Na década de 1970, um pequeno grupo de astrônomos usou o primeiro protótipo do Concorde para acompanhar um eclipse total através do Saara.
Um eclipse solar, em 1973, deu às pessoas em uma faixa da Indonésia e do Pacífico Sul a chance de ver um generoso eclipse total de 4 minutos e 9 segundos: a visão imponente da lua cobrindo completamente o sol, transformando o dia em noite e oferecendo um raro vislumbre da coroa solar.
Mas, naquele ano, um pequeno grupo de astrônomos tinha uma arma secreta para ver o eclipse por um tempo ainda mais longo: um protótipo do Concorde capaz de seguir o eclipse com o dobro da velocidade do som.
O futuro avião de passageiros - desenvolvido em parceria entre os governos francês e britânico - voou pela primeira vez em 1969 e estava chegando ao fim de seu bem-sucedido programa de testes. Ele havia mostrado que o transporte supersônico de passageiros era possível e também provado ser mais fácil de manusear no ar e no solo do que havia sido teorizado.
Enquanto os engenheiros de aviação franceses e britânicos preparavam o Concorde para voos de passageiros, o mundo da astronomia se preparava para seu próprio marco: assistir ao mais longo eclipse solar total de sua vida, em 30 de junho de 1973. O eclipse prometia uma visão luxuosa em certo lugar do planeta, durando um máximo de 7 minutos e 4 segundos, quando a lua passasse sobre o deserto do Saara. Seria apenas 28 segundos a menos do maior eclipse possível na Terra. Nos séculos anteriores, houve apenas um eclipse maior que este, e não haveria mais um eclipse solar total até junho de 2150.
O plano parecia enganosamente simples. Em sua velocidade máxima, o Concorde desceria do norte e interceptaria a sombra da lua sobre o noroeste da África. Viajando quase na mesma velocidade, o Concorde essencialmente competiria com o eclipse solar através da superfície do planeta, dando aos astrônomos uma oportunidade sem precedentes para estudar os vários fenômenos possibilitados por um eclipse.
Ao todo, os pesquisadores observaram a totalidade do eclipse pelo tempo recorde de 74 minutos.
Em um único voo, o Concorde deu aos astrônomos mais tempo de observação do que todas as expedições anteriores do século passado - gerando três artigos na Nature e uma riqueza de novos dados.
"Todos os cinco experimentos foram bem-sucedidos, mas nenhum deles revolucionou nossa compreensão da coroa solar", diz de uma maneira honesta Pierre Léna, o idealizador da missão, sobre o impacto imediato do voo. "Todos eles desempenharam seu papel na progressão normal do conhecimento científico, mas não houve resultados extraordinários, tem que ser dito."
https://motherboard.vice.com/en_us/article/8q8qwk/the-concorde-and-the-longest-solar-eclipse
O Concorde azul
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