Vacinas aplicadas pelo nariz podem ser mais eficientes no combate a doenças que são contraídas também por via nasal, como a gripe, a pneumonia e até mesmo eventuais ameaças de bioterrorismo. E essas vacinas podem se tornar realidade em breve, segundo uma pesquisa apresentada na Conferência de Primavera da Sociedade Geral de Microbiologia dos EUA, por Dennis Metzger, professor da Faculdade de Medicina de Albany.
Em experiências com camundongos, os cientistas introduziram por via nasal uma mistura entre a vacina normal e uma substância chamada interleucina-12, um agente imunizador natural. Eles obtiveram alto nível de proteção nos animais contra o vírus da gripe, o pneumococo (bactéria causadora de pneumonia) e a Yersinia pestis, uma potencial ameaça biológica. Obter essa proteção era um desafio, já que as superfícies mucosas normalmente apresentam baixa resposta imunológica.
Metzger afirma que as vacinas normais não são mais eficazes, uma vez que não conseguem proteger o ponto por onde os agentes da doença entram no corpo. “A vacinação intranasal contorna esse problema, criando imunidade inclusive no pulmão. E previne contra a infecção inicial, assim como contra as complicações sistêmicas”, defende o pesquisador.
Segundo ele, a capacidade de prevenir contra infecções pode ser especialmente útil no caso de uma ameaça bioterrorista ou de uma pandemia por mutação do vírus da gripe.
Depois dos bons resultados em camundongos, o próximo passo com as vacina intranasais deverá ser o de testá-las em seres humanos.
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