09 agosto, 2017

O Mestre dos Prazeres e das Festividades

François Vatel (Paris, 1631 – Chantilly, 24 de abril de 1671), cozinheiro e maître d'hôtel francês.
Nascido em 1631 em Paris, no seio de uma família humilde, original de Zurique, o seu nome era Fritz-Karl Watel, o qual foi galicizado (ou seja, passado para o francês) após a sua morte pela Marquesa de Sévigné. Com 15 anos, começou a aprendizagem de confeiteiro com o padrinho do seu irmão. Chegou à corte aos 22 anos, admitido como auxiliar do cozinheiro de Nicolas Fouquet, Superintendente do Tesouro da França e o homem mais rico nessa época. Talentoso, ativo, organizado e extremamente ambicioso, em pouco tempo Vatel ganhou o cargo de maître d'hôtel do Château de Vaux-le-Vicomte.
Vatel tinha um grande objetivo na vida: provar a Luís XIV, o Rei-Sol, que era melhor que o mestre da cozinha real. Numa das tentativas, em 17 de agosto de 1661, Vatel organizou uma festa de grande esplendor no Château de Vaux-le-Vicomte para o soberano, a rainha mãe Ana de Áustria e uma pequena multidão de 600 convidados da corte. No banquete foi servido um creme de nata batida, doce e perfumado com baunilha.
Algum tempo depois, ele foi trabalhar como extraordinário "Mestre dos Prazeres e das Festividades" para Luís de Bourbon, conhecido como o Grande Condé, no Château de Chantilly, e lá Vatel batizou o seu creme com o nome do lugar.
Em abril de 1671, a França está prestes a enviar suas tropas contra a Holanda, e o Príncipe de Condé, em desgraça do rei, via na guerra um modo de recuperar suas finanças e seu prestígio – ele pretendia comandar o exército francês. O Grande Condé encarrega então Vatel da maior tarefa de sua vida: promover três dias e três noites de festividades no castelo de Chantilly – serão convidados a passar um fim de semana de caça o rei Luís XIV e toda a nobreza com 3.000 pessoas.
No dia 21, desfrutaram, com muita pompa e suntuosidade, os espetáculos organizados por Vatel. Tudo correu muito bem até que, no jantar da ultima noite, não havia assados para todas as mesas. Estressado pelo erro de cálculo, Vatel passou a noite em claro esperando os peixes para o dia seguinte, a Sexta-Feira Santa. Ao perceber que a encomenda não seria entregue, assim a versão oficial, Vatel suicidou-se em virtude do atraso do peixe, que ameaçou o sucesso de um dos jantares oferecidos à sua Majestade.
Em outra versão, Vatel estava frustrado e decepcionado com a realeza que o tratara como um mero objeto - o rei quis contratar o serviço de Vatel e levá-lo para o Palácio de Versailles, ganhando sua posse num jogo de cartas, como um escravo – e nem reconhecia seu raro talento nem a sua humanidade. Sua morte foi tratada como uma tragédia nacional, principalmente depois que se soube que o peixe havia chegado e tudo não passava de um mal-entendido. O rei e a corte admiraram a sua atitude e continuaram os banquetes.
É importante acentuar que é controversa a atribuição da criação do chantili a Vatel. Os confeiteiros da Casa dos Médicis, os mestres de Florença, onde se fez renascer a arte da gastronomia, já batiam cremes aos quais ajuntavam açúcar e aromas.
WIKIPÉDIA, copidescado


N. do E.
O seu drama foi reconstituído no cinema em "Vatel — Um Banquete Para o Rei", de Rolland Joffé, um filme estrelado por Gérard Depardieu,

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