30 dezembro, 2006

Em tempos mais felizes

Bush Junior abraçava Saddam no pescoço.
Ainda sem apertar.

Lua cris

Uma expressão arcaica que significa eclipse da lua. Na qual a palavra cris é uma corruptela de eclipse.
Aqueles que têm a superstição acreditam que a lua cris origine sofrimentos, infortúnios, desgraças e doenças. Um influir astronômico sobre os seres vivos que, em verdade, não apresenta qualquer fundamentação científica.
O tema da lua cris é bem explorado em “Imagina”, de Tom Jobim e Chico Buarque. Uma canção da trilha musical do filme “Para Viver um Grande Amor”.
Eis os versos a respeito:

Imagina
Hoje à noite a lua se apagar
Quem já viu a lua cris?
Quando a lua começa a murchar
Lua cris
É preciso gritar e correr
Socorrer o luar

29 dezembro, 2006

Lúcio do Cocó

No apagar das luzes do governo Lúcio Alcântara, faço questão de aqui registrar um dos acertos de sua administração. O conjunto de obras que realizou no Parque Ecológico do Rio Cocó, tornando as suas trilhas definitivamente freqüentáveis por nós, fortalezenses. Que passamos a apreciar ainda mais as belezas do mangue e a dispor dos seus espaços para a prática de exercícios ao ar livre.
As trilhas do Cocó, em número de três, foram entregues ao público em perfeitas condições para serem transitadas. Inclusive com a construção de diversas pontes protegidas por corrimãos em seus trechos inundáveis. Placas de aviso e de orientação sobre a fauna e a flora, bancos e lixeiras também foram colocadas ao longo das trilhas. E, na entrada pela avenida Sebastião de Abreu, uma rampa de acesso para deficientes físicos cadeirantes foi providenciada. Em locais menos arborizados, mudas também foram plantadas, de modo a tornar as trilhas no futuro ainda mais agradáveis de percorrê-las.
O público tem prestigiado as trilhas do parque. Quando em grupos, os visitantes são acompanhados por atenciosos monitores da SEMACE. E a segurança local foi cuidada em todos os detalhes. A começar pelo Posto de Observação, erguido na entrada da avenida Engenheiro Santana Júnior, para apoio à Polícia Militar Ambiental. Cujos efetivos percorrem as trilhas do parque, em motos e em bicicletas, para garantir a segurança dos seus freqüentadores.
Pintores armam suas telas e, sob os olhares dos passantes, interpretam pictoricamente as belezas do mangue. Promovido pela SEMACE, já houve no parque um concurso de grafitagem ambiental com boa participação dos grafiteiros da cidade. Lá, onde existia apenas uma parede nua, ainda estão os seus trabalhos de forte motivação ecológica.
O aspecto social também foi alvo da atenção do governo Lúcio. Como exemplo disto, a construção de lavanderias a serem utilizadas por pessoas humildes que residem nas proximidades do parque. Com o detalhe de a água para essas lavanderias ser puxada por um bucólico cata-vento.


28 dezembro, 2006

Para refletir - 1

Quando você elimina o impossível, o que resta, ainda que pareça improvável, deve ser o verdadeiro.
No original:
When you have eliminated the impossible, whatever remains, however improbable, must be the truth.
De Sir Arthur Conan Doyle, escocês (1859 - 1930), médico e autor de mistérios. Criou os personagens Sherlock Holmes e Dr. John Watson.

27 dezembro, 2006

Medicina com rodízio - 2

A MORTE COM DATA ANUNCIADA
Um dos contemporâneos meus na Faculdade de Medicina foi o Heramar (o nome não está sendo protegido, nem os seus pacientes estavam).
Heramar não parecia ter o raciocínio muito certo, segundo se dizia. Certa vez, uns colegas seus que haviam alugado uma quitinete nas proximidades da Faculdade de Medicina, resolveram inaugurá-la solenemente. A inauguração daquilo que seria um “abatedouro de lebres” e, ao mesmo tempo, um Centro de Altos Estudos (com o nome completo do Heramar). Só que este, levando a coisa a sério, sentindo-se muito lisonjeado e tal, foi à inauguração. E lá discursou até a hora em que foram servidos refrigerantes e salgadinhos.
Mas, interessa que o nosso aprendiz de médico estava às voltas com um caso difícil num dos leitos do Hospital das Clínicas. E multiplicava-se em cuidados para salvar aquela vida. Com freqüência, ele era visto nos corredores do hospital, angustiado e dizendo:
- Oh, meu Deus, tomara que este paciente não morra...
Com o passar dos dias, agravando-se cada vez mais o estado do seu paciente, a despeito dos cuidados que Heramar lhe devotava, uma sutil diferença foi notada. O futuro doutor, talvez já consciente das limitações da profissão que ia abraçar, havia mudado o teor da sua lamentação.
- Oh, meu Deus, tomara que este paciente não morra... até o dia 18.
O exato dia em que, por força do rodízio no internato, estaria em outra clínica. E que, por isso, não estaria para receber a ceifadeira de vidas em seu afã de destruir reputações.


26 dezembro, 2006

Então é Simone

A cantora baiana comparece neste espaço com "É Festa", música de Ivan Lins (o estilo é inconfundível!) com letra de Paulo César Pinheiro.
Faixa do álbum "Baiana da Gema", de 2004.
Para ouvi-la clique aqui.

Unplugging

BOTÃO DE DESLIGAR
Os brechadores do país já podem esfregar os olhos. A Rede Globo está a anunciar para breve mais uma edição do seu famigerado Big Brother Brasil. Um programa, pelo que parece, à prova de erradicação.
Mas, no meu exigente televisor, um botão vai recuperar a serventia, ora se vai... O botão de desligar, de que tanto falava o Stanislaw Ponte Preta.
MÁQUINA DE DESLIGAR
Não é que um cientista inventou uma máquina dessas?!
Apresenta uma forma que lembra uma caixa de ferramentas. Num dos lados, há um botão para ser obviamente apertado. Pressionado o botão, a tampa se abre e, movimentado por uma engenhoca pneumática que existe no interior, um braço mecânico sai da caixa. O braço, por sua vez, tem uma mão cuja única tarefa é apertar o citado botão. A fim de que a caixa, após recolhido o braço, seja fechada novamente.
Sobre esta máquina Arthur Clarke afirmou: "Há algo indizivelmente sinistro numa máquina que não faz nada - absolutamente nada - exceto desligar a si mesma."
Para conferir: http://www.kugelbahn.ch/sesam_e.htm

