26 agosto, 2018

A nau dos insensatos

A nau dos insensatos é uma antiga alegoria muito usada na cultura ocidental em literatura, música e pinturas. Imbuída de um senso de autocrítica, ela descreve o mundo e seus habitantes humanos como uma nau cujos passageiros perturbados nem sabem nem se importam para onde estão indo. Em composições literárias e artísticas dos séculos XV e XVI, o motivo cultural da nau dos insensatos era uma paródia da arca de salvação (como a Igreja Católica era classificada). (WIKI)


Das Narrenschiff (A nau dos insensatos) do advogado da Basileia Sebastian Brant (entre 1458 e 1521) foi uma das primeiras obras ricamente ilustradas a ser impressa em língua alemã no século XV e uma das mais populares. Após a primeira edição, que foi impressa em 1494 pelo antigo colega de universidade de Brant, Johann Bergmann, a sátira de Brant sobre a insensatez humana tornou-se um best-seller europeu. Em 1574, mais de 40 edições do texto haviam surgido, incluindo traduções para o latim, o francês, o inglês, o holandês e o baixo-alemão. O texto descreve uma viagem fictícia por mar de 112 insensatos, cada um representando um certo tipo de conduta humana, para a terra prometida de “Narragônia”. A sucessão de insensatos é liderada pelo leitor tolo: convencido de sua aprendizagem, ele está empenhado em espantar as moscas que zumbem em torno de sua mesa abarrotada de livros, mas ele não abre os livros para adquirir conhecimentos. Brant não critica tanto a insensatez, mas o fato de permanecer insensato por não reconhecer as próprias falhas. Uma das razões para o grande sucesso da obra foi, sem dúvida, as xilogravuras de alta qualidade que introduzem e complementam o texto. Entre os artistas que colaboraram com Brant nesta obra estava o jovem Albrecht Dürer, que logo após a conclusão desta obra deixou a Basileia e foi para Nuremberg. O livro encontra-se na Biblioteca Estatal da Baviera, em Munique, Alemanha. Biblioteca Digital Mundial

Em E la nave va — batizado como O Navio, em português — de Fellini, a alta classe artística e social italiana embarca em uma viagem de despedida da cantora de ópera Edmea Tetua. Lá, em meio ao caos instaurado pelo ego, pela morte e pela non-grata presença de refugiados sérvios no navio, afloram as facetas mais obscuras e egoísta do ser humano. Ao reproduzir com magistral destreza os aspectos mais perturbadores da individualidade sobre o meio, Fellini expõe a cara mais pobre da existência humana.A NAU DOS INSENSATOS: UMA ALEGORIA CADA VEZ MAIS FAMILIAR, por Wellington Freire
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