31 agosto, 2018

Cacá Diegues: novo membro da ABL

O cineasta Carlos José Fontes Diegues, conhecido como Cacá Diegues, foi eleito ontem (30) para ocupar a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras, que pertenceu ao também cineasta Nelson Pereira dos Santos, morto em abril deste ano.
Cacá Diegues venceu outros dez candidatos, recebendo 22 dos 35 votos que definiram a disputa.
Nascido em 19 de maio de 1940, em Maceió, ele é um dos fundadores do Cinema Novo. Esteve exilado na Itália e depois na França, após a promulgação do AI-5, em 1969, durante o regime militar. Foi casado com a cantora Nara Leão 1 2 3, da qual se separou em 1977, 12 anos antes de ela falecer. Com Nara, teve dois filhos: Isabel e Francisco. Desde 1981, é casado com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães, com quem teve a filha Flora.
Ao longo da carreira de cineasta, Cacá Diegues fez mais de 20 filmes de longa-metragem. Entre os mais premiados estão "Xica da Silva" (1976), "Bye Bye Brasil" (1980), "Veja esta canção" (1994) e "Tieta do Agreste" (1995).
Também são filmes dele: "Ganga Zumba" (1964), "Os herdeiros" (1969), "Joanna Francesa" (1973), "Chuvas de verão" (1978), "Quilombo" (1984), "Um trem para as estrelas" (1987), "Orfeu" (1999), "Deus é brasileiro" (2003), "O maior amor do mundo" (2005) e "O grande circo místico" (2018), inspirado na obra do poeta Jorge de Lima.
Além dos filmes, Cacá também se dedicou aos livros e publicou "Ideias e Imagens", em 1988; e "Vida de Cinema", com mais de 600 páginas sobre o Cinema Novo; e "Todo Domingo", uma coletânea de textos publicados por ele semanalmente no jornal O Globo, entre outras obras.

Um comentário:

Fernando Gurgel disse...

"A Academia Brasileira de Letras elegeu nesta quinta Cacá Diegues para a cadeira número 7. Cacá vai substituir o cineasta Nelson Pereira do Santos e derrotou outros dez candidatos, entre eles Conceição Evaristo, a escritora negra que decidiu desafiar a instituição. Aos 71 anos, a mineira optou por uma espécie de anticandidatura e causou incômodo ao dispensar a bajulação habitual para ganhar votos dos imortais que frequentam o “clube de amigos”.
Sua derrota era esperada: Evaristo entrou na disputa para expor a falta de representatividade negra e feminina na centenária academia. Recebeu apenas um voto. Cacá, 22, e Pedro Corrêa do Lago, neto de Oswaldo Aranha, outros 11 votos." Extraído de: https://theintercept.com/2018/08/30/conceicao-evaristo-escritora-negra-eleicao-abl/