02 novembro, 2013

R.I.P.

Carta do bispo de Chelmsford, datada de 3 de fevereiro de 1923, que ficou para os tempos:
Senhor,
Eu me pergunto como muitos de nós, nascidos e criados na era vitoriana, gostaríamos de pensar que, no ano de 5923, por exemplo, o túmulo da rainha Vitória seria violado por um grupo de estrangeiros que, após vasculhar o seu conteúdo, levasse o corpo dessa grande rainha do mausoléu em que foi colocado e, em meio à dor de todo o povo, exibisse-o para toda gente que quisesse vê-lo?
A questão de saber se tal tratamento, que consideraríamos indecoroso no caso da grande rainha inglesa, não é também indecoroso no caso do rei Tutancâmon?
Não, eu não esqueço o grande valor histórico que pode trazer o exame da coleção de joias, móveis, e, acima de tudo, dos papiros descobertos na tumba, e eu percebo que amplos interesses podem justificar a sua investigação completa e até mesmo, em casos especiais, a sua remoção temporária. Mas, em qualquer caso, eu protesto firmemente contra a remoção do corpo do rei a partir do local onde tem descansado durante milhares de anos. Tal remoção faz fronteira com a indecência e fere todo o sentimento cristão sobre a sacralidade dos locais de sepultamento dos mortos.
JE Chelmsford

Futility Closet

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