
  1. Achei 100 reais. Boa. Vamos comprar 5 de pão e 95 de cachaça. Tá louco. Pra que isso tudo de pão?
  2. Tá namorando? Não, tô ficando. Ficando com quem. Ficando bêbado enquanto não encontro alguém.
  3. Filho, vai ter bebida lá? Não, mãe, não vai. Tem certeza? Absolut. Fica tequila.
  4. Me fale um pouco de você. Bela, desbocada e do bar.

22 novembro, 2018

Conceito de divórcio

Do latim divortium.


O divórcio é o que acontece
depois que duas pessoas
ganham uma discussão.

Um ventilador mecânico para girafas

Se você fosse incumbido de dar a anestesia geral em uma girafa (a fim de realizar procedimentos veterinários essenciais), você pode ter a urgente necessidade de dispor de um ventilador mecânico adequado.
Mas onde você poderia encontrar um?
Uma solução única e imaginativa foi elaborada pelo Dr. Scott B. Citino, do White Oak Conservation Center, na Flórida,EUA, juntamente com seus colegas Mitchell Bush, do Open Zoo, da Tailândia. e Oswaldo Rivera, do Centro Médico Nacional Infantil, em Washington, EUA.
A equipe desenvolveu um ventilador simples e eficaz, usando um soprador de folhas (*) como fonte de fluxo de ar [ver foto].

https://www.improbable.com/2018/06/11/leaf-blowers-as-medical-ventilators-for-giraffes/

(*) Um soprador de folhas (muitas vezes referido simplesmente como um soprador ) é uma ferramenta de jardinagem que impulsiona o ar para fora do bocal para mover detritos como folhas e fragmentos de grama.

Poderá também gostar de ver
Sobre o nervo laríngeo (da girafa)

21 novembro, 2018

Tabuada do 7

O matemático alemão Ernst Eduard Kummer (1810 - 1893) foi professor da Universidade de Breslau (atual Wroclaw, Polônia) em 1842-1855 e, mais tarde, da Universidade de Berlim.
Uma história, quase certamente inverídica, é contada sobre ele:
Kummer era tão inepto em aritmética simples que, muitas vezes, pedia aos alunos que o ajudassem na aula. Em uma ocasião, Kummer quis se lembrar do resultado de uma simples multiplicação. "Sete vezes nove", começou ele. "Sete vezes nove é er - ah - ah - sete vezes nove é ...". "Sessenta e um", sugeriu um estudante travesso, e Kummer escreveu a "resposta" no quadro negro. "Senhor", interveio outro, "deve ser sessenta e sete.". "Venham, senhores, não pode ser os dois", exclamou Kummer. "Deve ser um ou o outro!"
De acordo com Erdös, Kumer calculou a resposta da seguinte maneira: - Não pode ser 61 porque é primo, como é 67, e 65 é um múltiplo de cinco, e 69 é muito grande, então deve ser 63.

http://pballew.blogspot.com.br/2018/05/on-this-day-in-math-may-14.html#links

O metal mais valioso do mundo


Existem mais de 500 milhões de armas ilegais no mundo. Como resultado, alguém é baleado e morto a cada minuto.
Ao usar o Humanium Metal, sua marca pode ajudar o mundo a se tornar um lugar mais pacífico. Qualquer coisa feita de qualquer metal hoje pode serr uma mensagem de paz amanhã. As armas de fogo destruídas podem ser transformadas em jóias, botões, ferramentas, capas de smartphones, parafusos ou até mesmo brinquedos.
Com o objetivo de fazer parte de uma solução para a violência armada, o Humanium Metal (ou Humânio) pode realmente ser considerado o metal mais valioso do mundo.
Vá para www.humanium-metal.com para saber mais!


20 novembro, 2018

Ver sem desver

A descoberta de um número oculto em uma carta de baralho é o mais recente fenômeno viral da Internet. Alguém revelou a existência deste 8 na carta 8 de ouros. E agora as pessoas não conseguem mais dissociá-lo da carta em questão.


Comentários:
"Eu trabalhei em um cassino por dois anos, lidando com cartas de baralho cinco noites por semana. Estou confuso sobre como eu não notei esse detalhe antes."
"Depois que me apontaram eu comecei a ver. Agora não consigo mais desver. Minha vida mudou para sempre."

Zumbi dos Palmares

Nesta data, em 1695, Zumbi dos Palmares, o último líder da mais famosa colônia de escravos fugitivos do Brasil, foi capturado pelos portugueses e sumariamente decapitado.
Desde o início da colonização européia no Novo Mundo, as comunidades quilombolas de escravos fugidos, negros nascidos livres, índios, brancos pobres e exilados mestiços formaram-se à margem dos Estado escravista.
O poder colonial não gostou de sua presença.
Consequentemente, a comunidade de Palmares enfrentou repetidas hostilidades dos portugueses e da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, desde o seu estabelecimento por volta de 1600 até germinar um reino com mais de 30 mil habitantes.
Zumbi, um negro livre de nascimento, foi criado por um padre missionário que lhe ensinou português e latim. Aos 15 anos, ele refugiou-se em Palmares, onde alcançou rapidamente a proeminência e, em 1678, derrubou seu tio adotivo, o rei Ganga Zumba, quando este tentou aceitar a paz sob o domínio português.
O ceticismo de Zumbi foi justificado quando os seguidores de Zumba que haviam desertado para Portugal foram reescravizados, e os Palmares livres logo enfrentaram uma intensificada pressão dos portugueses. Em 1694, a artilharia finalmente subjugou seu maior assentamento - forçando seu governante a entrar no mato, onde ele escapou por algum tempo da captura.
Em honra de Zumbi, o dia 20 de novembro é uma celebração brasileira de orgulho, especialmente de orgulho de uma raça que teve um rei insubmisso à escravidão.
Curiosidade - Zumbi dos Palmares emprestou seu nome ao Aeroporto Internacional de Maceió.
Fonte: Executed Today

19 novembro, 2018

Pensamentos estatísticos

É mais fácil morrer a caminho de uma casa lotérica do que ser o ganhador. É por isso que eu sempre encarrego minha mulher de comprar os bilhetes.

Vegans pensam que viverão mais do que nós, mas eles não percebem que são 100 vezes mais propensos a serem assassinados no meio de uma conversa.

