31 julho, 2019

Trágico contato



Diz a lenda popular que Horst Rippert, o piloto de caça alemão que abateu o avião do autor de "O Pequeno Príncipe" (em 31 de julho de 1944, no Golfo de Biscaia), desmoronou e chorou ao ouvir as notícias - Saint-Exupéry tinha sido seu autor favorito.
Que forma trágica de contato, a guerra.

Ver também:
MEMÓRIA. Antoine de Saint-Exupéry

O cibernético SAM

SAM (Sound Actived Mobile) foi a primeira escultura a se mover direta e reconhecidamente em resposta ao que estava acontecendo a seu redor. Ele foi exibido na exposição "Cybernetic Serendipity", (*) que foi realizada inicialmente no Instituto de Arte Contemporânea em Londres, em 1968, e mais tarde percorreu o Canadá e os EUA terminando no Exploratorium em San Francisco.
O SAM consistia em um conjunto de peças fundidas de alumínio, um tanto reminiscentes de vértebras, encimadas por um refletor de fibra de vidro semelhante a uma flor (uma papoula), com um conjunto de quatro pequenos microfones montados imediatamente à frente dele. As vértebras continham pistões hidráulicos em miniatura que lhes permitiam mover-se um em relação ao outro, de modo que toda a coluna pudesse girar de um lado para o outro e inclinar-se para frente e para trás. Um circuito eletrônico simples usava os sinais dos quatro microfones para determinar a direção de onde vinha qualquer som na vizinhança e duas servoválvulas eletro-hidráulicas moviam a coluna na direção do som até que os microfones a encarassem.
http://www.senster.com/ihnatowicz/SAM/sam.htm

N. do E.
(*) Em inglês existe a palavra "serendipity" para designar as descobertas afortunadas, feitas aparentemente por acaso. Foi criada pelo escritor britânico Horace Walpole, em 1754, a partir do conto persa infantil "Os três príncipes de Serendip". Esta história de Walpole conta as aventuras de três príncipes do Ceilão, actual Sri Lanka, que viviam fazendo descobertas inesperadas, cujos resultados eles não estavam procurando realmente. Graças à capacidade deles de observação e sagacidade, descobriam “acidentalmente” a solução para dilemas impensados. Esta característica tornava-os especiais e importantes, não apenas por terem um dom especial, mas por terem a mente aberta para as múltiplas possibilidades.
http://blogdopg.blogspot.com/2015/07/descobertas-ao-acaso.html



"Não grite, eu não sou surdo"
O comportamento resultante, o de seguir o movimento das pessoas enquanto caminhavam ao redor de seu pedestal, fascinou muitos observadores. Além disso, como a escultura era sensível a ruídos discretos mas sustentados, em vez de gritos, muitas pessoas passaram horas em frente ao SAM tentando produzir o nível certo de som para atrair sua atenção.
O SAM ainda existe. Não funciona atualmente, pois alguns de seus componentes foram removidos (principalmente o hardware hidráulico). Dê uma olhada em suas fotos na condição atual.

30 julho, 2019

Fones de ouvido - 13

QUANDO SEUS FONES DE OUVIDO ESTÃO COM DEFEITO ...
E VOCÊ ENCONTRA A ÚNICA POSIÇÃO EM QUE FUNCIONAM.

+ fones de ouvido
1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11 e 12

A descoberta dos números incomensuráveis

A Escola Pitagórica descobriu a existência de números irracionais, isto é, números que não eram naturais (1,2,3, ...), ou inteiros (...- 3, -2, -1,0,1,2,3 , ...) nem racionais (frações de números inteiros).
Eles chamaram esses números de incomensuráveis.
É possível que essa descoberta tenha ocorrido ao tentar resolver o seguinte problema:
Se traçarmos um quadrado cujo lado mede a unidade, isto é, 1, e tentarmos calcular o que mede a diagonal usando o Teorema de Pitágoras, poderemos dividir o quadrado em dois triângulos cuja hipotenusa será a diagonal d do quadrado. Em resumo, teremos dois triângulos retangulares iguais com catetos que medem 1.
Se aplicarmos agora o Teorema de Pitágoras, verificaremos o seguinte desenvolvimento de d na relação pitagórica.
O número √2  é irracional (com decimais não periódicos infinitos).
Os pitagóricos ficaram muito surpresos com a existência desses números "tão raros" que contradiziam sua doutrina que defendia a adoração do número como a entidade perfeita que governava o universo e tudo o que existia nele.
Aparentemente, decidiram manter em segredo a descoberta que mostrava a fragilidade de suas crenças, executando um dos membros que traiu a seita revelando a descoberta.
In: Los pitagóricos y los números irracionales
Hipaso de Metaponto
Foi um filósofo pré-socrático, membro da Escola pitagórica. Nasceu em torno do ano 500 a.C. em Metaponto, cidade grega da Magna Grécia situada no Golfo de Tarento, ao sul do que agora é a Itália. Os documentos da época dão versões diferentes para seu final (afogamento, suicídio, banimento...).
A descoberta de razões incomensuráveis é atribuída a Hipaso de Metaponto (séc. V a.C.). Supõe-se que os pitagóricos estavam no mar naquele momento e lançaram Hipaso para fora do barco por ter produzido um elemento no universo que negava a doutrina pitagórica de que todos os fenômenos do universo podem ser reduzidos a números inteiros ou suas razões.
Assim, "a descoberta da existência de números irracionais foi surpreendente e perturbadora para os pitagóricos. [...] Tão grande foi o 'escândalo lógico' que, por algum tempo, foram feitos esforços para manter a questão em sigilo, e há uma lenda que conta que o pitagórico Hipaso (ou um outro talvez) foi lançado ao mar pela ação ímpia de revelar o segredo a estranhos ou (de acordo com outra versão) que ele foi banido da comunidade pitagórica, sendo-lhe erigido um túmulo, como se estivesse morto.
In: Revisitando a descoberta dos incomensuráveis na Grécia Antiga, por Carlos Gonçalves e Claudio Possani
Segundo a lenda, um dos seguidores de Pitágoras, Hipaso de Metaponto, provou, especificamente, que a diagonal de um quadrado unitário (um quadrado com lados valendo uma unidade) é irracional: não é uma fração exata. Conta-se que (as fontes são duvidosas, mas a história é boa) ele cometeu o erro de anunciar esse fato quando os pitagóricos estavam atravessando o Mediterrâneo de barco, e seus colegas de seita ficaram tão exasperados que o lançaram ao mar e ele se afogou. O mais provável é que tenha sido simplesmente expulso da seita. Qualquer que tenha sido sua punição, ao que parece os pitagóricos não ficaram nada satisfeitos com a descoberta.
A interpretação moderna da observação de Hipaso é que é irracional. Para os pitagóricos, esse fato brutal era um golpe decisivo em sua crença praticamente religiosa de que o Universo se baseava em números – referindo-se aqui a números inteiros. Frações – razões entre números inteiros – se encaixavam bastante bem nessa visão de mundo, mas o mesmo não acontecia com números que provavelmente não eram frações. E assim, afogado ou expulso, o pobre Hipaso tornou-se uma das primeiras vítimas da irracionalidade, por assim dizer, da crença religiosa.
In: Em busca do infinito, por Ian Stewart

29 julho, 2019

Como escapar das braçadeiras plásticas (zip ties)

Usando cadarços:

Demonstração desta manobra em vídeo.

Infelizmente, essa dica também ensina os sequestradores a tirar os sapatos da vítima. Mas pelo menos pode ajudar a frustrar os sequestradores não alfabetizados por computador!

LINKS internos para cadarços
1, 2, 3 e 4

A cisterna "Chapéu do Padre Cícero"

No início dos anos 2000, a Articulação no Semiárido Brasileiro desenvolveu o programa "Um Milhão de Cisternas", [1] [2] a ser implantado em todo o Nordeste. Na época, a ideia era atender a uma necessidade básica da população: água para o consumo humano. Com isso, foi criada a cisterna de 16 mil litros para captar água da chuva pelo telhado.
Algum tempo depois, surge o programa "Uma Terra, Duas Águas", com objetivo de implementar a cisterna maior, com capacidade para armazenar 52 mil litros e voltada para produção. Os modelos mais instalados são o do calçadão retangular e o da enxurrada, que ainda hoje são construídos.
Porém, os técnicos enxergavam um problema, sobretudo, na cisterna de calçadão: a tecnologia consumia muito espaço nas terras dos pequenos agricultores, aproximadamente 200 m² de área de cimento, onde a água da chuva é jorrada. Foi aí que os técnicos se debruçaram em busca de outra solução.
Em 2007, teve início as primeiras experiências para criar uma cisterna com calçadão circular em que a água que atingisse seu teto também fosse captada, possuindo a mesma capacidade de estocamento: 52 mil litros. Com 80 m² de área, que escorre para as fendas nas bordas, surge a tecnologia batizada de Chapéu do Padre Cícero, por causa do seu formato (foto). E também para homenagear o Padre que incentivava a construção de uma cisterna em cada casa.



Apesar de ser certificada pela Fundação Banco do Brasil, em 2013, a tecnologia dessa cisterna ainda é pouco difundida no Nordeste e se restringe à região do Cariri, onde foi criada pela Associação Cristã de Base. O custo de cada cisterna "Chapéu do Padre Cícero" é R$ 6 mil,  sendo 40% menor que o custo da convencional, pois utiliza-se de menos material e de menos mão de obra.

