No mundo todo, são cerca de 70 as populações até agora identificadas que se exprimem através de assobios, conferindo a essa forma de comunicação a complexidade de uma língua perfeitamente definida e acabada.
Julien Meyer, linguista da Universidade de Grenoble, dedicou muitos anos à tarefa de encontrá-las e estudá-las in loco. Um trabalho que revela muito sobre como o cérebro interpreta sons e palavras, e que poderia inclusive explicar como os seres humanos se comunicavam originalmente.
Os assobios chegam a distâncias bem mais longas do que os sons da língua falada, mesmo quando gritada. Em um ambiente aberto, os assobios podem ser ouvidos e entendidos a 8 quilômetros de distância. Esta é a razão pela qual a linguagem dos assobios com frequência é utilizada por comunidades isoladas de pastores de montanhas. Ela constitui o método perfeito para transmitir informações do começo ao fim dos vales.
Em La Gomera, uma das ilhas Canárias, existe uma população de "assobiadores" (foto) muito estudada que, com os assobios, elabora frases que possuem complexas regras de sintaxe. A língua se chama Silbo Gomero e é tão semelhante aos cantos dos pássaros, que os melros da ilha aprenderam a imitá-la.
Charles Darwin falava de uma protolinguagem musical. Com base nessa teoria, o ser humano teria começado a cantar antes de falar, talvez com vocalizações destinadas a cortejar os parceiros. Como fazem até hoje um grande número de espécies animais, com essa prática o homem primitivo assustava e intimidava os rivais, ressaltava a sua própria pessoa no seio da comunidade e consolidava os seus laços sociais.
Se essa teoria for válida, a linguagem dos assobios poderá ser considerada uma forma de protolinguagem.
Extraído de: A língua do assobio. Forma primitiva de comunicação ainda sobrevive. Equipe Oásis
A La Gomera me voy, Blog EM
LOUVOR AO ASSOVIO, Preblog
Nenhum comentário:
Postar um comentário