É 10 vezes mais provável você ser assaltado em sua casa do que em Nova Iorque. Supondo que você não mora em Nova Iorque.

Ouvi dizer que um em cada quatro homens é gay. Mas, pessoalmente, eu acho que um em um homem é gay também.

A taxa de gravidez na adolescência costuma cair após os 19 anos de idade.

A cada 40 segundos, alguém comete suicídio. Digam o que quiserem sobre esses tipos de depressão, mas com certeza são pontuais.

Estatisticamente, 50 por cento do Canadá é letra "A".

Jonco Stl

O que Jonco Stl tem contra as vocais em seu sobrenome?

Por que os aviões não são construídos com o material da caixa-preta

Se um avião fosse construído com os mesmos materiais que protegem uma caixa-preta, o peso inviabilizaria o seu voo.
Só para ter uma ideia, um avião muito utilizado na aviação comercial brasileira, o modelo da Boing 737-700, pesa, no máximo, cerca de 70 t. Se a mesma aeronave fosse construída com resina e misturas de metais (os mesmos materiais que protegem as áreas eletrônicas da caixa-preta), seu peso seria de aproximadamente 550 t.
"Isso tornaria o voo inviável. Seriam necessários motores gigantescos para tirar esse avião do chão. É um projeto completamente descabido e inviável pela relação custo/benefício", afirma Hildebrando Hoffmann, professor da Faculdade de Ciências Aeronáuticas da PUC-RS. Ele explica que os aviões comerciais normalmente são construídos a partir de fibras de vidro e de carbono, materiais muito leves, resistentes e de baixa manutenção.
Caixa-laranja
De preta a caixa que contém informações preciosas sobre o voo só tem o nome. A caixa-preta é, na verdade, laranja. E tem duas faixas que refletem a luz. Assim fica mais fácil encontrá-la no mar, em florestas ou em meio aos destroços do avião.
Com cerca de 13 cm de altura, 22 cm de altura e 40 cm de comprimento, ela aguenta uma temperatura de até 1.100 ºC. Caso caia no mar, ela suporta uma pressão de 20 mil pés, ou aproximadamente 6 mil metros de profundidade.
"Dessa forma não há possibilidade de que a água danifique os circuitos eletrônicos, a 'memória' que guarda todas as informações importantes do voo", explica o Prof. Hoffmann.
Fonte: noticias.terra.com.br
A propósito:
«Os símbolos das unidades de medida são escritos com um espaço de intervalo dos algarismos (ex.: 3 min). O símbolo do grau Celsius é ºC. Portanto, o valor 1.100 ºC deve ser deste modo escrito».

Por que os aviões não são salvos por grandes paraquedas

18 novembro, 2018

O gato no campanário

Il gatto sul campanile 
La Domenica del Corriere, 27 Maggio 1956

Alex Scrivener: "Sacerdote-aranha resgata gato, mas não de árvore."
Daniel McGuire: "Eu não entendo a ideia de 'resgatar' um gato. Se ele chegou lá, agora não pode mais descer? O que vai fazer, sentar lá e morrer?"
Brendan Foley: "Isso depende de como ele chegou lá. Alguns gatos são bons escaladores de árvores, outros não. Um gato poderia passar para um galho alto pulando de uma janela mais alta ou do teto de um prédio que ele pudesse alcançar pelas escadas ou por outros métodos. E o retorno pode agora lhe ser impossível, diante de uma queda que lhe pode causar ferimentos graves ou a morte.
De um site aleatório comentando sobre resgatar gatos em árvores:
"Gatos podem entrar em estado de choque, muito parecido com o que também ocorre no ser humano, pelo medo de cair e simplesmente por não ser mais  capaz de pensar claramente. Um gato pode estar tão amedrontado que não percebe que é capaz de escalar. Além disso, as garras curvas de um gato funcionam bem para subir em um tronco de árvore, mas, para descer, o gato precisa ir para trás do tronco. Isso não é fácil para alguns gatos fazerem naturalmente."

American Fotoplayer

Nos primórdios do cinema mudo, grandes salas de cinema dispunham de orquestras para criar uma sonoridade condizente com as cenas dos filmes. Salas modestas, que não tinham dinheiro ou espaço suficiente, podiam usar uma máquina chamada American Fotoplayer. Além da música, elas eram capazes de fornecer uma enorme gama de efeitos sonoros.
A maior completa delas foi a Fotoplayer Style 50, das quais apenas uma ainda está em condições operacionais. Era capaz de recriar o volume de uma orquestra completa, além de produzir uma incrível variedade de efeitos sonoros como o mugido de bois, o toque do telefone, ruídos do trânsito na rua e dos cascos de animais, a crepitação de chamas, a quebra de madeira, tiros de rifles, pistolas e metralhadoras, até mesmo o som de um canhão francês de 75 mm!


Neste vídeo: Joe Rinaudo apresenta ao American Fotoplayer "The Stars and Stripes Forever", de John Philip Sousa (6 de novembro de 1854 - 6 de março de 1932).

Sousa foi um compositor norte-americano e maestro da era romântica tardia, conhecida principalmente por marchas militares e patrióticas americanas. Por causa de seu domínio da composição da marcha, ele é conhecido como "O Rei da Marcha" ou o "Rei da Marcha Americana", devido a seu colega britânico, Kenneth J. Alford, também ser conhecido como "O Rei da Marcha". Em sua autobiografia, "Marching Along", Sousa escreveu que ele compôs esta marcha no dia de Natal de 1896. Ele estava em um transatlântico a caminho de casa, retornando de férias com sua esposa na Europa, e tinha acabado de saber da recente morte de David Blakely, o gerente da Banda Sousa. Então, Ele compôs a marcha mentalmente e entregou as anotações aos jornais na chegada aos Estados Unidos. Apresentada pela primeira vez na Filadélfia em 14 de maio de 1897, ela foi imediatamente recebida com entusiasmo.

17 novembro, 2018

Como não incomodar a esposa com muitas mensagens


Aniversário de Möbius

Feliz aniversário para August Ferdinand Möbius, nascido em 17 de novembro de 1790.
Ele era um astrônomo, mas é ainda mais famoso por sua criação da fita de Möbius - uma superfície 2D com apenas um lado. [1] [2] [3] [4] [5]
Comemorando a data, a matemática Eugenia Cheng esculpiu a fita num bagel, cobriu-a nos dois lados (que é um só lado) com salmão e comeu-a diante de uma câmera.
Foi assim no ano passado.
--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
Alguma ideia de como colocar umas velas de aniversário na fita de Möbius?