25 dezembro, 2006

João de Barro

A semana terminou com uma grande perda na música popular brasileira.
A morte de Carlos Alberto Ferreira Braga, o Braguinha, que iniciou a carreira artística integrando o Bando dos Tangarás (1929 -1933), do qual faziam parte Noel Rosa e Almirante, entre outros. O conjunto musical, cujo repertório era de cocos e emboladas, tinha esse nome em alusão ao tangará, um pássaro cantor e dançarino. Para manter o espírito da coisa, Braguinha sugeriu que todos os membros do conjunto adotassem também o nome de um pássaro. Para si escolheu chamar-se João de Barro, mas os outros não o seguiram em tal proposta.
E foi com o pseudônimo João de Barro que Braguinha assinou a sua vasta produção musical. Das inúmeras marchinhas que, nos anos 30 e décadas seguintes, animaram o carnaval brasileiro e as festas juninas, até os clássicos que o imortalizaram. Como “Carinhoso” (com Pixinguinha), “Pastorinhas” (com Noel Rosa), “Copacabana” (com Alberto Ribeiro), “Laura” (com Alcir Pires Vermelho), “A Saudade Mata a Gente” (com Antonio Almeida) e “Touradas em Madri” (com Alberto Ribeiro). Esta última canção, em ritmo de paso doble, teve a sua consagração na Copa Mundial de Futebol de 1950. No estádio do Maracanã lotado, com a multidão assistindo ao Brasil derrotar a Espanha, e cantando provocativamente as "Touradas em Madri".
Outro momento de consagração para o compositor foi no carnaval de 1984. Quando desfilou no sambódromo do Rio de Janeiro, pela Mangueira (a campeã do ano), homenageado por esta escola com o samba-enredo “Yes, Nós Temos Braguinha”.
Também criou músicas para estórias infantis, como as trilhas sonoras de “Chapeuzinho Vermelho” e de “Branca de Neve”, e fez versões musicais. “Luzes da Ribalta” e “Sorri”, ambas para composições originais de Charles Chaplin, são exemplos da sua versatilidade como autor de versões.
Morrendo aos 99 anos, Braguinha, ou melhor, João de Barro deixou um legado imenso e inesquecível para a cultura brasileira.

Mr. Grinch

Se o vir trate-o com seriedade.
Mesmo o Natal precisa do contraditório.


24 dezembro, 2006

DPOC e espirometria

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que apresenta uma prevalência de 10 por cento na população brasileira acima de 40 anos, é também responsável por cerca de 200 mil internações anuais em nosso Sistema Único de Saúde. No entanto, apesar destes números preocupantes e que dimensionam o problema, é uma enfermidade que pode ser prevenida. A partir do afastamento dos indivíduos sob risco para a DPOC (tabagismo, inalação de poeiras com sílica e de fumaças por queima de biomassa etc) dos respectivos fatores causais.
A conduta de aguardar o aparecimento dos sintomas e sinais da doença (tosse, catarro, falta de ar etc), ainda que acompanhada periodicamente por exames radiológicos dos pulmões, não constitui a estratégia ideal para o diagnóstico da DPOC. É preferível, na população de risco para a doença, a utilização de um recurso diagnóstico de maior acurácia – a espirometria. A qual também apresenta baixo custo e completa segurança para os examinados.
Sendo a DPOC, por definição, uma obstrução crônica ao fluxo aéreo apenas parcialmente reversível, indubitavelmente é a espirometria, como uma técnica que mede fluxos e volumes pulmonares, o padrão-ouro para o diagnóstico desta doença. Da sua fase mais precoce, quando os sintomas inexistem e as intervenções educativas e terapêuticas ainda poderão modificar favoravelmente o curso da DPOC, até o seu estágio mais avançado em que já ocorre a insuficiência respiratória crônica.
Portanto, é o emprego da espirometria que pode estabelecer, com alta precisão, o diagnóstico da DPOC. Além de fornecer, nos portadores da doença, valiosas informações sobre o grau da disfunção pulmonar, sobre as respostas aos tratamentos instituídos e, até mesmo, estimar prognósticos.
E, nos programas de controle do tabagismo, acrescente-se ainda o papel da espirometria nas estratégias de convencimento aos fumantes para que deixem de fumar.
Para ver dois interessantes vídeos (em inglês) sobre o assunto clique abaixo.

http://www.goldcopd.it/COPD_flash.html

http://www.goldcopd.it/spieng_flash.html

23 dezembro, 2006

Micropoemas do infortúnio - 2

Para viver um grande amor
Inês e Neves deram-se o sim.
Quando Inês já era morta,
sem falar que aí já morrera o Neves,
tal o tardamento.

Direito de imagem

Acabo de saber. O dentista que me fez um implante dentário colocou nos prospectos da clínica a sua foto. A foto do meu dente implantado, bem entendido, acompanhado pela vizinhança dentária.
O caso foi bem sucedido (o que confirmo), é o nº. 1 deste folheto. A quem me trouxe um prospecto ele falou com essas palavras. Mas, se não houvesse falado, ao deitar a vista nas imagens, eu logo identificaria esses meus parentes.
Parentes são meus dentes, explico com a ajuda do provérbio.
Nesse meu divagar, eis que surge um diabinho. Aos berros:
- Processe-o! Processe-o!
- Baseado em quê?
- Direito de imagem.
Aí, falta entrar em cena um anjinho. Mas ele não aparece, talvez com medo de perder a questão. Aliás, um medo infundado. Para mostrar quem manda no pedaço dou um peteleco no diabinho. Que ele foi parar naquele lugar onde já perdera as botinhas.
E as coisas voltam aos seus lugares.

