Encontro o "recorde" da perífrase numa das soledades de Luis de Góngora:
AvesPois bem. Com ela, o poeta castelhano, um dos expoentes da literatura barroca, estava só querendo dizer... GALO!
Cujo lascivo esposo vigilante
Doméstico é do sol núncio canoro
E – de coral barbado – não de ouro
Cinge – mas de púrpura turbante.
Sobre concisão e clareza
E se o conhecimento poético servir para limpar as vidraças da percepção e tornar as coisas infinitas, como diz o poeta William Blake (Andrade, 1976: 157)? Por que então mascarar, utilizar demasiadas palavras para encobrir o que as coisas realmente são? Oswald de Andrade repreende, no final da vida, os poetas que lhe mostram escritos ditos incomunicáveis, inefáveis. Questiona como isso é possível, se a poesia está nas palavras e nelas se comunica (Pignatari, 2008, p. 13). [...] Oswald questiona se os poetas são apenas dementes que abominam a utilização de vocábulos específicos, empregando as palavras como valor plástico e sonoro unicamente para os seus delírios (1976: 157), dada a quantidade de escritos evasivos.
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