16 novembro, 2018

Por que eu uso etc.


Quando eu uso etc.

+ etc.

POEMA. O Grande Circo Místico

Jorge de Lima (1893 - 1953). In: "A Túnica Inconsútil" (1938)

O médico de câmara da imperatriz Teresa - Frederico Knieps -
resolveu que seu filho também fosse médico,
mas o rapaz fazendo relações com a equilibrista Agnes,
com ela se casou, fundando a dinastia de circo Knieps
de que tanto se tem ocupado a imprensa.
Charlote, filha de Frederico, se casou com o clown,
de que nasceram Marie e Oto.
E Oto se casou com Lily Braun a grande deslocadora
que tinha no ventre um santo tatuado.
A filha de Lily Braun - a tatuada no ventre
quis entrar para um convento,
mas Oto Frederico Knieps não atendeu,
e Margarete continuou a dinastia do circo
de que tanto se tem ocupado a imprensa.
Então, Margarete tatuou o corpo
sofrendo muito por amor de Deus,
pois gravou em sua pele rósea
a Via-Sacra do Senhor dos Passos.
E nenhum tigre a ofendeu jamais;
e o leão Nero que já havia comido dois ventríloquos,
quando ela entrava nua pela jaula adentro,
chorava como um recém-nascido.
Seu esposo - o trapezista Ludwig - nunca mais a pôde amar,
pois as gravuras sagradas afastavam
a pele dela o desejo dele.
Então, o boxeur Rudolf que era ateu
e era homem fera derrubou Margarete e a violou.
Quando acabou, o ateu se converteu, morreu.
Margarete pariu duas meninas que são o prodígio do Grande Circo Knieps.
Mas o maior milagre são as suas virgindades
em que os banqueiros e os homens de monóculo têm esbarrado;
são as suas levitações que a plateia pensa ser truque;
é a sua pureza em que ninguém acredita;
são as suas mágicas que os simples dizem que há o diabo;
mas as crianças creem nelas, são seus fiéis, seus amigos, seus devotos.
Marie e Helene se apresentam nuas,
dançam no arame e deslocam de tal forma os membros
que parece que os membros não são delas.
A plateia bisa coxas, bisa seios, bisa sovacos.
Marie e Helene se repartem todas,
se distribuem pelos homens cínicos,
mas ninguém vê as almas que elas conservam puras.
E quando atiram os membros para a visão dos homens,
atiram a alma para a visão de Deus.
Com a verdadeira história do grande circo Knieps
muito pouco se tem ocupado a imprensa.

DO POEMA AO ÁLBUM
A partir do tema, Chico Buarque e Edu Lobo criaram a trilha sonora para a apresentação do balé Guaíra, contando musicalmente, a saga da família austríaca proprietária do Grande Circo Knieps e do amor entre um aristocrata e uma acrobata, que vagavam de cidade em cidade, apresentando os seus números circenses. O sucesso do espetáculo musical originou uma longa turnê e um álbum clássico e imprescindível da MPB, reunindo grandes cantores como Gal Costa, Gilberto Gil, Simone, Tim Maia, Jane Duboc, Zizi Possi, Chico Buarque e Edu Lobo. Lançado em 1983 pela Som Livre, o álbum trazia 11 canções; mais tarde, quando lançado em CD, Edu Lobo acrescentou mais duas canções instrumentais, “Oremus” e “O Tatuador”, que pelo condicionamento do formato em vinil, ficaram de fora na época.

15 novembro, 2018

Chuquicamata subterrânea!

Chuquicamata subterrânea! Simplesmente a maior mina de cobre do Mundo, de propriedade da CODELCO (Corporación Nacional del Cobre de Chile). Ironicamente, não foi privatizada na época do Pinochet, apesar da enorme pressão de cunho ideológico dos Chicago Boys, pela razão simples que 10% de seu faturamento vai para as Forças Armadas. (https://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2017/08/04/interna_internacional,889360/forcas-armadas-chilenas-mantem-privilegios-heranca-da-ditadura.shtml).
O tamanho da cava é indescritível (quando a conheci já estava com 700 metros de profundidade) e suas operações são usadas como campo de prova dos fabricantes de maiores equipamentos de lavra convencional existentes em pleno Deserto de Atacama.
Vale a pena dar uma olhada no Google Earth em Chuquicamata,  Calama, Chile.
Jaime Nogueira

Canudos de plástico x Meio ambiente

Quantos canudos plásticos você já usou em sua vida?
Nos Estados Unidos, são 500 milhões por dia.
Mas quem paga essa conta é a natureza.
A vida útil de um canudo é de, em média, quatro minutos – tempo suficiente para você terminar sua bebida.
Só que, feitos normalmente de polipropileno ou poliestireno, materiais que não são biodegradáveis, eles demoram até 200 anos para se decompor. Pior: quando descartados, se desintegram em pequenas partículas, que chegam aos oceanos e acabam engolidas pelos animais.
Segundo dados da ONG Ocean Conservancy, sediada nos Estados Unidos, foi o 7º item mais coletado nos oceanos em todo o mundo no ano passado.
Respondendo por 4% de todo o lixo plástico encontrado no mundo, os canudos ainda representam um desafio.
Agora, o mundo declarou guerra ao canudo de plástico.
Em meio à busca por alternativas ao plástico, outras opções já vêm sendo usadas, como canudos de metal, de vidro e até comestíveis.

