25 julho, 2014

Dia do Escritor


Em 25 de julho é comemorado o Dia do Escritor. Nada como se inspirar nas belas palavras de Lima Barreto, o mulato brasileiro que, juntamente com outro mulato, Machado de Assis, forma a maior dupla de escritores do País.
"Mais do que qualquer outra atividade espiritual da nossa espécie, a Arte, especialmente a Literatura, ..., em virtude mesmo do seu poder de contágio, tem e terá um grande destino em nossa triste humanidade.
O homem, por intermédio da Arte, não fica adstrito aos preconceitos e preceitos de seu tempo, de seu nascimento, de sua pátria, de sua raça; ele vai além disso, mais longe que pode, para alcançar a visão total do Universo e incorporar a sua vida na do Mundo.
… a Literatura reforça o nosso natural sentimento de solidariedade com os nossos semelhantes, explicando-lhes os defeitos, realçando-lhes as qualidades e zombando dos fúteis motivos que nos separam uns dos outros.”
E continua: "a Literatura tende a obrigar a todos nós a nos tolerarmos e a nos compreendermos; e, por aí, nós nos chegaremos a amar mais perfeitamente na superfície do planeta que rola pelos espaços sem fim.
Atualmente, nesta hora de tristes apreensões para o mundo inteiro, não devemos deixar de pregar, seja como for, o ideal de fraternidade, e de justiça entre os homens e um sincero entendimento entre eles."
Lima Barreto, “O Destino da Literatura”, 1921, cidade de Mirassol-SP
No texto, Lima Barreto afirma ainda que a literatura não é a beleza plástica da forma e da técnica. Ela serve para unir os homens, estabelecendo uma “harmonia entre eles, orientada para um ideal imenso em que se soldem as almas, aparentemente as mais diferentes, mas semelhantes no sofrimento da imensa dor de serem humanos”
A Arte, tendo o poder de transmitir sentimentos e ideias, sob a forma de sentimentos, trabalha pela união da espécie; assim trabalhando, concorre, portanto, para o seu acréscimo de inteligência e de felicidade.
Fernando Gurgel Filho

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