Texto e foto de Antonio Rodrigues, publicado em 15/02/2018, no Diário do Nordeste
(condensado por PGCS)

28 julho, 2019

Bajazeto e a melancia

Tanta era a ênfase do iraniano Bajazeto de Bastam na imitação de Maomé que se recusava a comer melancia por não saber como o profeta a cortaria.

Arabescos

O nome Alá escrito na melancia.

Que o homem repare, pois, em seu alimento. (Corão 80:24)

Bem como em tudo quanto vos multiplicou na terra de variegadas cores. Certamente nisto há sinal para os que meditam. (Corão 16:23)

Ver também: Uma cabra para Alá

E o meu samba vai ficar assim

A minha terra dá banana e aipim
Meu trabalho é achar
Quem descasque por mim.
(Vivo triste mesmo assim!)
— Noel Rosa e Kid Pepe

Yes, nós temos bananas
Bananas pra dar e vender
Banana, menina, tem vitamina
Banana engorda e faz crescer.
— Braguinha e Alberto Ribeiro

Foi numa casca de banana que pisei, pisei
Escorreguei, quase caí
Mas a turma lá de trás gritou: xi ...
Tem nêgo bêbo aí, tem nêgo bêbo aí.
— Mirabeau e Ayrton Amorim

Chiquita Bacana
Lá da Martinica
Se veste com uma casca
De banana nanica.
— Braguinha e Alberto Ribeiro

Eu sou a filha da Chiquita Bacana
Nunca entro em cana porque sou bonita demais
Puxei à mamãe, não caio em armadilha
E distribuo bananas com os animais.
— Caetano Veloso

Olha a banana.
Olha o bananeiro.
— Jorge Ben

Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chiclete eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim.
— Gordurinha e Almira Castilho


Chiclete com Banana: Gilberto Gil / Marjorie Estiano

"No caso de Chiclete com Banana a criação foi coletiva. Os três participaram diretamente, mas só dois podiam assinar. Gordurinha chegou com a ideia, alguns versos prontos e um esboço melódico. A gente já tinha conversado antes sobre a invasão americana na música brasileira... Jackson reclamava muito disso. Aí ficamos alguns dias ajeitando a danada, Jackson burilando no violão, e quando Gordurinha voltou, fechamos. (...) E a música foi feita assim, cada um construindo um pouquinho, porque a gente sabia qual era o recado que queria passar. E deu certo, não foi?"
— Almira Castilho (ex-esposa de Jackson). Em: "Jackson do Pandeiro, o rei do ritmo". São Paulo: Ed. 34, 2001 (p.297) © Fernando Moura e Antonio Vicente.

27 julho, 2019

Fala, Abaporu (2)

Outra releitura de Abaporu, de Tarsila do Amaral, 1928, óleo sobre tela.

📷Abaporu, de @pedrooliverx, 2019, foto na piscina.

A língua do assobio

No mundo todo, são cerca de 70 as populações até agora identificadas que se exprimem através de assobios, conferindo a essa forma de comunicação a complexidade de uma língua perfeitamente definida e acabada.
Julien Meyer, linguista da Universidade de Grenoble, dedicou muitos anos à tarefa de encontrá-las e estudá-las in loco. Um trabalho que revela muito sobre como o cérebro interpreta sons e palavras, e que poderia inclusive explicar como os seres humanos se comunicavam originalmente.
Os assobios chegam a distâncias bem mais longas do que os sons da língua falada, mesmo quando gritada. Em um ambiente aberto, os assobios podem ser ouvidos e entendidos a 8 quilômetros de distância. Esta é a razão pela qual a linguagem dos assobios com frequência é utilizada por comunidades isoladas de pastores de montanhas. Ela constitui o método perfeito para transmitir informações do começo ao fim dos vales.
Em La Gomera, uma das ilhas Canárias, existe uma população de "assobiadores" (foto) muito estudada que, com os assobios, elabora frases que possuem complexas regras de sintaxe. A língua se chama Silbo Gomero e é tão semelhante aos cantos dos pássaros, que os melros da ilha aprenderam a imitá-la.
Charles Darwin falava de uma protolinguagem musical. Com base nessa teoria, o ser humano teria começado a cantar antes de falar, talvez com vocalizações destinadas a cortejar os parceiros. Como fazem até hoje um grande número de espécies animais, com essa prática o homem primitivo assustava e intimidava os rivais, ressaltava a sua própria pessoa no seio da comunidade e consolidava os seus laços sociais.
Se essa teoria for válida, a linguagem dos assobios poderá ser considerada uma forma de protolinguagem.

Extraído de: A língua do assobio. Forma primitiva de comunicação ainda sobrevive. Equipe Oásis

A La Gomera me voy, Blog EM

LOUVOR AO ASSOVIO, Preblog

26 julho, 2019

Um fóssil trilobita

Este é um fóssil trilobita Boedaspis, de 480 milhões de anos, encontrado na pedreira de Putilovo, perto de São Petersburgo, Rússia.



Foi extraído do calcário circundante por um mestre preparador de fósseis, usando abrasivos de ar sob microscópio.
Tempo usual de preparação desse tipo de exoesqueleto: 100 - 200 horas.


Os trilobitas eram em grande maioria de ambientes marinhos. Eles possuíam um exoesqueleto de natureza quitinosa que, na zona dorsal, era impregnado de carbonato de cálcio, o que lhes permitiu deixar fósseis em abundância.

As salas de aula nas antigas salamancas

Vejam como as salas de aula de 900 anos atrás, como nas universidades de Salamanca, Paris, Bolonha, Cambridge etc. eram organizadas:

1. Fileiras de bancos e mesas de madeira, em paralelo, voltadas para a frente. Alunos sentados lado a lado, anotando em rolos de pergaminho, com pedaços de grafite ou penas de ganso (ainda hoje podem ser encontradas carteiras em escolas brasileiras que têm o buraquinho para pôr o tinteiro, um anacronismo).

2. Professor na cátedra (cadeira alta, com um baldaquino, com uma mesa, e espaço para colocar o livro sendo lido para os alunos — os livros eram muito caros, e os alunos não tinham cada um o seu — isso só surgiu depois do século XV, com o livro impresso. Tanto é que os professores até hoje são chamados de lentes, em Portugal e Espanha, e "readers" ou "lecturers", na Inglaterra e EUA. E catedráticos ("chairman"), que são os que têm direito de sentar na cátedra, imponente… A invenção da cátedra precedeu a dos bancos escolares, pois já existia no século X.

3. Na Renascença, surgiram os anfiteatros, com a parte ocupada pelo professor em uma parte mais profunda, e com os bancos escolares distribuídos em semicírculo, em diferentes níveis. Eu visitei a sala em que o Galileu dava aula, que é do tempo do grande anatomista Marcelo Malpighi, na Universidade de Pádua. Muito confortável, muito pratica, os alunos enxergam tudo, por isso eram muito usadas para demonstrações como experimentos de física e química, dissecções e cirurgias. Não sei porque desapareceu, é o caso de uma sala bem inventada. Aliás. chama-se anfiteatro justamente por ter sido inspirado quanto à disposição nos teatros greco-romanos. Foi uma adaptação para dar aula.

Extraído de: Nos tempos da lousa e giz, por Renato Sabbatini. In: Noosfera

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O quadro negro, não sendo ele negro
Desenvolvido pelo escocês James Pillans, em 1801, o quadro negro foi uma grande revolução no ensino. Antes dele os professores não tinham como escrever algo que todos os alunos pudessem ver ao mesmo tempo. Inicialmente, eram fabricados a partir de uma pedra preta ou cinza escura, a ardósia. Com o tempo, surgiram novos materiais, mais baratos, claros, fáceis de manusear e menos frágeis. Os quadros poderiam ser fabricados de qualquer cor, mas o verde foi uma escolha popular. Além de ser mais confortável para os olhos, destacava melhor as cores dos gizes. Hoje, a palavra quadro negro, apesar de ainda ser utilizada, está sendo substituída por lousa ou apenas quadro.
O giz, não sendo ele giz
Os primeiros gizes eram meros pedaços de calcita (carbonato de cálcio), uma rocha sedimentar branca. Brancos, porosos e propensos a se fixar nas superfícies onde são colocados (e igualmente fáceis de limpar). Os gizes atuais são feitos de gesso comprimido (sulfato de cálcio), produzidos quimicamente, e podendo ser adicionados de corantes.

25 julho, 2019

HACKEADA

ATENÇÃO - Um hacker russo de Araraquara invadiu o site da Boitempo e adulterou em 50-90% o preço de mais de cem dos nossos títulos. Amanhã, no final do dia, normalizaremos a situação. Favor não comprar nada em nossa loja até lá.


Parabéns pela criatividade à Boitempo Editorial.
Criada em 1995, a Boitempo conta com catálogo consistente e opções editoriais claras: ensaios críticos de esquerda e literatura de qualidade.

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A Associação dos Diplomados da Escola Superior de Golpes informa:
Sai FAKEADA, entra HACKEADA.

De que é feito o horizonte?