Extraído de: Mundo declara guerra ao canudo plástico, por Luís Barrucho, da BBC Brasil
Crédito da imagem: #recuseocanudo, Deskgram

Vídeo: Poseidon e o homem na praia

14 novembro, 2018

A carta em que Einstein prevê os tempos obscuros do nazismo

"Aqui estão sendo gestados tempos obscuros, econômica e politicamente, por isso estou contente de poder ficar longe de tudo isso durante um semestre."
Foi esse o relato do físico Albert Einstein para sua irmã mais nova, Maja, em uma carta escrita em 1922, apenas dois anos depois da fundação do partido nazista. O documento acaba de se tornar público.
Na mensagem, o físico previa o terror que se avizinhava da Alemanha. Seu amigo Walther Rathenau, de origem judia e então ministro de Assuntos Exteriores alemão, havia sido assassinado pouco tempo antes por alemães antissemitas. O próprio Einstein havia sido advertido pela polícia de que sua vida corria perigo.
O cientista se viu, então, obrigado a sair de Berlim. Acabou se mudando para Kiel, no norte da Alemanha - onde, acredita-se, teria escrito a carta para a irmã.
Na mensagem, o físico ainda escreveu sobre o perigoso caminho que a Alemanha estava seguindo. Naquela altura, já estavam plantadas as sementes do antissemitismo como política de Estado. "Estou muito bem, apesar de haver antissemitas entre meus colegas alemães", disse para Maja.
https://www.bbc.com/portuguese/internacional-46187774
https://www.dn.pt/mundo/interior/carta-de-einstein-sobre-antissemitismo-alemao-vendida-por-mais-de-28-mil-euros-10174891.html


A carta manuscrita foi leiloada por 28 mil euros (32 mil dólares) na última terça-feira, 13, em Jerusalém. O que há de especial nela é que Einstein realmente previu - ele percebeu com 10 anos de antecedência - o que aconteceria na Alemanha. Isso torna esta carta particularmente significativa.

O Sistema Potrzebie

O escritor, cientista e programador Donald Knuth, aos 19 anos, publicou seu primeiro artigo "científico" em uma revista escolar em 1957, sob o título "O Sistema Potrzebie de Pesos e Medidas". Nele, Knuth definiu a unidade fundamental de comprimento do sistema como sendo a espessura da revista Mad n.º 26 (igual a 2.263348517438173216473 mm) e, para a unidade fundamental de força, ele nomeou a "whatmeworry".
Na edição n.º 33, de junho de 1557, a Mad Magazine republicou (na ilustração) este revolucionário artigo de Donald Knuth que tem o "potrzebie" na base do sistema.
Quando estudante da Milwaukee Lutheran High School, ele recebeu elogios acadêmicos, especialmente por causa das maneiras engenhosas que ele usava para resolver problemas. Por exemplo, na oitava série, ao participar de um concurso para encontrar o número de palavras que as letras de "Ziegler's Giant Bar" poderiam ser reorganizadas para criar outras palavras. Embora os juízes tivessem apenas 2.500 palavras em sua lista, Donald encontrou 4.500 delas, vencendo o concurso. Como prêmios, a escola recebeu um novo aparelho de televisão e barras de chocolate suficientes para todos os alunos da escola comerem.
 A calculadora do Google e o Wolfram Alpha, segundo afirma o matemático Pat Ballew, podem realizar conversões entre "potrzebies" e outras unidades. [2]
E a página do Qwika [3] traz uma fantástica relação de unidades que já foram criadas por cientistas (geralmente, físicos e matemáticos) e programadores, como resultados da combinação do humor com uma suposta conveniência prática.
Referências
[1] https://en.wikipedia.org/wiki/Donald_Knuth
[2] http://pballew.blogspot.com/2018/06/on-this-day-in-math-june-1.html#links
[3] http://wikipedia.qwika.com/en2pt/List_of_strange_units_of_measurement

13 novembro, 2018

Apresentando o livro...

A professora:
- É só abrir e ler. Não precisa de senha.

Bendegó, o meteorito incendiado do Museu Nacional que é a cara do Brasil

postado por Carlos Cardoso, 05/09/2018, em Meio Bit
Eu não vou falar muito sobre o incêndio do Museu Nacional, a mídia já publicou tudo que é possível ser dito, só me restaria xingar os responsáveis e a lista é imensa, cobrindo décadas. Hoje vamos conhecer uma historinha que representa muito da relação do Brasil com ciência, nossa teimosia, burrice e malandragem.
Com vocês a Saga do Meteorito de Bendegó, a Pedra Que Queimou Duas Vezes.

Meteorito Bendegó, de quatro bilhões de anos, em meio aos escombros do Museu Nacional.

A lição que tiramos disso é que a única forma da Ciência sobreviver no Brasil é ela ser feita de pedra, e essa pedra, ser feita de ferro. ~ Carlos Cardoso
(leitura sugerida por Jaime Nogueira)

Inserir em Comentários
"Apesar das altas temperaturas que pode atingir na atmosfera na verdade esse calor não flui para o interior da rocha, o que aquece é a atmosfera comprimida à frente do meteoro (compressão adiabática). O ar superaquecido se torna plasma mas flui muito velozmente em torno da rocha podendo "queimar" apenas uma fina camada superficial sobre ela formando a crosta de fusão porém seu interior atinge no máximo temperaturas amenas.
Já uma exposição prolongada a altas temperaturas, como num incêndio, aquece a rocha como um todo, podendo alterar de forma irreversível a composição química e fazê-la explodir devido à expansão de gases e da umidade em seu interior.
No caso de meteoritos inteiramente metálicos (como o Bendegó e Santa Luzia ) o calor extremo prolongado pode destruir completamente a estrutura cristalina, transformando-o em uma mera massa amorfa de ferro e níquel."
Carlos Augusto Di Pietro

12 novembro, 2018

Nunca deixe seu guarda-chuva para trás!

1
De todos os bens, o guarda-chuva é certamente o mais esquecível.
Mas...
O que indica o frequente esquecimento deste bem pelo proprietário?
Pode ser o desejo que a pessoa tem de que não chova mais. Pode ser a tendência ao risco ("quem sai na chuva é pra se molhar"). Ou pode ser a vontade de voltar ao tempo sem guarda-chuva, quando tudo era molhado, isto é, ao tempo intra-uterino.
Esta última, que apela para a figura materna, trata-se de uma explicação freudiana.
2
Fique seco!
Para evitar que as pessoas percam seus guardiões da chuva, uma empresa lançou um guarda-chuva com alerta de esquecimento.
É o Davek Alert Umbrella, o guarda-chuva de alta tecnologia que você não pode perder.
Além de forte e elegante, este guarda-chuva incorpora a avançada tecnologia Loss Alert. Que permite transmitir, através de um pequeno chip embutido na alça, um "sinal de proximidade" a seu smartphone. Este sinal é lido por um aplicativo no smartphone que pode rastrear a distância entre o telefone e o guarda-chuva. Se a distância exceder os 10 metros o guarda-chuva enviará um alerta sutil para o seu telefone.
(nota não patrocinada)
3
Respingos na memória, blog EM
4