22 dezembro, 2006

Caminhando e aprendendo - 4

JOVENS MANHÃS DE DOMINGO
Nas manhãs de domingo são freqüentes as corridas na região em que moro. Centenas de corredores vindos do lado da Aldeota, sobem a avenida Padre Antônio Tomás, dobram à direita na avenida Sebastião de Abreu e prosseguem. Enquanto estão passando pela Sebastião de Abreu, uma das avenidas que margeiam o Parque Ecológico do Rio Cocó, recebem água mineral dos organizadores da corrida.
Correr é saudável, reidratar-se, idem, mas oriundo desta última circunstância tenho visto acontecer um problema. Utilizada a água, os seus recipientes plásticos são jogados na avenida pelos corredores e ninguém os recolhe. Nas horas seguintes, o vento se encarrega de tangê-los para dentro do Parque do Cocó. Onde começarão a sofrer um lento processo de decomposição que poderá durar... quatro séculos.
É o tempo que está escrito em placas informativas do Parque do Cocó. Eu leio isto quando caminho por lá.

Pintores com a boca e os pés

Existe no Brasil uma Associação de Pintores com a Boca e os Pés (APBP) cujos membros desta associação, impossibilitados de pintar com as mãos por deficiências congênitas ou adquiridas, usam a boca e/ou os pés para pintar quadros. Estes quadros, transformadas em cartões de natal e calendários, proporcionam aos seus autores a satisfação de poder ganhar o próprio sustento (sem o auxílio da caridade).
Sim, recomendo a aquisição dos cartões e calendários da APBP. Por serem trabalhos de bom padrão estético, em nada aquém aos dos produzidos pelos artistas convencionais.
Para saber mais sobre a APBP clique abaixo.

http://www.apbp.com.br/

21 dezembro, 2006

Estupidez


Processo: sumário s/nº
Réu: menino de 8 anos
Autor: governo do Irã
Crime: furto de um pão
Tese da defesa: fome
Tese da acusação: Corão
Sentença: mutilação
Recurso: inexiste

Circula na internet uma seqüência de fotos chocantes da execução da sentença. Um primeiro estúpido imobiliza a criança a fim de que um segundo estúpido passe com um caminhão sobre um bracinho da apavorada criança. Enquanto um terceiro estúpido, com o microfone em punho, transmite o “espetáculo” para uma estúpida multidão que assiste como são cumpridos os desígnios de Alá.

Meu comentário final: PARE O MUNDO QUE EU QUERO DESCER.

Stanley Jordan

Stanley Jordan é um incrível guitarrista norte-americano. Toca o instrumento de uma forma que pouco se vê (e pouco se ouve). Com uma técnica de “hammer-ons” e “pull-offs” (como ele descreve) que confere à guitarra os recursos de um teclado eletrônico.
Algumas vezes já veio ao Ceará para fazer apresentações no Festival de Jazz e Blues de Guaramiranga (cidade serrana a 110 km de Fortaleza).
Para ouvi-lo executando Eleanor Rigby, dos Beatles, clique aqui.

20 dezembro, 2006

O desafio do câncer

O leitor e editor de blogs Luis Enrique me escreveu. Para solicitar minha opinião sobre a cura do câncer supostamente obtida pelo uso de uma proteína.
Fiz a leitura atenta do site que me indicou, o qual propala a excelência de uma determinada proteína no tratamento do câncer, porém que não foi esclarecedora.
A meu ver, permanecem sem respostas as seguintes perguntas:
É factível existir uma proteína que cura o câncer cujo responsável por sua identificação (em 1982) não consegue convencer disso os oncologistas?
Como uma substãncia que cura o câncer (que em si já representa um complexo de doenças) ainda inclui, entre as suas ações, a obtenção de resultados satisfatórios contra a artrite, a osteoporose, a diabetes, a hérnia de disco etc?
Como uma substância, que interfere com o curso de uma doença tão grave, apresenta 0% de efeitos colaterais?
Não parece uma petulância o pesquisador afirmar que, com os seus trabalhos de termodinâmica ao nível mitocondrial, esteja dando continuidade à obra de Einstein?
Se dispõe de uma bibliografia médica a favor do que divulga por que nega apresentá-la à comunidade científica?
Onde se encontra a descrição da metodologia que usou em suas pesquisas?
Suas experiências foram previamente aprovadas por comitês de ética em pesquisa de hospitais?
Em que revistas médicas acreditadas (indexadas) foram publicados os seus trabalhos?
Quantos e quais pesquisadores em outros centros confirmaram em ensaios clínicos independentes os seus resultados?
A apresentação de comentários na imprensa leiga das entrevistas que o próprio cientista concedeu significa algum respaldo?
Também significa respaldo os prêmios que lhe foram outorgados por entidades que não pertencem à área científica?
Comercializar o produto através da internet dá direito a rotular de mercadores os que utilizam as terapias convencionais em câncer?


19 dezembro, 2006

Matar ou morrer

O ex-espião russo, recente vítima de envenenamento em Londres, teve a sua morte ocasionada pelo polônio. Foi a conclusão a que chegaram as autoridades policiais e os toxicólogos que investigaram o caso. A respeito do polônio, trata-se de um elemento químico que, por ser radioativo, é letal ao ser humano. Mesmo em pequeníssimas quantidades, depois de ingerido ou inalado, quando passa a exercer os seus efeitos devastadores. Porque apresenta uma toxicidade extrema ao corpo humano, muitas vezes superior à do cianureto, por exemplo.
No entanto, como o polônio emite raios alfa, que são poucos penetrantes, estes encontram na pele uma barreira. Por isso, este elemento não oferece um risco maior a quem apenas o transporta. O que pode fazer do polônio um veneno requisitado para crimes de assassinato tramados em algumas situações (no mundo da espionagem, por exemplo).
Observar que o polônio também está presente na fumaça do cigarro. Fazendo parte do rol das substâncias cancerígenas que o fumante inala.
Mas... há um outro polônio que não mata: só morre. O Polônio que morre na ponta da espada do príncipe Hamlet, na peça de Shakespeare.

18 dezembro, 2006

Severinos

Dois deles foram notícias no Brasil na semana que passou.
O primeiro, vulgo Biu, um político em termos éticos de tamanho comparável ao do apelido, que já presidiu a Câmara Federal. E que foi lembrado na mídia por haver seu sonho virado finalmente realidade. O Brasil, que já tem um Congresso de 3º Mundo, tê-lo com salários de 1º Mundo. Vultosa e voluptuosamente autoconcedidos pelos que os receberão, apesar da indignação geral.
O segundo, um paraibano que maravilhou o mundo com o toque da sua sanfona. E com a beleza das suas canções: “João e Maria” (com Chico Buarque), “Adeus, Maria Fulô” (com Humberto Teixeira), “No Tempo dos Pardais” (Com Paulo Tapajós), “Feira de Mangaio” (com Glorinha Gadelha, sua esposa), “Homenagem à Velha Guarda” e outras, muitas outras. Canções eternas que não o deixarão morrer a segunda morte, a do esquecimento. Nossa gratidão ao filho da lua Sivuca, vulgo Severino Dias de Oliveira (abaixo em xilogravura).