"Escritor: não somente uma certa maneira especial de ver as coisas, senão também uma impossibilidade de as ver de qualquer outra maneira." ~ Carlos Drummond de Andrade

"Não há nenhuma dificuldade em escrever. Tudo o que você tem a fazer é sentar-se diante da maquina e abrir uma veia." ~ Red Smith

"Somos todos escritores, só que alguns escrevem e outros não." ~  José Saramago

"Eu escrevo como se fosse salvar a vida de alguém. Provavelmente a minha própria vida." ~  Clarice Lispector

"Escrever é uma maneira de viver outra vida. Muitas outras vidas." ~  Etgar Keret

"Escritores, meditem muito e corrijam pouco. Fazei vossas rasuras em vosso próprio cérebro." ~ Victor Hugo

COM A AJUDA DO ESCRITOR ENXERGAMOS O HORIZONTE SEM SAIRMOS DO LUGAR.

No dia 25 de julho comemora-se o Dia Nacional do Escritor, data instituída em 1960 pelo então presidente da União Brasileira de Escritores, João Peregrino Júnior, e por seu vice-presidente, o célebre escritor Jorge Amado.

24 julho, 2019

Geometria e Zoologia e vice-versa


Como os abutres encontram a comida

Em 1833, para mostrar que os abutres encontravam suas presas pela visão e não pelo cheiro, o naturalista John Bachman fez "uma pintura grosseira representando uma ovelha esfolada".
Isso provou ser muito divertido: assim que o quadro foi colocada no chão, os abutres o observaram, pousaram perto, passaram por ele e alguns deles começaram a bicar a pintura. Eles pareciam muito desapontados e, depois de terem atendidos à curiosidade, voaram para longe. Esta experiência foi repetida mais de cinquenta vezes, com o mesmo resultado.
Ele confirmou o resultado colocando a pintura a dois pés de uma pilha de miúdos camuflados em seu jardim. "Eles vieram como de costume, andaram em volta, mas em nenhum momento evidenciaram os mais leves indícios de terem detectado os miúdos que estavam tão perto deles."
Então, Bachman concluiu que, embora os abutres tenham um olfato, eles não o usam para encontrar comida.

(https://www.futilitycloset.com/2019/02/08/art-appreciation-4/)

Veja O Piquenique dos Abutres.

23 julho, 2019

Hotel Califórnia

Quando você quer tocar solos de guitarra como os Eagles mas seus pais russos fazem você aprender piano:


(vídeo indisponível no YouTube, mas ainda com acesso no Snotr)

Fórum
"Meus pais russos me fizeram beber vodca."
"Não se esqueça de beber sua vodca todos os dias, camarada."
"Eu nunca tinha visto uma barba tingida."
"Agora transforme uma guitarra em um piano."
"Piano-guitarra 100%. Cão 500%."
"Marquei "gostei" por causa do cachorro."

O carrinho de mão virado

Nesta terça-feira (23), completam-se cinco anos do falecimento de Ariano Suassuna. E, por astúcias da vida, nesta quinta-feira celebra-se o Dia do Escritor. "Para os dois dias, é natural que recuperemos este autor universal do Nordeste e do Mundo".

Ariano Suassuna (16 de junho de 1927 - 23 de julho de 2014), segundo Uraniano Mota, era insuperável em contar histórias, todas acontecidas. Como a história dos doidos, na inauguração de um hospital para loucos na Paraíba. Ele contava que na inauguração do sanatório, que aplicava a psicoterapia do trabalho, os doidos entraram em fila com os carros de mão. Um deles entrou com o carro invertido, virado. Ao ser recriminado, o louco diferente respondeu:
- Eu sei, doutor, que o meu carro está errado. Mas se eu botar o carro certo, eles botam pedra pra eu carregar.
Ariano dizia que admirava os loucos, porque eles têm um ponto de vista original, como os escritores devem ter.
http://www.vermelho.org.br/noticia/313387-1

Calendário Ariano
2007 Ariano e os computadores
2013 Por causa de uma gravata...
2014 Ariano Suassuna, o homem da esperança
2015 O episódio de "La Cumparsita"
2018 A chegada de Suassuna ao Céu

22 julho, 2019

TRANSITÓRIO

Beleza sinistra e assustadora dos elementos dos quais não temos o menor controle. Um claro sinal da mãe Natureza lembrando-nos de que "respeito é bom e eu gosto". Como não diria o sábio filósofo Quintus Horatius Flaccus:"O populacho vaia-me, mas eu me aplaudo".
Jaime Nogueira
Magnífico!!!
Em 4k a 1000 quadros por segundo!!
Tela grande e som na caixa!
TRANSITÓRIO (TRANSIENT)

Um epitáfio de notas musicais

Morto em 26/10/1917, na Primeira Guerra Mundial,  o segundo-tenente Hugh Gordon Langton foi  sepultado no Cemitério Britânico Poelcapelle, na Bélgica.
Em sua lápide inscreveram uma frase de música. O que estas notas representam tem sido um mistério há mais de um século. "Elas não fazem parte de uma música que alguém foi capaz de discernir, e muitos tentaram", escreve Sarah Wearne em Epitaphs of the Great War: Passchendaele. "Em particular, eles não são da música After the Ball, como alguns sugeriram."


Langton é a única vítima homenageada com uma frase musical no sepulcro - a Commonwealth War Graves Commission (CWGC) mantém mais de um milhão de sepulturas e memoriais em todo o mundo, e apenas este tem notas musicais como um epitáfio.
Se você conseguir identificar a música, entre em contato com a CWGC.

https://www.futilitycloset.com/2019/02/09/a-memorial-puzzle/ c/ VÍDEO

O uso do hífen em "segundo-tenente"
- - - Em substantivos compostos nos quais o primeiro elemento é numeral. Exemplos: primeira-dama, primeiro-ministro, segundo-tenente, quinta-feira etc.

21 julho, 2019

Topógrafos do Inferno

1
Galileu era intimamente versado na "Divina comédia" e no universo ali retratado. Sabia que a construção que Dante calculara (para o Inferno) tinha o formato de um grande funil, com sua abertura superior na superfície da Terra. Em cada um de seus círculos descendentes estavam reservados castigos cada vez mais terríveis para pecadores cada vez piores e, usando suas habilidades em geometria, Galileu calculou o diâmetro dos vários departamentos demoníacos, nos quais demônios diversos torturavam os infelizes pecadores por toda a eternidade. os círculos iam se estreitando mais e mais até que acabavam no centro da Terra, onde o próprio Lúcifer reinava e tudo era frio e gelos eternos - o mais longe possível que podia se chegar do céu, com sua luz e calor.
[Atle Naess, "Galileu Galilei: Um revolucionário e seu tempo", Zahar Editores]
2
Em 1757, o jornalista, meteorologista e matemático Josiah Meigs, aplicando a Lei da Queda dos Corpos, de Galileu (revisada por Newton), para a queda de nove dias de Lúcifer e seus anjos, determinou que o Inferno tinha 1.832.308.363 milhas de profundidade.
[Struik, "Origins of American Science", p. 370]
----- A lei dos corpos em queda diz que todos os corpos caem com aceleração constante, uma vez que o efeito da aceleração gravitacional, ou seja, da gravidade em todos os corpos, à mesma altura, é igual. Esta lei só é observada no vácuo, pois como a densidade dos corpos é diferente, no ar o corpo que oferece menos resistência atinge o solo primeiro. Um exemplo frequentemente usado nos livros para exemplificar esta lei consiste em colocar num tubo em vácuo uma pedra e uma pena e observar que ambos caem à mesma velocidade. [Wiki]

http://blogdopg.blogspot.com/2007/08/o-inferno-exotrmico-ou-endotrmico.html#links
http://blogdopg.blogspot.com/2013/04/as-temperaturas-do-ceu-e-do-inferno.html
http://blogdopg.blogspot.com/2013/06/anjos-decaidos.html

O Grande Elefante

Quando este animal majestoso sai para uma caminhada é como a arquitetura se fizesse em movimento. Cinquenta passageiros podem embarcar nele de cada vez para uma incrível jornada.



As Máquinas da Ilha de Nantes (Les Machines de l' Île) são um projeto artístico, turístico e cultural com sede em Nantes, França, visando a construir para a cidade o conceito de uma metrópole criadora do sonho e da fantasia.

N. do E. (sábio e ressabiado)
1/2 elefante + 1/2 AT-AT = O Grande Elefante

20 julho, 2019

Retratar ou não, eis a questão

Rubens, Caravaggio, El Greco, Rembrandt, Tintoretto, Leonardo da Vinci ... A lista dos grandes artistas que retrataram Cristo ao longo dos séculos é inumerável. Se o Islã sempre rejeitou as representações artísticas de suas divindades, o cristianismo foi inicialmente também sujeito a tal proibição - "Você não deve fazer para si mesmo quaisquer esculturas ou qualquer imagem do que está nos mais altos céus" (Êxodo 20: 4) - ainda que isso não haja impedido, após alguns surtos iconoclastas, de que mudasse de ideia com entusiasmo. E não há dúvida de que isso acabou sendo uma boa maneira de promover o credo cristão.


Imagem: Jesus aos doze anos de idade no templo, por Dürer

(https://www.jotdown.es/2016/03/vida-milagros-jesus-veinte-pinturas/)

Canção da América

Os amigos são como as canções: não são necessários muitos, apenas os melhores.



