A lamentar nunca haver existido o Brasil paralelo. Explico. O Brasil paralelo seria o Brasil de cada alternativa que foi descartada, por decisões históricas ou não.
Imagine o patrício que o Brasil está em um caminho que se bifurca. Naquele instante, ele toma o caminho da direita e... lá vamos nós, como tropeiros das ilusões perdidas, até darmos com os burros n'água. Aí, diante de uma realidade apenas quebrada na frieza, cabe-nos perguntar o seguinte:
Que teria acontecido se o Brasil tivesse tomado o caminho da esquerda? Isto lá seria com o Brasil alternativo, o Brasil Alter. O Brasil que, supostamente, estaria na África porque Pedro Álvares não teria embarcado naquela conversa fiada das calmarias.
Tivemos o "Dia do Fico", sem pesarmos as vantagens do "Dia do Vou Embora ". No Brasil Alter, Dom Pedro I teria ido embora para Portugal porque lá era amigo do rei. Aliás, lá seria o próprio rei.
Na II Guerra Mundial, não optamos por lutar ao lado da Alemanha. O Brasil perderia a guerra, é verdade. Mas, hoje, ombrearíamos em progresso com as nações do Eixo.
Na Copa de 50, para dar outro exemplo. O Brasil vivia o clima do "já ganhou", só esperando a hora de levantar o caneco, ouvir o Hino Nacional e pôr as faixas de monocampeão. Perder o título naquela altura do campeonato era algo impensável. Mas aí apareceu Gighia: Uruguai 2, Brasil 1. No Brasil Alter conquistaríamos o título com o placar de 1 a 0. Com o jogo interrompido aos 24 minutos do segundo tempo devido a um foguete soltado pela avó da Rosenery.
(Por uns míseros cruzeiros, a fogueteira de 1950 depois posaria de maiô Catalina para a revista "Cruzeiro".)
Em 1985, o colégio eleitoral não elegeria o Tancredo. E as bactérias do Hospital de Base, que estavam a fim de um sangue presidencial, teriam de se contentar com o Maluf. Meno male.
Nas grandes decisões tomadas, principalmente quando elas nos levaram à beira de um precipício, faltou simplesmente o Brasil Alter. O país onde nos refugiaríamos em busca de uma sorte melhor. (PGCS)
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