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Um problema logo se impunha: qual deveria ser a marca da caixa de fósforos?
O telefone tocava. E já era uma das irmãs da esposa, inteirada da existência do problema, a lhe oferecer alguma solução. "Escuta, a marca A é de melhor qualidade e no supermercado X está em promoção. Desligo. Tchau." Mas o caso não estava resolvido, pois o telefone logo tocava novamente. Com outra irmã na linha, estabelecendo uma espécie de dilema. "Não, a marca A vem com menos fósforos na caixa. Compre B."
Pouco tempo após, novos telefonemas tinham elevado o escore para dois a dois. E a esposa, sem sair do pé do telefone, que toca alucinado. São novas ligações que aumentam o escore para três a três, quatro a quatro... Quer dizer, continua tudo ao nível de indecisão (mesmo já tendo sido ouvida a irmã mais velha que mora em Brasília).
E a esposa, desolada, botando o telefone no gancho:
- Não consigo falar com mamãe. Deve ter saído para visitar alguém.
Sim, ainda faltava ouvir a opinião da matriarca da família, o voto de Minerva que dissiparia as dúvidas de tão indeciso espírito.
Por fim consultada, eis como Minerva votou:
- Por que você não compra logo um acendedor elétrico?
A solução perfeita. Ou quase, se considerarmos que houve a seguir novas rodadas de ligações telefônicas. Com sugestões de marcas, modelos, preços, tempos de garantia etc.
Escrito há mais de vinte anos, este texto foi revisado e recentemente publicado no Preblog. De lá para cá, os fogões a gás passaram a ter acendedores elétricos, o que compromete em parte o sentido dessa história. PGCS blogdopg
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