16 maio, 2021

A fotografia post-mortem


Na Inglaterra vitoriana, entre os anos de 1837 e 1901, a morte se apresentava à vista de todos de muitas maneiras particulares, e acredita-se que o costume de retratar os entes queridos mortos teve início quando a Rainha Vitória pediu para que um familiar, recentemente falecido, fosse fotografado, de modo a preservar uma lembrança.
Os trabalhos eram concebidos com engenho e arte para conservar uma imagem natural dos que deixavam este mundo. Estruturas de madeira e metal eram especialmente confeccionadas e posicionadas para sustentar os corpos eretos, sentados ou em pé, em poses que simulavam as atitudes e gestos dos vivos.
Muitas vezes, a única fotografia de uma pessoa, era justamente aquela tirada após sua morte. Ou, quando outras opções aconteciam, era a melhor. (*) 
Fotos convencionais eram um luxo para bem poucos, mas a fotografia post-mortem era considerada necessária. As famílias acreditavam que manter a imagem do ente querido facilitava, à sua alma, viver eternamente.

(*) Desde que bem posicionados, mortos não se mexem.

Nenhum comentário: