08 junho, 2013

Cotistas da UnB

Ana Pompeu, Correio Braziliense, edição de 07/06/2013
Alunos cotistas da UnB provam mérito e põem abaixo mitos de críticos
Não fossem as cotas raciais, a Universidade de Brasília (UnB) teria 71,5% menos negros no quadro de estudantes na última década. Quem esteve no seminário “10 Anos de Cotas na UnB: memória e reflexão” considera o número representativo. Para eles, é a prova de que a política afirmativa da instituição deu certo e vem incluindo uma parcela discriminada e excluída do ensino superior. Além disso, os bons resultados apresentados pelos cotistas põem abaixo alguns mitos levantados pelos críticos da ação. Entre eles, havia questionamentos sobre a queda do nível da universidade com o ingresso de estudantes por meio de cotas. O tempo provou, no entanto, que o desempenho deles, comparado ao do sistema universal, não teve diferença significativa. Em 2009, chegou a ser superior. A média do índice de rendimento acadêmico (IRA) ficou em 3,1 para os cotistas, enquanto os demais estudantes alcançaram 2,9.
[...]
"A função das cotas raciais é deixar de existir assim que a discriminação reduzir ou acabar. O papel da sociedade é trabalhar para que isso aconteça o mais rápido possível" - Natália Machado (foto)

(repassada por Fernando Gurgel Filho)

4 comentários:

Nelson Cunha disse...

Essa é uma nova polêmica. Há estudos que dizem exatamente o contrário.

http://www.proac.uff.br/cede/sites/default/files/TD73.pdf

Eu sou contra o sistema de cotas, exceto para os deficientes físicos.Devemos insistir na melhoria do ensino público mesmo que para isso seja necessário bolsa para estudante pobre. Sem considerações raciais, porque aqui já é outra polêmica.

Paulo Gurgel disse...

Eu sou a favor de um sistema de cotas que aumente as oportunidades de acesso ao ensino superior daqueles que são socialmente desfavorecidos.
Essa medida, além de mais objetivamente aplicável, abrangeria em seu arco de benefícios os negros, os índios e os brancos pobres.
Mutatis mutandis, também defendo políticas afirmativas (não corruptas) para o Norte e o Nordeste brasileiro. O Brasil jamais será uma grande Nação enquanto essas regiões estiverem marginalizadas da prosperidade geral.

Nelson Cunha disse...

Sou francamente favorável a toda política que corrija desigualdades. O que me incomoda é preterir um aluno melhor classificado em nome da reparação de injustiças históricas. O mérito pessoal é para mim um valor absoluto e ,portanto, inviolável.
Houvesse uma forma conciliadora, eu seria favorável ao " cotismo" .

Paulo Gurgel disse...

O tempo dissolvendo as iniquidades é que acabará com o sistema de cotas.
PS
Ninguém se queixou quando, no século XX, foi criado no Brasil um sistema de cotas para as mulheres. Compondo a maior parte do eleitorado, ainda assim elas necessitaram de uma lei específica para que fossem 20 por cento dos candidatos de um partido nas eleições proporcionais.