Desde os 8 anos, por sua origem humilde, Celestino teve de trabalhar como sapateiro, vendedor de peixe, jornaleiro e, já rapaz, chefe de seção numa indústria de calçados.
Começou cantando para conhecidos em festas e serenatas e era fã de Enrico Caruso. Estreou profissionalmente cantando no teatro São José a valsa "Flor do Mal", de Santos Coelho e Domingos Corrêa. Ao gravá-la em 1915, em um histórico 76 rpm da Casa Edison (número 121052), esta canção vendeu milhares de discos. [https://youtu.be/CCiTQsQEuLk]
Casou-se, em 1933, com a cantora e atriz Gilda de Abreu.
Em 1946, foi lançado o filme "O Ébrio", baseado em canção de sua autoria , com a direção de Gilda de Abreu, e com ele no papel principal obtendo recordes de bilheteria. [https://youtu.be/BFOO-HFoMSg]
Além de "O Ébrio"(1936), outras músicas autorais de Vicente Celestino obtiveram grande sucesso, dentre elas:
Coração Materno (1937) [https://youtu.be/I_03HjYehYE]
Patativa (1937) [https://youtu.be/NvmnrG0VlLw]
Mia Gioconda (1946) [https://youtu.be/56m-JkqMFXM]
Porta Aberta (1946) [https://youtu.be/y7cQ98sziP8]
Cantor que lançou um estilo caracterizado pelo romantismo exacerbado, comovendo e arrebatando um grande público durante a primeira metade do século 20, através do teatro, dos discos e do cinema nacional, Celestino passaria incólume por todas as fases e modismos. Mesmo quando, no final dos anos 50, fiel ao seu estilo, gravou "Ontem ao luar", "Conceição", "Nono Mandamento" e "Se Todos Fossem Iguais a Você".
Seu eterno arrebatamento, paixão e inigualável voz de tenor, fizeram com que o povo o elegesse como "A Voz Orgulho do Brasil".
No dia 23 de agosto de 1968, quando se preparava para gravar um programa de televisão, onde seria homenageado pelo Movimento Tropicalista, Vicente Celestino passou mal no quarto do Hotel Normandie, em São Paulo, falecendo logo em seguida.
Eis alguns trechos copidescados de uma reportagem do "Jornal da Tarde":
Na porta da gafieira "Som de Cristal", na rua Rego Freitas (São Paulo-SP), o movimento era grande. Lá dentro, o salão estava cheio - mais de 2.000 pessoas. Ramos de coqueiros enfeitavam o salão. Por todas as paredes muitas faixas com frases, algumas incompletas.
Era a gravação do primeiro programa "Tropicália ou Panis et Circenses", de Gilberto Gil e Caetano Veloso.
Quando correu a notícia de que Vicente Celestino, que também ia se apresentar no programa (ele tinha ensaiado uma música para cantar na festa.), tinha morrido. "Isso é boato para tornar mais animada a festa. Aposto como ele na hora aparece aí", comentou uma mulher.
Passava de meia-noite, quando anunciaram que Vicente Celestino tinha mesmo morrido. Os apresentadores ficaram na dúvida se fariam o show, mas sabendo que, se o cantor estivesse vivo, a opinião dele seria a de que fizessem, decidiram fazer.
Gil e Caetano sobem ao palco.
Outros cantores continuam: Nara, Os Mutantes, de novo Caetano, Dalva de Oliveira, Linda e
Dircinha Batista. Araci de Almeida canta músicas de Noel.
Em um momento de pausa, Chacrinha começa a cantar uma música de Caetano e conversa com o cantor. Depois, é a vez de Maria Bethânia.
Todos os cantores agora estão juntos, de frente para as câmaras de televisão. Abraçados, cantam e dançam "Bat Macumba", de Gil. O público também canta e aplaude. A festa está chegando ao fim.
http://dicionariompb.com.br/vicente-celestino
https://pt.wikipedia.org/wiki/Vicente_Celestino
http://tropicalia.com.br/v1/site/internas/report_depois.php
Vídeo
Áudio 1: "Rasguei o teu Retrato", 1935, composição Cândido das Neves "Índio", interpretação de Vicente Celestino, com Orquestra Victor Brasileira, gravadora Victor, lado B, 78 rpm. Com cenas do Cinema.
Áudio 2: Fragmento da mesma canção tango, interpretação do cantor/compositor cearense Ednardo, 1978, gravadora WEA BR.
Acervo e produção criativa: Rádio Educativa Mensagem - radiosantos (REM).
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