23 dezembro, 2010

Medidas para a segurança no ar

A Câmara Técnica (CT) de Medicina Aeroespacial do Conselho Federal de Medicina (CFM) divulga recomendações aos médicos, aos passageiros e aos tripulantes de empresas aéreas. São advertências que podem evitar o agravamento de quadros de saúde pré-existentes durante os voos. A preocupação do grupo, criado este ano pelo CFM, é contribuir com orientações que aumentem a segurança da população que usa o transporte aéreo.
As orientações produzidas pela Câmara Técnica têm forte caráter preventivo, isto porque o grupo já detectou alguns problemas, dentre eles o limitado conhecimento do assunto, até mesmo pela comunidade médica, das alterações fisiológicas provocadas nos seres humanos pelo voo, bem como a insuficiente estrutura de atendimento dentro das aeronaves.
A partir dos relatos das companhias, identifica-se um caso de morte súbita a bordo em cada grupo de 5,7 milhões de passageiros. Fatores como doenças pré-existentes, alteração da rotina de ingestão de medicamentos para doenças já estabelecidas anteriormente ao voo, a imobilidade, o meio e tempo de voo contribuem sobremaneira para essas ocorrências. De acordo com a Infraero, por ano, embarcam no país 125 milhões de pessoas. Dados da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) apontam que em todo o mundo o número de passageiros que voaram, em 2009, ultrapassou 2,5 bilhões.
Image Getty
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PRINCIPAIS ORIENTAÇÕES
Quem não deve voar - Portadores de:
- Insuficiência cardíaca grave e descompensada
- Angina instável
- Taquicardia ventricular ou supraventricular não controladas
- Infecções pulmonares contagiosas (tuberculose e pneumonia)
- Quadros graves, instáveis ou de hospitalização recente de asma
- Dor abdominal ou sangramento, se gestante
Quem deve aguardar para voar - Portadores de:
- Infarto do miocárdio não complicado (2 semanas) e complicado (6 semanas)
- Revascularização do miocárdio (6 semanas)
- AVC isquêmico pequeno (4 dias), em progressão (7 dias), hemorrágico (7 dias) e hemorrágico operado (14 dias)
- Pneumotórax (2 semanas da remissão pela drenagem)
Quem pode viajar sob condições especiais - Portadores de:
- Insuficiência cardíaca moderada (com O2 suplementar)
- Doença pulmonar obstrutiva crônica (com O2 suplementar)
- Epilepsia (doença controlado e sob medicação)
- Psicoses (doença controlada e sob medicação)
- Gestação, a partir da 36ª semana (com declaração do médico) e a partir da 38ª semana (com acompanhamento do médico)
Quem pode voar - Portadores de:
- Marcapassos e desfibriladores implantáveis.

Medicina Aeroespacial, Jornal do CFM de novembro de 2010

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