O duro odor do durião

Deu na BBC Brasil:

Passageiros reclamaram do forte odor do durião, uma fruta oriental com aspecto semelhante ao da jaca. A fruta é macia, suculenta e sua semente pode ser torrada e comida como uma castanha.
Cerca de duas toneladas de durião estavam sendo transportadas no compartimento de carga do avião - que voaria de Bengkulu, na Indonésia, para a capital do país, Jacarta (5).
Os passageiros exigiram que a fruta fosse removida e houve brigas com comissárias de bordo.
No fim, a companhia aérea, Sriwijaya Air, cedeu e removeu os sacos de fruta da aeronave, que decolou uma hora depois do planejado.
(7 nov 2018)

A fruta (Durio zibethinus) é apreciada em parte da Ásia, mas também é controversa. Há quem a adore e há quem a odeie. Seu odor faz com que ela seja banida do transporte público, de hotéis e até de aviões, em determinados países. O odor característico do durião (de origem sulfurosa) serve a um propósito importante na natureza: ajudar a atrair animais para comê-lo e depois dispersar suas sementes.
A propósito de outra fruta com odor, informe-se aqui sobre o abricó-de-macaco, uma fruta não relacionada ao durião mas que parece semelhante. [PGCS]

Ó flor! (a "flor cadáver")

11 novembro, 2018

No país das armas - 2

27/10/2018 - Um tiroteio em uma sinagoga de Pittsburgh, na Pensilvânia (EUA), deixou 11 mortos e 6 feridos na manhã deste sábado. De acordo com o relato de testemunhas, ele entrou no templo armado com um fuzil semiautomático AR-15 e com várias pistolas. O autor da chacina, que está sob custódia, é Robert Bowers, de 46 anos, que possui 21 armas de fogo. Ele gritou insultos antissemitas durante o ataque.

08/11/2018 - Mais um massacre a tiros, desta vez com 12 mortos, em Thousand Oaks, na Califórnia. O atirador foi Ian David Long, de 28 anos. Ele era veterano de guerra e serviu no Afeganistão.
Susan Orfanos disse que seu filho Telemachus Orfanos, de 27 anos, sobreviveu ao tiroteio de Las Vegas do ano passado, que matou 51 pessoas, mas não ao massacre de Thousand Oaks.
"Eu não quero orações", disse ela. "Eu não quero pensamentos. Eu quero o controle das armas... Não. Mais. Armas."
https://abcn.ws/2QxezKC
Os Estados Unidos são vítimas de sua própria cultura belicista. Onde o direito de alguém comprar armas é maior do que o seu direito de não ser morto por elas.


No país das armas - 1

==============================================================

15/11/2018 - Atualizando ...
Por que médicos americanos estão postando fotos cobertos de sangue:
A NRA reclamou de médicos que protestavam por leis mais fortes de controle de armas nos EUA. Dizendo que eles deveriam "ficar na sua" (stay in your lane). Criticados por grupos pró-armas, os médicos reagiram com uma campanha nas redes sociais. 
Estatísticas indicam que, por causa das armas de fogo, 8,3 mil crianças são hospitalizadas todos os anos nos EUA. E relatos de médicos que cuidaram de vítimas de tiros tomaram o Twitter com a hashtag #ThisIsMyLane.
"A menos que você tenha o coração de alguém parando de bater em suas mãos, você não tem o direito de dizer no que podemos ou não podemos nos meter".

A voz de hidrogênio

Antes de se tornar a primeira vítima da aviação, tentando a travessia aérea do Canal da Mancha em 1785, Rozier estava acostumado a viver perigosamente. Uma de suas demonstrações preferidas nas palestras de Química que ele dava consistia em inalar o hidrogênio e depois falar com a voz modificada pela inalação.
Hoje, tende-se a usar o hélio. [1] [2] [3] [4] [5]
O floreio final era acender o hidrogênio exalado pela boca. Tal homem era obviamente o "Right Stuff" para pilotar aquele balão híbrido de hidrogênio e ar quente em 1785.
Em "A Short History of Nearly Everything" ("Uma breve história de quase tudo"), Bill Bryson escreveu:
"Na França, um químico chamado Pilatre de Rozier testou a inflamabilidade do hidrogênio engolindo um bocado desse gás e soprando-o através de uma chama acesa."
Com isso, provando de uma só vez que o hidrogênio é de fato um combustível explosivo e que as sobrancelhas não são necessariamente uma característica permanente do rosto de uma pessoa. "

O camaleão introvertido

Você já teve uma paixão à primeira vista?
Isto pode acontecer em qualquer lugar - na rua, num ônibus, num funeral. Para Darrel, um camaleão introvertido, essa paixão aconteceu numa estação de metrô. Então, o que exatamente um menino como ele precisa fazer antes que a oportunidade se esgote?
Possivelmente, não deve ser o que Darrel fez.



Poderá também gostar de ver:
Um duelo de camaleões

10 novembro, 2018

Visitas inesperadas

Related image

Uma dama britânica disse certa vez que, se chegam visitas inesperadas a sua casa, ela rapidamente pega o chapéu e o guarda-chuva. Caso a pessoa que acaba de chegar for do seu agrado, ela diz: "Ah, que bom, eu também acabei de chegar!". Mas se a visita é de alguém inoportuno, ela diz: "É uma pena que eu precise sair".
(https://incrivel.club/admiracao-curiosidades/25-regras-modernas-de-etiqueta-72205/)

Cerveja no claustro

Michel Fox, in CRUX
Embora a cerveja possa ter sido inventada pelos antigos babilônios, ela foi aperfeiçoada pelos mosteiros medievais que nos deram a cerveja como a conhecemos hoje. As imagens mais antigas de uma cervejaria moderna estão no Mosteiro de São Galo, na Suíça. Os desenhos, que datam de 820 d.C., mostram três cervejarias - uma para os hóspedes do mosteiro, uma para os peregrinos e os pobres e outra para os próprios monges.
Foi creditada a um santo, Arnold de Soissons, que viveu no século 11, a invenção do processo de filtragem. Até hoje, e apesar da proliferação de muitas microcervejarias de renome, a melhor cerveja do mundo ainda pode ser feita dentro do claustro - especificamente, dentro do claustro de um mosteiro trapista.


