22 novembro, 2017

Chile tem dois ganhadores do Nobel de Literatura

 A chilena Gabriela Mistral (1889-1957), agraciada em 1945, foi a primeira mulher do continente americano a receber a distinção. A poeta, diplomata, feminista e pedagoga, autora de "Tala" e "Desolación", foi premiada "por sua poesia lírica, inspirada por fortes emoções, que fez de seu nome um símbolo das aspirações idealistas de todo o mundo latino-americano".
Um segundo chileno foi premiado com o Nobel em 1971. Pablo Neruda, autor de "uma poesia que, com a ação de uma força elemental, reaviva o destino e os sonhos de um continente", como assim justificou a Academia Sueca. Neruda (1904-1973), também político e diplomata, produziu uma vasta obra, com destaque para "Vinte poemas de amor e uma canção desesperada" e sua autobiografia "Confesso que vivi", entre outros trabalhos.
"Volver a los 17"
Violeta Parra foi uma compositora, cantora, artista plástica e ceramista chilena, considerada a mais importante folclorista e fundadora da música popular chilena.
Violeta Parra pode ser considerada a mãe da canção comprometida com a luta dos oprimidos e explorados, tendo sido autora de páginas inapagáveis, como a canção "Volver a los 17", que mereceu uma antológica gravação de Milton Nascimento e Mercedes Sosa. Outra de suas canções, "La Carta", cantada em momentos de enorme comoção revolucionária, nas barricadas e nas ocupações, tem entre os seus versos o que diz "Os famintos pedem pão; chumbo lhes dá a polícia". Mas suas canções não apenas são marcadas por versos demolidores contra toda a injustiça social. O lirismo dos versos de canções como "Gracias a la vida" (gravada por Elis Regina) embalou o ânimo de gerações de revolucionários latino-americanos em momentos em que a vida era questionada nos seus limites mais básicos, assim como a letra comovedora de "Rin de Angelito", quando descreve a morte de um bebê pobre: "No seu bercinho de terra um sino vai te embalar, enquanto a chuva te limpará a carinha na manhã".

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