Aniversário de Copacabana

Nesta sexta-feira (6), o famoso bairro da zona sul do Rio comemora os 120 anos de existência com um show (aberto ao público) de Roberto Menescal, Marcos Valle, Wanda Sá, Martinho da Vila e Mart'nália. Veja a programação.
Copacabana nasceu com a abertura do túnel Alaôr Prata (Túnel Velho), que foi perfurado em função de uma estratégia do mercado imobiliário que, no início da República, pretendia investir naquela região litorânea, promovendo-a como um novo estilo de vida de uma cidade que se modernizava. O difícil acesso a esse trecho, isolado pelos morros, foi superado com a abertura ao tráfego, no mesmo ano da inauguração do túnel, da primeira linha de bondes para este bairro.
Inaugurado no dia 6 de julho de 1892, em cerimônia prestigiada pelo marechal Floriano Peixoto, então vice-presidente da república, em pouco tempo a linha do bonde era ampliada em direção à ponta do Leme e à ponta de Copacabana, permitindo a comercialização dos loteamentos. Essa data é, por essa razão, considerada por muitos como a de fundação do bairro de Copacabana.
O túnel foi reformado entre os anos de 1924 e 1925, na administração do então prefeito Alaor Prata, quando foi dotado de passeios laterais e alargado para treze metros.

Vídeos
1- Copacabana, de João de Barro e Alberto Ribeiro, com Dick Farney
2 - Sábado em Copacabana, de Dorival Caymmi e Carlos Guinle, com Maria Bethania
3 - Copacabana de Sempre, de Menescal e Bôscoli, com Jô Alencar



Em tempo
Copacabana (At the Copa), com Barry Manilow, colocado temporariamente como terceiro vídeo, por não ser uma homenagem ao bairro (faz referência a um hottest point de Havana), foi substituído por Copacabana de Sempre, musicalmente melhor.

Leitorado
Residindo no Ceará há trinta anos, mas nascido no interior do Estado do Rio de Janeiro, eu tive uma grande parte de minha infância e adolescência vivida em Copacabana, onde residiam dois dos meus tios. São lembranças gostosas dos passeios de bonde pela Av. N. Sra. de Copacabana, banhos no Posto Seis, sem que esqueçamos dos velhos e históricos lotações. Era um tempo de um Rio romântico, boêmio, seguro, onde malandro era o sambista que morava no morro. Copacabana adolescente, dos primeiros amores, dos primeiros porres, do Beco das Garrafas, onde imperavam Leny Andrade, Pery Ribeiro e o Tamba Trio. Da Cantina Fiorentina, já na divisa com o Leme, do feijão, arroz e quiabo, da madrugada na galeria da Siqueira Campos, onde se misturavam jornalistas, poetas, cantores, escritores, gays e putas, numa convivência das mais pacíficas e harmoniosas. Saudades das madrugadas indormidas, varando nas areias, aproveitando a brisa e a luz do luar. Copacabana é chamada de o bairro dos velhos. Porém, Copacabana não envelhece, se renova em cada esquina, em cada coração saudoso mesmo distante, e, pelas circunstâncias físicas, em meu caso, no desejo que tenho de revê-la.

Ismael Luiz

Resposta - Belo comentário, Ismael. Copacabana também fez parte de minha vida, em 1972, quando morei lá (na Prado Júnior, Posto 2), antes de mudar-me para a Glória (rua Benjamin Constant), onde morei até 1974 (olhe, assisti à última função da Taberna da Glória). Colocaria depois estes bairros do Rio como pano de fundo de dois textos que escrevi.

PGCS

O LAR SINGULAR DE JORGE GEORGE (conto)
QUARTO DE EMPREGADA (crônica)