17 dezembro, 2006

MC Escher

A quem devo a ilustração da postagem de ontem: MC Escher.
O artista holandês hoje retorna com outro imaginativo desenho, no qual duas mãos mutuamente se desenham.



"Ao confrontar profundamente os enigmas que nos cercam, e considerando e analisando as observações que fiz, acabei no domínio da matemática. Embora eu seja absolutamente sem treinamento nas ciências exatas, muitas vezes pareço ter mais em comum com as ciências matemáticas do que com meus colegas artistas." ~ Escher

16 dezembro, 2006

Pesca (des)afiada

Paulo Henrique Amorim, mostrou em seu programa da TV Record uma disputa entre dois pescadores. Um, sergipano, pescador do rio São Francisco, e o outro, alagoano, que fazia a pesca numa lagoa de seu estado natal. Em comum, o fato de ambos exercerem o ofício sem qualquer equipamento, usando apenas as mãos.
Pois bem. Levados ao Velho Chico, o pescador de rio capturou alguns peixes, enquanto o da lagoa não passou dos mergulhos. Já na lagoa, o pescador de lagoa é que pegou vários peixes, ficando o do rio de mãos vazias.
Comparados os resultados obtidos por ambos, nos dois meios aquáticos, venceu o pescador do rio na contagem final dos bagres.
Nunca foi tão confirmável uma frase de Ortega y Gasset: "Eu sou eu e minha circunstância".

Escher
09/07/2013 - Atualizando...
Vídeo: Truta para o jantar

15 dezembro, 2006

Quem é o animal?

O verdadeiro animal pode estar oculto.
Em outras palavras, a Sociedade Protetora dos Animais precisa ver isto:

Homenagens e inaugurações

No dia 18 de dezembro, segunda-feira, às 11 horas, numa solenidade com as presenças do governador do estado Dr. Lúcio Gonçalo de Alcântara, do secretário estadual de saúde Dr. Jurandi Frutuoso Silva e do diretor-geral do Hospital de Messejana Dr. Petrônio de Vasconcelos Leitão será anunciado o novo nome da instituição, que passará a ser chamada Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, em homenagem ao ex-diretor do hospital que, durante toda sua vida, dedicou os seus esforços para torná-lo uma entidade de saúde de importância nacional.
Na mesma solenidade, serão também agraciados com a medalha Dr. Carlos Alberto Studart Gomes: o empresário Dr. Jorge Alberto (Beto) Studart Gomes, grande amigo da instituição e filho do ex-diretor deste hospital (que também empresta o nome à comenda), e o Dr. Raimundo César Barbosa Gondim, médico cirurgião e professor, como reconhecimento da instituição a este grande profissional pelos 38 anos de serviços nela prestados.
Após estas homenagens, ainda com a presença do governador do estado, serão inaugurados os seguintes setores do hospital:
Centro de Estudos, onde houve a reforma de três auditórios e a construção de um quarto auditório, o que aumentou de 200 para 310 o número total de suas poltronas e cadeiras; a construção de uma nova biblioteca, a qual agora dispõe de ilha de administração e de uma sala de biblioteca virtual; e a reforma do hall, no qual também foi organizada a galeria dos ex-presidentes do Centro de Estudos.
Unidade de Pesquisa Clínica, um novo setor do hospital que foi criado com o propósito de, em parceria com a UNIFAC/UFC, realizar pesquisas na área da farmacologia clínica.
Setor de Broncoscopia, que agora dispõe de duas salas para exames, um segundo equipamento de videobroncoscopia e de 6 leitos para pré e pós exames.
Gerência de Risco – Projetos Hospitais-Sentinela/ANVISA, as novas instalações deste setor que acompanha a eficácia e a segurança de medicamentos, equipamentos hospitalares, materiais e artigos descartáveis, sangue e derivados e saneantes a fim de que haja segurança para pacientes e profissionais de saúde.
E, ao final, serão inaugurados o SESMT (Serviço de Engenharia de Segurança e Medicina do Trabalho), criado em benefício da saúde dos colaboradores deste hospital, e o novo setor da Terapia Ocupacional, reformado e ampliado para oferecer um maior conforto aos pacientes, acompanhantes e colaboradores desta instiutuição.
Todo este conjunto de obras - umas construídas, outras reformadas, e todas mobiliadas e reaparelhadas - vem a ser uma amostra da administração realizadora do diretor-geral Dr. Petrônio de Vasconcelos Leitão, da sua equipe de diretores de divisões e de chefes de serviços, à qual com certeza não faltaram, durante a referida gestão, o empenho e a dedicação dos funcionários do Hospital de Messejana Dr. Carlos Alberto Studart Gomes.

14 dezembro, 2006

Caminhando e aprendendo - 3

ABRICÓ-DE-MACACO
É uma árvore comum na região amazônica cujos frutos fazem a festa alimentar dos macacos (daí o nome). É uma planta heliófila e hidrófila, assim considerada porque necessita de sol e água com abundância. Também apresenta uma particularidade: as avantajadas florações que ocorrem a partir do próprio tronco principal. Com a formação de cachos de flores bastante duradouras, nas cores vermelha e amarela. As flores, ao se transformarem em frutos, estes são grandes e globosos, com a casca de cor marrom. E, quando caem ao chão pelo amadurecimento, os frutos se abrem e exibem as suas sementes, mas passam a trescalar um odor desagradável. Em contraste com as flores perfumadas de que se originaram.
No Parque Ecológico do Rio Cocó existem exemplares da espécie.

