Em suas 399 páginas, o livro compila os escândalos públicos e privados dos oito anos de governo de Fernando Henrique Cardoso, com destaque especial para a compra de votos que viabilizou a aprovação no Congresso Nacional, em 1997, da emenda constitucional que garantiu a reeleição de FHC no ano seguinte.
Pela primeira vez, o ex-deputado pelo PP do Acre e hoje influente empresário Narciso Mendes admite ser o "Senhor X", personagem criado pelo jornalista Fernando Rodrigues, da "Folha de S. Paulo", na série histórica de reportagens que revelou o esquema de compra de votos capitaneado pelo ex-ministro da Comunicação Sérgio Mota.
A identidade secreta do "Senhor X" era há algum tempo um "segredo de polichinelo", segundo o próprio Dória. A novidade é que Narciso assumiu a autoria das gravações com os três ex-deputados acreanos que admitiram ter recebido R$ 200 mil cada para votar a favor da reeleição e embasaram a série de reportagens da "Folha".
A compra de votos para a reeleição de FHC, no entanto, ocupa apenas dois capítulos, isto é, pouco mais de 30 páginas do livro.
Dória traz detalhes e depoimentos inéditos sobre o relacionamento do ex-presidente com a jornalista Miriam Dutra, a operação midiática para abafar o caso, a construção da candidatura, os negócios suspeitos de Paulo Henrique Cardoso, as denúncias de caixa dois das campanhas, a montagem do Instituto Fernando Henrique Cardoso na sede do antigo Automóvel Club de São Paulo, os acordos do tucano com a Casa Branca e, principalmente, as privatizações.
Neste ponto, o livro remete à "Privataria Tucana", de Amaury Ribeiro Jr., publicado pela mesma Geração Editorial em 2011 e citado no prefácio de "O Príncipe da Privataria".
A principal diferença é que enquanto "Privataria Tucana" focava no ex-governador José Serra, os protagonistas do livro de Dória são Sérgio Mota e o próprio FHC.
Fonte: Último Segundo, por Ricardo Galhardo
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