08 fevereiro, 2019

Somos espaços vazios

Alan Lightman, um dos escritores científicos mais poéticos do nosso tempo, molda a concepção antiga da matéria como um vaso para a ilusão do absoluto:
Os átomos eram a unidade final do mundo material. Perfeitos em sua indivisibilidade, perfeitos em sua integridade e indestrutibilidade. Os átomos eram a personificação da verdade absoluta. Átomos, junto com estrelas, eram os ícones materiais dos Absolutos.
O "núcleo duro" no centro de cada átomo, o núcleo atômico, é cem mil vezes menor que o átomo como um todo. Para usar uma analogia, se um átomo tivesse o tamanho do Fenway Park, o estádio do Boston Red Sox, seu denso núcleo central seria do tamanho de um grão de mostarda, com os elétrons graciosamente orbitando nas arquibancadas externas.
De fato, 99,9999999999999 por cento do volume de um átomo é um espaço vazio, exceto pela névoa de elétrons quase sem peso. Já que nós e tudo o mais somos feitos de átomos, somos principalmente espaços vazios. Esse vasto vazio é talvez a consequência mais inquietante de dividir o indivisível.
(https://www.brainpickings.org/2018/09/19/alan-lightman-searching-for-stars/)

A poeira das estrelas

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