Meu pai, com toda a segurança, passou, então a outro jogo com a arma: colocou uma bala só no tambor, aí ficava girando-o rapidamente, várias vezes. Parava e atirava, às vezes mirando nele mesmo, às vezes em mim. Sempre dava "clic", sem nenhum disparo. Claro, a probabilidade era de 1 pra 6 a favor do clic!
Enquanto isso, mamãe seguia na cozinha, agora com o liquidificador ligado, colocando o azeite para completar a maionese, segundo a receita de tia Cotinha. Papai rodou o tambor e… mais um clic, divertido, relaxado.
Mas, naquele momento, a tensão com o fio de azeite e o movimento da hélice do liquidificador desconcentraram mamãe; mais do que isso, a desorientaram e a fizeram perder o equilíbrio. A tragédia foi inevitável. Ela caiu dentro do liquidificador e se liquefez.
Nem deu tempo de papai puxar o gatilho uma última vez. Uma tragédia perder mamãe assim.
Desde então, eu prometi a mim mesmo: "Ou denuncio o perigo dos liquidificadores ou não me chamo Onyx Lorenzoni!"
Texto de Jayme Serva, Blue Bus
HAVE GUN
No Preblog: ARMA QUENTE - 1 e ARMA QUENTE - 2
Nenhum comentário:
Postar um comentário