03 maio, 2019

Não morra sem ler

"Eu não quero alcançar a imortalidade com o meu trabalho, mas sim não morrendo".
Woody Allen.

No século V a.C., Atenas proibiu qualquer pessoa de morrer ou de dar à luz na ilha de Delos para torná-la adequada à devoção aos deuses.

Desde 1878, não foram permitidos nascimentos ou mortes perto do Santuário de Itsukushima, no Japão, um local sagrado na crença xintoísta.

A decisão de não realizar enterros em Longyearbyen, na Noruega, vem desde 1950, quando se descobriu que os corpos de residentes que haviam morrido em consequência da pandemia de gripe de 1918 não haviam começado a se decompor. Hoje, os cientistas temem que os cadáveres, preservados pelo permafrost onde foram enterrados, possam ainda conter cepas vivas do mesmo vírus que matou 5% da população mundial no século XX. Embora não seja ilegal morrer em Longyearbyen, não há opções para o enterro lá, e os residentes considerados terminais são levados de avião para Oslo onde devem viver o resto de seus dias.

Em 1999, o prefeito da cidade espanhola de Lanjarón proibiu morrer nesta cidade por causa de um cemitério superlotado. Seu decreto ordenou que os moradores "tomem o máximo cuidado com sua saúde para que não morram até que a prefeitura tome as medidas necessárias para adquirir terras adequadas para que nossos mortos descansem em glória".

Em 2005, Roberto Pereira, prefeito da cidade brasileira de Biritiba-Mirim (SP), propôs a proibição da morte porque o cemitério local havia atingido sua capacidade.

Os assentamentos franceses de Le Lavandou (em 2000), Cugnaux (em 2007) e Sarpourenx (em 2008) proibiram a morte por causa da capacidade limitada nos cemitérios locais. O decreto de Sarpourenx acrescentou: "Os infratores serão severamente punidos".

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