13 dezembro, 2006

Residência Médica

A Residência Médica (RM), que constitui uma modalidade de ensino de pós-graduação destinada a médicos, funcionando em instituições de saúde, sob a orientação de preceptores médicos de elevada qualificação, é considerada o padrão-ouro da especialização médica.
A expressão “Residência Médica” apenas pode ser empregada para caracterizar programas que sejam credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica (CNRM).
Desde 1973, o Hospital de Messejana mantém de forma ininterrupta a sua Residência Médica.
Autorizado pela CNRM, este hospital oferta para 2007 os seguintes Programas - com as respectivas vagas:
Cardiologia (2 anos) – 10 vagas
Cardiologia 3º ano (opcional) – 4 vagas
Pneumologia (2 anos) – 4 vagas
Pneumologia 3º ano (opcional) – 4 vagas
Cirurgia Cardiovascular (4 anos) – 2 vagas
Cirurgia Torácica (2 anos) – 2 vagas
São pré-requisitos: para a Cardiologia e a Pneumologia dois anos de RM em Programa de Clínica Médica; e, para a Cirurgia Cardiovascular e a Cirurgia Torácica, dois anos de RM em Programa de Cirurgia Geral.
O processo seletivo para o ingresso dos médicos na RM de todos os hospitais próprios da rede estadual será realizado em 17/12/2006, nas dependências da Escola de Saúde Pública do Ceará (ESP-CE), consistindo a seleção de provas escritas e de análises curriculares.
Para mais informações acesse:
http://www.esp.ce.gov.br


Revista Vida

A jornalista Stella Magalhães vem dedicando grande parte do seu tempo aos preparativos da revista Vida (nome provisório), house organ do Hospital de Messejana.
Será o primeiro número da revista. Com a sua publicação, o hospital otimizará a sua comunicação com clientes, funcionários e fornecedores.

11 dezembro, 2006

Chattanooga Choo Choo

Esta canção foi escrita por Mack Gordon e Harry Warren, inspirada em uma viagem de New York City a Chattanooga, Tenessee, a bordo de um trem a vapor. Alcançou grande sucesso na interpretação da orquestra de Glenn Miller.
Aqui é apresentada em sua versão brasileira, com a bossa sincopada da cinematográfica Carmem Miranda.
Nos primeiros compassos desta versão, ouve-se uma incidental (é o que parece) Aquarela do Brasil.
Para conferir clique aqui.

Um necrológio



No Dia Internacional dos Direitos Humanos morreu no Chile o ditador Augusto Pinochet.
Saiu desta para os abraços de Hitler, Mussolini, Stalin, Idi Amin, Pol Pot e outros do mesmo ramo.

Espirometria e insulina inalável

O surgimento da insulina administrada por inalação tornará mais confortável a vida de muitos diabéticos. Associada com os agentes hipoglicemiantes orais, poderá retardar o momento em que os diabéticos necessitarão da insulina injetável. E, naqueles pacientes que já usam a insulina injetável, fará com que necessitem de menos injeções diárias. Ao participarem de um esquema terapêutico que intercala as duas vias de administração da insulina.
Um novo fato é previsível. Que, com o uso da insulina inalável, aumentem-se as demandas por espirometria. Porque cada diabético, ao longo do tempo sob este tratamento, necessitará de espirometria em várias ocasiões. A primeira, antes de ser instituído o novo tratamento, que será a espirometria de referência. A segunda, após seis meses de tratamento, para ser comparada com a anterior. Depois, enquanto estiver em uso da insulina inalável, o diabético fará espirometrias anualmente.
Isso como medida de segurança pulmonar relacionada com o uso da insulina nessa nova via de administração. Pois já se sabe que há pacientes que, quando usam a insulina inalável, apresentam um declínio acelerado (além do esperado) em sua função pulmonar. Traduzindo-se por declínio acelerado a queda do VEF1 (um dos parâmetros avaliados pela espirometria) de 20 por cento ou mais entre dois exames de controle.
Caso isto se detecte, o paciente terá de interromper o uso da insulina inalável.

10 dezembro, 2006

Tal filho, tal pai

Habitue o seu pai a ler blog.
(campanha deste órgão)

Curso de Inglês


1 - Módulo básico:
Três bruxas olham três relógios Swatch.
Qual bruxa olha qual relógio Swatch?

Agora em inglês e em voz alta:
Three witches watch three Swatch watches.
Which witch watch which Swatch watch?

2 - Módulo avançado:
Três bruxas travestidas olham os botões de três relógios Swatch.
Qual bruxa travestida olha qual botão de relógio Swatch?

Agora em inglês e em voz alta:
Three switched witches watch three Swatch watch switches.
Which switched witch watch which Swatch watch switch?

PS. Dominados estes trava-línguas o aluno estará fluentíssimo em inglês. Garantem os sites abaixo:

http://www.trankera.org
http://www.noize.com.br

09 dezembro, 2006

Ombres de l'éther

Luis Enrique, na página inicial do seu Ombres de l’éther, que ele edita com fino primor em Caracas – Venezuela, colocou o Blog do PG entre as suas preferências.
Para conhecer o universo onírico de Luis Enrique, daquilo que é por entre sombras do éter revelado, o leitor clique abaixo:

http://almdosol.blogspot.com/
e
http://poemariomio.blogspot.com/



Micropoemas do infortúnio - 1

Quando as águas baixam,
a bruma se desfaz
e a todos é revelado o caminho das pedras:
um santo suspende a sua função
de andar sobre as águas.

08 dezembro, 2006

Cessação do tabagismo

Em nota anterior, intitulada “Tabagismo e pulmões”, abordei algumas patologias associadas com o tabagismo no ser humano, lembrei a necessidade de o fumante sempre consultar o médico e citei alguns dos exames complementares que, diante de quadros clínicos suspeitos, este profissional utiliza para o diagnóstico.
Hoje, desejo enfatizar o seguinte aspecto. Que, ao fumante, a mais sensata das atitudes é a cessação tabágica. Podendo fazer isso por decisão própria, apoiando-se em profissionais treinados ou associando-se em grupos de ajuda formados com esse desiderato.
No Hospital de Messejana funciona um Programa de Controle do Tabagismo, coordenado pela pneumologista Dra. Maria Penha Uchoa Sales. Do qual faz parte o ambulatório de apoio ao tabagista, operado de forma multiprofissional, e provido também de recursos medicamentosos.