Alfabeto do amigo

19 julho, 2019

Galinhas de tutus, a nova tendência

As galinhas domésticas não impressionam pela beleza. Mas eis que surge uma nova moda para que estas aves se pavoneiem pelos quintais.
Fotos de galinhas de tutus estão sendo divulgadas pela internet, e o Bored Panda (onde fui buscar esta) já criou um álbum especializado.


A história do tutu

Privatize-se tudo!

A mim parece-me bem.

Privatize-se Machu Picchu, privatize-se Chan Chan,
privatize-se a Capela Sistina,
privatize-se o Pártenon,
privatize-se o Nuno Gonçalves,
privatize-se a Catedral de Chartres,
privatize-se o Descimento da Cruz,
de Antonio da Crestalcore,
privatize-se o Pórtico da Glória
de Santiago de Compostela,
privatize-se a Cordilheira dos Andes,
privatize-se tudo, privatize-se o mar e o céu,
privatize-se a água e o ar, privatize-se a justiça e a lei,
privatize-se a nuvem que passa,
privatize-se o sonho, sobretudo se for diurno
e de olhos abertos.

E, finalmente, para florão e remate de tanto privatizar,
privatizem-se os Estados, entregue-se por uma vez
a exploração deles a empresas privadas,
mediante concurso internacional.
Aí se encontra a salvação do mundo…

E, já agora, privatize-se também
a puta que os pariu a todos.

– José Saramago, em “Cadernos de Lanzarote – Diário III”. Lisboa: Editorial Caminho, 1996.
https://www.revistaprosaversoearte.com/privatize-se-tudo-jose-saramago/

Epílogo
Quando tudo for privado seremos privados de tudo.

==================================================================

Os Cadernos de Lanzarote
São a reunião dos diários de José Saramago escritos no período de 1993 a 1995 na ilha de Lanzarote, arquipélago das Canárias onde ele viveu com sua mulher Pilar.

A melhor definição de diário é do próprio Saramago neste livro:

“Por muito que se diga, um diário não é um confessionário, um diário não passa de um modo incipiente de fazer ficção. Talvez pudesse chegar mesmo a ser um romance se a função da sua única personagem não fosse a de encobrir a pessoa do autor, servir-lhe de disfarce, de parapeito. Tanto no que declara como no que reserva, só aparentemente é que ela coincide com ele. De um diário se pode dizer que a parte protege o todo, o simples oculta o complexo. O rosto mostrado pergunta dissimuladamente: Sabeis quem sou?, e não só não espera resposta, como não está a pensar em dá-la.”
https://www.revistaprosaversoearte.com/privatize-se-tudo-jose-saramago/

18 julho, 2019

Exercícios físicos

NINGUÉM QUER OUVIR VOCÊ FALAR DE SEUS EXERCÍCIOS FÍSICOS.
A MENOS QUE SEJA DE UMA QUEDA QUE VOCÊ LEVOU NA ESTEIRA.

Que é cinesiologia?

Que é exercicio Kegel?

Um experimento de 500 anos em microbiologia

Em algum lugar da Universidade de Edimburgo, há uma caixa de carvalho contendo 400 frascos selados de vidro - bem, agora são alguns menos - que contêm esporos secos de B. subtilis e Chroococcidiopsis sp.

(A) Bacillus subtilis, uma bactéria Gram-positiva. (B) A estrutura de um esporo bacteriano típico. As múltiplas camadas do esporo servem para proteger o genoma, que está alojado no núcleo parcialmente desidratado. (C) Chroococcidiopsis sp., uma cianobactéria extrema tolerante à dessecação.
A 500-year experiment, por Charles Cockell

No Museu de História Natural de Londres há réplicas dessa caixa e do seu conteúdo.
Eles são o material de um experimento sobre a sobrevivência a longo prazo das bactérias. Tão longo é esse prazo que o experimento, que começou em 2014, não terminará até 30 de junho de 2514. Sim, é uma experiência que durará 500 anos . Então, não digam agora que os cientistas não são pacientes.
A ideia é que a cada dois anos, durante os primeiros 24 anos do experimento, seis frascos sejam retirados de cada uma das caixas, eles sejam abertos, os esporos sejam reidratados e sua capacidade de germinar seja observada.
Três dos frascos estão em uma caixa de papelão simples, os outros três em uma caixa de chumbo para protegê-los da radiação ambiente. A partir daí, o processo é repetido a cada 25 anos até atingir 2514.
Nas observações realizadas em 2014 e 2016 não foi encontrado que a capacidade de germinação dos esporos tenha sido reduzida; Os resultados de 2018 ainda não foram publicados, mas presume-se que não haja muita diferença.
O maior problema desta experiência é arranjar alguém que, dentro de vários séculos,, seja capaz de saber o que fazer com as amostras que estão nas caixas, assumindo-se que a civilização e a ciência continuem a existir, e que as caixas não estejam perdidas em um porão qualquer, é claro.


As experiências mais longas da história até agora:
A Campainha Oxford, que funciona com duas pilhas secas desde 1840. Desconhece-se a exata composição dessas pilhas que fornecem eletricidade para que a campainha funcione há 176 anos.
O Relógio Beverly, situado no Departamento de Física da Universidade de Otago, em Dunedin, Nova Zelândia. Acionado por variações de temperatura e pressão atmosférica, o relógio funciona desde que foi construído em 1864.
A Gota de Piche, na Universidade de Queensland, na Austrália, um experimento que teve início em 1927. Desde que o piche começou a fluir através de um funil já gotejou em nove ocasiões: a primeira, em 1938 (onze anos depois), e a última, em julho de 2013.

17 julho, 2019

O bombardeiro de mergulho Stuka

Símbolo do poder aéreo alemão na Guerra Civil Espanhola e na II Guerra Mundial, os aviões bombardeiros Stukas assombraram a Europa. Suas sirenes aterrorizantes, apelidadas de trombetas de Jericó, ampliavam o pânico que suas bombas e metralhadoras provocavam.
O projeto Stuka, criado por Ernst Udet (um às da I Guerra Mundial), foi uma evidência da transformação da guerra tradicional em guerra semiótica: apenas bombas explosivas que causam morte e destruição não eram suficientes. Era necessário que os sobreviventes carregassem para o resto das suas vidas o trauma e o horror em suas mentes.



Depoimento
"Havia Stukas atirando bombas em uma estação. Meu pai que estava perto da estação abraçou uma árvore. Apavorado, ele ficou grudado naquela árvore durante horas. Ele estava em estado de choque."

O estádio Janguito Malucelli

Considerado o primeiro eco-estádio do Brasil, o Janguito Malucelli, em Curitiba, teve os assentos de suas arquibancadas fixadas a um morro, sendo a madeira proveniente de reflorestamento e o ferro vindo de ferrovias desativadas.
O "Jotinha", como é também conhecido esse estádio (que tem capacidade para 4.200 torcedores) fica ao lado de um dos principais cartões postais da cidade, o Parque Barigui.


Vídeo

16 julho, 2019

A primeira fotografia de uma estrela

Na noite de 16 de julho de 1850, Vega se tornou a primeira estrela (além do Sol) a ser fotografada, quando teve sua imagem registrada por William Bond e John Adams Whipple no Observatório de Harvard.
A foto era um daguerreótipo. Para obter esta imagem foi necessário efetuar uma exposição de 100 s. Com a tecnologia existente na época, as estrelas de 1.ª magnitude necessitavam de tempos de exposição superiores a 60 s e as estrelas de 2.ª magnitude por vezes não eram registadas com sucesso.
No relatório de WC Bond sobre este feito, pode ler-se:
"Com a ajuda do senhor Whipple, daguerreotypist, obtivemos várias impressões da estrela Vega (α Lyrae). Temos razões para acreditar que esta seja a primeira experiência bem sucedida deste tipo, tanto em nosso país como no exterior. Pela facilidade com que foi executada, com a ajuda de nosso grande equatorial (telescópio refrator com 38 cm de abertura), fomos encorajados a crer que será uma abertura para novos progressos. Deverá ser bem sucedida, quando aplicada a estrelas do menos brilho do que α Lyrae, a fim de dar-nos fotos corretas de várias estrelas, e suas vantagens serão incalculáveis."
Vega
Na Constelação de Lira, (é a estrela/sol de onde foram transmitidos os sinais de rádio extraterrestres captados na Terra mostrados no livro de Carl Sagan e, mais tarde, no filme, "Contato", com Jodie Foster), Vega é a quinta estrela mais brilhante do céu.
Foi também a primeira estrela a ter seu espectro analisado (em 1872).
Bastante próxima de nós, a cerca de apenas 26 anos-luz de distância, o seu tempo de vida será de apenas mais um bilhão de anos, um décimo da vida do nosso Sol. É duas vezes e meia mais massiva e cinquenta vezes mais energética do que o Sol.
Por volta do ano 14,000, Vega (foto a seguir) será a Estrela Polar nos céus da Terra, no lugar de Polaris, devido à precessão dos equinócios.


http://www.astrosurf.com/re/first_star_photograph.pdf
https://thoth3126.com.br/triangulo-de-estrelas-brilhantes-no-ceu/

Ver também: As primeiras fotografias da Lua e do Sol

Inclusões na moeda britânica

Deu na BBC (12 de março de 2019):
Prof. Stephen Hawking foi homenageado com uma nova moeda de 50p inspirada em seu trabalho pioneiro em buracos negros.
O físico morreu no ano passado, aos 76 anos, tendo se tornado um dos líderes mais renomados de sua área.
Ele se junta a um grupo da elite de cientistas que aparecem em moedas britânicas, incluindo Sir Isaac Newton e Charles Darwin.
O Prof. Hawking também foi sugerido como o novo rosto da nota de £ 50, que contará com um cientista. Uma decisão será tomada no verão.

