19 junho, 2013

Protestos nas grandes cidades brasileiras

Recebi ontem estes dois textos. Seus autores apresentam pontos de vista divergentes sobre as motivações das ondas de protestos que assolam atualmente o país. Acrescentei uma linha órfã.
1. Considerações sobre os protestos
Amigos,
Esta imagem, extraída do Blog do Juca Kfouri, é a cara da insatisfação que assola o povo brasileiro e deveria ganhar um Prêmio Esso de Fotografia pela arte, pela contemporaneidade e síntese jornalística.
Sou a favor das duas Copas. Logo eu, apaixonado por futebol, ex-atleta esforçado, torcedor fanático... Não poderia ser contra.
Mas, ao ver os protestos, estou parando para pensar, também, um pouquinho como eles: e a educação? E a saúde? E a fome que ainda assola milhões de brasileiros? Aqui no Nordeste, então, é brincadeira.
Enquanto isso, o ganho com as Copas vai quase todo para a FIFA. O que sobra alimenta empreiteiras, "educa" empresários e políticos na fina arte da corrupção. E o pequeno ganho do vendedor de bandeiras, de sorvetes e de churrasquinho dura 15 dias. E a vida depois? Mais miséria, que a ganância dos (ir)responsáveis é incapaz de resolver.
Desculpem o protesto, tenho que fazer a minha parte também. Que venha a Copa, estarei lá, o Brasil precisa, também, de se impor aos olhos do mundo como nação competente e organizada.
Mas, cuidado pessoal! As passeatas podem ser a quebra do silêncio do "povo marcado". Podem avançar num crescendo ensurdecedor, até que os dirigentes destapem os ouvidos. E criem vergonha na cara!!!
José Afrânio de Oliveira Bizarria, de Fortaleza
2. Não se iludam
Eles odeiam o Bolsa Família, o programa de cotas em universidade, o Minha Casa, Minha Vida, bem como qualquer programa governamental de inclusão social.
Não andam de ônibus, não utilizam os serviços do SUS, moram em condomínios fechados e têm segurança 24 horas.
Mas andam com um medo terrível desse negócio de Copa do Mundo dar certo. E o Brasil sair ganhando com isso.
Isso acontece apenas no Patropi ou alguém já viu em outro lugar do Mundo?
Fernando Gurgel Filho, de Brasília
3. Entre aspas
"As pessoas enlouquecem rapidamente e em bandos. Mas recuperam a lucidez lentamente e um a um."

20/06/2013 - Atualizando a postagem com um comentário
De subsídio em subsídio a economia vai se desorganizando. A composição dos preços fica à mercê dos grupos de pressão, populares ou empresariais. O calendário eleitoral se impõe sobre a lógica econômica. As ruas vão pedir agora transporte gratuito para todos e em seguida outras gratuidades.
Como a aritmética é invencível, chegará a hora de cobrar o seu preço com juros e muito sofrimento para todos.
Contudo, sou otimista. Ainda resta o suicídio!
Nelson José Cunha, de João Monlevade - MG

2 comentários:

Fernando Gurgel disse...

Tem muito estrangeiro que não está enteindeindo nada, mas está adoooooorando. Afinal de contas, querem a próxima Copa do Mundo em seus países. Claro. E aplaudirão de pé. Claro. Nosotros, se a Copa for lá, aplaudiremos de pé, de joelhos, plantando bananeiras, rodando no casco do cocoruto... Claro. Claríssimo. Aqui não. Claro. Se fosse em maiame, talvez. Claro.

Nelson Cunha disse...

De subsídio em subsídio a economia vai se desorganizando. A composição dos preços fica à mercê dos grupos de pressão, populares ou empresariais. O calendário eleitoral se impõe sobre a lógica econômica. As ruas vão pedir agora transporte gratuito para todos e em seguida outras gratuidades.
Como a aritmética é invencível, chegará a hora de cobrar o seu preço com juros e muito sofrimento para todos.
Contudo, sou otimista. Aínda resta o suicídio!