N. do T. Optei por manter o título original do cartoon. "Squid" (lula) faz um belo trocadilho com "Quid".
A expressão latina vem da era medieval e originalmente se escrevia "qui pro quo", o que ajuda a explicar por que na língua portuguesa acabou se transformando na palavra "quiprocó", diz à BBC News Brasil José Rodrigues Seabra Filho, professor do Departamento de Letras Clássicas e Vernáculas da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.
Só que, em português, a palavra tem um significado diferente: em vez de significar "dar-se algo em troca de outra coisa", como no original latino, significa, segundo o Houaiss, "equívoco que consiste em tomar-se uma coisa por outra; confusão criada por esse equívoco: 'o fato de serem gêmeos gerou um enorme quiprocó'".
Como o "toma lá dá cá" original virou uma "confusão"?
O serviço de dúvidas da língua portuguesa do Instituto Universitário de Lisboa cita uma explicação: os boticários, que eram os antigos farmacêuticos, nem sempre tinham em mãos os componentes necessários para produzir os medicamentos receitados pelos médicos.
Na ausência desses componentes, recorriam a um livro chamado "Quid pro quo", que era basicamente um livro com equivalentes medicinais que pudessem substituir os ingredientes em falta.
Um dicionário datado de 1720 diz, segundo o instituto lisboeta, que "quando os boticários não têm uma droga, acham nele (livro) outra para porem em seu lugar. Daí veio o dizer 'livre-nos Deus de um quid pro quo, porque às vezes há erros nas drogas e, em lugar de (remédio), os boticários dão um veneno".
Ou seja, o "quid pro quo" às vezes levava a confusões cometidas em remédios, com desfechos pouco agradáveis.
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