Deu no Gizmodo (15 de julho de 2019):
A decisão foi finalmente tomada.
O Banco da Inglaterra anunciou que o matemático britânico e cientista da computação Alan Turing aparecerá na nova nota de £ 50 do Reino Unido. Ele foi escolhido entre milhares de nomes que foram submetidos pelo público para a possível inclusão na moeda britânica.
Turing trabalhou em Bletchley Park e ajudou a decifrar o código Enigma nazista durante a Segunda Guerra Mundial. É creditado como tendo sido responsável por apressar, através de seu trabalho, o fim da guerra.
A citação que aparece na nota diz:
"Esta é apenas uma prévia do que está por vir, e apenas a sombra do que vai ser".

15 julho, 2019

Falem baixo

"Temo o que pode acontecer a um país 
se os seus suprimentos de uísque e charutos terminarem."
Winston Spencer-Churchill (1875 – 1965)


Churchill sustentou a Inglaterra com sua bravura, coragem política e discurso engenhoso, e sustentou a si mesmo com as melhores comidas, bebidas e charutos que pudesse encontrar. Ele fumava de 8 a 10 charutos por dia, de preferência cubanos, e deu nome a um modelo de charuto.
O charuto e a bengala eram suas marcas registradas

Em 1932, quando fazia uma turnê de palestras nos Estados Unidos, Churchill obteve um atestado médico para fim de beber.
A nota, escrita pelo Dr. Otto Pickhardt, dizia:
"Esta é para certificar que o convalescente de um acidente Hon. Winston S. Churchill requer o uso de bebidas alcoólicas, especialmente nas refeições. A quantidade é naturalmente indeterminada, mas as necessidades mínimas seriam de 250 centímetros cúbicos."
E assim Sir Winston Churchill foi autorizado a beber livremente nos Estados Unidos, quando a todos era proibido o consumo de álcool devido à Lei Seca..

Esta história, favoritada por Fernando Gurgel Filho, começa com um repórter fazendo uma pergunta ao notável estadista britânico em sua senectude.
- Mr. Churchill, qual é o segredo de sua longevidade?
- Exercícios, meu caro, exercícios... Nunca os fiz.

Churchill fumava, bebia, não fazia exercícios e morreu aos 90 anos.
Falem baixo.

Truques assustadores para decorar a ordem dos planetas no Sistema Solar

Todos os exemplos consideram Plutão como planeta.

Minha Velha Tia Mandou Jogar Sal Úmido Nas Plantas.
Minha Vó Traga Meu Jantar: Sopa, Uva, Nabo e Pão.
Minha Vó Tem Matado Jacarés Sem Usar Nenhuma Pistola.
Minha Vó Tem Muitas Jóias, Sabe Usá-las No Pescoço.
Meu Vô Tá Me Julgando Ser Um Neto Porreta
Meu Vestido Todo Molhado, Já Secou Um Novo Pedaço.
Meu Velho Tio Mandou Júnior Saborear Umas Nove Pizzas.
Menino Você Tendo Muito Juízo Será Um Notável Patriota.
Maria Viu Tereza Morta Já Sem Unha No Pé.
Maligno, Vingativo, Tens Minha Jugular, Satanás. Universo Nos Pertence.

Usarei para sempre a ordem dos planetas no Sistema Solar para me lembrar da última frase. É o que eu chamo de processo mnemônico reverso.

14 julho, 2019

A vida sem os gigantes tecnológicos

A história da jornalista que tentou bloquear as grandes empresas de tecnologia de sua vida: Amazon, Facebook, Google, Microsoft e Apple.


Em A vida sem os gigantes tecnológicos (Gizmodo), a intrépida repórter Kashmir Hill conta como ela tentou eliminar de sua vida completamente todos os vestígios de aplicativos, serviços, dispositivos, rastreamento e dados dos cinco gigantes do mundo moderno. Por uma semana para cada empresa.
Para impedir que meus dispositivos conversassem com os servidores dos cinco grandes e vice-versa, a Dhruv criou uma rede privada virtual, ou VPN, para mim, através da qual eu enviava todo o meu tráfego de internet. Em seguida, ela usou a VPN para impedir que meus dispositivos usassem os endereços IP de propriedade da Amazon, do Google, do Facebook, da Microsoft e / ou da Apple, dependendo da semana.Em um dia normal, conforme medido pela VPN, eu costumo enviar dois milhões de pacotes de dados para a internet e mais da metade deles (60%) vão para os gigantes da tecnologia. Isso significava que mais da metade do meu uso normal da internet seria interrompido - incluindo praticamente todas as formas de comunicação com meus amigos, familiares e colegas.
Estes foram os resultados:
AMAZON: "Impossível"
FACEBOOK: "Eu perdi"
GOOGLE: "Tudo correu mal"
MICROSOFT: "Deveria ter sido removido"
APPLE: "Foi devastador"
Pessoas já fizeram experimentos mentais sobre qual dos “cinco terríveis” seria mais difícil viver sem, mas eu achei que seria mais esclarecedor, apesar de doloroso, fazer um experimento real: eu tentaria bloquear um gigante de tecnologia a cada semana, para contar a história da minha vida sem ele. Só no final dessas cinco semanas, eu tentaria bloquear todos eles de uma só vez. Deus me ajude.
Ler também: Um ano de vida bíblica

Como nós destruímos tudo



Música: "No Salão do Rei da Montanha" (em inglês: "In the Hall of Mountain King")
Quando o norueguês Edvard Grieg compôs esta música para a peça teatral de seu contemporâneo Henrik Ibsen não imaginou que a composição, algum dia, seria executada com relâmpagos.

Crítica
Existe um mal-entendido. Vamos dar uma olhada em qualquer espécie. Qualquer criatura viva tira a força vital das que estão abaixo dela. Vamos chamar de cadeia alimentar ou pirâmide alimentar. Talvez você pense que joaninhas são uma espécie mais adequada para herdar a terra? Mas, espere, as joaninhas devoram plantas e comem insetos. Se você fosse um Aphid, você pensaria que a joaninha é equivalente à Peste Negra. A morte se torna tudo o que interage com a joaninha. Tudo no planeta e até mesmo além, consome energia de algum tipo. Eu acho que o verdadeiro problema é com as pessoas que gastam excessivamente sem se importar com a natureza. Tenho quase certeza que a maioria das pessoas concorda que o desperdício é ruim. A moral da história é esta: não deixe seus filhos se tornarem pulgões.
hardino0311, usuário do YouTube

13 julho, 2019

Corpo e Alma

Fernando Gurgel Filho
Dostoiévski, no livro "Os Irmãos Karamázov", intuía a unicidade do Universo, ou seja, que tudo que existe se interliga, por fazer parte de uma coisa só, dizendo: "...tudo se derrama e comunica, toca-se num lugar e isto repercute na outra extremidade do mundo".
Estudos científicos, que desaguaram na Teoria do Caos, vieram confirmar a intuição de Dostoiévski. Edward Lorenz, um dos expoentes da Teoria do Caos, dizia praticamente a mesma coisa: "O bater das asas de uma borboleta num extremo do globo terrestre, pode provocar uma tormenta no outro extremo..."
A única diferença de ambas as frases é o século em que foram ditas. "Os Irmãos Karamázov" foi lançado em 1880 e a frase de Lorenz é do início dos anos 60. Ou seja, passaram-se 80 anos para que a intuição de Dostoiévski fosse considerada dentro do arcabouço de Leis que regem o Universo.
Dostoiévski ia além, dizendo, no mesmo livro citado, que todos eram responsáveis por tudo e por todos, intuindo que qualquer ação humana, principalmente, traria consequências para todos os outros seres vivos.
Mas sua religiosidade não permitia que visse a unicidade do próprio ser humano, fazendo distinção entre "corpo" e "alma" como se existisse essa dicotomia. Ora, hoje sabemos que, o que chamamos de Alma, nada mais é que o resultado de processos do Corpo ao ser afetado pelas coisas que o cerca, como diria Spinoza.
Então, creio eu, que o grande mal da cultura ocidental ainda está na crença de que possa existir uma Alma e um Corpo como entidades distintas e que estas algum dia possam existir de forma independente. Na morte, por exemplo, como acreditam os religiosos.
Esta crença, entretanto, não causaria nenhum mal à humanidade se não fosse o fato de que a medicina findou por se bipartir em medicina do Corpo e em medicina da Alma, quando o ser humano deveria ser estudado e tratado como a unicidade que é. Assim, para mantermos a saúde física e mental, bem como para tratarmos de ambas, deveríamos sempre atentar para o que está afetando os nossos sentidos, refletindo nos nossos sentimentos e, portanto, no nosso corpo.
Os profissionais da saúde, principalmente os médicos, deveriam ter, em primeiro lugar, ou antes, em primeirísso lugar, uma formação que incluísse o entendimento das causas efetivas das doenças, ou seja, deveriam ser bons conhecedores da psiquê humana para entenderem que a maioria dos problemas físicos nada mais são do que reflexos de problemas do dia a dia que estão a afetar o paciente.
A medicina psicossomática tem caminhado neste sentido, mas, em minha opinião, ainda de forma tímida, porque não considera a unicidade do ser humano como o padrão a ser estudado, entendendo que apenas alguns fatores podem provocar alterações que resultam no que chamamos de doença. Porém, ao atentarmos para a unicidade do ser humano, creio que a medicina psicossomática deveria ser o padrão de estudos de todos os que trabalham com a área de saúde e bem-estar, principalmente na área das Ciências Médicas.