Rui: o homem e o pito

Esta é secular. Mas estou passando adiante.
Rui Barbosa, ao chegar a casa, ouviu um barulho esquisito, vindo de seu quintal. Deparou um ladrão tentando levar seus patos. Surpreendeu-o: “Ó bucéfalo anácrono, não o interpelo pelo valor intrínseco dos bípedes ovíparos, mas, sim, pelo ato vil e sorrateiro de profanares a minha habitação, levando meus palmípedes à socapa. Se o fazes por necessidade, transijo; mas, se é para zombares de minha alta prosopopéia de cidadão digno e probo, dar-te-ei com minha bengala fosfórica no alto de tua sinagoga, e o farei com tal ímpeto que te reduzirei à qüinqüagésima potência do que o vulgo denomina nada.” E o ladrão, confuso: “Senhor, eu levo ou deixo os patos?”

07 dezembro, 2006

Tabagismo e pulmões

Os efeitos danosos do fumo sobre os pulmões, descritos de uma forma simplificada, são o resultado da quantidade de cigarros que é consumida ao longo da vida em interação com fatores individuais. O consumo de cigarros é melhor expresso em anos-maço. Explicando: 1 ano-maço representa o consumo diário de 1 maço (20 cigarros) durante 1 ano. Assim, maior o consumo de cigarros em anos-maço, maior se torna o risco do fumante para doenças pulmonares. É também comprovado que este risco se amplia, se o fumante já apresenta sintomas, como tosse, catarro e falta de ar. Quanto à influência dos fatores individuais, o exemplo mais ilustrativo encontra-se nos portadores de enfisema pulmonar por deficiência da enzima alfa-1 antitripsina, nos quais a doença (cuja base é genética) se manifesta precocemente.
Dentre as doenças pulmonares associadas ao hábito de fumar, as duas mais importantes são: DPOC e câncer. A DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), que reúne o enfisema pulmonar e a bronquite crônica, caracteriza-se por uma obstrução crônica do fluxo aéreo, de caráter progressivo e apenas parcialmente reversível. O câncer, chamado câncer brônquico pela sua origem no epitélio brônquico e que aparece sob várias formas, está entre os neoplasmas malignos mais comuns no ser humano.
Se o fumante apresenta algum sintoma (a sensação de asfixia relatada por um leitor), ele não deve retardar a consulta ao médico. Pois toda e qualquer investigação da ocorrência, ou não, de alguma moléstia associada ao tabagismo deverá ser acompanhada por este profissional. A quem caberá, além da realização da história clínica e do exame físico completos, a solicitação de exames complementares. E dois deles, durante o processo de investigação, mostram-se especialmente importantes:
Espirometria - Para verificar a situação funcional dos pulmões. O que inclusive significa poder detectar precocemente a DPOC.
Radiografia do tórax - Para surpreender lesões pulmonares suspeitas para o câncer, ainda na fase inicial, quando o tratamento costuma ser mais efetivo. E, caso exista alguma anormalidade na radiografia, o paciente certamente irá se submeter à tomografia computadorizada do tórax, a qual mostrará mais detalhes.
E, pensando na possibilidade de o fumante estar acometido por doença cardíaca, em que pode também referir falta de ar, a ergometria deverá ser lembrada. Como um exame diagnóstico para a isquemia crônica do miocárdio, outra doença que guarda relação com o tabagismo.

Ingratidão é...

A pessoa receber o favor e não voltar para pedir outro.

06 dezembro, 2006

Jornada de Fisioterapia

No período de 6 a 8 de dezembro, acontecerá a VI Jornada de Fisioterapia Cardio-Respiratória do Hospital de Messejana, no auditório A deste hospital, para a qual já existem 130 participantes inscritos.
A jornada, com o tema central "Fisioterapia Doando Conhecimento" e com o planejamento a cargo de uma comissão científica de alto nível, será presidida pela Dra. Emília Maria Matos Rocha.
Hoje (dia 6), às 19 horas, haverá a solenidade de abertura.
O Centro de Estudos do Hospital de Messejana, que também apóia mais esta iniciativa do Serviço de Fisioterapia, o qual tem à frente o fisioterapeuta Dr. Rogério Maia Nogueira, deseja a este, à equipe organizadora e a todos os participantes que obtenham o mais amplo sucesso com o evento.

Raposa no canil

Foto interessante que circula na internet:

Tradução livre: Quando estiver em apuros, não diga nada e tente não ser visto.

05 dezembro, 2006

Um reconhecimento

A Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, na sessão de 29 de novembro, aprovou o projeto de lei em que foi denominado Dr. Carlos Alberto Studart Gomes o Hospital de Messejana, este importante centro de referência em doenças cardíacas e pulmonares.
Assim, reconhecendo a dedicação e o trabalho daquele que, durante quase quatro décadas, dirigiu de forma transformadora o hospital.

Gêmeos

Sou geminiano. Por isso, eu não acredito em horóscopos.

04 dezembro, 2006

George Shearing

Citado na postagem anterior, eis algumas palavras sobre George Shearing:
Pianista, compositor e arranjador de prestígio internacional. Nasceu em Londres (1919), no seio de uma família numerosa. Cego de nascimento, integrou uma banda em que todos eram deficientes visuais. Tocando em pubs londrinos, teve os seus méritos reconhecidos por Leonard Feather, um crítico musical. Responsável por sua estréia nas ondas da rádio BBC.
Mudou-se para os Estados Unidos. Onde ampliou a reputação, tornando-se uma das grandes lendas do jazz. Tem mais de 300 composições escritas. Muitos prêmios. E vários concertos dados na Casa Branca.
Muito requisitado, por vezes interrompe a agenda. Com este argumento: “Why should a man work when he has the health and strength to lie in bed?”

Desafinado

É um dos clássicos da bossanova. Composta em 1958 pelo maestro Antonio Carlos Jobim, com letra do Newton Mendonça, a música recebeu a sua interpretação mais conhecida na voz do afinadíssimo João.
Aqui é interpretada pela banda de George Shearing, no mais puro estilo Dixieland Jazz.
Para ouvir a música em Windows Media Player, clique aqui.

03 dezembro, 2006

Caminhando e aprendendo - 2

EM TEMPO
Ao adepto das caminhadas três coisas são essenciais:
  1. Um bom par de tênis.
  2. Roupas confortáveis.
  3. Não ter tempo.

Chega-se à essencialidade do "não ter tempo" pelo método ab absurdo.

Sem dúvida

O Brasil dispõe da maior tecnologia do mundo em automação bancária, informática eleitoral e festa de debutante.

