O almirante Richard E. Byrd adorava leite e sentia falta do "precioso líquido branco" durante suas expedições à Antártida. Então, ele inventou um esquema para levar vacas leiteiras para o Polo Sul. O leite, porém, não foi a única razão. Byrd supôs que uma expedição científica comum renderia poucas manchetes, especialmente depois que os postos avançados foram estabelecidos na Antártida. Enviar vacas para lá, sim, é que daria ao resto do mundo o que falar. E ele estava certo.
E assim - por todas essas razões, e talvez mais - no outono de 1933, a equipe da expedição embarcou um trio de vacas no SS Jacob Ruppert. Todas eram da mesma raça (graças a um acordo que Byrd tinha feito com o American Guernsey Cattle Club), e uma delas estava grávida. O carpinteiro da tripulação, Edward Cox, assumiu as responsabilidades de cuidar das vacas. E outros patrocinadores forneceram alguns acessórios necessários: 10 toneladas de alimentos, vários equipamentos agrícolas e uma máquina de ordenha.
As vacas fizeram a viagem de três meses ao lado de seus companheiros humanos. Havia esperança de que a vaca grávida desse à luz dentro do Círculo Antártico, conferindo a seu bezerro "uma reivindicação única de imortalidade", como Byrd colocou em suas memórias da expedição. Em vez disso, o parto aconteceu acerca de 400 quilômetros ao norte. Ainda assim, isso se mostrou mais arrepiante do que o frio congelante: "Quase como se fosse nascer um ser humano, a tripulação esperou com grande expectativa por um evento que era tão comum na natureza desde o início do mundo", lembrou Byrd com ironia. Eles nomearam o filhote de Iceberg - apenas justo, dado que os pequenos icebergs são chamados de calves (plural de calf, bezerro) - e o anúncio do seu nascimento deu no New York Times.
Portanto, foram três vacas e um bezerro que chegaram à Antártida em janeiro de 1934. O ano deles no gelo não lhes mostrou muito da natureza, mas eles foram bastante mimados pelos homens ao redor. E retornaram como heróis, mas esse experimento jamais foi repetido.
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