por Fernando Gurgel Filho
O País está assim por culpa de quem ousou implantar políticas públicas de inclusão e justiça social nas barbas do obscurantismo nacional reinante. Isso não se faz impunemente. Ainda mais considerando que a nossa douta classe média, com diploma universitário, Mestrado ou Doutorado, é analfabeta funcional. Não sabe distinguir políticas públicas e justiça social de ideologias que também não sabem sequer o que sejam, misturando tudo como lunáticos dentro de um hospício. Ou, melhor ainda, como "O Alienista", do genial Machado de Assis.Apenas um pequeno exemplo:
Domingo passado, estava em um aniversário e fui apresentado a um amigo do dono da casa. Este apresentou-se como Economista de uma determinada instituição estatal. Papo vai, papo vem, ele começou a elogiar a condução da economia do que passou a chamar de "governo atual". Ingênuo, perguntei: "Que condução? O País está sem rumo!". O nosso Economista começou a justificar, a gesticular e a babar. Saí de perto e fui tomar minha cervejinha junto aos meus amigos que estavam presentes na festa. Mais divertido e mais saudável.
Mas, minha sina é ser escolhido para discutir - diga-se de passagem, ouvir, pois essa "tchurma" só quer "discutir" - com pessoas que veem apenas um lado da discussão, o delas. Então, de vez em quando, lá vinha o tal Economista a me encher a paciência. Em uma dessas investidas, tive a oportunidade de elogiar alguns países, como a Dinamarca e o Canadá, tentando mostrar ao Economista como esses países tinham uma qualidade de vida excelente. E ele concordou com tudo. Porém, plunct, plact, zum... Quando falei da quase igualdade de renda nesses países, quase apanhei. E não é força de expressão, não. O nosso Economista, de dedo espetado em meu espantado focinho, babando e com cara de boneco assassino, quase gritou: "Isso é mentira! Esses países nunca foram COMUNISTAS!". Pausa pequena... E o dedinho quase no meu nariz: "Entendeu? Nunnnnca foram COMUNISTAS!".
Não, não entendi. Nem falei de comunismo! Falei apenas em sociedades mais justas e socialmente muito melhores e mais seguras que a nossa.
O fato é que nem tentei explicar-lhe o que seria aquilo que ele chama - grita - de COMUNISMO. Dei-lhe um tapinha amistoso - como se faz com um cachorrinho, acalmando-o -, dando a entender que não queria mais conversa. Ainda bem que, daí em diante, o tal Economista foi parar bem longe de mim.
Concluindo:
Se uma pessoa que se diz Economista é totalmente analfabeta em matéria de economia, imagina o resto da população que, mesmo com Mestrado/Doutorado, sofre de analfabetismo funcional em tudo que diz respeito ao País.
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