-----Foto: Aposentado, o Papa Bento XVI desfruta de uma cerveja em sua festa de aniversário (90 anos), no Vaticano. Também retratados: o irmão dele, Mons. Georg Ratzinger, à esquerda do papa, e o arcebispo Georg Ganswein, prefeito da casa papal, na retaguarda. (Crédito: CNS photo /  L'Osservatore Romano.)

Ordens religiosas e vinificação

09 novembro, 2018

Asas à imaginação [continuação]

4
«A imaginação é mais importante que o conhecimento. O conhecimento é limitado, enquanto a imaginação abraça o mundo inteiro, estimulando o progresso, dando à luz à evolução.» Um pensamento de Albert Einstein, publicado no livro "Sobre Religião Cósmica e Outras Opiniões e Aforismos", em 1931.
http://blogdopg.blogspot.com.br/2016/06/a-imaginacao-e-tudo.html
5
«O melhor da preguiça é dar asas à imaginação.»
(aqui era para haver uma imagem gif, que bateu asas, escafedeu-se)
Então:

6
Dar asas (ou azo?) à imaginação?
Estamos perante duas expressões com significados diferentes.
«Dar asas à imaginação» é uma bela metáfora porque quer dizer que deixamos a imaginação voar.
«Dar azo à imaginação» significa dar ocasião à imaginação ou dar oportunidade à imaginação.
A. Tavares Louro, Ciberdúvidas da Língua Portuguesa
(Azo é um substantivo masculino que possui etimologia no antigo termo provençal “aize” e no latim “actum” com sentido de comodidade, estar confortável ou bem à vontade.)

Asas à imaginação, 1 - 3
(07/11/2017)

Valor literário

por Alberto Lins Caldas (*)
Como saber se um texto tem ou não "valor literário"? Como saber se um texto é realmente literário ou não passa de uma impostura? A gramática (normalmente o gramaticamente "correto" carrega uma boa dose de servilismo!) não pode ser aquilo que vai decidir sobre o "valor literário": a gramática é um ordenamento de poder, um círculo do já feito, do conhecido e reconhecido: a literatura vai sempre além desse círculo e seu limite; a língua também não pode decidir: a literatura é indiferente à língua: ela é somente seu suporte: não importa em qual língua a virtualidade literária se configure: ela não marca essa virtualidade; a região também em nada afeta o nascimento ou florescimento de uma obra, podendo, quando muito, fazê-la definhar por enquadrá-la a um pequeno significado vivencial, a um comodismo provinciano; uma tradição também não pode servir de parâmetro literário, pois a literatura sempre se fez a um passo depois das tradições, apesar de servir-se delas como nossa fome de um suculento pedaço de carne; gênero também não interessa: a grande literatura não pertence a nenhum gênero específico: não existe literatura negra ou branca, heterossexual ou homossexual, macho ou fêmea, moral ou imoral, infantil ou adulta, desenvolvida ou subdesenvolvida, prosa ou verso: o que há é literatura ou não literatura (parece que ninguém mais sabe o que é literatura e qualquer um que escreve é chamado de escritor); a história da literatura também não pode contribuir: as obras nascem sempre antes das outras obras de uma história: a origem de uma verdadeira obra literária é sempre anterior as suas "influências"; a economia também não resolve a questão: as classes sociais, a riqueza, o capital, a exploração, a mais valia, o roubo, o poder, a miséria, a história, os partidos, a política, o governo: nada disso cria ou impede a criação de uma grande literatura ou de uma grande obra: o "valor literário" não é uma conseqüência, em última instância, das determinantes econômicas. Então como saber se uma obra tem valor literário ou não?
Todas as obras de real valor literário possuem algo em comum: todas elas partem, sempre com um espírito de negação, de uma filosofia (F), de uma estética (E) e de uma visão de mundo (V) e constituem, em seus labirintos, uma visão de mundo própria, uma outra filosofia e uma nova estética: mas esses elementos só servem naquele universo, naquelas obras específicas: dali não nascem mais obras, a não ser como pastiches, reproduções de segunda mão, como em quase todas as obras provincianas: são reproduções simplificadas dos esquemas, das visões, das facilidades visíveis de uma obra, daqueles elementos que o poder difunde como qualidade e valor. Daí a misteriosa e espantosa multiplicação dos bilaquinhos, dos anjinhos, dos montelinhos, das lygiazinhas e dos coelhinhos: o que vemos aos montes em todas as províncias do mundo são pobres pastiches de algo que já foi feito e não poderia mais gerar nada a não ser a exaustão ou o delírio das críticas literárias, que fazem a festa exatamente sobre as FEV geradas pelas obras.
Mas ainda mantemos o mesmo problema: como saber se um texto tem ou não "valor literário"? É um longo caminho. Toda obra realmente literária gera uma rede de galerias onde se formatam em movimento sua FEV: cria-se uma espécie de "virtualidade singular" e uma forma de "virtualidade social". Há um intrincado virtual que é preciso levar em conta antes das análises do leitor, da língua, do estilo, dos discursos, dos gêneros, das formas, das estruturas, das funções. Precisamos, enquanto hermeneutas da obra literária, pensar sobre a FEV que propõe. É a partir desses componentes (FEV) que poderemos estabelecer se uma obra, em seus fundamentos, é somente uma reprodução sem valor, porquê mil vezes dita e dita mil vezes melhor, de uma “escola” qualquer, de um “autor” qualquer.
Uma “obra limite” sem história, sem personagem, sem lugar, sem perspectiva, sem narrador, sem temporalidade pode estruturar uma FEV inigualável. Sua significância nascerá da importância não do estilo, não da gramática, não da tradição, não da língua, não do gênero mas da sua específica FEV. Esse é um começo porque nenhuma obra literária se resume a sua FEV. Mas é dela que retira toda a sua força, todo a multiplicidade que devora as outras obras e exige a multiplicação da leitura e da interpretação; é dela que nasce nossa admiração, nosso amor, nosso espanto, nossa busca, nosso desejo, nosso olhar, nossa leitura. Fazer literatura não é somente escrever, contar uma história, construir um estilo: é criar uma FEV, é constitui-la com toda a nossa singularidade, com toda a sinceridade, coragem e unicidade que nos for possível. Como essa FEV pôs ao seu serviço um estilo, uma gramática, uma tradição, um gênero, uma história, uma língua é a nossa grande questão. Uma virtualidade singular que, para existir, precisa de uma outra voz, uma outra forma, uma outra perspectiva.
Daí porque é impossível para o artista ser "normal" e escrever (ou pintar ou esculpir ou criar qualquer coisa realmente em arte). Gerar filhotes, obedecer à família, entender o governo, participar de um partido político, sentir-se honrado por estar trabalhando ou estudando, amar pai e mãe, amar uma mulher ou à mulher sobre todas as coisas, defender a pátria, chorar de emoção com a bandeira, respeitar alguma coisa, gostar daquilo que todo mundo gosta, assistir televisão, gostar de programas de auditório e novelas, ler os autores da moda, ler os autores respeitados pela "escola" e pela "academia", desejar aquilo que todo mundo deseja e tolices do gênero são sintomas de uma quase FEV massificada que está há muito estabelecida, servindo somente a um mundo ridículo e cada vez mais pobre e fascista. Um escritor é aquele que, antes de tudo e depois de tudo, cria uma FEV própria, singular, como maneira de ver, sentir, dialogar, desejar e sonhar, viver e morrer.
Aqui resolvemos a nossa questão? Não! Para desalinharmos um bom pedaço desses fios é realmente preciso muito caminho e muita tinta. Aqui é somente um dos mil começos de algo sem começo que tem seu fim exatamente em todos os possíveis começos.
(*) Pernambucano de Gravatá, onde nasceu em 1957. Publicou Canto Fundamental e Cacimbas. Colabora em jornais do Recife (Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio e Diário da Manhã) com artigos de critica literária e poesia. Fundador do grupo informal Poetas da Rua do Imperador. Cursou Historia e Arqueologia na UFPE. Ensaísta proustiano e poeta. 