02 dezembro, 2006

A hora e a vez do Centro de Estudos

No início do ano de 2003, assumia a direção geral do Hospital de Messejana o Dr. Petronio de Vasconcelos Leitão. Ex-residente da Pneumologia deste hospital, o novo diretor retornava a esta instituição para ocupar o seu cargo maior. Onde viria a aplicar a larga experiência de administrador, forjada em outras entidades públicas que dirigiu - como o IJF, por exemplo.
Quando da composição do quadro de chefias da sua administração fui um dos convidados. Para presidir o Centro de Estudos do Hospital de Messejana, o que considerei muito honroso. Ao rememorar os nomes daqueles que, ao longo da história do hospital, estiveram presidindo o centro.
Agora, encontrando-me no quarto ano deste (en)cargo, me dou a reflexões. Houve projetos: uns realizados e outros não. Estes últimos, por conta de situações que comprometeram a funcionalidade do setor. Quando, por exemplo, dependências do centro tiveram de ser cedidas para o funcionamento temporário de outros setores. Os quais, com tantos problemas acumulados ao longo do tempo, estavam a necessitar de reformas.
De reforma em reforma, chegou a hora e a vez do próprio centro de estudos. Que foi contemplado com uma ampla melhoria em suas instalações físicas, aquisição de mobiliário e de equipamentos. Numa dimensão jamais acontecida no setor, o que, na condição de membro do corpo clínico do hospital, nos últimos 30 anos, posso aqui testemunhar.
As inaugurações estão previstas para este mês. E eu retorno ao assunto, para dar a descrição de como vai ficar o Centro de Estudos do Hospital de Messejana.

01 dezembro, 2006

A tosse segundo a SBPT

A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) acaba de publicar as II Diretrizes Brasileiras no Manejo da Tosse Crônica - 2006. Uma espécie de revisão do chamado consenso de 1997.
Apesar de a tosse representar somente um sintoma, ela constitui uma das principais queixas dos pacientes na Pneumologia (e em outras especialidades).
As diretrizes abordam a fisiopatologia da tosse, as suas principais causas e as particularidades que devem ser nela investigadas para se ter o diagnóstico etiológico. Também sugerem alguns tratamentos.
Em bom momento a SBPT.

Rede e televisão

Já tenho uma e outra.

O que me falta?
Uma rede de televisão.

Um epigrama

Do polivalente Benjamin Franklin:


"Little strokes

Fell great oaks."

30 novembro, 2006

TECP no Hospital de Messejana

No término de 2005, a administração do Dr. Petronio Leitão adquiriu para o Hospital de Messejana os equipamentos necessários à realização do Teste de Exercício Cardio-Pulmonar (TECP). No início do presente ano, os equipamentos foram instalados em uma sala exclusiva no setor da Ergometria. Os primeiros exames, feitos em pacientes da cardiologia, passaram a ser realizados no hospital pela cardiologista Dra. Márcia Sales, já nos primeiros meses de 2006. E, nos meses mais recentes, pelos cardiologistas Dr. William Perdigão e Dr. Elcias Camurça.
A partir de outubro, na condição de indicado pelo Serviço de Pneumologia para o TECP, passei a realizar também o teste. Inicialmente em voluntários para, quando os aspectos operacionais do teste estivessem bem assimilados, a seguir poder realizá-lo em pacientes pneumológicos.
Este objetivo foi hoje pela primeira vez alcançado. Com o atendimento de uma paciente do Hospital de Messejana, com 41 anos de idade, sedentária, oriunda do ambulatório de controle do tabagismo, a qual necessitava do TECP para avaliar a sua intolerância ao esforço físico.
Pelas peculiaridades do teste, quando este é realizado pela pneumologia, o mesmo foi precedido de uma espirometria (que forneceu parâmetros espirométricos de interesse ao TECP) e foi também acompanhado da oximetria de pulso (face à possibilidade de ocorrer queda na saturação da hemoglobina durante o exercício).
O registro está feito.

29 novembro, 2006

Árvore, livro e filho



Já plantei uma árvore.
Quando ela estiver grande, bem grande
haverá celulose bastante
para o papel de um livro em branco.
A ser talvez escrito por um filho
menos cansado de esperar.

Obs.
Foto apenas ilustrativa.

Credo do DNA

Publique-se com a citação da fonte:

"Creio no DNA todo poderoso,
criador de todos os seres vivos.
Creio no RNA, seu único filho,
que foi concebido por ordem e graça do DNA polimerase.
Nasceu como transcrito primário,
padeceu sobre o poder das nucleases, metilases
e poliadenilases.
Foi processado, modificado e transportado.
Desceu do citoplasma e em poucos segundos
foi traduzido à proteína.
Subiu pelo retículo endoplasmático, pelo complexo de Golgi
e está ancorado à direita de uma proteína G
na membrana plasmática.
De onde há de vir a controlar a transdução de sinais
em células normais e apoptóticas.
Creio na Biologia Molecular, na terapia gênica
e na biotecnologia.
No seqüenciamento do genoma humano,
na correção das mutações,
na clonagem da Dolly,
na vida eterna.
Amém."
www.humornaciencia.com.br

