09 julho, 2012

Solresol

O francês Jean-François Sudre (1787-1862) tinha um pensamento único, em 1817:
Se as pessoas de diferentes culturas podiam apreciar a mesma música, por que não transformar a própria música em uma língua internacional?
O resultado, que ele chamou Solresol, usava as sete notas da familiar escala de solfejo (do, re, mi ...) como fonemas em um vocabulário de 2.600 raízes. E as palavras relacionadas compartilhavam as sílabas iniciais. Por exemplo, "doremi" significava dia, "dorefa", semana, "doresol", mês, e "doredo", o conceito do próprio tempo. Além disso, para tornar mais agradável o aprendizado da língua, os opostos eram formados simplesmente invertendo as palavras. Assim, "fala" era bom e "lafa", ruim.
Ele desenvolveu essa língua para várias mídias. Além de representar uma sílaba, a cada nota também foi atribuída um número e uma cor, de modo que as palavras podiam ser expressas por batidas, luzes piscando, bandeiras de sinalização e badaladas de sino, bem como por música.
Sudre foi saudado como gênio em vida, colecionou prêmios em exposições mundiais em Paris e Londres, porém morreu sem ver a sua gramática publicada. Uma sociedade internacional promoveu o Solresol até o começo da Primeira Guerra Mundial, quando a língua passou a perder seus adeptos para o Esperanto, que foi considerado mais fácil de aprender.
Greg Ross. In: Language, Futility Closet

Leitura complementar
Grammar of Solresol by Boleslas Gajewski

Ler também...
Curso de Inglês, Sobre "falsos amigos", Tra(duz)ir, Boas falas"É grego para mim", O dom de línguas, Línguas faladas no mundo e Línguas artificiais.

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