16 fevereiro, 2021

Quando o carnaval era o entrudo

"Scène de Carnaval", comemoração do entrudo popular nas ruas brasileiras, de Jean-Baptiste Debret, 1834

No Brasil, a introdução da festa do carnaval ocorreu em meados do século XVI, por volta de 1641, trazida pelos portugueses durante a colonização brasileira. O entrudo, como era conhecida a prática de brincadeiras e folguedos, era realizado inicialmente na cidade do Rio de Janeiro. Desde o início, a comemoração contava com a participação de famílias brancas, como também de escravos. O Prof. Luiz Felipe Ferreira, em seu livro "O livro de ouro do carnaval brasileiro" (Ediouro, 2004) esclarece que existiam, no Rio de Janeiro do início do século XIX, duas grandes categorias de entrudo: o entrudo familiar e o entrudo popular. O entrudo familiar era realizado dentro das casas e, por isso mesmo, era mais "delicado". Geralmente, jogavam-se limões de cheiro em quem festejava (pequenas bolas de cera recheadas de águas perfumadas característica do carnaval da Rio de Janeiro). Já o entrudo popular, realizado nas ruas, era mais violento e grosseiro. Eram lançados quaisquer tipos de pós ou líquidos nos festejantes (inclusive urina e fezes).
http://cocada-preta.blogspot.com/2012/01/origem-do-carnaval.html

No Brasil, o carnaval "evoluiu": do entrudo até o mela-mela. Passando pelo corso, papangus, desfiles no sambódromos, bailes de máscaras, trios elétricos e o Galo da Madrugada. No Ceará, faltou esta parte do meio.
Fiz esta reflexão em 2007. Veio a pandemia e passou o rodo.

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