N. do E.
🙏Senhor, pode me dar 10 minutos do seu tempo? É para UM CAFÉ LÁ EM CASA.
Endereço - Body and Soul, Canal de Nelson Farias no YouTube, com Nelson Faria e Alexandre Carvalho.

Os robôs mais famosos da ficção científica

A palavra "robô" origina-se da palavra checa "robota", que significa "trabalho forçado". Ela apareceu pela primeira vez, em janeiro de 1920, na obra do dramaturgo checoslovaco Karel Capek (1890-1938) chamada "Robôs Universais de Rossum", R.U.R., em que o protagonista Harry Domin cria uma empresa no meio do oceano dedicada à fabricação de criaturas com a aparência de seres humanos, com o objetivo de usá-las como mão de obra barata. Tudo funciona sem problemas até o Dr. Gall, chefe do Departamento de Psicologia dos Robôs Universais, dar alma a essas criaturas robóticas. O resultado é o esperado: os androides se rebelam por serem escravizados e declaram guerra à espécie humana.
(https://www.muyinteresante.es/tecnologia/fotos/los-robots-mas-famosos-de-la-historia)

Rosie, dos Jetsons
É a empregada doméstica robô da família. É um modelo fora-de-linha que os Jetsons amam e nunca o trocariam por outro mais moderno. Rosie faz todo o trabalho de casa e também ajuda como babá.
Criado em 1962 por William Hanna e Joseph Barbera.

Hal 9000, de Odisseia no Espaço
É um personagem ficcional de "Odissey Space", de Arthur C. Clarke, e foi imortalizado pela adaptação cinematográfica feita por Stanley Kubrick para "2001 - Uma Odisseia no Espaço". A representação física da inteligência artificial de Hal 9000 é um olho-câmera de cor vermelha. Ele foi um dos primeiros a ingressar no Robot Hall of Fame.
Criado em 1968 por Arthur C. Clarke.

R2-D2, de Star Wars.
Inseparável companheiro de C-3PO. Apesar dos protestos de C-3PO, este droide astromecânico de Luke Skywalker tem o hábito de salvar a Galáxia.
Criado em 1977 por George Lucas.

C-3PO, de Star Wars
Sempre junto com seu parceiro R2-D2, C-3PO aparece em todos os filmes da série. Um tanto tímido, sua figura dourada estilizada não passa despercebida. Domina mais de seis milhões de formas de comunicação e costuma apresentar-se negativo em questões de possibilidade de sobrevivência. Os Ewoks o consideram um deus.
Criado em 1977 por George Lucas.

Exterminador, de The Terminator
É um ciborgue assassino interpretado por Arnold Schwarzenegger, na série de filmes "The Terminator" (O Exterminador do Futuro). Seu nome técnico é Cyberdyne Systems Modelo 101, série 800 (que gera sua alcunha mais utilizada, T-800), exceto o de "Terminator 3: Rise of the Machines", série 850 (T-850).
Criado em 1984 por James Cameron.

Johnny 5, de Short Circuit
De "O Incrível Robô" (nome da película no Brasil), em que um robô fabricado inicialmente para fins militares é dotado acidentalmente de consciência após ser atingido por um raio. Trata-se de um dos poucos robôs da época que não desejavam acabar com a humanidade e nos mostravam seu lado mais amável.
Criado em 1986 por Syd Mead. LINK

Bender, de Futurama
Bender Bending Rodríguez é um personagem do desenho animado Futurama e apesar de não ser o personagem principal, é geralmente o mais lembrado pelos fãs da série. Fabricado em Tijuana, México, no ano de 2997, é um sociopata de aço (bem, de ferro, titânio, chumbo, zinco, dolomita e níquel), Bender atua como uma síntese de todos os defeitos do ser humano de uma forma muito divertida.
Criado em 1999 por Matt Groening.

Outros robôs: Wal-4, RoBoCop

12 julho, 2019

#ByeByeBeetle

🐞A montadora alemã Volkswagen encerrou oficialmente as produções do lendário Fusca, lançado em 1945. A última unidade foi produzida nesta semana na fábrica de Puebla, no México.
O automóvel foi desenvolvido na época da 2ª Guerra Mundial. Tem raízes militares, tendo sido criado na Alemanha de Hitler. Até o encerramento oficial, foram produzidas 21,5 milhões unidades em todo o mundo. Apenas no Brasil, foram 3 milhões.
No evento de despedida, a Volkswagen apresentou 1 cartaz com a frase: "é incrível como 1 carro tão pequeno deixa 1 vazio tão grande". A última unidade produzida ficará em exposição na fábrica. Trabalhadores se reuniram para dar o acabamento final. Nas camisetas dos funcionários, mensagens de agradecimento: "Gracias, Beetle".


Fonte: Poder 360

Aranha VW

Bônus:

O periquito tem um bócio

A temida carta de rejeição é, na maioria das vezes, uma experiência inteiramente infeliz para todos os envolvidos.
Receber uma é, instantaneamente e de uma só vez, ter as esperanças frustradas, a confiança diminuída e o humor dilacerado. Enviá-la é conscientemente chover a miséria sobre um estranho, cuja felicidade logo se dissolverá graças a uma decisão que você tomou por não ter outra escolha a fazer.
Ainda pior do que a carta de rejeição é a carta de rejeição em formulário padronizado, um pontapé sem vida nas entranhas apontado em massa para um grupo de pessoas inadequadas que são, ao que parece, indignas de um empurrão pessoal - uma sacudida de cabeça pré-impressa para os problemas de alguém.
Aqui está o melhor exemplo de carta de rejeição, escrito e às vezes enviado por Brian Doyle, atual editor da Portland Magazine.
Obrigado por sua submissão adorável e atenciosa à revista, que tememos que teremos de recusar por todos os motivos. O tempo está triste, nossas costas doem, já vimos muitos gatos hoje e, como você sabe, os gatos são os motivos pelos quais Deus inventou as armas. Há uma doce incoerência e auto-absorção em sua peça que achamos atraentes, mas publicamos muito disso nos últimos anos, na maior parte em abaixo-assinados. Nós mencionamos a melancolia úmida do tempo, nossos casamentos que são desleixados e infelizes, nossos filhos que são grosseiros e petulantes, e com uma sensação de direito que você imagina como eles se comportarão no mundo. Nós gastamos muito dinheiro recentemente em um design gráfico bobo e agora precisamos cortar o orçamento para contar histórias, nossas contas de seguro subiram vertiginosamente, o time de basquete feminino não ganha nos rebotes, uma tia nossa precisa de um sétimo quadril novo, o brilho de esperança que era o zeitgeist nacional parece estar cuidando de um grande buraco negro, e alguém deixou o rolo de papel higiênico vazio de novo, sem a menor consideração para quem paga por tais coisas. E havia toalhas molhadas no chão. E o periquito tem um bócio. E o cachorro vomitou lápis de cor. Por favor, sinta-se livre para nos enviar qualquer coisa que você acha que se encaixaria nestas páginas, e obrigado por considerar nossa revista para seu trabalho. É uma honra.
Remington Steele, o periquito, é preparado para a cirurgia no Animal Medical Center, NYC.

11 julho, 2019

Os animais em certa enciclopédia chinesa

Esse texto cita “uma certa enciclopédia chinesa” onde será escrito que “os animais se dividem em: a) pertencentes ao imperador, b) embalsamados, c) domesticados, d) leitões, e) sereias, f) fabulosos, g) cães em liberdade, h) incluídos na presente classificação, i) que se agitam como loucos, j) inumeráveis, k) desenhados com um pincel muito fino de pelo de camelo, l) et cetera, m) que acabam de quebrar a bilha, n) que de longe parecem moscas”.

Foucault, Michel, 1926-1984. Prefácio. Em: As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. Tradução Salma Tannus Muchail. 8a ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999 [pp. IX-XXII].

Os detritos da Skylab realmente mataram uma vaca?