08 novembro, 2018

Nem lhes conto

Sergey Savitsky, de 55 anos, é engenheiro científico em um remoto posto avançado na Antártida. Ele e seu colega Oleg Beloguzov, de 52 anos, são leitores inveterados e costumam passar o tempo lendo livros na solidão do continente gelado.
Mas Beloguzov não parava de bancar o spoiler. Aborrecido com essa conduta do colega, Savintsky dias atrás não se conteve e esfaqueou-o.
A vítima, depois de removida da estação de pesquisa de Bellingshausen, na ilha King George, encontra-se em tratamento intensivo no Chile. E Savitsky voltou para São Petersburgo, onde está sob prisão domiciliar.
Acredita-se que, pela primeira vez, um homem é acusado de uma tentativa de assassinato na Antártida.


Spoiler tem origem no verbo spoil, que significa estragar, é um termo de origem inglesa. Spoiler é quando alguma fonte de informação, como um site, ou um amigo, revela informações sobre o conteúdo de algum livro, ou filme, sem que a pessoa tenha visto.
O spoiler é uma espécie de estraga-prazeres, pois ele é aquele indivíduo que conta os finais, ou o que vai ocorrer com determinado personagem em filmes, séries, livros, sem saber se a outra pessoa realmente quer saber. O spoiler não necessariamente precisa contar o fato todo, pode ser qualquer parte de uma fala, texto, imagem ou vídeo que faça revelações importantes sobre determinados assuntos.

Paisagens reunidas

As planícies de Vênus, Terra, Lua, Marte e Titã:


Astrônomos amadores interagindo...
Oceano não é planície.
É uma planície de inundação.
É onde a chuva na Espanha principalmente cai.
O que são aquelas coisas esquisitas em Vênus?
Venera 13, um lander soviético. Fundiu poucas horas depois de fotografar.
Titã, a maior lua de Saturno.
Eu pensei que tínhamos um novo planeta.
Corrigindo Terra:

07 novembro, 2018

Hey, James (4)

— Alô, James. Você poderia suprimir a placa de PISO MOLHADO desta fotografia? Obrigada!
— Seguramente.


James Fridman ajuda a realizar seus sonhos por meio do Photoshop.
(1) (2) (3)

HERE COMES THE SON

O dentista que comprou um dente de John Lennon mudou ligeiramente de ideia.
Ele agora está à procura de potenciais filhos amorosos do falecido Beatle numa tentativa de reivindicar uma fatia de bens e direitos de John Lennon avaliados em 400 milhões de libras.
Lennon, que foi baleado e morto em Nova Iorque em 1980, deu o dente para sua governanta Dot Jarlett, na década de 1960. Em 2011,  Dr. Michael Zuk, 45, de Alberta, Canadá, comprou em leilão esse molar decadente do lendário compositor por cerca de 20 mil libras.
Falando com o The Sun Online, o dentista revelou sensacionalmente que planeja usar o DNA daquela parte do corpo para legitimar as reivindicações sobre o vasto patrimônio do ícone da música.
Ele disse:
"Estou à procura de pessoas que acreditam que são filhos de John Lennon e que têm direito ao seu patrimônio.
"John era um cara muito popular que fazia sexo com muitas mulheres e eu duvido que o controle da natalidade estivesse em sua mente.
“Eles assinariam um acordo de comissão, o que significaria que, se eles fossem reconhecidos, pagariam à minha empresa uma porcentagem da herança.
"Como uma taxa de corretagem."
Aqui está a reportagem.

06 novembro, 2018

Réquiem para uma mídia impressa

Para quem gosta da VEJA, coisas do gênero e tem estômago. Será ou foi O Quarto Poder "de jure et de facto" do que sobrou da República?
Jaime Nogueira
Tenho a clara convicção de que a mídia impressa perdeu totalmente a força política e a reverência e credibilidade que tinha até os últimos 10 anos. Coitados dos italianos de Niterói donos de banca de Jornal, que atualmente sobrevivem vendendo cigarro, refrigerante, balas e coisas típicas de pequenas bodegas ou, melhor definido pelos pernambucanos, como "fiteiros". Foram-se os tempos em que as pessoas se aglomeravam em torno das bancas para bisbilhotar as manchetes do dia e cumprir o ritual de adquirir seu exemplar, quando não o recebia em casa, e dar aquela discreta espiadinha nas capas das revistas de mulher pelada com a devida discrição de quem compra camisinha numa farmácia cheia de mulheres conhecidas. O "modus operandi" desta mídia é por demais manjado - é a voz do dono do jornal e seus interesses, e só, como nas nostálgicas propagandas da RCA Victor.
O texto abaixo é um réquiem destas coisas. [JN]
A Corrupção Como Espetáculo Midiático: Análise das capas da revista Veja sobre a Lava Jato. Célia Ladeira MOTA e Paulo Henrique Soares de ALMEIDA.

