27 janeiro, 2019

Por que o espaguete não quebra pela metade?

por Matt Soniak
Se esta não é uma pergunta que você já fez a si próprio em uma noite da massa, faça um pequeno experimento comigo. Vá para a cozinha, pegue um fio de espaguete seco e, com uma mão em cada extremidade, dobre até que ele quebre. Se você pensou que ia resultar em dois pedaços limpos, e você está no meio da caixa e isso não aconteceu ainda, você não está sozinho.
Um fio de espaguete cru raramente quebra ao meio, e geralmente quebra em três ou mais pedaços, com vários pequenos pedaços voando do meio (meu recorde é sete). Além de confundir a pessoa comum na cozinha, a questão de por que e como isso acontece manteve (pelo menos duas) grandes mentes científicas acordadas à noite.
Felizmente para nós, os médicos Basile Audoly e Sébastien Neukirch, ambos da Universidade Pierre e Marie Curie em Paris, tiveram muito trabalho (e desperdiçaram muito macarrão) para encontrar uma resposta. Sua pesquisa foi publicada como "Fragmentação de hastes por rachaduras em cascata: por que espaguete não quebra ao meio", em Physical Review Letters (Volume 95, n º 9, 26 de agosto de 2005).
Depois de quebrar o fio de espaguete (eles usaram Barilla, caso você esteja se perguntando), captando imagens de alta velocidade do processo e aplicando a equação de Kirchhoff (que se relaciona com a forma como as ondas viajam através de um objeto sob tensão), eles concluíram que a fragmentação do espaguete é causada pelas ondas flexurais que atravessam a massa após o intervalo inicial. Uma vez que o espaguete é dobrado até um ponto crítico, ele quebra. Isso faz com que uma onda de flexão percorra cada uma das peças resultantes antes que elas tenham tempo de relaxar da tensão e endireitar-se. A onda faz com que essas peças se curvem mais, o que leva a mais quebras.



Audoly e Neukirch referem-se a toda essa provação como um "mecanismo de fratura em cascata", o que faz uma noite de espaguete soar bem excitante.
Why Doesn't Spaghetti Break in Half?, MENTAL FLOSS
PS - Um rumor anedótico diz que o físico Richard Feynman (guarde este nome) ponderou se tratar de uma questão sem solução.

+ ESTUDOS
Uma demonstração de como fazer um gato flutuar com a utilização de duas leis que se contrariam.

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