Há 40 anos
Em 11 de julho de 1979, a estação espacial Skylab dos EUA fez sua reentrada na atmosfera da Terra.
Ela se desintegrou, espalhando fragmentos pelo sudeste do Oceano Índico e por uma parte pouco povoada do oeste da Austrália, onde uma vaca morreu depois de ser atingida por um de seus fragmentos.
Os detritos do Skylab realmente mataram uma vaca?
Eu não penso assim, pelo menos não diretamente.
Alguns dos restos do Skylab caíram em diagonal na Austrália.
O Presidente Jimmy Carter enviou uma mensagem ao Primeiro Ministro da Austrália, Sr. Malcolm Fraser:
"Caro Malcolm,
Eu estava preocupado em saber que fragmentos de Skylab podem ter desembarcado na Austrália. Fico aliviado ao ouvir a avaliação preliminar do seu governo de que não houve feridos. No entanto, instruí o Departamento de Estado a entrar em contato com seu governo imediatamente e a oferecer qualquer assistência que você possa precisar.
Sinceramente, 
Jimmy Carter".
Resposta do Primeiro Ministro Fraser:
"Caro Jimmy,
Muito obrigado pela mensagem. Parece que todos podemos respirar aliviados. Enquanto receber Skylab é uma honra que nós teríamos alegremente esquecido, é o fim de uma conquista tecnológica magnífica pelos Estados Unidos, e os eventos dos últimos dias não devem obscurecer isso.
Se encontrarmos as peças, ficarei feliz em trocá-las por adições à cota de carne bovina.
Calorosos cumprimentos pessoais,
Malcolm Fraser".
A partir dessa piada australiana sobre a devolução aos EUA de restos da Skylab, em troca de cota adicional de carne bovina, alguém deve ter interpretado que vacas australianas foram mortas pela Skylab.
G'Day, companheiro!
David Goodman, in Quora

10 julho, 2019

Paulo Henrique Amorim (1942-2019)

Aos 77 anos, morre o jornalista Paulo Henrique Amorim, "o patrono da blogosfera" (crédito a Fernando Brito). Na madrugada de hoje (10), sofreu um infarto fulminante, em sua casa no RJ. Durante sua vida profissional, ele havia passado por Band, Globo e Record. Por pressões políticas, foi afastado no mês passado do "Domingo Espetacular", um programa semanal que ele apresentava na TV Record desde 2006. PHA também administrava o portal colaborativo Conversa Afiada e o canal de vídeos "Conversa Afiada com Paulo Henrique Amorim", com 985 mil seguidores inscritos no YouTube.

Mensagens

— Morre Paulo Henrique Amorim. Falamo-nos anteontem por mensagem. Mais de cem processos fraudulentos na "justiça", perda do emprego na Record por ação do nazifascista que nos "governa".
Eduardo Guimarães

— O jornalista Paulo Henrique Amorim partiu: nesta madrugada, seu coração apaixonado explodiu, parou de bater. Perdemos um jornalismo crítico, inquieto, problematizador. Fundamental no Brasil de hoje, com uma imprensa chapa branca, insossa, seduzida pelas facilidade$ do poder. Viva PHA!
Chico Alencar

— O dia começou com a triste notícia do falecimento de Paulo Henrique Amorim. Suas reportagens, crônicas, comentários mais que afiados, eram a representação de um jornalismo destemido. PHA fará muita falta!
Glauber Braga

— Que ano, gente, que ano... Estamos mesmo dentro de um pesadelo sem fim. Cuidem-se, protejam suas mentes. A realidade está tóxica demais. Obrigada por tudo, Paulo Henrique Amorim. Sentiremos sua falta. Saudações ao João Gilberto.
Elika Takimoto

— Com a morte de Paulo Henrique Amorim o jornalismo sério e democrático sofre uma perda irreparável.
Erika Kokay

— Nossas condolências à família do Paulo Henrique Amorim, companheiro de tantos anos da blogosfera, herdeiro da ironia e do escracho tradicionais do jornalismo carioca, corajoso e que nunca, jamais se deixou calar. Um choque!
VIOMUNDO

— É com muita tristeza que recebi a notícia da morte do jornalista Paulo Henrique Amorim nesta manhã. Era uma das grandes vozes na imprensa na defesa da democracia e do estado democrático. Fará muita falta ao jornalismo e à sociedade. Meus sentimentos à família e aos amigos.
HenriqueFontana

— Paulo Henrique Amorim, um jornalista de coragem. Tornou-se um campeão do YouTube, graças à sua enorme capacidade de identificar um tema, mirar no detalhe ridículo que ninguém percebia, e fuzilar com a pontaria dos grandes polemistas.
Luis Nassif

— Por que o afastamento do jornalista do seu vitorioso "Domingo Espetacular" só é possível no país da casa-grande e da senzala.
Mino Carta

— O ansioso blogueiro, como a si chamava, agora é, para sempre, um amigo navegante. Por outros mares, para onde todos iremos.
TIJOLAÇO

"Bohemian Rhapsody" ilustrada com memes

Luke Maynard adaptou seu slideshow viral no Face da clássica canção do Queen, "Bohemian Rhapsody", para o formato de vídeo.



Outros vídeos de "Bohemian Rhapsody":
1 - com Fred Mercury e a banda Queen (link externo)
2 - com o músico brasileiro Joe Penna
3 - com o físico Timothy Blais
4 - com uma impressora

09 julho, 2019

Romanos vão para casa

"Romani ite domum" (Romanos vão para casa) é a frase latina corrigida para o graffito "Romanes eunt domus", de uma cena no filme "A Vida de Brian", de Monty Python.
A cena apresenta John Cleese como um centurião e Graham Chapman como Brian, nesse momento da  história um candidato a membro do grupo revolucionário "A Frente Popular da Judeia". Para fazer parte do grupo, Brian tem de grafitar o slogan anti-romano "Romanos voltem para casa" nas paredes do palácio do governador Pôncio Pilatos, em Jerusalém. Sob o manto das trevas, ele escreve em latim para que os romanos possam entender o protesto. Brian está para completar a frase "Romanes eunt domus", quando ele é pego por um centurião. Brian está aterrorizado e claramente espera ser morto no local. No entanto, ao ler a mensagem de Brian e perceber que sua ortografia e gramática são terríveis, o centurião decide corrigir os erros. Ele ensina Brian a escrever a frase correta, que é "Romani ite domum", ameaçando "cortar suas' bolas" se ele não fizer isso 100 vezes até o nascer do sol. Brian faz isso, cobrindo quase todas as superfícies da praça com os graffiti. Quando ele completa a tarefa na manhã seguinte, o centurião diz a ele que "não faça isso de novo" e sai. Assim que ele sai, três soldados aparecem e vêem os graffiti. Brian percebe sua situação e corre perseguido pelos soldados.
Nas cenas subsequentes, vários soldados romanos podem ser vistos apagando os graffiti com a mensagem sediciosa.



[Brian está grafitando na parede do palácio. O Centurião o flagra.]
Centurião: O que é isso, então? "Romanes eunt domus"? As pessoas chamam de Romanes, eles vão, a casa?
Brian: Diz: "Romanos vão para casa".
Centurião: Não, não! Qual é o latim para "romano"? Vamos! Vamos !
Brian: Er, "Romanus"!
Centurião: Vocativo plural de "Romanus" é?
Brian: Er, er, "Romani"!
Centurião: [Escreve "Romani" sobre o grafite de Brian] "Eunt"? O que é "eunt"? Conjugar o verbo "ir"!
Brian: Er, "Ire". Er, "eo", "é", "it", "imus", "itis", "eunt".
Centurião: Então, "eunt" é ...?
Brian: Terceira pessoa plural presente indicativo, "eles vão".
Centurião: Mas "Romanos, vão para casa" é uma ordem. Então você deve usar ...? [Ele torce a orelha de Brian]
Brian: Aaagh! O imperativo !
Centurião: Qual é ...?
Brian: Aaaagh! Er, er, "eu"!
Centurião: Quantos romanos?
Brian: Aaaaagh! Plural, plural, er, "ite"!
Centurião: [escreve "ite"] "Domus"? Nominativo? "Vá para casa" é o movimento em direção, não é?
Brian: Dativo! [o centurião encosta a espada na garganta]
Brian: Aaagh! Não o dativo, não o dativo! Er, er, acusativo, "Domum"!
Centurião: Mas "Domus" leva o locativo, que é ...?
Brian: Er, "Domum"!
Centurião: [Escreve "Domum"] Entenda? Agora, escreva cem vezes.
Brian: Sim senhor. Obrigado senhor. Salve César, senhor.
Centurião: Salve César! E se não for feito até o nascer do sol, vou cortar suas bolas.
(https://www.bradford-delong.com/2011/05/romanes-eunt-domus.html)

A reação de Newton

Gravura [por Morel, de 1874] da história apócrifa do cão de estimação de Newton que, por haver derrubado uma vela acesa, ateou fogo a seus papéis. Sir Isaac Newton tinha em sua mesa uma pilha de papéis sobre os quais estavam escritos cálculos que levaram vinte anos para serem feitos. Certa noite, ele deixou a sala por alguns minutos e, quando voltou, descobriu que seu cachorrinho"Diamond" (Diamante) havia virado uma vela e ateado fogo aos preciosos papéis, dos quais nada restava além de um monte de cinzas. Foi então que ele gritou: "Oh, Diamond! Diamond! Tu sabes o que mal fizeste!".

História publicada em A Vida de Sir Isaac Newton por David Brewster (1833) e, posteriormente, na revista St. Nicholas, vol. 5, n. 4, (fevereiro de 1878).