A tragédia de Mariana: três anos depois

A tragédia de Mariana é o maior acidente da história em volume de material despejado por barragens de rejeitos de mineração. Os 62 milhões de metros cúbicos de lama que vazaram dos depósitos da Samarco, no dia 5 de novembro de 1915, representam uma quantidade duas vezes e meia maior que o segundo pior acidente do gênero, ocorrido em 4 de agosto de 2014, na mina canadense de Mount Polley, na Colúmbia Britânica.



Três anos de lama
Ontem, fez três anos que a barragem de Fundão se rompeu, varrendo do mapa o distrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do município de Mariana (MG). A poluição de terrenos e rios ao longo de 600 quilômetros entre Mariana e o Oceano Atlântico, que se seguiu ao acidente, faz deste o maior acidente ambiental do Brasil.
Morreram 19 pessoas nesta tragédia. Muitas outras perderam seus bens e ficaram desabrigadas. O rompimento da barragem acarretou problemas para pelo menos 500 mil pessoas em Minas Gerais e Espírito Santo (Fonte: Ministério Público Federal).
Ao todo, 21 réus estão sendo julgados pelos crimes de inundação, desabamento, lesão corporal e homicídio com dolo eventual. Ninguém foi preso.
Na área foram encontradas níveis de sódio, oriundo do hidróxido de sódio (utilizado na separação do minério de ferro), até 20 vezes acima do padrão de solo da Mata Atlântica. Experimentos com fungos e bactérias podem ajudar no reflorestamento de 2.200 hectares da mata devastada pela lama. E abre-se a possibilidade de que essa mesma técnica possa também ajudar na recuperação de lavouras (centenas de fazendas e sítios foram atingidos pelo rompimento da barragem)..
As multas do Ibama somam 350 milhões de reais. Mas a empresa recorreu e ainda não pagou nenhuma. Das 28 multas aplicadas pelo governo do Estado de Minas, a empresa só começou a pagar uma delas (Fonte: TV Globo, Jornal Hoje).

Mariana (pela Samarco), Barcarena (pela Hydro) ...
Qual será o próximo local? Meu palpite: costa brasileira, na área do pré-sal.

05 novembro, 2018

A chegada de Suassuna ao céu

Poema recitado por Rolando Boldrin:



Ariano foi Quixote
Que lutou de alma pura.
Contra a arte descartável
Vestiu a sua armadura
Em qualquer dia do ano
Eu digo: viva Ariano
Padroeiro da Cultura!
Autores: Klévisson Viana e Bule-Bule
http://www.vermelho.org.br/noticia/246987-1

Conteúdo extra
O tema da prova de redação do ENEM 2012 (arquivo)
O melhor [dos atrasados] do ENEM 2014 (arquivo)
Todo ano tem Carnaval e Enem (arquivo)
Perdi o ENEM 2018
04/11/2018 - O 1.º dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) manteve o perfil de abordar questões sobre os direitos humanos. Nas provas de Linguagens e Ciências Humanas, as questões trouxeram assuntos como os 70 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos e a ativista americana Rosa Parks, que ficou conhecida mundialmente ao desafiar a lei de segregação entre negros e brancos. Cultura africana, questões de gênero, escravidão e noção de democracia foram tópicos que voltaram a aparecer nos enunciados da prova. O Estado de SP

Azul, a mais sinfônica das cores

Com o poético Pálido Ponto Azul [1] [2] [3] de Carl Sagan em mente, me vi ultimamente pensando na cor azul e na forma como o tom elementar do nosso planeta, a mais sinfônica das cores, aparece em toda a nossa literatura como algo maior do que um mero fenômeno cromático - um símbolo, um estado de ser, uma posição para as alturas mais líricas e transcendentes da imaginação.
Aqui está um ramalhete azul de alguns dos meus encontros favoritos com essa cor na literatura dos últimos dois séculos.
JOHANN WOLFGANG DE GOETHE (1810)
Em seu sexagésimo primeiro ano, Johann Wolfgang von Goethe (28 de agosto de 1749 - 22 de março de 1832), até então o intelecto reinante da Europa, publicou Theory of Colors [4] - seu esforço para descobrir a ligação psicológica entre a cor e a emoção. quase um século antes do alvorecer da psicologia como um campo formal de estudo, escrito um pouco antes de seu compatriota Abraham Gottlob Werner lançar sua nomenclatura científica seminal da cor, que Darwin mais tarde retomaria no Beagle .
"Adoramos contemplar o azul", escreveu Goethe, "não porque ele avança para nós, mas porque nos atrai". O tratado, composto como uma refutação de Newton, acabou por não ter validade científica. Mas seus aspectos conceituais fascinaram e inspiraram gerações de filósofos e cientistas que vão de Arthur Schopenhauer a Kurt Gödel.
Goethe escreve na seção dedicada ao azul:
Como o amarelo é sempre acompanhado de luz, pode-se dizer que o azul ainda traz consigo um princípio de escuridão.
Essa cor tem um efeito peculiar e quase indescritível no olho. Como tonalidade, é poderoso - mas está do lado negativo e, em sua mais alta pureza, é, por assim dizer, uma negação estimulante. Sua aparência, então, é uma espécie de contradição entre excitação e repouso.
Como o céu superior e as montanhas distantes parecem azuis, uma superfície azul parece se afastar de nós.
Mas, à medida que prontamente seguimos um objeto agradável que se distancia de nós, amamos contemplar o azul - não porque ele avança para nós, mas porque nos atrai.
O azul nos dá uma impressão de frio, e assim, novamente, nos lembra de sombra... As salas pintadas em azul puro parecem, em algum grau, maiores, mas ao mesmo tempo são vazias e frias.
A aparência de objetos vistos através de um vidro azul é sombria e melancólica.
Extraído de: Two Hundred Years of Blue, de Maria Popova, publicado em Brain Pickings.

Em seu "ramalhete azul", a escritora inclui Thoreau, Virgínia Woolf, Vladimir Nabokov, Rachel Carson, Toni Morrison e outros mestres da literatura.

N. do T. Os números com links de referências são nossos.