27 setembro, 2015

Tão lentamente quanto possível

Organ²/ASLSP (As SLow aS Possible, ou seja, "tão lentamente quanto possível") é uma obra musical de John Cage, de 1987. É a razão de ser da performance musical mais lenta e mais longa jamais empreendida (embora Cage não tenha indicado precisamente a que velocidade a obra deveria ser tocada).
Na igreja de S. Burchardi, de Halberstadt, na Alemanha, Organ²/ASLSP está sendo executada de acordo com o seguinte projeto:
Contexto
Em 1997, uma conferência de músicos e filósofos debateu as implicações das instruções de Cage quanto à velocidade de execução ser a mais lenta possível, aproveitando a circunstância de um órgão fazer ressoar indefinidamente uma nota. Um projeto então foi elaborado para executar a obra, de modo a durar 639 anos, porque a igreja tinha um órgão datado de 1361, portanto 639 anos antes do início da execução em 2001.
Instrumentação
A peça é executada em um órgão dedicado exclusivamente a esta performance. Uma máquina assegura o fornecimento constante de ar e permite a execução contínua. O órgão não contém a totalidade dos tubos de um órgão normal, e estes vão sendo substituídos pouco a pouco. Em 5 de julho de 2008, foram acrescentados dois novos tubos, e o órgão agora tem seis. Como o instrumento está permanentemente em execução, está protegido por um cubo de acrílico transparente a fim de atenuar o volume sonoro.
Execução
A execução iniciou-se na igreja em 5 de setembro de 2001 com uma pausa que se prolongou até 5 de fevereiro de 2003. O primeiro acorde foi tocado até 5 de julho de 2004. As mudanças de acorde são sistematicamente feitas nos dias 5 dos meses (mas não mensalmente) A performance deverá prosseguir até 5 de setembro de 2640.
Financiamento
O projeto é finaciado por doações, e qualquer pessoa pode doar 1000€ para assegurar o financiamento de um ano, e ter a possibilidade de ver o seu nome inscrito numa placa de reconhecimento afixada na igreja. Mas contribuições de qualquer valor para a manutenção do projeto também são aceitas.



"Nada tenho a dizer e estou dizendo-a. Tal é a poesia."
O 4'33", de John Cage.

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