O problema, é claro, veio com a massificação. Nós gostamos de café. Gostamos tanto que o bebemos em litros e litros. Segundo a Organização Internacional do Café, entre 2017 e 2018, a indústria cafeeira mundial produziu mais de 161 milhões de sacas de café, e cada uma pesa 60 quilos.
Para lidar com a demanda mundial, foi desenvolvida nos anos 70 uma técnica de cultivo de café denominada café ao sol. Em essência, o que eles fazem é remover as árvores das áreas de cultivo. Isso produz mais café, mas causa um desmatamento prejudicial à natureza. Segundo alguns estudos, a produção de café é responsável por mais de 100.000 hectares de floresta desmatada por ano. Sendo cultivado ao sol ou à sombra, o café também tem um sério problema de gerenciamento de resíduos. Produzir tanto café gera toneladas de subprodutos vegetais difíceis de dar destino e empobrece o solo. Todas essas razões levaram os criadores da Atomo a pensar que há um mercado excedente para lançar sua ideia. Stopforth e Kleitsch costumam se referir à empresa como "os motores de Tesla do mundo cafeeiro". Resta ver se a ideia realmente ganha impulso ou permanece como mais um experimento.
Extraído de: Qué es Atomo, el café molecular hecho en laboratorio sin un solo grano de café, GIZMODO.
Foto: Atomo (HorizonsVentures)
O Atomo está em campo desde fevereiro de 2019, quando o projeto conseguiu ser financiado no Kickstarter com apenas 25.331 dólares de capital inicial e 693 investidores. Sua promessa durante a campanha era "hackear" a semente de café para obter uma bebida sintética que imitasse perfeitamente a beberagem que nos põe para funcionar todas as manhãs. A empresa explica que será completamente transparente com a fórmula no devido tempo, mas que agora precisa mantê-la reservada por uma questão de patente. A única coisa que eles podem revelar sobre a composição do Atomo é que este se baseia única e exclusivamente em extratos de diferentes plantas, com os quais eles tentam imitar cada um dos componentes do que torna o café uma bebida tão cara aos seres humanos - do encorpado ao amargor, do aroma e, claro, às suas doses de cafeína.
N. do T. Não será um café descafeinado, o que já existe.
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