30 agosto, 2014

Tom Jobim e as idiossincrasias do Brasil

O maestro Antonio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927–1994) amava este país. Mas tinha lá suas justas críticas com o povo que ele reverenciava referenciava em seu sobrenome:
"O Brasil não é para principiantes."
"No Brasil, sucesso é ofensa pessoal."
"Este é um país em que a prostituta goza, o cafetão tem ciúme, o traficante se vicia, e o pobre é da direita."(Com modificação esta frase é atribuída também ao Tim Maia.)
"Quando uma árvore é cortada, ela renasce em outro lugar. Quando eu morrer quero ir para esse lugar, onde as árvores vivem em paz."
 "É ou não é um país de cabeça para baixo?"
Diz-se que a idiossincrasia é uma característica comportamental ou estrutural peculiar a um indivíduo, a um grupo ou a um país. Nacionalista crítico, Tom Jobim gostava de destacar nossas idiossincrasias.
Mas,
além da jabuticaba velha de guerra, do ponto facultativo, do carnaval fora de época, da caipirinha e do cheque pré-datado, cá temos outras "brasileirices":
A "passagem molhada" ser interditada quando chove.
O caminhão tombar na estrada e, depois disso, a carga não ter mais dono.
O permanente de cabelo ser temporário.
O paciente adiar a consulta médica ao adoecer no dia marcado.
E aquele que mais grita “pega ladrão” ser aqui o próprio ladrão.
Bem, voltando ao maestro soberano. Ao instante em que lhe perguntaram porque sempre voltava ao Brasil, quando podia viver sossegado nos Estados Unidos:
"Volto para me aporrinhar. Para responder a esse tipo de pergunta. Para ser um dos cinco por cento de brasileiros que pagam imposto de renda. Para perder o apetite ou morrer de indigestão. Volto porque nunca saí daqui."
E, quando soube que os Beatles estavam sendo mais tocados do que ele, e não se entregou:
"Mas eles são quatro."

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