03 março, 2019

A busca ativa da vida extraterrestre - 3

Em 1950, o físico Enrico Fermi levantou uma questão que permanece sem resposta: se a probabilidade de vida inteligente no universo é tão alta, por que ainda não a encontramos? De todas as respostas a esse paradoxo, o oferecido por este novo estudo não é apenas o melhor. Também é encorajador.
A explicação dada pelo astrônomo Shubham Kanodia e seus colegas da Penn State University nos Estados Unidos é baseada em dados puros e duros, e esses dados oferecem uma conclusão difícil de refutar: não encontramos extraterrestres simplesmente porque não procuramos o suficiente. Na verdade, mal procuramos por qualquer coisa.
Para testar essa resposta, Kanodia e sua equipe analisaram 60 anos de busca malsucedida por sinais no programa SETI. Em seguida, eles estabeleceram parâmetros de frequência, largura de banda, potência, origem, repetição, polarização e modulação. As características, em resumo, permitiriam confirmar que um sinal de rádio tem origem extraterrestre e não é o simples capricho de um pulsar.
Buscamos vida inteligente em uma esfera de 33.000 anos-luz de diâmetro centrada na Terra. Basicamente, essa esfera compreende o coração da Via Láctea e vários aglomerados globulares vizinhos.
Depois de analisar a parte do universo observável estudada no programa SETI, os pesquisadores fizeram um cálculo matemático simples. Nós exploramos os 0,00000000000000058% do volume total dessa esfera.
Para pôr isto em comparação, é equivalente a estudar o conteúdo de uma banheira de água do mar comparado a toda a água no planeta. Saltando para o chão, supostamente foi explorada apenas um pedaço de 5 x 5 cm da superfície da Terra.
Kanodia explica que os instrumentos modernos com os quais rastreamos o cosmos em busca de sinais extraterrestres estão se tornando mais poderosos e mais rápidos. Apenas 150 minutos do radiotelescópio Murchinson Widefield Array já representam uma grande parte da porcentagem explorada em comparação com os 60 anos anteriores.


#1 e #2 da série

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