08 abril, 2018

A birrefringência apresentada por cristais

Em 1669, o médico e físico dinamarquês Erasmus Bartholin (1625-1698) observou que as imagens vistas através do feldspato islandês (calcita) foram duplicadas e que, quando o cristal foi girado, uma imagem permaneceu estacionária enquanto a outra girava com a movimentação do cristal. Esse comportamento de dupla refração da luz (birrefringência) não poderia ser explicado pelas teorias ópticas da época criadas por Isaac Newton.
A birrefringência é a formação de dupla refração apresentada por certos cristais, a qual está intimamente relacionada com a velocidade e a direção de propagação da luz.



Sílica e silicose
Ao exame microscópico do tecido pulmonar sob a luz polarizada, pequenas partículas birrefringentes são frequentemente vistas em nódulos silicóticos. (Silva, PGC. Diagnóstico da silicose. Scribd, 2006. Slide 22). Sua presença ajuda a confirmar o diagnóstico, mas podem estar ausentes, e não são específicas da silicose. As partículas depositadas no tecido pulmonar são muito pequenas, o que dificulta sua caracterização por este tipo de iluminação. Além deste aspecto, a sílica apresenta fraca birrefringência, semelhante ao colágeno, exibindo uma aparência branca e irregular, de difícil visualização. Partículas fortemente birrefringentes, visualizadas em tecido com silicose, podem representar silicatos ou cristais com elevado conteúdo de cálcio. A certeza de tratar-se de sílica só é possível através da microscopia com o emprego de outros métodos, como a difração de raios X.
Níveis de birrefringência de alguns minerais
- fraca: quartzo, apatita
- moderada: augita, cianita
- forte: zircão, talco
- muito forte; calcita
- extrema: rutilo

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