Por volta de 23 horas, o músico retornava, com sua esposa Yoko Ono, de um estúdio de gravação. Quando Lennon dava entrada em sua residência, o Edifício Dakota, em Nova Iorque, um homem de 25 anos chamado Mark David Chapman, que, no fim da tarde do mesmo dia, havia se encontrado com Lennon junto a fãs e obtido dele um autógrafo em uma capa do álbum do cantor chamado "Double Fantasy", sacou um revólver e efetuou cinco disparos contra Lennon.
As balas utilizadas foram projéteis de ponta côncava, os quais se expandem ao atingirem seu alvo, causando muito mais danos aos tecidos vivos do que as balas comuns. O porteiro do edifício desarmou Chapman, perguntando-lhe: "Você sabe o que fez?". Mark Chapman respondeu calmamente: "Sim, eu atirei em John Lennon." Chapman não tentou escapar, sentando-se na calçada e esperando a chegada da polícia. E Lennon foi levado em um carro policial até o Hospital Roosevelt, chegando lá em parada cardiorrespiratória e choque hipovolêmico, sem condições para ser reanimado e foi declarado morto.
O motivo do crime
Segundo Mark Chapman, que se considerava um cristão renascido, seu ódio a John Lennon originou-se das várias afirmações do cantor sobre Deus e religião. Ele era grande fã dos Beatles e tinha Lennon como ídolo, mas isto mudou quando Chapman começou a praticar seriamente a religião. Ao "renascer em Cristo", ele passou a abominar certas letras do compositor, em especial "God", música de 1970 em que Lennon afirma não crer em Jesus e na Bíblia, além de descrever Deus como "um conceito". Era algo que sempre o enfurecia, mesmo tendo sido o disco lançado pelo menos 10 anos antes.
A polêmica declaração de que os Beatles eram mais populares que Jesus, feita por Lennon em 1966, também o irritava profundamente. Ele a considerou uma blasfêmia, alegando que "não deveria haver ninguém mais popular que o Senhor Jesus Cristo".
E seu ódio a Lennon aumentou ainda mais quando este lançou a música "Imagine", em 1971, em que o cantor diz que se deve imaginar que o céu — no sentido metafísico — e o inferno não existem ("No hell below us, above us only sky"), o que contraria a doutrina de algumas religiões, principalmente a da seita evangélica que ele seguia.
Na hora de puxar o gatilho, disse Chapman, não havia dentro de si emoção nem raiva. Apenas um silêncio mortal em seu cérebro. Em outra entrevista, alegou ter ouvido uma voz misteriosa que lhe repetia: "Do it, do it, do it!" ("Faça isto!"), quando John passou por ele.
[WIKI, condensado]
O juiz sentenciou-o a vinte anos de prisão, com acompanhamento psiquiátrico durante todo o período de encarceramento. A Chapman foi dado cinco a menos do que a pena máxima prevista (de vinte e cinco anos) porque ele se declarou culpado de assassinato, evitando assim o tempo e a despesa de um julgamento prolongado. De 2000 a 2018, foi-lhe negada a condicional em dez audiências. Embora considerado que ele apresentava baixo risco de reincidir, o conselho de liberdade condicional em sua 10.ª audiência escreveu: "Você admitidamente planejou e executou o assassinato de uma pessoa mundialmente famosa por nenhuma outra razão além de ganhar notoriedade, e este fato continua sendo uma preocupação para nós".Ler também: A busca destrutiva da notoriedade
Nenhum comentário:
Postar um comentário