12 outubro, 2019

Se a gente grande soubesse

Samba que concorreu ao I Festival Internacional da Canção (FIC), promovido em 1966 pela extinta TV Rio (as seis edições posteriores foram promovidas pela Globo), defendido pelo Quarteto em Cy junto com Bilinho, filho do autor, Billy Blanco. A primeira gravação foi feita ao vivo durante o certame, e editada no quarto dos seis LPs que a Secretaria de Turismo da então Guanabara lançou, fora do mercado, com a íntegra sonora desse FIC. A gravação de estúdio só viria no ano seguinte, 1967, pela Philips (selo Elenco), no compacto duplo n.º CED-6 e no LP "De marré de Cy".
~ Samuel Machado Filho



Se a gente grande soubesse (quanta paz)
o que consegue a voz mansa (o bem que faz)
como ela cai feito prece (e vira flor)
num coração de criança.
A gente grande que tira (sem pensar)
o meu brinquedo da mão (me faz chorar)
tirou de um músico a lira (sem saber)
interrompeu a canção. {bis}

De tanto não que eu escuto (não e não)
o não eu vivo a dizer (que confusão)
se eu não sossego um minuto (é natural)
eu não parei de viver.
A gente apenas repete (tal e qual)
tudo que escuta e que vê (não leve a mal)
pois gente grande eu queria (ser um dia)
todo igualzinho a você. {bis}

Um dos ícones da MPB, Blanco compôs mais de 500 músicas. Suas canções foram gravadas por cantores como João Gilberto, Elis Regina, Dick Farney, Lúcio Alves, Dolores Duran, Nora Ney e outros grandes nomes da MPB. Ele também fez parcerias com Tom Jobim (14), Baden Powell e Sebastião Tapajós, entre outros.
William Blanco Abrunhosa Trindade nasceu em 1924, em Belém. Formado em arquitetura, sempre gostou de tocar e compor músicas. Nos anos 50, já morando no Rio, se destacou por seus sambas e letras, tornando-se um dos precursores da bossa nova.
Entre seus grandes sucessos, estão "A banca do distinto", "Canto chorado", "Estatutos da gafieira", "O morro", "Pano legal", "Pistom de gafieira", "Mocinho bonito", "Samba triste", "Se a gente grande soubesse" e"Tereza da praia".

12 de outubro, Dia da Criança

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