O Event Horizon 'Scope (Telescópio do Horizonte de Eventos) é uma colaboração internacional criada com o objetivo de capturar a primeira imagem de um buraco negro por meio de um telescópio do tamanho da Terra. A equipe de @ehtelescope construiu este telescópio virtual ligando pratos de rádio ao redor do mundo. Em abril de 2017, todos eles giraram para olhar para o buraco negro supermassivo no centro de Messier 87, uma galáxia na constelação de Virgem.
Esta é a primeira imagem direta de um buraco negro através do Telescópio do Horizonte de Eventos.
Criar esta imagem requer mais dados do que qualquer outro experimento científico na história da humanidade.
Como eles fizeram isso?
Até hoje a maioria das medições de buracos negros tem sido de forma indireta.
No meio de galáxias, estrelas parecem girar em torno de algo - algo que exerce um tremendo poder de atração.
Os cientistas previram que essa coisa seria um buraco negro.
Os astrônomos também viram enormes jatos de matéria provenientes dos centros de galáxias.
Às vezes, eles são muito maiores do que as próprias galáxias.
Os cientistas também previram que a única coisa que tem força suficiente para gerar este efeito são os buracos negros.
Ondas gravitacionais descobertas pelo Observatório Ligo, em 2015, forneceram a evidência mais direta dos buracos negros.
Mas a descoberta das ondas gravitacionais era uma espécie de segredo do buraco negro.
Os cientistas queriam ver isso.
Mas como você tira uma foto de um objeto preto em um fundo preto?
A resposta é: luz de fundo.
O material deve emitir radiação à medida que as temperaturas sobem ao girar na borda do buraco negro no horizonte de eventos.
Com um telescópio suficientemente grande, os cientistas seriam capazes de usar essa radiação como pano de fundo para ver uma silhueta do próprio buraco negro.
Mas era difícil.
Embora o buraco negro seja enorme e produza efeitos ao nível da galáxia.
No entanto, era muito difícil obter uma imagem com precisão suficiente.
Eles precisavam de um telescópio do tamanho da Terra, o que é obviamente impossível.
Eles começaram a trabalhar com o Telescópio do Horizonte de Eventos.
O que, na verdade, não é um único telescópio, mas uma rede de oito observatórios.
Espalhados ao redor do mundo - do Havaí à Antártida.
Cada observatório fornece um pequeno pedaço do quebra-cabeça.
Fazendo leituras frequentes com a Terra em rotação, eles podem capturar mais ângulos em cada telescópio.
Depois de ter peças suficientes do quebra-cabeça, algoritmos (*) podem preencher as lacunas e construir a imagem inteira.
Esse processo é chamado de interferometria.
Todas as noites cada observatório coletou a mesma quantidade de dados que o Grande Colisor Hadron dentro de um ano.
Levou dois anos para reuni-los.
Nesta foto podemos ver pela primeira vez um buraco negro. Mas é mais do que uma foto.
Ela fornece uma réplica para testes precisos com a relatividade geral.
E o que mais?
O que há por trás do horizonte de eventos, onde as leis da física desaparecem e não funcionam como as conhecemos.
É a primeira imagem direta de um buraco negro.
Na codificação de seus pixels pode haver respostas para perguntas sobre o universo inteiro.
(*) Três anos atrás, Katie Bouman, uma estudante de pós-graduação do MIT criou o algoritmo que possibilitou obter a primeira imagem (direta) de um buraco negro.
Ontem, essa imagem foi liberada.
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