08 julho, 2019

O trabalho dos astrônomos da ilha voadora de Laputa

Ilustração: J.J. Grandville
Um livro de ficção antigo - "Viagens de Gulliver", a lendária sátira de Jonathan Swift - apresenta uma surpreendente referência às luas de Marte. Apesar de bastante breve, nada mais do que meio parágrafo, é surpreendente que aquele livro de Swift tenha sido publicado em 1726 - mais de 150 anos da descoberta das duas luas pelo astrônomo Asaph Hall!
Na parte III de sua longa sátira, Swift coloca seu herói, Gulliver, na ilha flutuante de Laputa onde astrônomos estão trabalhando duro para mapear o firmamento. Sobre os astrônomos e sobre seu trabalho, Gulliver afirma:
Eles catalogaram dez mil estrelas fixas (...) Da mesma forma, eles descobriram duas estrelas menores, ou "satélites", que giram ao redor de Marte, das quais a mais interna está distante do centro do planeta exatamente três vezes seu diâmetro, e a mais externa, cinco. A primeira completa uma volta em dez horas, enquanto a segunda, em vinte e uma horas e meia.
A maior parte dos teóricos acredita que Swift "tomou emprestadas" as informações sobre os satélites de Marte dos cálculos realizados por Johannes Kepler, o descobridor das leis do movimento dos planetas, no século XVI, que também recebe os créditos, com frequência, por ter descoberto as luas de Marte. De qualquer forma, Kepler meramente especulou que o Planeta Vermelho teria duas luas, tendo como base para isso a crença de que Vênus não teria nenhum satélite natural e a Terra tinha uma, então, Marte deveria ter  duas. Havia uma ideia de que cada planeta consecutivo possuiria uma lua adicional. Essa crença ganhou força quando as quatro maiores luas de Júpiter foram descobertas. Mercúrio ainda era desconhecido e o (hipoteticamente) quinto planeta em ruínas, no qual o cinturão de asteroides está localizado, teria três luas, segundo este sistema de raciocínio. Hoje sabemos que essa "lei" planetária não faz sentido, mas Kepler poderia não ter esse conhecimento.
Isso, no entanto, cria um paradoxo: se Kepler não tinha informações específicas relacionadas às duas luas de Marte, como então Swift chegou aos cálculos apresentados em "Viagens de Gulliver"? Para reafirmar, ele comentou sobre a lua interna viajar ao redor do planeta em dez horas e a lua externa em 21 horas e meia. O tempo de órbita verdadeiro para cada lua é: Fobos, sete horas e quarenta e nove minutos; Deimos, trinta horas e dezoito minutos.
Em um artigo na Persuit, a publicação da Sociedade de Investigação do Inexplicado, o ex-diretor Robert J. Durant escrever: "No quesito exatidão, Swift deixa algo a desejar, mas seus números são, de qualquer forma, bastante aproximados. Qualquer um da mesma época na história [daquela era da astronomia] dificilmente conseguiria apontar falhas em Swift".
É possível que exista um registro antigo, em algum lugar, documentando a órbita e a posição de cada lua de Marte. Sobre tudo o que está fora de nossos tempos, nosso conhecimento em história é terrivelmente incompleto; o que sabemos de nosso próprio passado distante são hipóteses criadas a partir de uma estrutura de crenças cuidadosamente cultivada. Podemos ter subido e caído, repetidamente, com cada civilização redescobrindo o conhecimento do passado. O sistema solar pode ter sido mapeado e explorado, e até mesmo colonizado, em eras anteriores. Evidências disso, se existiram, provavelmente seriam encontradas  em Marte, ou mesmo em um de seus pequenos satélites.

UFOs: o último grande segredo / Curt Sutherly. São Paulo, Universo dos Livros, 2009. p.85-87

Abra os charutos e a champanhe

Break out the cigars and champagne. É uma frase muito usada em países anglófonos para celebrar os bons acontecimentos.
Charutos e champanhe são símbolos de celebração para negócios bem conduzidos. É claro que esses símbolos seriam rejeitados por alguém que não goste de fumar e beber. Uma alternativa criativa é distribuir charutos de chocolate, afinal, quem não gosta de chocolate?
O verbo frasal (break out) refere-se à circunstância de que os charutos, sendo embalados em celofane (à exceção dos produzidos em Cuba), e as garrafas de champanhe, cujas rolhas são protegidas com papel alumínio, serão logo mais abertos. A fim de que o pai orgulhoso com o nascimento de um filho possa festejar com os amigos.


Um nordestino autêntico preferiria convidar os amigos para BB o mijo do BB.

Bom para o Dicionário Brasileiro de Frases.

07 julho, 2019

Insetos Faber

É como são designados os insetos 4, 6 e 8 da série fotografada por Pascal Goet para seu projeto Pareidolias.

8: "Faber". Pachyrrhynchus gloriosus.

O nome Faber é uma alusão a Peter Carl Fabergé que, entre 1855 e 1917, projetou e produziu com uma equipe de assistentes os chamados ovos de Fabergé. Essas obras-primas da joalheria eram encomendadas a Fabergé e oferecidas, por ocasião da Páscoa, aos membros da família imperial da Rússia.

Slideshow: CADA MÁSCARA É UM INSETO (link futuro)

Vídeo: O mundo dos besouros

Feira de Mangaio e Cantiga de Caicó. Versões eruditas

Peça sinfônica composta por Sivuca a partir de "Feira de Mangaio", baião composto por ele, Sivuca, e por sua esposa, Glorinha Gadêlha.
O que esta canção relata, por Haylane Rodrigues
Aqui interpretada por Sivuca (na sanfona) e pela Orquestra Sinfônica da Paraíba.



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A criação de música erudita com inspiração em popular foi muito usado por Villa-Lobos, como "Cantiga de Caicó" (Ô mana deixa eu ir) que era do domínio popular e o inspirou para uma das suas Bachianas.
Neste segundo vídeo, em magistral interpretação (voz e piano) de Ricardo Bacelar.


Bacelar: entre a ária e o árido

"Vento soprando sobre montanhas de pedras, num filme em preto e branco. Na sequência, as primeiras notas musicais e as cores surgindo. Assim começa o vídeo da canção “Oh Mana Deixa Eu Ir”, uma composição de Heitor Villa-Lobos, Milton Nascimento e Teca Calazans. A canção fala de sertão, de solitude. Nesse contexto entre o árido e o sensível, escolhemos como cenário os monólitos de Quixadá, em pleno sertão cearense." ~ Ricardo Bacelar, advogado e músico cearense

06 julho, 2019

Morre João Gilberto, ícone da bossa nova

"O Brasil precisa merecer a bossa nova."
~ Caetano Veloso
RIO - Responsável por uma revolução no modo de cantar e tocar violão, que mudou tudo na música brasileira, João Gilberto morreu neste sábado, 6, aos 88 anos. A causa da morte ainda não foi divulgada. Ele deixa três filhos, João Marcelo, Bebel e Luisa.
Natural de Juazeiro da Bahia. onde aprendeu a tocar violão em sua meninice, João Gilberto mudou-se para o Rio de Janeiro em 1950, disposto a ganhar o Brasil com seu violão e sua voz. Ganhou o mundo.
Grande e único. Graças a ele, a bossa nova se consolidou e a música brasileira teve portas abertas para conquistar seu lugar no mundo. A brilhante geração de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque não teria ido tão longe se não fosse a inspiração de "Chega de saudade", disco que João lançou em 1958.
Músico preciso e exigente, era conhecido por cobrar silêncio absoluto de suas plateias, tendo algumas vezes abandonado suas apresentações pelo meio, devido a ruídos no público ou problemas técnicos com o som. Ele tinha razão e direito. Sua música, delicada, só pode ser apreciada em sua inteireza com muita atenção.
Em 1965, o disco gravado por João com o saxofonista Stan Getz rendeu o Grammy de Álbum do Ano. Quais eram os adversários diretos na disputa? Os Rolling Stones e os Beatles.
Fez parte das vozes do Brasil moderno, do despertar nacional nas décadas de 1950 e 1960, e permanecerá  como um signo nacional reconhecido mundialmente.

Discografia de João

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Presidente da República homenageia João Gilberto
Quem viveu essa época, e mesmo quem não a viveu, não esquece a novidade de João Gilberto, nem o seu legado.
O cantor e compositor baiano que se instalou no Rio de Janeiro desencadeou uma revolução musical quando gravou, em 1958, «Chega de Saudade» e «Desafinado». A Bossa Nova, alegre e melancólica ao mesmo tempo, nasceu de uma vontade de, como disse João Gilberto, tirar os excessos, seguir o curso natural das coisas, dar as notas de modo a não prejudicar a poesia.
Uma voz baixa, um violão, uma batida e um sentimento poético-melódico ímpar deram à música popular brasileira um sucesso e um reconhecimento inéditos, concorrendo mesmo, na Europa e nos Estados Unidos, com os êxitos anglo-americanos das décadas do pós-guerra.
E ao lado de João Gilberto esteve toda uma geração de artistas excepcionais, como Tom Jobim e Vinicius de Moraes, enquanto inúmeros outros seguiram o caminho que ele desbravou, em 13 álbuns de originais, discos ao vivo, concertos e colaborações. «Uma vida dedicada a aperfeiçoar a perfeição», como resumiu um dos seus estudiosos.

O Presidente da República (de Portugal, claro) achou que JOÃO GILBERTO era muito mais do que «uma pessoa conhecida, meus sentimentos à família, tá OK».
Por isso, homenageou-o de verdade.