A tragédia de Mariana é o maior acidente da história em volume de material despejado por barragens de rejeitos de mineração. Os 62 milhões de metros cúbicos de lama que vazaram dos depósitos da Samarco, no dia 5 de novembro de 1915, representam uma quantidade duas vezes e meia maior que o segundo pior acidente do gênero, ocorrido em 4 de agosto de 2014, na mina canadense de Mount Polley, na Colúmbia Britânica.
Três anos de lama
Ontem, fez três anos que a barragem de Fundão se rompeu, varrendo do mapa o distrito de Bento Rodrigues, a 35 km do centro do município de Mariana (MG). A poluição de terrenos e rios ao longo de 600 quilômetros entre Mariana e o Oceano Atlântico, que se seguiu ao acidente, faz deste o maior acidente ambiental do Brasil.
Morreram 19 pessoas nesta tragédia. Muitas outras perderam seus bens e ficaram desabrigadas. O rompimento da barragem acarretou problemas para pelo menos 500 mil pessoas em Minas Gerais e Espírito Santo (Fonte: Ministério Público Federal).
Ao todo, 21 réus estão sendo julgados pelos crimes de inundação, desabamento, lesão corporal e homicídio com dolo eventual. Ninguém foi preso.
Na área foram encontradas níveis de sódio, oriundo do hidróxido de sódio (utilizado na separação do minério de ferro), até 20 vezes acima do padrão de solo da Mata Atlântica. Experimentos com fungos e bactérias podem ajudar no reflorestamento de 2.200 hectares da mata devastada pela lama. E abre-se a possibilidade de que essa mesma técnica possa também ajudar na recuperação de lavouras (centenas de fazendas e sítios foram atingidos pelo rompimento da barragem)..
As multas do Ibama somam 350 milhões de reais. Mas a empresa recorreu e ainda não pagou nenhuma. Das 28 multas aplicadas pelo governo do Estado de Minas, a empresa só começou a pagar uma delas (Fonte: TV Globo, Jornal Hoje).
Mariana (pela Samarco), Barcarena (pela Hydro) ...
Qual será o próximo local? Meu palpite: costa brasileira, na área do pré-sal.
Nenhum comentário:
Postar um comentário