21 maio, 2020

Flor-de-abril

Quando estive de passagem por Martins-RN, uma árvore no Hotel Chalé Lagoa dos Ingás me chamou a atenção. Não tinha visto nenhuma outra parecida com ela, até então, principalmente no aspecto bastante incomum de seus frutos.
Muitos frutos encontravam-se caídos no chão. Peguei um deles: parecia um pequeno coco, tinha uma casca entre o verde e o amarelo, muito rígida, e umas estrias que lembravam soldaduras.
No Lagoa dos Ingás, além da estrutura para a prática do arvorismo, há placas indicativas dos nomes das árvores. Mas aquela não tinha. Então, recorri aos possíveis conhecimentos botânicos de um funcionário do hotel.
Manuseando o exemplar apresentado, ele negou se tratar de um fruto. Por ser de uma árvore que apenas produzia umas flores brancas, conhecida como "flor-de-abril".
Estávamos em novembro. Se não era fruto tampouco era flor. E existe árvore que tem floração e depois não se carrega de frutos?
Foi o que tentei explicar a ele, aparentemente sem convencer.
De qualquer maneira, ele estava correto quanto ao nome que me forneceu. Como pude verificar em uma pesquisa que fiz no gigante de buscas da internet após a minha viagem.
ALTO OESTE POTIGUAR
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Flor-de-abril
Originária da Índia e cultivada no Brasil, a árvore flor-de-abril (Dillenia indica) é também conhecida pelos nomes dilênia, bolsa-de-pastor, árvore-do-dinheiro e como maçã-de-elefante, em países de língua inglesa. Trata-se de uma árvore que alcança até 40 metros de altura, formando uma copa muito abundante de forma piramidal. Suas folhas são verde-claras, com nervuras bem marcadas e medem de 15 a 20 centímetros de comprimento. As flores são solitárias, brancas e se parecem muito com as flores da magnólia-branca. Já os frutos têm formato globoso, alcançando até 20 centímetros de diâmetro, envoltos por gomos carnosos (como se fossem calotas) com cinco sementes. O florescimento da flor-de-abril ocorre de janeiro a outubro e a frutificação de abril a agosto.
Uma curiosidade a respeito desta árvore é que ela teria sido trazida para o Brasil por ordem de D. João VI e tornou-se costume as pessoas encaixarem moedas sob as calotas dos frutos da dilênia - teria vindo daí o nome popular "árvore-do-dinheiro".
Na Índia, os povos tribais de Orissa costumam plantá-las nos quintais para diversas finalidades. As folhas são usadas como lixa para polir madeira e também como copos ou pratos. A madeira é considerada muito boa para lenha. Além disso, por ser dura, resistente e de grande durabilidade, é utilizada em construção naval, rodas hidráulicas, obras imersas em água e carpintaria em geral. Os frutos verdes são cozidos para o preparo de picles. Os gomos, que são espessos, carnosos e côncavos, produzem um suco perfumado, ácido e agradável, que na Índia é usado como tempero e no preparo de bebidas refrigerantes, além de ser recomendado para a fabricação de xarope contra as anginas.
No Panamá, o fruto maduro é comido cru ou cozido e serve ainda para o preparo de doces. Já no Brasil, eles são considerados inconvenientes, sendo aproveitadas somente as folhas e as flores para ornamentação.
Fonte

Um comentário:

Furquim disse...

No Brasil, essa planta é usada para combater dores musculares e dos ossos. O preparo envolve picar a polpa e deixar alguns dias no álcool. Na internet, há muitas receitas explicando a proporção certa.