28 novembro, 2006

Espirometria do mês

Hoje, na sessão do Serviço de Pneumologia do Hospital de Messejana, apresentei a “Espirometria do Mês”.
Um paciente do sexo masculino, 63 anos, tossidor crônico, ex-fumante de 60 anos-maço (abstinente há 1 ano), encaminhado para a espirometria com o diagnóstico prévio de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Mostrava a espirometria a capacidade vital forçada (CVF) e o volume expiratório forçado do 1º segundo (VEF1) reduzidos. Situando-se os valores encontrados para estes parâmetros em 69 e 68 por cento dos valores de referência, respectivamente. Contudo, a relação entre estes dois resultados originava um terceiro, o índice de Tiffeneau, dentro da faixa da normalidade. Quanto à prova broncodilatadora não demonstrava variações significativas de fluxo e/ou de volume.
A combinação desses resultados, na forma como ocorreu, induziria a se pensar na existência de um distúrbio restritivo. Sem que houvesse o respaldo nos dados clínicos que, aliás, apontavam para a possibilidade de um distúrbio obstrutivo. Ao se recorrer às Diretrizes para Testes de Função Pulmonar (SBPT, ano 2002), na interpretação IV das espirometrias, evidenciou-se se tratar de um distúrbio inespecífico. Após o descarte progressivo, feito no algoritmo selecionado, dos outros padrões de distúrbio ventilatório.
Não é o distúrbio inespecífico uma vala comum para receber os distúrbios ventilatórios quando estão mal tipificados. Tanto que a pletismografia de corpo inteiro, uma técnica considerada padrão-ouro para os volumes pulmonares, mantém o distúrbio inespecífico como uma entidade distinta.
Então, quando concluir pela ocorrência do distúrbio inespecífico? Segundo as Diretrizes, quando forem atendidas às seguintes exigências:
1. Ausência de dados clínicos para restrição ou presença de dados para suspeita de obstrução.
2. Capacidade vital acima de 50 por cento da prevista.
3. Capacidade vital após broncodilatador ainda reduzida.
4. Fluxo expiratório de 25 a 75 por cento da capacidade vital relacionado com a própria capacidade vital abaixo de 150 por cento.
5. Capacidade de difusão normal.
O caso apresentado, cujos resultados obtidos de CVF, VEF1 e índice de Tiffeneau já haviam indicado para o seguimento da interpretação IV das Diretrizes, também atendia às quatro primeiras das exigências acima citadas. Restando apenas a quinta, a capacidade de difusão, como exigência não atendida por não haver sido realizada. Sendo a justificativa não dispor deste exame no Hospital de Messejana.

27 novembro, 2006

Leitos de UTI

A Secretaria da Saúde do Ceará disponibiliza atualmente 223 leitos de UTI em sua rede de hospitais próprios em Fortaleza.
Deste número o Hospital de Messejana participa com 62 leitos, o que representa 20 por cento da quantidade total dos leitos existentes no hospital.
Uma oferta superior a que recomenda a Organização Mundial de Saúde, que é de 10 por cento, para os hospitais considerados terciários.
Fonte: www.saude.ce.gov.br/internet

26 novembro, 2006

Caminhando e aprendendo - 1

NENÚFARES
No Parque do Cocó onde gosto de fazer minhas caminhadas apareceram alguns nenúfares. São plantas aquáticas formadas por folhas flutuantes, entre as quais despontam botões que florescem, e que fazem de um recanto do mangue o seu novo habitat. Para o enlevo dos fortalezenses que circulam nas trilhas do parque.
Na natureza há muitas espécies de nenúfares. A mais famosa delas é a vitória-régia, nativa dos rios da bacia amazônica, cujas folhas alcançam dois metros de diâmetro. E dizem que uma delas é capaz de suportar o peso de uma pequena criança. Sem que ambas afundem.
Admito ser isso possível mas antes preciso de alguma prova. Uma foto que alguém me envie, por exemplo.

Bossanova

Um grupo de compositores - Tom, Vinicius, Baden, Lira, Menescal, Bôscoli e outros - criou uma obra musical ímpar no Brasil e no mundo. Eternizada na batida do violão de João Gilberto e na voz de Nara Leão, a musa do movimento inovador.
Levando-se em consideração que tudo aconteceu em um curtíssimo período. De 1958 a 1965.
Por isso, estou com Caetano Veloso quando disse:
"O Brasil precisa merecer a bossanova."

25 novembro, 2006

Testes de exercício físico

Dos dois testes de exercício físico disponíveis para avaliar as doenças cardio-pulmonares os mais comumente usados são o teste de caminhada de 6 minutos (TC6M) e o teste de exercício cardiopulmonar (TECP).
TC6M
Este teste simples mede a distância máxima que um paciente pode andar em seu próprio ritmo durante 6 minutos. O teste avalia globalmente a capacidade de exercício, porém não fornece informação específica sobre os múltiplos sistemas orgânicos (cardíaco, pulmonar, hematológico, músculo-esquelético) relacionados com o exercício, nem avalia o grau de esforço desenvolvido pelo paciente. É usado em pacientes com doenças cardíacas e pulmonares para avaliar a aptidão cardiorrespiratória, predizer a mortalidade, verificar a existência de problemas difusionais (pela queda na saturação de oxigênio da hemoglobina), indicar transplantes e monitorar as respostas às intervenções terapêuticas e à reabilitação. O TC6M, que exige o estrito seguimento de um protocolo para ser confiável, é considerado um teste de intensidade sub-máxima.
TECP
Este teste computadorizado fornece uma análise – respiração-a-respiração – das trocas gasosas respiratórias durante um período de exercício físico. A intensidade do exercício é aumentada até o paciente evidenciar os níveis máximos de esforço ou, então, até que passe a apresentar sintomas (por exemplo, falta de ar, fadiga e dor torácica). Os dados sobre o fluxo de ar, o consumo de O2, a produção de CO2 e a freqüência cardíaca são coletados e integrados para a formação de diversos gráficos e tabelas. Além dos dados obtidos com a monitorização pela eletrocardiografia dinâmica, como acontece na ergometria convencional, e pela oximetria de pulso. Planejado para durar de 8 a 12 minutos, o esforço físico necessita de um ergômetro, do tipo esteira ou do tipo bicicleta, para ser executado. O TECP, entre outros parâmetros, determina o limiar anaeróbio (de modo indireto) e a capacidade aeróbica (VO2max), daí o amplo uso do teste em programas de condicionamento físico. Em medicina o TECP é usado para definir que sistemas estão contribuindo para os sintomas de um paciente com intolerância ao esforço, e em que extensão isso está acontecendo. Como teste se mostra mais sensível, em muitas situações, para detectar doenças cardiopulmonares do que aqueles que são feitos com o paciente em repouso. As suas aplicações incluem a determinação da aptidão cardiorrespiratória, a mensuração do grau de incapacidade, a avaliação objetiva da dispnéia e de sua origem, o diagnóstico da asma induzida por exercício, o estabelecimento de prognósticos clínicos, a seleção de candidatos para transplantes de coração e pulmão e, finalmente, as respostas às intervenções terapêuticas e à reabilitação.

Os dois testes descritos são realizados no Hospital de Messejana (PGCS).

24 novembro, 2006

Dicas de fazer

  1. Tudo que merece ser feito merece ser bem feito.
  2. Tudo pode ser feito tão simples quanto possível, mas não mais simples (Einstein).