Paulo Soledade (1919 – 1999), compositor, era paranaense de Paranaguá. Dentre as suas composições musicais, destaca-se
Estão Voltando as Flores (vê, estão voltando as flores / vê, nessa manhã tão linda), considerada por Luís Nassif um hino à esperança. Paulo Soledade fez esta música após receber a notícia de que estava recuperado (de uma doença em que já fora dado como desenganado).
Dele pode-se dizer que teve uma existência interessante, dessas de tirar o fôlego de um cristão.
Atuou no teatro ao lado do grande Ziembinski; fundou com Carlinhos Niemeyer, Sérgio Porto, Ibrahim Sued e Heleno de Freitas, e outros companheiros de boêmia, o
Clube dos Cafajestes (do qual compôs o hino); fez curso de caça nos EUA em 1942, onde recebeu a patente de oficial da Força Aérea norte-americana; no Brasil, por algum tempo foi piloto da aviação civil, da qual saiu por motivo de doença; foi repórter do jornal
A Noite; e montou no Rio, em 1961, a casa noturna
Zum Zum.
A boate
Zum Zum foi um marco na história da bossanova. Em seu palco, apresentavam-se os ícones da MPB dos anos 60, em shows produzidos por Aloysio de Oliveira.
Além da já citada
Estão Voltando as Flores, são também canções de Paulo Soledade:
Com Marino Pinto,
Estrela do Mar (um pequenino grão de areia / que era um pobre sonhador), um grande sucesso na voz de Dalva de Oliveira, e
Calúnia.
Com Fernando Lobo,
Zum Zum (oi zum zum zum zum zum zum / está faltando um), em homenagem a um companheiro da Aeronáutica que falecera, e
Já é Noite.
Com Vinicius de Morais,
Poema dos Olhos da Amada (ó minha amada que olhos os teus / são cais noturnos, cheios de adeus) e várias composições de cunho infantil que foram gravadas nos discos
Arca de Noé 1 e 2.
Com Antonio Maria,
Insensato Coração.
Com Tom Jobim,
Sonho Desfeito.
Etc.
Agora, falta apenas dizer o nome completo do compositor:
Paulo Gurgel Valente do Amaral Soledade.
Taí, gostei.
Em áudio,
Estão Voltando as Flores, por Emílio Santiago e por Dalva de Oliveira. Arquivos musicais para escutar e baixar no
www.4shared.com.
Em vídeo,
Poema dos Olhos da Amada, por Taiguara e por Vinicius. Abaixo.