Junto com a arte e o amor, a vida é um desses conceitos que atormentam o que buscam uma definição para ela. Os filósofos tendem a considerar a questão como científica; os cientistas, como filosófica. Linus Pauling observou "que é mais fácil estudar o assunto do que defini-lo" e JBS Haldane também observou "que nenhuma definição irá cobrir a sua variedade infinita e auto-contraditória".
Definições clássicas da vida geralmente se referem a características estruturais, crescimento, reprodução, metabolismo, movimento contra a força, resposta a estímulos, capacidade de evolução e conteúdos de informação e transferência. Mas as definições construídas sobre estes elementos são propensas a exceções. O fogo, por exemplo, cresce, move-se, metaboliza, reproduz, e responde a estímulos, mas é "não-vivo." As economias de livre mercado e a internet, que também evoluem, armazenam representações de si mesmos e se comportam "propositalmente", idem.
Se olharmos ao nosso redor será difícil encontrar uma propriedade única para a vida e, mesmo se pudéssemos encontrá-la, nossas observações estariam limitadas à biosfera da Terra, um pequeno ambiente, tênue como um filme de água sobre uma bola de basquete. Mas, se expandirmos a nossa lista para agregar propriedades abstratas, tais como a resistência à entropia, então correremos o risco de incluir fenômenos estranhos que, intuitivamente, talvez não considerássemos como vida.
É possível que a resposta seja mais poética. "A meu ver, a grande e marcante característica dos seres vivos é... que eles têm necessidades contínuas, aliás, necessidades complexas", escreveu o botânico Donald C. Peattie, em 1935. "Eu não posso conceber como se possa dizer, a respeito de um sistema morto organizado como um cristal, que ele precise de alguma coisa. Mas uma criatura viva, mesmo quando ela se afunda na meia-morte de uma hibernação, como uma semente enterrada na aridez da Mongólia e que aguarda uma chuva por dois mil anos, ainda tem necessidades enquanto vida houver nela".
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