30 julho, 2014

O diplomata Paranhos

O brasileiro José Maria da Silva Paranhos Júnior, Barão do Rio Branco (Rio de Janeiro, 20 de abril de 1845 — Rio de Janeiro, 10 de fevereiro de 1912), foi advogado, diplomata, geógrafo e historiador.
É uma das figuras mais importantes da história do Brasil.
Sua maior contribuição ao País foi a consolidação das fronteiras brasileiras, em especial por meio de processos de arbitramento ou de negociações bilaterais, dos quais se destacam três questões de fronteiras:
Palmas
Em 1895, conseguiu assegurar para o Brasil uma boa parte do território dos Estados de Santa Catarina e Paraná, em um litígio contra a Argentina que ficou conhecido como a questão de Palmas. Essa arbitragem foi decidida pelo presidente norte-americano Grover Cleveland.
Amapá
Obteve uma vitória sobre a França, em 1900, a respeito da fronteira do Amapá com a Guiana Francesa, uma causa ganha pelo Brasil numa arbitragem do governo suíço. A fronteira foi definida pelo rio Oiapoque.
Acre
O prestígio obtido nos dois casos anteriores fez com que Rodrigues Alves escolhesse Paranhos para o posto máximo da diplomacia em 1902, quando o Brasil estava justamente envolvido em uma questão de fronteiras, desta vez com a Bolívia.
Esta tentava arrendar uma parte do seu território a um consórcio empresarial anglo-americano. A terra não era reclamada pelo Brasil, mas era ocupada quase que integralmente por colonos brasileiros, que, liderados por Plácido de Castro, resistiam às tentativas bolivianas de expulsá-los, no episódio que ficou conhecido como "Revolução Acreana".
Em 1903, assinou com a Bolívia o tratado de Petrópolis, pondo fim ao conflito dos dois países em relação ao território do Acre, que passou a pertencer ao Brasil mediante compensação econômica e pequenas concessões territoriais. Esta é a mais conhecida obra diplomática de Rio Branco, cujo nome foi dado à capital daquele território, hoje Estado.
Sua morte, durante o carnaval de 1912, alterou o calendário da festa popular naquele ano, para que os brasileiros guardassem luto e lhe rendessem as homenagens.
"Morreu ontem o Barão do Rio Branco. Há dias a sua vida era a agonia prolongada pelos recursos da ciência. A cidade, os estados, o país inteiro, as nações vizinhas, a América, o mundo indagavam ansiosa da saúde do grande homem. E o grande homem caíra para não se levantar. Fora como um imenso soble (sic), que resistindo anos e anos ao vendaval e à intempérie, dominando a vida, de repente estala e cai. Dizer do Barão do Rio Branco uma rápida impressão de dor, de luto, de lágrimas, quando o país inteiro soluça é bem difícil. E sua obra foi enorme e grandiosa. Ele teve duas vidas: a do jornalista de talento que se fez cônsul e a do cônsul que se transformou no maior dos brasileiros pelo seu desinteressado amor à Pátria, e no maior dos diplomatas contemporâneos pelo seu alto espírito, pela alta compreensão da função que exercia. Ele foi o dilatador do Brasil, alargando-o e aumentando-o em terras, graças ao seu engenho, sem um leve ataque à justiça e ao direito." Gazeta de Notícias, 11 de fevereiro de 1912
Por ajudar na consolidação do território nacional, sempre buscando soluções pacíficas para os conflitos com os vizinhos do Brasil, o Barão do Rio Branco é o patrono da diplomacia brasileira. Ele, sem um leve ataque à justiça e ao direito, acrescentou cerca de 900 mil quilômetros quadrados ao território brasileiro.

Manu militari
Ya poca Palestina queda: paso a paso, Israel la está borrando del mapa, Eduardo Galeano

01/08/2014 - Como era a Palestina em 1896
Uma filmagem da Palestina por cinegrafistas contratados pelos irmãos Lumière, em 1896, foi divulgada recentemente graças a Lobster Films. Ela mostra os palestinos de todas as fés - cristãos, judeus e muçulmanos - vivendo, lado a lado, e rezando, lado a lado.


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