12 setembro, 2015

Standard & Poor's

A credibilidade e os conflitos de interesses de uma agência de classificação de riscos
A agência Standard and Poor's baixou a nota do Brasil de BBB- para BB+, tirando seu grau de investimento (espécie de selo de bom pagador). Esta decisão da agência, em sua avaliação sobre os riscos do país, poderá custar bilhões à economia do Brasil pela potencial fuga de investimentos, isto é possível.
Há alguns meses, no entanto, quem se via sob fogo cerrado era a própria instituição: a Standard and Poor's foi ré em um processo movido pelo Departamento de Justiça dos EUA, que acusou a agência de ter mascarado o grau de risco de investimentos nos chamados papéis subprime, os vilões da crise financeira desencadeada em 2008.
Segundo as acusações, a empresa teria propositalmente ocultado chances de prejuízos.
Em um acordo extrajudicial, anunciado em 3 de fevereiro, a Standard and Poor's concordou em pagar ao Tesouro americano o equivalente a quase US$ 1,4 bilhão (R$ 5,4 bilhões, na cotação atual). O episódio reacendeu o debate sobre a credibilidade das agências de classificação de risco e os possíveis conflitos de interesses envolvendo suas atividades.
Usados como referência para chancelar investimentos seguros em todo o mundo, os ratings da Standard and Poor's foram criticados por sua atuação em várias situações, colocando em xeque a sua credibilidade de classificação de risco. O caso mais notório foi quando a "agência de risco" classificou o banco de investimento estadunidense Lehman Brothers com a nota AAA (grau de investimento seguro), até a manhã em que ele quebrou em 15 de setembro de 2008, detonando a crise financeira global daquele ano.
N. do E.
– Ora, não sejamos tão exigentes. Qualquer "agência de risco" está sujeita a confundir um banco de investimento com uma pilha palito. (PGCS)

Um comentário:

Fernando Gurgel disse...

Enquanto, os rebaixados do Patropi aplaudem o rebaixamento do País por uma agência de credibilidade mais rebaixada que os rebaixados daqui, os mais elevados e criteriosos mostram-se cada vez mais confiante no Brasil.
E investem pesadamente. Apenas um exemplo:

AMBEV anuncia R$ 3 bilhões em investimentos no Brasil em 2015 - Fonte: http://www2.planalto.gov.br/vice-presidencia/vice-presidente/noticias/noticias-do-vice/2015/ambev-anuncia-r-3-bilhoes-em-investimentos-no-brasil-em-2015