Nos Emirados Árabes Unidos (EAU), fortes chuvas foram provocadas com uma nova tecnologia em meio a uma onda de calor de quase 50 graus. Utilizando-se de drones, pesquisadores do Centro Nacional de Meteorologia aplicaram descargas elétricas em nuvens convectivas que se formavam sobre o território árido dos Emirados, fazendo chover sobre Abu Dhabi, Dubai e Sharjah.
A chuva artificial, conhecida como bombardeio ou semeadura de nuvens, é uma técnica utilizada com o objetivo de fazer com que as gotículas de água se juntem nas nuvens, ocasionando chuvas. Para que ocorra essa aglutinação, geralmente são usados sais de prata, como iodeto de prata. Isso acontece porque estas substâncias possuem geometria semelhante a de cristais de gelo. Outras substâncias que podem ser também utilizadas são cloreto de sódio, dióxido de carbono sólido (gelo seco), carvão ativado e a própria água.
Os produtos químicos atuam como núcleos de condensação, agregando gotículas de água até que formem gotas mais pesadas, que se precipitam e geram a chuva. O bombardeio pode ser feito tanto a partir do céu, com o uso de aviões ou foguetes que dispersam as substâncias aglutinadoras no meio de uma nuvem, quanto usando canhões para dispará-las nas nuvens.
Chuva artificial no Brasil
Em 1950, o Estado do Ceará começou seus primeiros experimentos de chuva artificial para tentar contornar a questão da seca no Semiárido. O programa, criado pela Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), durou décadas até ser encerrado no ano de 2000, por não demonstrar efeitos significativos nas precipitações.
Além do Ceará, o Estado da Bahia também coleciona uma história de indução de chuva artificial, mais recente e aparentemente mais bem sucedida. Em meio à seca de 2012, foi criado um projeto em conjunto entre as secretarias de Agricultura, Meio Ambiente, produtores baianos e uma empresa para amenizar os estragos provocados pelas condições adversas do clima. Apesar dos resultados satisfatórios, o governo baiano não levou o projeto à frente como parte de uma estratégia de gestão maior. O argumento oficial foi de que o alto custo teria tornado a semeadura um projeto inviável para o governo. Dessa maneira, a obra virou um plano B,
Pesquisas sugerem que a chuva artificial pode causar danos ao meio ambiente por que os produtos químicos utilizados como aglutinadores se misturam com a chuva provocada por eles, trazendo riscos às vidas vegetal e animal. (*)
Extraído de: Entenda o que é chuva artificial, eCycle
N. do E.
(*) A chuva artificial provocada por descargas elétricas aplicadas por drones não apresenta estes riscos.
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