30 setembro, 2013

O "Bolsa Família" estadunidense

Os EUA também têm o seu “Bolsa Família”.
Lá, é o SNAP - Supplemental Nutrition Assistance Program - que ajuda 40 milhões de americanos de baixa renda a se alimentarem, no mesmo esquema de cartão magnético do nosso aqui, com a diferença que o benefício não pode ser sacado, mas utilizado eletronicamente nas lojas cadastradas, o que é fácil frente ao uso de computadores generalizados em todo o comércio do país. Ele, aliás, substitui os antigos “food stamps”, tíquetes de alimentação que existem há décadas nos EUA.
Lá, como cá, o conservadorismo ataca o SNAP, dizendo que ele “ensina a não trabalhar”, acomodando as pessoas.
É triste ver que a mediocridade é universal e que, não importa o país, a "elite" sempre se parece em crueldade.
Contra isso, e para analisar os benefícios do “Bolsa Família” gringo, o economista Paul Krugman, professor da Universidade de Princeton (EUA) e Prêmio Nobel de Economia (2008), escreveu recentemente um artigo, publicado no The New York Times.

A matéria merece alguns complementos estatísticos:
Segundo informações oficiais, o programa atingiu em 2012 um total de 46,60 milhões de norte-americanos, e custou US$ 78,44 bilhões. Em reais, usando o câmbio médio dos últimos dias, em R$ 2,2, este valor corresponde a R$ 172 bilhões. O programa paga de US$ 100 a US$ 600 por pessoa (o valor médio é de US$ 133,41, ou R$ 293,00). .
Para efeito de comparação: o Programa Bolsa Família (PBF) beneficiou, no mês de setembro de 2013, 13,8 milhões de famílias, que receberam benefícios com valor médio de R$ 152,35. O orçamento federal para o programa em 2013 é de R$ 23,18 bilhões.
Ou seja, mesmo com o aumento de 60% dos gastos públicos com o Bolsa Família em 2013, o governo norte-americano gasta com o seu principal programa de assistência social um valor sete vezes superior ao Bolsa Família.
Miguel do Rosário, O Cafezinho

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